ZANG FU RGO E VISCERAS

ZANG-FU (RGOS INTERNOS)

Em medicina tradicional chinesa, o termo zang-fu, refere-se as entidades anatmicas volumosas (grosseiras)
dos rgos internos. Ao mesmo tempo, representa a generalizao das funes fisiolgicas do corpo humano.
O corao, fgado, bao, pulmo, rim e pericrdio, so conhecidos como os seis rgos zang. Suas funes
fisiolgicas principais so manufaturar e estocar as substncias essenciais, incluindo a essncia vital (energia
vital), sangue e lquidos corporais. O intestino delgado, vescula biliar, estmago, intestino grosso, bexiga e
sanjiao so coletivamente conhecidos como os seis rgos fu. Suas funes principais so receber e digerir
alimentos, absorver substncias nutritivas, transmitir e excretar detritos. Existem adicionalmente, rgos fu
extraordinrios, entre os quais o crebro e o tero.

Os rgos zang so funcionalmente diferentes dos fu, mas a diferena apenas relativa. Nas atividades
fisiolgicas, conexes estruturais e funcionais, bem como coordenao, existem no apenas entre os rgos
zang e fu como entidades separadas, mas tambm entre os rgos zang e fu coletivamente e, tambm, entre
os rgos zang e fu de um lado e os cinco rgos dos sentidos e os cinco tecidos por outro lado. A teoria dos
zang-fu, tomando-se os cinco rgos zang (seis incluindo o pericrdio), explica amplamente as peculiaridades
da medicina chinesa, isto , o conceito de olhar o corpo como uma unidade integral, fisiolgica e
patologicamente.

XIN - CORAO
I - GENERALIDADES

O corao est no trax e protegido pelo pericrdio. Pertence fase fogo e seu canal faz relao
interior - exterior com o meridiano do intestino delgado.

II - FUNES

As principais funes do corao so:

1) comanda o sangue e os vasos sangneos;
2) armazena o Shen (conscincia);
3) Abre-se a lngua e manifesta-se na face.

1) O corao comanda o sangue e os vasos sangneos

A energia do ar (qing qi) entra nos pulmes e associa-se com a energia dos alimentos slidos e lqidos
(guqi) proveniente do bao e estmago para formar a energia do peito (zong qi) o qual juntamente com o
corao e o pulmo produz sangue. Por outro lado, o aspecto yin do jing , armazenado nos rins, gera medula
ssea, a qual tambm produz o sangue. O zongqi auxilia o Qi do pulmo na respirao e o Qi do corao em
seus movimentos para produzir os batimentos cardacos. Alm disso, ele ajuda o pulmo no movimento do Qi e
o corao na propulso do sangue por todo o corpo.
O Zongqi juntamente com xinqi (Qi do corao), produzem os batimentos cardacos e estes enchem os
vasos do sangue e colocam o sangue em movimentos e o sangue circula e nutre todo o corpo.
Em sntese, o Qi movimenta o sangue e o pulmo governa o Qi. O sangue nutre o Qi e o corao regula
o movimento do sangue. Portanto h uma promoo mtua entre o Qi, sangue, corao, pulmo e zongqi.
Os batimentos cardacos produzem o pulso (mai), isto , o movimento rtmico e pulstil das substncias
nos vasos sangneos (xuemai). O pulso reflete o estado do Qi e do sangue em circulao nos vasos
sangneos.
Quando o corao, o Qi do corao e o corao-sangue produzem emanao abundante e harmoniosa,
o batimento cardaco e o pulso so regulares e tranqilos.
O Qi do corao (xinqi) e sangue (xinxue) so componentes de Qi e do xue de todo o corpo e formam a
base material das atividades do corao. O yin do corao (xinyin) e o yang do corao (xinyang) denotam
aspectos da unidade fisiolgica do corao. Quando o xinqi quente e prspero e o xinxue pleno, os
batimentos cardacos apresentam forma regular e rtmica, o pulso suave e forte e as faces so
adequadamente irrigados e umidecidas pelo sangue e so coradas tambm possuem brilhos. Se o corao
yang esta saudvel haver fora nos batimentos cardacos, suave fluxo do Qi e xue e dinamismo nas atividades
mentais. Movimento relativamente uniforme dos movimentos do corao, e calma e estabilidade mental
denotam boa condio do corao yin.
Entretanto se h deficincia do Qi do corao (xing ixu), aparecero sinais de esgotamento e dano no
corao yin, como rosto bao, palpitaes, pulso irregular (damai) e ainda extase sangnea, equimose
impedindo o fluxo do sangue que poder se manifestar como cianose facial e falta de calor nas extremidades.
Ocorrendo a deficincia do sangue do corao (xinxuexu), este no poder nutrir e umidecer adequadamente,
sinais de separao do xinqi do xinxue aparecero; vertigens, fadiga mental, respirao curta e excessiva

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diaforese. Deficincia do Qi ou do corao podero prejudicar a coordenao (interpromoo e interrestrio)
entre o corao yang e o corao yin, fazendo a doena evoluir de estgio de agravamento

2) O corao armazena o Shen

O eixo milagroso, cap. 71, diz: O corao a casa do esprito.. e no cap. 8 est escrito: A mente a
responsvel pelo desempenho das atividades.
O termo Shen na M.T.C., numa acepo ampla significa o aspecto externo das atividades vitais do corpo
e em termos restritos significa o esprito, a conscincia, englobando a mente e o intelecto.
O Shen pr-natal (dos pais) juntamente com o Shen ps-natal (interao do jing e do Qi) formam o Shen.
Por um lado o Shen mostra a emanao da vitalidade do corpo e da conscincia e por outro lado ele
armazenado, reunido no corao (corao-sangue e corao yin). O Shen vitaliza o corpo e a conscincia e
prove a fora motriz por detrs da personalidade. Quanto mais vigoroso e harmonioso for o Shen, maior ser o
brilho espiritual, resultando em atividades mentais claras, calmas e pacficas e atividades intelectuais claras e
consistentes e conduta adequada aos estmulos do meio ambiente. As principais desarmonias do Shen so:
perturbaes do Shen e deficincia do Shen. Havendo perturbaes do Shen ocorrer agitao, insnia,
memria fraca, ansiedade e pnico. Em condies mais severa produzir-se- distrbios da conduta, como
comportamento confuso, irracional, mania ou histeria. Nos casos extremos, complicaes como insanidade
mental, delrio e perda da conscincia. A deficincia do Shen caracterizada por manifestaes do indivduo de
alegria acentuada, desnimo, apatia e melancolia. Ambas alteraes do Shen, principalmente a primeira
podero produzir desarmonia entre o indivduo e o meio ambiente, caso as emoes individuais e as respostas
comportamentais no sejam apresentadas no momento adequado.
O Eixo Milagroso, cap. 8, declara: O corao domina os vasos (mai) e habilita o Shen. Considerando
que o corao comanda o sangue e os vasos e que o sangue a principal base material das atividades
mentais, o Shen e o corao tem funes interrelacionadas. Quando o corao est vigoroso e harmonioso o
xinqi e xinxue esto normais, o xinxue e o xinyin podem abrigar o Shen adequadamente e h clareza e
possvel refletir sobre as circunstncias. Se o corao adoece, ele poder fracassar em sua funo de abrigar o
Shen, o que produzir perturbaes ou deficincia do Shen. O inverso tambm poder ocorrer: se o Shen perde
sua harmonia poder ficar perturbado ou deficiente e em seguida prejudicar o corao sangue, o corao yin.

3) O corao abre-se na lngua e manifesta-se nas faces

O canal do corao emite uma ramificao que se conecta lngua, por isso o corao domina a
gustao e a fala. H uma prxima relao entre as funes do corao (comandar o sangue e vasos e abrigar
o shen*) e a cor, forma, mobilidade e sentido da gustao da lngua, da a expresso: A lngua o espelho do
corao. Quando h prosperidade e harmonia do Qi do corao e do sangue do corao, a lngua ser de cor
rosada, mida, com brilho, gustao normal e livre mobilidade. Se o corao adoece, suas desarmonias logo se
refletem na lngua. Apesar dessa ntima relao, todos os demais zang fu esto relacionados com a lngua, cuja
observao faz parte do mtodo clssico de exame atravs da inspeo. Portanto a lngua pode revelar
distrbios de todos os zang fu.
As funes do corao de comandar o sangue e os vasos e abrigar o shen* tambm se refletem na
complexo, tornando-a rsea e com brilho. O corao servido por numerosos vasos, a condio do shen*, do
Qi do corao e quantidade do sangue em circulao se refletir no rosto. Por isso dito no questes
simples, cap. 9 : A glria do corao se manifesta no rosto.

III - PADRES DE DESARMONIA

Deficincia de yang
1) Deficincia do Qi do corao (xin qi xu)
2) Deficincia do yang do corao (xin yang xu)
3) Estagnao do sangue do corao
4) Frio-fleuma obscurecendo o corao (tan mi xinqiao)

Deficincia de yin
1) Deficincia do sangue do corao (xinxuexu)
2) Deficincia do yin do corao (xinyinxu)
3) Flamejamento do fogo do corao (xinhuo neichi)
4) Fleuma-fogo agitando o corao (tan huo rao xin)

GAN - FGADO
I - GENERALIDADES

O fgado est situado no lado direito do hipocndrio. Pertence fase madeira (mu) e seu canal est
conectado com o canal da vescula biliar, com o qual faz relao interior-exterior.

II - FUNES
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Suas principais funes so:
1) Comanda o livre fluxo do Qi:
a) Harmoniza s emoes;
b) Harmoniza digesto;
c) Harmoniza menstruao;
d) Regula gua.
2) Armazena o sangue.
3) Comanda os tendes.
4) Abre-se nos olhos e manifesta-se nas unhas.

1) O fgado comanda o livre fluxo do Qi

O fgado tem a responsabilidade fisiolgica de assegurar a realidade do fluxo do Qi no corpo e o suave,
livre e desobstrudo movimento das substncias atravs do corpo. Tem o carter de desabrochar (liberdade,
facilidade de movimento), gosta de moderao e segurana e averso obstculos e estados depressivos.
Quando a funo do fgado em promover o livre fluxo do Qi harmoniosa poder tambm haver harmonia das
emoes, da digesto, da menstruao e da secreo da bile. Portanto o fgado responsvel pela harmonia e
regularidade das funes de todos os zang fu e do comportamento. Por isso, assegurar o livre fluxo do Qi a
principal funo do fgado.
Aps o nascimento, o bao comanda a formao e a quantidade de Qi no corpo; o pulmo e o corao
governam seu movimento e o fgado regula o seu movimento.

A) Harmonia s emoes
Depois do corao, considerando o armazm do shen*, o fgado o zang fu mais proximamente
relacionado com a manuteno da harmonia da atividade emocional. Alm de promover o suave funcionamento
do corpo, o fgado tambm proporciona o equilbrio emocional do indivduo e a harmoniosa interao entre o
indivduo e o meio ambiente externo. Quando a funo do fgado de manter o livre fluxo do Qi est normal, o Qi
e o sangue se encontram em harmonia e a mente vontade, a qual estar em condies de responder com
equilbrio aos estmulos emocionais internos e externos. Classicamente, tanto o fgado como a vescula biliar
esto tambm relacionados com o intelecto, sendo que o primeiro influi no planejamento das aes e a
segunda na tomada de decises.
Quando o fgado fracassa na incumbncia de assegurar o livre fluxo do Qi, o fluxo das emoes perder
sua uniformidade ou ento ser obstrudo, provocando no indivduo reaes inadequadas, desapropriadas ou
exacerbadas em resposta aos estmulos do meio ambiente, levando a comportamento individual desarmonioso
e desequilbrio entre o indivduo e o meio ambiente. Por outro lado, se o indivduo submetido a estmulos
severos e prolongados do meio ambiente, poder gerar distrbios no fluxo das emoes e afetar o livre fluxo do
Qi.
Os distrbios emocionais resultantes ou desencadeantes nas alteraes hepticas so geralmente
depresso, frustrao, angstia, irritao e irracibilidade.

B) Harmonia da digesto
A digesto harmonizada pela prxima relao existente entre o fgado e a vescula biliar e entre ambos
e o bao e o estmago. Por um lado a funo do fgado de manter o livre fluxo do Qi est relacionada com
as funes de ascenso e descenso do bao e estmago. Por outro lado o excedente do Qi do fgado secreta
a bile, a qual armazenada pela vescula biliar que a excreta nos intestinos para ajudar a digesto.
Se o Qi no flui adequadamente, podero aparecer sintomas de depresso do Qi do fgado, tais como
sensao de distenso e dor no peito e hipocndrio, depresso mental e irritao. Caso a secreo da bile seja
prejudicada, ocorrer alm dos sintomas digestivos; ictercia, gosto amargo e vmito de lquido amarelo.
Havendo eructos, nusea e vmitos sinal de invaso ao estmago pelo Qi do fgado (ganqi fan wei) e se este
estiver em desarmonia com o bao (gan pi bu re) ocorrer sinais de distenso abdominal e diarria.

C) Harmonia da menstruao

A funo do fgado de assegurar o livre fluxo do Qi, promove a harmonia da menstruao. Estando o
fgado em boas condies, o Qi circula livremente proporcionando regularidade no fluxo do sangue,
particularmente nas menstruaes. Esta tambm relacionada com a funo do fgado de estocar o sangue com
os rins e o bao.

D) Regulao da gua

Segundo a sinopses da prescries do Cofre Dourado (jin Kui Yao Lue Fang Lun, sec. III, escrito por
Zhang Zhong-jing) aquele que sofre da gua do fgado, tem o ventre inchado, no pode por si mesmo virar de
lado, tem dor no ventre e sob as costelas.
O fgado assegurando o livre fluxo do Qi, proporciona a livre circulao e a regulao da via das guas. O
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fracasso dessa funo poder gerar obstruo dessas vias com sinais de ascite, edemas e hidropsia.

2) O fgado armazena o sangue

O fgado tem a funo de armazenar o sangue e regular sua quantidade em circulao. Wang Bing
(dinastia Tang) em seu comentrio explicativo sobre o 10 captulo do Questes Simples diz: O fgado
armazena o sangue... o sangue circula nos vasos durante o esforo e permanece no fgado durante o
descanso.
O fgado regula o volume de sangue em circulao nas diversas partes do corpo de acordo com suas
necessidades fisiolgicas. Nos momentos de atividade do corpo, o sangue liberado do fgado e entra nos
vasos, aumentando seu volume em circulao. Durante o repouso, h menos necessidade de nutrio ento o
volume de sangue em circulao diminui, pois parte dele retorna ao fgado, onde permanece armazenado.
Atravs dessa funo, o fgado e todos os zang fu e os tecidos esto proximamente interrelacionados.
Desarmonia do fgado poder prejudicar sua funo de armazenar e regular o sangue ou seja, colocao de
quantidade inadequada de sangue em circulao ou ento flutuao irregular do volume de sangue em
circulao. Estando o sangue afetado, outras funes do corpo podero apresentar alteraes patolgicas em
funo disso.

3) O fgado comanda os tendes

O termo tendes, enquanto associado a funo do fgado, refere-se mais ao aspecto contractil dos
tendes, ligamentos e msculos. O fgado, atravs de sua influncia sobre o sangue, mantm as atividades
fisiolgicas dos tendes nutrindo-os e umedecendo-os. Quando o sangue do fgado consumido, ou seja, se
h deficincia do sangue do fgado (ganxuexu), os tendes no sero adequadamente supridos e haver
fraqueza dos msculos, entorpecimento dos membros, alteraes das articulaes na contrao e estiramento
(rigidez, espasmo, tremor). Quando o calor patognico do fgado invade os tendes ocorrer convulso nas
quatro extremidades, espasmo no pescoo, opisttono e trismo. Se a turbulncia do yang e do fogo do fgado
(hiperatividade do yang do fgado), invadem os canais e colaterais da parte superior do corpo, poder romper o
fluxo do Qi e xue com sinais de hemiplegia e paralisia facial. Segundo o Questes Simples, cap. 74, diz: Todas
as comoes em que se cai com viso embaada, pertencem ao fgado, todas as comoes com espasmos no
corpo, pertencem ao vento.

4) O fgado abre-se nos olhos e se manifesta nas unhas

Conforme diz o Eixo Milagroso, cap. 8 : O jingqi dos 5 zang e das 6 fu, fluem para penetrar nos olhos a
viso No cap. 17 do mesmo livro, est: o Qi do fgado est em comunicao com os olhos, ento podemos
enxergar as 5 cores. Todos os zang fu esto envolvidos nas funes oculares e diversas desarmonias dos
rgos internos afetam os olhos. Por outro lado, detida observao de sinas especficos nos globos oculares,
particularmente na ris, poder revelar alteraes patolgicas e respectivos grau de evoluo de quaisquer
rgos internos e tecidos. Desse estudo que trata a cincia da iridologia.
Classicamente, dos zang fu, o fgado o que mais proximamente est relacionado com os olhos. O
sangue do fgado est relacionado com a boa viso e o Qi do fgado com o discernimento das cores. Se h
deficincia do sangue do fgado, haver presena de viso embaada ou confusa, olhos secos e pontos no
campo da viso. Olhos vermelhos, doloridos e irritados so sinais de flamejamento do fogo do fgado. Agitao
do vento do fgado pode produzir tremores no globo ocular.
A funo do fgado de armazenar e regular o sangue reflete nas unhas. Se essa funo est normal, as
unhas tero boa formao, resistncia, brilho e cor rosa. Em caso de deficincia do sangue do fgado, reflexo
nas unhas podero surgir como, unhas plidas, finas, fracas e secas ou freqentemente deformadas ou
lascadas.
III - PADRES DE DESARMONIA
1) Depresso do Qi do fgado (ganqi yujie)
2) Deficincia do sangue do fgado (ganxuexu)
3) Hiperatividade do yang do fgado (gan yang shangkang)
4) Flamejamento do fogo do fgado (ganhuo shang yan)
5) Agitao do vento do fgado (ganfeng neidong)
6) Calor umidade no fgado e vescula biliar (gan dan shire)
7) Estagnao do frio no canal do fgado (gan-han).

PI BAO
I - GENERALIDADES
O bao est situado no jiao mdio. Corresponde fase terra (tu) e seu canal faz conexo com o canal do
estmago, com o qual faz relao interior - exterior. Enquanto os rins so fundamentos das energias
congnitas; o bao considerado o alicerce do cu posterior ou seja, das energias adquiridas.

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II - FUNES

Suas funes principais so:

1) Comanda a transformao e transporte

2) Comanda os msculos e os membros;
3) Governa o sangue;
4) Sustenta os rgos;
5) Abre-se na boca e se manifesta nos lbios.

1) O Bao comanda a TRANSFORMAO E TRANSPORTE

Transformao corresponde a digesto e a separao (absoro) dos alimentos slidos e lquidos em

funes relativamente puras e impuras, enquanto que o transporte implica em transmisso conduo.
A frao impura dos alimentos passa do estmago para o intestino grosso, o intestino delgado e bexiga
para absoro e excreo. A frao pura absorvida pelas vsceras so por elas e pelo bao, principalmente
bao e estmago, transformadas em substncia nutriente, isto , guqi. Esta ascendida pelo bao ao peito,
onde sob ao do pulmo combina-se com a energia pura proveniente do ar (qingqi) para formar as
substncias puras qi xue e jinye.
A funo de transformao transporte do bao tambm realiza o processamento dos alimentos lquidos
jinye nas fraes pura e impura. A frao pura separada pela sanjiao, jin, parte mais leve, dinmica, yang e o
ye, parte mais densa substancial yin. O bao ascende o jin ao pulmo, de onde vai aquecer, umidecer e nutrir
os msculos, pele e pelos (juntamente com o We qi).
O Ye, a parte mais densa, substancial, yin, distribuda de forma semelhante ao ying qi, para umedecer
e nutrir os zang fu, canais articulaes, ossos e orifcios somticos. Alm de participar do metabolismo
(transformao) dos lquidos, o bao tem a responsabilidade de transport-los a todos os tecidos do corpo.
Esse transporte ainda umedece os tecidos, os quais so ainda liberados do excesso de umidade, a qual
transportada de volta.
Se o bao fracassar em sua funo de transporte e transformao dos alimentos, haver distrbios na
digesto e nutrio com manifestao como anorexia, distenso abdominal, diarria pastosa, lassitude,
emagrecimento e desnutrio. Se fracassar na transformao e transporte dos lquidos poder gerar reteno
de lquidos com manifestaes de edema, diarria e fleumas.
O processamento dos alimentos se interrelaciona com os dos lquidos, por isso muitas vezes os dois
grupos acima de manifestaes ocorrem concomitantemente.

2) O BAO COMANDA OS MSCULOS E OS MEMBROS

As questes simples cap. 44 - diz: O bao est envolvido na alterao dos msculos. Se a funo do
bao de transformao e transporte apresenta bom desempenho aos msculos (carnes), os quatro membros
tero adequadamente transmitidas a nutrio e o umedecimento. Desta forma estes se apresentaro com
apropriado volume, fora, resistncia e aquecimento. Quando a deficincia do bao afeta sua funo de
transporte os msculos no so suficientemente supridos de nutrio e tornam-se fracos em seu tnus, isto ,
frouxos e magros, podendo definharem e at mesmo atrofiarem, os membros tornam-se fracos e frios e o corpo
letrgico.

3) O BAO GOVERNA O SANGUE

Alm de contribuir na formao do sangue, o bao tambm o influencia. O bao governa o sangue, ou
seja, o bao tem a funo de mante-lo dentro de seu prprio caminho (os vasos) evitando sua extravaso.
Quando o qi do bao est deficiente, particularmente o bao yang, sua funo de manter, limitar o sangue
dentro dos vasos poder no ser bem sucedida, e nesse caso o sangue vazar, diversas espcies de
hemorragias podero ocorrer, como hematuria, enterorragia, petequiase, menorragia, etc.

4) O BAO SUSTENTA OS RGOS

Enquanto o qi do estmago descende-o, qi do bao caracteriza-se pela ascenso. A funo de

transformao e transporte depende da fisiolgica ascenso do qi do bao. O qi do bao, particularmente do
bao yang, contribui na sustentao dos rgos internos, marcadamente o estmago e aqueles situados no jiao
inferior, como intestinos, reto, tero, bexiga e rins.
Quando o bao yang est deficiente, o qi no ascende ou ento toma o sentido inverso, isto , afunda.
Manifestao como vertigem, viso confusa, diarria crnica seguida de prolapso do reto ou ptose de vrios
rgos, podero ocorrer.

5) O BAO ABRE-SE NA BOCA E SE MANIFESTA NOS LBIOS

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 A entrada de alimentos e o sentido da gustao esto proximamente relacionados com a funo do bao
de transporte e transformao. Se o qi do bao abundante, haver bom apetite, a boca distingue bem os
cinco sabores e os lbios so bem supridos de qi, xue e jinye, ou seja sero vermelhos e midos.
Quando ocorre deficincia do qi do bao, a percepo dos sabores fica prejudicada, a boca fica pegajosa
ou com sensao de sabor adocicado devido a acmulo de umidade no bao ou ento lbios amarelados,
plidos, e secos se houver carncia de qi e sangue devido ao fracasso na funo de transporte e
transformao. Caso haja calor no bao e estmago, poder ocorrer secura, rachaduras ou feridas nos lbios.

F E I - PULMO
I - GENERALIDADES
O pulmo situa-se no trax, comunica-se com a garganta e abre-se nas cavidades nasais. Pertence
fase metal (jin) e seu canal conecta-se com o meridiano do intestino grosso, com o qual faz relao interior-
exterior.
Em termos anatmicos, ocupa a mais alta posio de todos os Zang Fu, por isso o Questes Simples diz:
O PULMO A ABBADA DOS RGOS.

II - FUNES
Suas principais funes so:
1) Comanda o qi e governa a respirao;
2) Controla a difuso e a descenso;
3) Movimenta e ajusta os canais de gua;
4) Comanda o exterior do corpo;
5) Abre-se no nariz e se manifesta nos pelos.

1) O pulmo comanda o QI e governa a respirao.

O Qing QI (QI do cu) absorvido pelo pulmo associa-se no peito com guqi absorvido dos alimentos pelo
bao e estmago e formam o Zong qi (Qi do peito) que concentra-se no peito formando o Mar do Qi. Por isso
o Questes Simples, cap. 5, diz: O QI DO CU EST EM COMUNICAO COM O PULMO. O Zong QI
serve como fora dinmica da respirao e voz; juntamente com QI do corao produz os batimentos cardacos
e auxilia a circulao do sangue e ainda est relacionado com o metabolismo no corpo.
A funo dominar o QI abrange dois aspectos: o domnio do QI da respirao e o domnio do QI de todo
o corpo.
A) O PULMO GOVERNA A RESPIRAO
Dos 5 zang, o pulmo o nico que estabelece contato direto com o exterior. Constitui-se no rgo da
respirao, dentro do qual realiza-se a troca entre o Qi puro proveniente do exterior (qing qi), isto , da
atmosfera e o Qi turvo exalado do interior do corpo. Da a sentena tradicional: Livrando-se do viciado e
tomando o fresco.
O zang qi ajuda o pulmo na respirao, onde serve como fora dinmica da respirao e expirao do
ar. Enquanto as funes do zong qi e do Qi do pulmo, em sua funo do pulmo de governar a respirao
estiver harmoniosa, a respirao ser suave e regular. Se o Qi do pulmo estiver fraco, poder afetar o
surgimento e a acumulao do Zong Qi, podendo acarretar deficincia ou obstruo do Qi e distrbios
respiratrios.
B) O PULMO COMANDA O QI
O Zong Qi se acumula no peito, ascende garganta e juntamente com o pulmo promove a respirao, a
descenso e a disperso do Qi por todo o corpo para manter as funes fisiolgicas dos rgos e tecidos. Os
movimentos de inspirao e expirao esto relacionados com os movimentos de disperso e descenso do Qi.
O Questes Simples, cap. 10, diz: Toda espcie de Qi pertence ao pulmo.
Quando o pulmo est vigoroso e harmonioso sua funo de comandar o Qi normal, a formao do Qi
ser prspera e haver fora para fazer o Qi circular pelo corpo. Se o Qi do pulmo estiver dbil, a formao e
o movimento do Qi podero ficar prejudicados, provocando deficincia do Qi ou estagnao do Qi, comeando
com sinais como: fraqueza geral, voz baixa, respirao fraca ou falta de ar, etc.
2) O pulmo controla a disperso e a descenso
Sob o comando do pulmo, fisiologicamente o Qi e o jinye so dispersados suavemente e so
descendidos precipitadamente.

A) O PULMO CONTROLA A DISPERSO

O termo disperso, quando empregado como funo do pulmo, refere-se difuso, irradiao,
distribuio por todo o corpo do Qi defensivo (Weiqi) e dos lquidos orgnicos (jinye). Essa tarefa realizada
pelo Qi do pulmo (feiqi) e pelo Qi genuno (zhenqi).
Formado no pulmo, pela associao do guqi e do qingqi, o zhenqi se manifesta de duas formas: como
energia defensiva (weiqi) mais sutil e energia nutridora (yingqi) mais densa. A separao do jinye completada
pelo pulmo, jin a parte mais leve separada do ye, parte mais densa.
O pulmo, atravs de sua ao fisiolgica de disperso difunde as fraes leves e as fraes densas do
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zhenqi e do jinye pelo corpo. A frao mais leve, constituda de weiqi e jin dispersada para os msculos, pele
e pelos (inclusive glndulas sudorparas) onde circulam juntos porm fora dos jingluo, com a finalidade de nutrir,
umidecer, aquecer e principalmente proteger a superfcie do corpo. O eixo milagroso, cap. 30, diz: O QI refere-
se substncia que tem origem no jiao superior, difunde a parte essencial da gua e alimentos, aquece a pele,
enche o alto do corpo e umedece os pelos, gosta de irrigar pelo nevoeiro e pelo orvalho. A ltima orao
dessa frase refere-se ao modo sutil com o qual o weiqi e o jin dispersado suprem o corpo.
A frao relativamente mais densa, composta de yingqi e jin distribuda aos rgos e circulam juntas
pelo corpo atravs principalmente dos jingluo e tambm pelo xuemai para nutrir, aquecer e umidecer.
Quando o pulmo fracassa na sua funo de disperso, tenso no peito, obstruo nasal, tosse,
expectorao e outras perturbaes relacionadas com deficincia, estagnao do Qi e jinye podero ocorrer.

B) O PULMO CONTROLA A DESCENSO

Como regra geral, os rgos superiores, a direo natural do movimento de suas energias para baixo.
Ocupando o pulmo a posio mais alta dos zang fu, dentro do corpo tem a responsabilidade de descenso do
Qi e jinye. Entretanto a funo do pulmo de descenso do Qi est relacionada com a funo dos rins que tem
a funo de recepo do Qi. O Qi inalado descendido pelo pulmo aos rins que tem a funo de ajudar o
descenso, receber e submeter o Qi. Se, por incapacidade do pulmo ou dos rins, ou de ambos, o processo de
descenso do Qi no for concludo, o ritmo respiratrio ser alterado e a funo de disperso tambm ser
prejudicada. Num segmento do processamento e circulao do jinye, o pulmo recebe o jinye impuro em forma
de vapor e o liquefaz, em seguida descende esse resultado para os rins, o qual excreta uma parte e a outra
vaporizada e enviada de volta ao pulmo. Alm de prejudicar a funo de disperso, o fracasso do pulmo em
descender o jinye poder acarretar disria, oliguria e edema.

3) O pulmo movimenta e ajusta os canais da gua.

A funo pura do jinye proveniente do bao, recebida, separada e enviada pelo corpo, sua circulao
ainda regulada pelo pulmo. Por isso atribuda ao pulmo, o papel de abrir e regular as vias da gua
tambm chamado de a fonte superior da gua.
Disperso, descenso e regulao do jinye so funes proximamente relacionadas. O jinye distribudo
de trs formas: dispersada para a superfcie do corpo (jin), distribuda e descendida pelo interior do corpo (ye) e
descendida para os rins (ye).
Se o pulmo estiver fraco, sua funo de dispersar, descender e regular o fluxo de jinye poder
apresentar avarias. Quando no promove apropriadamente a disperso do jin e do wei qi, transpirao
deficiente, excessiva ou espontnea ocorrer. Se a descenso e a disperso so afetadas ao mesmo tempo,
poder haver edema local, particularmente na regio superior do corpo ou edema geral.

4) O pulmo comanda o exterior do corpo

O pulmo e o exterior do corpo possuem relaes mtuas. A respirao promove o Qi, que promove a
disperso e a descenso. O pulmo se comunica com exterior do corpo atravs da disperso. A superfcie do
corpo constituda de tecido celular subcutneo pele, glndulas sudorparas, poros e pelos, quando devidamente
nutridos, aquecidos e umedecidos pelo weiqi e jin, desempenha a funo de anteparo de defesa do corpo
contra os fatores patognicos exgenos.
Por outro lado, as glndulas sudorparas e os poros tm funo de dispersar o jinye, o Qi e contribuem na
funo da respirao, por isso dito: os poros so as portas do Qi. Portanto, se o pulmo executa suas
funes adequadamente, a camada superficial, exterior do corpo apresentar bom estado. A pele ter boa cor,
brilho e umidade, os pelos sero abundantes e saudveis, a abertura e fechamento dos poros sero normais,
gerando transpirao harmoniosa e todos eles protegero o interior proporcionando boa resistncia do corpo
contra a invaso dos fatores patognicos externos.
O pulmo, alm de ser o mais alto dos rgos, o nico zang que possui comunicao direta com o
ambiente externo, isso ocorre pelo contato direto com o ar respirado. Tambm se comunica indiretamente com
o meio ambiente atravs da pele. Ele est amplamente sujeito variaes das energias climticas, as quais
podem facilmente afet-lo, por isso foi chamado pelos antigos de rgo frgil.
Quando o pulmo est fraco, isso poder provocar deficincia em sua funo de disperso, o que ir
prejudicar a atividade protetora do weiqi, o que facilitar a penetrao do xieqi e alguns sinais so: propenso a
contrair resfriado ou constipao, ou ento averso ao frio, obstruo nasal, febre, calafrio, tosse.

5) O pulmo abre-se no nariz e manifesta-se nos pelos

O nariz a porta da respirao e a abertura somtica do pulmo. A garganta a porta do pulmo e a

residncia das cordas vocais. Ambos formam a via da respirao. O pulmo comanda as funes
respiratrias e olfatria do nariz e as funes respiratria e vocal da garganta.
Se h deficincia de Qi do pulmo, sua funo de disperso poder ser prejudicada. Se ocorrer invaso
do vento frio externo, seja a penetrao nasal, oral ou na pele, aparecero sinais como obstruo nasal,
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rinorria, anosma, alterao do som da voz, garganta dolorida e etc.
Se houver calor patognico no pulmo, poder surgir falta de ar, vibrao da narina, fossa nasal
ressecada, rouquido ou afonia, inflamao do nariz e da garganta e etc.
O brilho do pulmo se manifesta nos pelos. Estando o pulmo em condies normais, os pelos sero
lustrosos, saudveis e em boa quantidade. Entretanto essa manifestao est englobada na funo do pulmo
de comandar o exterior.
III - PADRES DE DESARMONIA

1) Deficincia do Qi do pulmo (feiqixu ou feiqi buzu)

2) Deficincia do pulmo yin (fei yin xu ou feiyin buzu)
3) Invaso do pulmo pelo vento (feifeng)
4) Reteno de fleuma no pulmo (tan zu fei)
SHEN RINS
I - GENERALIDADES
No compndio de Acupuntura e Moxabusto (Zhen Jiu Da Cheng escrito por Yang Ji-Zhou em 1601)
est: H 2 rins. Os rins tm a forma de feijes. Pesam 1 jing, 1 liang cada um; esto colocados 14 vrtebra
e se acham 1 de cada lado na mesma altura que o umbigo. Pelo fato de conterem os rins, a regio lombar foi
descrita como o lar dos rins.
Corresponde fase gua (shui) e seu meridiano faz relao interior - exterior com o meridiano da bexiga.
O rim a raiz da vida, a raiz do qi, o alicerce do yin yang, o alicerce da gua e do fogo internos.

II - FUNES
Suas funes principais so:
1) Armazena o jing
a) - Comanda o nascimento, crescimento, desenvolvimentos e reproduo;
b) - Comanda os ossos e produz a medula.
2) Alicera o Ying Yang
3) Comanda o metabolismo da gua
4) Comanda a recepo do qi
5) Abre-se nos ouvidos, controla os orifcios inferiores e se manifesta nos cabelos.

1) O RIM ARMAZENA O JING

Jing o principio essencial, a essncia da vida.
Constitui-se na substncia pura fundamental, a base material com a qual construda a estrutura fsica
do corpo e montam suas diversas atividades funcionais. O Su Wen cap. 4 diz: o jing a base do organismo.
O jing formado por duas partes: xiantian Zhi jing ( essncia congnita) e o houtian Zhi jing (essncia
adquirida).
A essncia congnita tambm chamada de essncia inata, essncia pr-natal essncia reprodutora.
Constitui-se na substncia pura original a qual essencial na formao do corpo. Ela herdada dos pais. Est
contida no Rim, que por isso chamado de raiz da vida.
o cu anterior, isto , aparece antes de tudo, precede at mesmo a polarizao Yin Yang, por isso
chamado de alicerce do yin yang. Considera-se que o jing congnito como fonte de energia no substituvel,
no renovvel, pode ser conservada mas no pode ser reposta.
A essncia adquirida ou essncia ps-natal ou ainda essncia de nutrio a substncia pura
fundamental derivada das energias dos alimentos lquidos e slidos e mantm as funes do corpo e supre a
construo fsica. Se comparada com o jing congnito, possui curta durao, por isso necessita constante
reposio.
As duas essncias so interdependentes e se promovem mutuamente. O jing qi congnito, antes do
nascimento prepara a base material para receber o jing qi adquirido. A partir do nascimento o jing qi adquirido
ajuda, assiste e sustenta o jing qi congnito. Essas duas energias se encontram armazenadas no rim, que por
isso tambm foi chamado de raiz do qi. Embora ambas sejam indispensveis vida, dos dois, o jing qi
adquirido o mais importante.
O jing qi circula no sistema jing luo, particularmente na malha dos oito canais extra. Da irriga os rgos e
vsceras e o corpo, principalmente as vsceras curiosas, com as quais tem prxima relao. Alm disso sua
circulao nos canais colaterais consolida a harmonia das substncias no corpo.

A) Nascimento, crescimento, desenvolvimento, reproduo e envelhecimento.

O jing congnito tem a incumbncia de transmitir a herana (gens). Ele se rene com o jing adquirido e
juntos formam o jing. O jing, armazenado nos rins do origem ao jing dos rins ou qi essencial dos rins
(shenjing).
Atravs do Dai Mai, Ren Mai e Chong Mai os rins esto proximamente ligado ao tero, sob o qual exerce
grande importncia e influncia. atravs do shenjing que os rins desempenham seu papel de importncia em
todo o processo do nascimento, isto , concepo, gravidez e parto. Aps o nascimento o shen jing continua
atuando dentro do corpo com a responsabilidade de promover o crescimento, desenvolvimento e
8
envelhecimento.
Portanto a presena de prosperidade ou declnio de shen jing exerce influncia direta nos processos do
nascimento (integridade tpica e mental, boa ou m constituio orgnica), do crescimento, desenvolvimento,
reproduo e envelhecimento.
O captulo 1, do Su Wen, mostra claramente a importncia do rim. (Emanao renal) no crescimento,
desenvolvimento, reproduo e envelhecimento e demarca cada perodo do ciclo vital em 7 anos para mulher e
8 anos para o homem.
Essa descrio pode ser resumida da seguinte forma:
- Infncia (7 e 8 anos)
* A emanao renal abundante
* A dentio muda e os cabelos se alongam
* Mudanas na pele e pelo.
- Adolescncia (14 e 16 anos)
* A emanao renal flui (ren mai) e floresce (chong mai)
* Incio da menstruao
* Incio da emisso seminal
* Amadurecimento da funo sexuais e reprodutoras
- 21 e 24 anos
* A emanao renal est parada
* Desenvolvimento dos ltimos dentes
* No homem os msculos so potentes e os ossos vigorosos
- 28 e 32 anos
* Na mulher os msculos e ossos esto consolidados, os cabelos atingem seu maior tamanho e o corpo
em pleno vigor.
* No homem os msculos esto salientes, as carnes viosas e vigorosas.
- 35 e 40 anos
* Na mulher o canal yang ming declina, o rosto comea a murchar e os cabelos a cair
* No homem a respirao do rim enfraquece, os cabelos e os dentes comeam a cair
- 42 e 48 anos
* Na mulher os 3 canais shou yang declinam, todo o rosto resseca-se e os cabelos comeam a
esbranquiar
* No homem o yang na regio superior est esgotado. O rosto se resseca e as tmporas ficam grisalhas.
- 49 e 56 anos
- Na mulher o qi do ren mai declina, o qi do chong mai comea a enfraquecer e escassear, a energia
sexual inicia a exausto e a menstruao pra; ento seu corpo comea a envelhecer e ela no pode mais
engravidar.
- No homem a energia sexual comea a declinar, smen comea a escassear e os rins ficam fracos e
todas as partes do corpo comeam a envelhecer.
-Aos 64 anos, no homem, os dentem e cabelos caem.

B) OS RINS COMANDAM OS OSSOS E PRODUZ MEDULA

No questes simples est escrito: os rins controlam os ossos (cap. 23). Os rins produzem medula
(cap. 5), e o eixo milagroso, cap. 33, declara: O crebro o mar da medula. Os rins armazenam o jing, cujo
aspecto yin gera a medula (espinhal ssea). A medula ssea se desenvolve na cavidade ssea, transforma e
produz parte do sangue e promove a nutrio, o crescimento e a consistncia dos ossos. Da a
responsabilidade dos rins na fluidez do movimento do corpo e na produo de sangue.
Considerado como prolongamento, energia excedente dos ossos, os dentes consequentemente
pertencem ao domnio dos rins.
A medula espinhal ascende cabea para formar e encher o mar da medula, isto , o qual controlado
parcialmente pelos rins em pelo menos dois aspectos: no tocante sua nutrio de jing pela medula espinhal e
de sangue gerado pela medula ssea por um lado e por outro lado pela prxima ligao entre os rins e os
rgos dos sentidos, particularmente ouvidos e olhos.
Enquanto a essncia dos rins for suficiente haver rica fonte de produo da medula, assim os ossos
sero nutridos, firmes e consistentes, os dentes fortes e sadios e o crebro estar nutrido de jing (atravs da
medula espinhal e sangue) e os ouvidos e olhos ouvindo e enxergando adequadamente.
Na presena de deficincia de jing dos rins poder ocorrer:
- Fracasso na promoo dos ossos com manifestaes de fraquezas e dores na regio lombar e nos
joelhos, fraqueza das pernas e no andar atrofia das pernas (paralisia = wei), bambeza ou queda dos dentes;
nas crianas poder haver atraso no fechamento da fontanela, distrbios do crescimento e deformaes
sseas.
- Fracasso na funo de produo de sangue e nutrio do crebro com manifestaes de vertigem,
perda de conscincia, dificuldade de ouvir ou enxergar.

2) OS RINS SO OS ALICERCES DO YIN YANG

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 Os rins so os alicerces do yin yang, da gua e do fogo, dentro de todo o corpo, inclusive dentro dos
zang fu.
Os rins abrangem seus aspectos yin e yang. O aspecto yang envolve rin yang, rim fogo, essncia dos
rins (aspecto yang), ming men e yuan qi. O aspecto yin, envolve o rim yin, rim gua e essncia dos rins(aspecto
yin). O rim Yang a fonte de yang qi de todo o corpo, a qual aquece e promove as funes dos rgos internos
e tecidos. Os rins yin a fonte dos lquidos yin de todo o corpo, os quais umedecem e nutrem os rgos
internos e tecidos. Por isso os antigos chamaram o rins de casa da gua e do fogo.
Se comparados entre si, o jing de natureza yin e o qi, de natureza yang. Assim muitas vezes a essncia
dos rins chamada de rins yin (shen yin) e qi dos rins chamado de rins yang (shen yang).
O ming men (porto da vida) classificado como Yang e abrange o campo de atividades do rins yang,
que inclui as funes das glndulas supra-renais.
Os rins yin e rim yang se promovem e se restringem mutuamente para manter o equilbrio dinmico
funcional de todo o corpo.

Se o rins yang est deficiente, fracassar na sua funo de promover o aquecimento e controlar o yin. As
desarmonias tpicas so: astenia mental, friagem e dores na regio lombar e nos joelhos; corpo e membros
frios, frigidez e infertilidade (tero frio) nas mulheres e impotncia nos homens.

Havendo deficincia do rins yin, ele fracassar na sua funo de controlar o yang, o qual se tornar
libertado. Desarmonias tpicas podero ocorrer, como calor nas palmas, solas e regio precordial (os 3
coraes), febre tarde, transpirao noturna, produo noturna nos homens e sonhos erticos nas mulheres.

Se o zheng gi do prprio organismo no restabelece a sade, ou no havendo tratamento ou se a

teraputica incorreta a enfermidade evoluir para deficincia do rins (Shen xu). Caso no esteja associado a
evidentes sintomas de frio, no primeiro ocorrer deficincia do jing dos rins (shewing xu) e no segundo
deficincia do qi dos rins (shenqi xu).

3) OS RINS DOMINAM O METABOLISMO DA GUA

Os rins so o alicerce do fogo (ming men) e da gua (shui ye) no corpo e governa o equilbrio entre eles.
O processo de regulao e distribuio dos lquidos orgnicos constitui uma importante responsabilidade
dos rins.
Os alimentos lquidos e slidos so primeiramente recebidos pelo estmago, o qual juntamente com o
bao os transforma e separa. Parte desse material forma a frao pura e frao impura de jin ye, sendo que
esta ltima encaminhada ao intestino delgado e parte encaminhada bexiga e outra enviada ao intestino
grosso. A frao pura levada ao pulmo, onde recebe o qi do ar realizando a completa separao. A frao
pura mais leve (jin, vapor) dispersada aos msculos e pele e desempenha um papel semelhante ao weiqi. J
a frao pura mais densa (ye, fludos) distribuda pelo pulmo atravs do corpo (zang fu, tecidos e orifcios) e
quando essa circulao de fluidos se torna impura, esses fludos so liqefeitos pelo pulmo e descendida aos
rins. Os rins separam esses lquidos em frao impura que enviada bexiga onde poder haver reabsoro
de parte desse produto e a outra parte (urina) excretada. A frao pura dos lquidos so transformados em
vapor pelos rins e ascendido ao pulmo para retornar ao ciclo de circulao dos fludos.
Nesse momento, o rins yang (shen qi, mig men, yuanqi) desempenha as funes de aquecer, ativar e
mobilizar o transporte e transformao dos alimentos do bao e estmago, a vaporizao dos lquidos pelos
rins e sua ascenso ao pulmo e o processamento dos lquidos pela bexiga.
Se a atividade do qi dos rins deficiente, suas responsabilidades de excretar o excesso de lquido
(abrir) e de armazenar o volume de lquido necessrio ao organismo (fechar) podero ser atestados. A
deficincia do rins yang pode gerar deficincia do pulmo yang, o qual no produz secura suficiente, ou
melhor, no produzem a mobilizao do yin ye, o qual se acumula, porque a abertura no funciona
adequadamente, ocasionando misso difcil e edema.
Por outro lado se o rins yin apresenta deficincia, poder ocorrer deficincia do pulmo yin
desencadeando um processo de excesso de secura e calor, ocasionando diminuio de jinye, resultando em
inflamao.

4) OS RINS CONTROLAM A RECEPO DO QI

O pulmo realiza a captao (inspirao) do qi puro do ar, e envia abaixo aos rins atravs de sua funo
de descenso do qi. Esse processo auxiliado pelos rins, que tm a responsabilidade de receber e subjugar o
qi descendido pelo pulmo. Quando o qi dos rins e o qi do pulmo esto saudveis, a respirao mostra-se
suave e regular. Havendo deficincia do pulmo, este no tem poder de realizar a descenso adequada do qi.
Se ocorre deficincia nos rins, eles no tm fora para submeter apropriadamente o qi recebido, tanto num
caso ou noutro ou ainda em ambos os casos de deficincia, resultar em insubmisso do qi no pulmo, com
sinais de desordem em sua funo de disperso e descenso e do processo de inalao, tais como: dispnia
com dificuldade de inalar que se agrava com o movimento, asma, etc.

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5) OS RINS ABREM-SE NOS OUVIDOS, MANIFESTAM-SE NOS CABELOS E CONTROLAM OS ORIFCIOS
INFERIORES.
Os ouvidos so considerados as aberturas superiores dos rins; a uretra e o nus, suas aberturas
interiores. *No cap. 17 do Eixo Milagroso est escrito: O qi dos rins vai as orelhas, se os rins esto em
harmonia; os ouvidos podem ouvir os 5 sons. Embora esse relacionamento seja clssico, outras zang fu
influenciam esses tecidos. Se por um lado os cabelos so considerados excedentes do sangue, por outro lado
a manifestao exterior do qi do rim. O jing e o sangue promovem-se mutuamente. Os cabelos so nutridos
pelo sangue, mas sua vitalidade suprida pelo qi dos rins.
Se h deficincia da essncia do rins, poder causar reduo da audio, acfeno ou nos idosos surdez;
embranquecimento prematuro, perda de brilho, ressecamento ou queda dos cabelos; fezes duras escassas e
secas.
Quando h presena de deficincia do qi dos rins, podero surgir sintomas como polira, enurese oliguria
ou reteno de urina.

III - PADRES DE DESARMONIA

1 - Deficincia da essncia dos rins (shenjinqxu)
2 - Deficincia do rim yang (shenyangxu)
3 - Deficincia do rim yin (shen yinxu)
4 - O qi dos rins no se firma (shengi bugu ou xiayuam bugu)
5 - Os rins fracassam na recepo do qi (shen bu na qi)
6 - Super fluxo de guas (shenxu shuifan)
S I A O C H A N G - INTESTINO DELGADO
I - GENERALIDADES
O intestino delgado est situado no abdomem. Pertence fase fogo e seu meridiano se conecta ao canal
do corao com o qual est exterior-interiormente relacionado.

II - FUNES
O intestino delgado tem a funo de receber, separar, absorver e encaminhar os alimentos. O resultado
da transformao dos alimentos realizada pelo estmago enviado abaixo para o intestino delgado. Este
recebe os alimentos decomposto e os separa em frao pura e frao turva. A primeira frao assimilada pelo
intestino delgado que envia ao bao, que a transforma e envia a todo o corpo. Da frao turva, a maior parte
enviada ao intestino grosso e outra parte, constituda de lquidos transmitida aos rins e bexiga para outra
separao e ainda excreo.
Conforme o acima descrito, o intestino delgado por um lado est proximamente ligado ao processo
digestivo, isto , com o bao, estmago e intestino grosso. Por outro lado, tambm est relacionado com o
metabolismo da gua (jinye), ou seja, com o rim e a bexiga.
Disfunes do intestino delgado podero produzir alteraes do movimento intestinal e outras
perturbaes digestivas e urinrias. Pela tradicional ligao exterior-interior, o calor proveniente do fogo no
corao poder descer e prejudicar o jiao inferior, afetando tambm o intestino delgado.

III - PADRES DE DESARMONIA

1 - Obstruo do Qi do intestino delgado
2 - Excesso de calor no intestino delgado (xiaochang shire)
D A N - VISCULA BILIAR
I - GENERALIDADES
A Vescula Biliar est localizada nos lado direito do hipocndrio. Pertence fase madeira (mu) e seu
canal est conectado ao canal do fgado com o qual est exterior-interiormente relacionado.

II - FUNES
Sua funo principal receber e armazenar a bile (jing zhi) produzida pelo fgado, liberando-a
periodicamente ao intestino delgado para auxiliar a digesto dos alimentos. A bile uma substncia pura que
possui estado lquido, cor amarelada e sabor amargo. Em condies normais a vescula biliar promove a
descenso do seu Qi e da bile e colabora com a funo de transformao (digesto) do bao e estmago.
Alm de estarem anatomicamente muito prximos, as funes da vescula biliar possuem estreitas
relaes com a funo do fgado, de manter o livre fluxo do Qi.
Em condies normais a vescula biliar promove a descenso de seu prprio Qi e da bile. Se ela no
bem sucedida na execuo de suas funes, o Qi poder tomar sentido contrrio, isto , subir, provocando
sabor amargo na boca, vmitos de gosto amargo e de cor amarelada e ainda prejudicar a funo de
transformao e transporte do estmago e do bao, o que neste caso produzir distenso abdominal e fezes
pastosas.
No plano intelectual o fgado associado com o planejamento e a vescula biliar com a tomada de
decises.
Na clnica, as desarmonias do fgado e da vescula biliar aparecem amide, simultaneamente, devido
prxima relao entre eles e no fcil realizar uma clara distino. Freqentemente ambos esto envolvidos
11
nas perturbaes do livre fluxo do Qi, inclusive nas alteraes das emoes e do intelecto.
Se o fgado produz ou supre de bile irregularmente a vescula biliar ou se esta apresenta alterao na
armazenagem ou liberao da bile, haver desarmonia em ambos zang fu. Nas afeces como ictercia,
hepatite, colecistite e desordens digestivas relacionadas com a bile, transtornos emocionais como angstia,
irritabilidade, irracibilidade, distrbios do sono como pesadelos, insnia e desordens intelectuais como
dificuldade de planejar, falta de discernimento, falta de coragem e firmeza de decises, indeciso, timidez, o
tratamento direcionado a ambos os rgos, fgado e vescula biliar.
O medo quando se manifesta em termos de indeciso e timidez est associado s desarmonias da
vescula biliar e se for em termos de pnico e ansiedade est associado ao corao. Desarmonias da relao
entre o corao e a vescula biliar podero gerar sinais como medo, inquietao e irritabilidade, inclusive
palpitaes.
Pelo fato de no produzir substncia pura e por apresentar configurao oca e ajudar na digesto, a
vescula biliar considerada uma das seis vsceras (fu). Entretanto, ela possui uma particularidade que a
diferencia das demais vsceras: no recebe nem transmite alimentos, apenas armazena e libera um lquido
puro, isto , a bile. Por isso tambm classificada como vscera curiosa.

III - PADRES DE DESARMONIA

1 - Calor umidade no fgado e vescula biliar (gan dan shire)
2 - Deficincia do Qi da vescula biliar (danqixu)
W E I ESTMAGO
I - GENERALIDADES
O estmago est localizado no jiao mdio (epigstrio). Acima se conecta com o esfago e embaixo com
o intestino delgado. Sua entrada a crdia (shangwan) e sua sada o piloro (xiagwan), entre os quais est o
zhongwan. O Shangwan, zhongwan e xiagwuan, compem o epigstrico e sobre cada uma dessas reas h um
ponto de acupuntura com o mesmo nome (Vc - 13, Vc 12 e Vc - 10). O estmago pertence fase terra e seu
canal conecta-se com o canal do bao com o qual est interior-exteriomente relacionado.
As atividades de transformao e transporte so realizadas em conjunto pelo estmago e bao, por isso
foram chamados de alicerces do adquirido. Alm de formarem por, pela relao li de seus jing luo, possuem
amplas atividades fisiopatolgicas. Suas diferenas bsicas so comparao entre o bao e estmago.

Estmago Bao
Yang Yin
Fu Zang
Oco Slido
Recebe a comida e bebida Transforma a comida e bebida
Seu qi normalmente descende Seu qi normalmente descende
Ascenso do weiqi resulta em vmito, gosta de Desceso do guqi resulta em diarria, gosta de
umidade, no gosta de secura, tende secura, no gosta de umidade - tende
deficincia de juin e sinais de calor deficincia de yang e sinais de frio
(*) - transcrito de Os sistemas orgnicos da MTC.

II - FUNES
Receber, decompor e assimilar os alimentos so as funes do estmago. A comida e bebida entram
pela boca, descem pelo esfago e so recebidas pelo estmago onde so recebidos. Em seguida inicia-se a
transformao, isto , a decomposio, de cujo resultado e separado em funo relativamente mais pura, a qual
assimilada e enviada ao bao, sob qual influncia e formado o qi, xue e jinye, substncias puras que vo
suprir todo o corpo. A frao impura enviada s vsceras intestinos delgado e grosso e bexiga pra outra
digesto e para excreo.
O bao e estmago atuam em conjunto, possuem grande atividade e constituem os principais rgos
realizadores da funo de digesto e absoro. O bao governa o movimento de ascenso da frao pura dos
alimentos enquanto o estmago tem a incumbncia de descender a frao menos pura. Ambas so a fonte que
sustenta a vida. Aps o nascimento por isso diz o tesouro clssico (Zhong zang jinq, escrito entre 317 e 618,
autor desconhecido): Quando o weiqi vigoroso, os wuzang e as linfu so vigorosos.
Quando h perturbao na funo de descenso do estmago o qi se forma insubmisso e torna o sentido
contrrio (sobe), e ocorrer manifestaes como inapetncia, eructos, nuseas e ainda incmodo, dor e
distenso no epigstrio.

III - PADRES DE DESARMONIA

1 - Reteno de fludos no estmago devido ao frio (weihan)
2 - Reteno de alimentos no estmago (weigi bure)
3 - Deficincia do yin do estmago (waiyinxu)
4 - Flamejamento do fogo do estmago (weire Yangsheng)
PNGGUANG - BEXIGA
I - GENERALIDADES
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 A bexiga est situada na regio inferior do abdmen. Corresponde fase gua e seu meridiano por
relao interior - exterior com canal dos rins. As funes da bexiga esto proximamente relacionada s dos rins.

II - FUNES
Conforme declara o Questes Simples, cap. 8: A bexiga tem a funo subalterna e local de reteno e
excreo dos lquidos. Sua principal responsabilidade receber, estocar temporariamente e transformar a
frao impura dos lquidos antes de excret-la do corpo sob a forma de urina.
Os fludos impuros provenientes do pulmo e recebidos pelos rins. Mais aqueles oriundos dos intestinos
(delgado e grosso) so recebidos pela bexiga, a ltima vscera por onde passam.
O qi dos rins, ou melhor, o rim yang assiste a bexiga na sua funo de reter e transformar os lquidos.
Essa atividade apresenta alteraes como misso freqente, enurese e incontinncia urinria ou ento
distrbios como disuria ou anuria, quando houver deficincia do yang.
O sanjio tem a responsabilidade de mobilizar e metabolizar o jinye. Portanto h uma relao fisiolgica
entre a bexiga e jio inferior. A incapacidade do sanjio na funo de promover o livre movimento dos lquidos
poder haver obstruo da passagem das guas com acumulao de umidade, a qual se estagnar, ocorrer
calor umidade na bexiga. Este estado pode ser tambm desencadeado ou agravado pela inchao da energia
nociva externa ou por distrbio de outros zang fu.

III - PADRO DE DESARMONIA

1 - Calor umidade na bexiga (pangquang shire)

QIQING
Distrbios
emocionais
GANHUO XINHUO
SHANGYAN NEICHI
Planejamento do (planejamento do
fogo do F fogo do C)

GANCI SHENYINXU
YUJIE
Depresso do XIAOCHANG

SANJIAOXU NEISHI PANGGUANG SHENAIXU

Estagnao da umidade SHIRE
umidade calor no

HANSHI
Prejuzo da circulao invaso do frio PIYANGKU SHENYANGXU
de jinye umidade externa

FEIQIXU

D A C H A N G - INTESTINO GROSSO

I - GENERALIDADE
O intestino grosso est localizado no abdmen. Pertence fase mental (JIN) e seu meridiano faz
conexo exterior com o canal do pulmo.

II - FUNES
A funo do intestino grosso receber o resultado das transformaes dos alimentos slidos e lquidos
provenientes do intestino delgado, absorver parte dos lquidos existentes, conduzir os produtos restantes e
transform-los em fezes, as quais so por ele excretadas.

II - PADRES DE DESARMONIA
1) Abcesso intestinal (semelhante apendicite aguda da medicina ocidental)
2) Invaso do intestino grosso pelo calor - umidade (dachang shire)
3) Exausto dos lquidos do intestino grosso (dachang yekui)

Ritmo CIRCADIANO

O ritmo do dia e da noite, nictemera, ou ritmo circadiano, faz parte da cronobiologia e estuda os ritmos
biolgicos e as variaes fisiolgicas do organismo em funo das horas do dia. Em MTC, cada ciclo biolgico
13
 constitudo por doze horas, correspondendo cada um dos perodos (horas) da nictemera chinesa a duas
unidades horrias "ocidentais"
Cada sinartria especfica ter assim, em condies de normofuno, perodos de hiperactividade,
hipoactividade e inactividade, os quais regulam e influenciam a circulao de energia vital (qi).
Ao primeiro intervalo da nictemera chinesa, entre as 23 e a 1 hora, corresponde o perodo de hiperactividade do
Zu Shaoyang (Yang menor do p), ou meridiano Dan-vescula, e ao intervalo seguinte corresponde o perodo
de actividade mxima do Zu Jueyin (Yin absoluto do p), ou meridiano Gan-fgado, o que justifica, por exemplo,
as perturbaes do sono nos indivduos com problemas hepticos e/ou vesiculares.
Ao terceiro intervalo, entre as 3 as 5 horas, corresponde a mxima actividade do Shou Taiyang (Yang maior da
mo), ou meridiano Fei-pulmo, o que permite explicar a maior frequncia de crises asmticas durante este
perodo. O Shou Yangming (Yang da luz solar da mo), ou meridiano Dachang-clon, encontra-se hiperactivo
no quarto intervalo da nictemera chinesa, entre as 5 e as 7 horas, razo porque neste perodo se verifica a
maior utilizao matinal dos sanitrios (os chineses iniciam geralmente as suas actividades dirias por volta das
5-6 horas da manh).
Durante o quinto intervalo, o Zu Yangming (Yang da luz solar do p), ou meridiano Wei-estmago, est
hiperactivo, sendo este o intervalo ideal para a ingesto alimentar, razo porque inmeros nutricionistas
recomendam um pequeno almoo abundante para a preveno das crises hipoglicmicas, mais frequentes
entre as 9 e as 11 horas, ou seja, durante o perodo de maior actividade do Zu Taiyin (Yin maior do p) ou
meridiano do Pi-bao / pncreas.
s 11 horas inicia-se o perodo mais activo do Shou Shaoyin (Yin menor da mo), ou meridiano Xin-corao,
pelo que as perturbaes do comportamento tero a sua maior expressividade durante o sexto intervalo da
nictemera chinesa. O Shou Taiyang (Yang maior da mo), ou meridiano Xiaochang-intestino delgado, estar
hiperactivo entre as 13 e as 15 horas, sendo este o perodo ideal para a assimilao dos nutrientes essenciais.
O nono intervalo ser o perodo mais activo do Zu Taiyang (Yang maior do p), ou meridiano Pangguang-
bexiga, muito importante para a distribuio dos fluidos corporais. Assim, a desregulao naquela distribuio
pode originar a depleco de fluidos ou, pelo contrrio, a sua acumulao em determinadas regies,
conduzindo esta ao aparecimento de edemas. Entre as 17 e as 19 horas, ou perodo Zu Shaoyin (Yin menor do
p), ocorrer a "actividade suprarrenal-gnadas" caracterizada pela maturao Shen-rim que habitualmente
antecede o coito ou qualquer outra actividade sexual.
Durante o dcimo primeiro intervalo estar activo o Shou Jueyin (Yin absoluto da mo), ou meridiano Xinbao-
pericrdio, sendo o perodo de maior vulnerabilidade cardaca. Finalmente, entre as 21 e as 23 horas, com a
hiperactividade do Shou Shaoyang (Yang menor da mo), ou meridiano Sanjiao-triplo aquecedor, surge o ltimo
intervalo da nictemera chinesa, e com ele a maior parte das manifestaes de disfuno parassimptica.
No tratamento de doenas graves ou de doenas crnicas, devem considerar-se os perodos de maior
actividade dos meridianos, de modo a facilitar-se a regularizao funcional dos respectivos zang-fu.
Assim, um indivduo com sndrome shi (de excesso) do Dan-vescula, que apresente, por exemplo,
perturbaes do sono, irritabilidade fcil, taquicardia, cefaleias e perturbaes digestivas, dever ser tratado
durante o primeiro intervalo da nictemera chinesa, pois ser o perodo ideal para a "disperso" (reduo do
excesso) do referido meridiano. Se o quadro clnico apresentado sugerir a existncia de um sndrome xu,
dever efectuar-se a "tonificao" (atenuao do dfice) do mesmo meridiano. Caso no seja possvel fazer-se
acupunctura naquele perodo (entre as 23 e a 1 hora), esta poder ser efectuada no intervalo oposto, ou seja,
entre as 11 e as 13 horas, perodo em que a tonificao do Xin-corao exercer um efeito dispersante sobre o
Dan-vescula.
A estratgia alternativa acabada de referir tem como base a relao cronobiolgica inter-sinartrias e pode ser
utilizada no tratamento de todas as patologias, directa ou indirectamente relacionadas com os diferentes zang-
fu.

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