CRC
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Meu nome Telma Cristiane Gaspari e sou licenciada em Educao Fsica pela UFSCar-
SP. Sou bailarina profissional com DRT e atuo na Urze Cia de Dana/UFSCar. Tambm
sou Mestre em Cincias da Motricidade, rea de Pedagogia da Motricidade Humana e
linha de pesquisa em Educao Fsica escolar. Tenho me dedicado ao estudo da Educao
Fsica escolar e, em maior profundidade, sobre o contedo Atividades Rtmicas e
Expressivas e, dentre elas, as danas no contexto educacional. Atualmente trabalho no
Ensino Superior. Amo as artes e, em especfico, a dana. Acredito que uma boa educao
pode melhorar a qualidade de vida dos cidados. Ento, espero que com este material
possamos contribuir para uma formao crtica, autnoma, compromissada e, acima de
tudo, prazerosa com a educao do nosso pas. Desejo bons estudos a todos.
e-mail: [email protected]
Batatais
Claretiano
2014
Ao Educacional Claretiana, 2010 Batatais (SP)
Verso: ago./2014
793.3 V896a
ISBN: 978-85-8377-137-1
CDD 793.3
Preparao Reviso
Aline de Ftima Guedes Ceclia Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Ctia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rafael Antonio Morotti
Elaine Aparecida de Lima Moraes Rodrigo Ferreira Daverni
Josiane Marchiori Martins Snia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sanana de Melo
Projeto grfico, diagramao e capa
Patrcia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Raquel Baptista Meneses Frata Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lcia Maria de Sousa Ferro
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antnio Guimares Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecria Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimares CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. proibida a reproduo, a transmisso total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrnico ou mecnico, incluindo fotocpia, gravao e distribuio na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permisso por escrito do
autor e da Ao Educacional Claretiana.
CRC
1. INTRODUO
Em que consiste o ensino das atividades rtmicas e expres-
sivas? Qual a sua importncia para se pensar na formao dos jo-
vens e adolescentes da Educao Bsica brasileira? possvel um
professor de Educao Fsica ensinar atividades rtmicas e expres-
sivas? Estes sero os desafios que teremos pela frente no desen-
volvimento deste estudo.
As atividades rtmicas e expressivas tm um campo vasto
de reflexo e experincia corporal, cujo objetivo est em desen-
volver as capacidades rtmicas, a espontaneidade e a criatividade
para a comunicao corporal, como base essencial da expresso
humana. Neste sentido, ensin-la, significa ir alm das possibili-
dades de uma reproduo simplria das questes presentes em
nossa realidade. Neste Caderno de Referncia de Contedo (CRC),
o objetivo ser justamente esse: possibilitar uma reflexo criterio-
sa acerca dos fundamentos das atividades rtmicas e expressivas,
10 Atividades Rtmicas e Expressivas
Fsica serve como uma proposta norteadora de como sistematizar as aulas de Edu-
cao Fsica (visto que esta rea no possui livro didtico). apenas um norte para
dirigir as reflexes e escolhas da prtica pedaggica em Educao Fsica e, mais
especificamente, no que se refere ao contedo Atividades Rtmicas e Expressivas.
Abordagem Geral
Aqui, voc entrar em contato com os assuntos principais
deste contedo de forma breve e geral e ter a oportunidade de
aprofundar essas questes no estudo de cada unidade. No entan-
to, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento bsico
necessrio a partir do qual voc possa construir um referencial te-
rico com base slida cientfica e cultural para que, no futuro
exerccio de sua profisso, voc a exera com competncia cogniti-
va, tica e responsabilidade social.
Alguns autores propem uma classificao das danas na
tentativa didtica de organizar este universo to amplo e facilitar o
entendimento de cada tipo de manifestao danante. Elegemos o
que Bland (1976) denomina de as trs faces da dana:
Natural: simples prazer do movimento fsico xtase do
movimento.
Social: elemento coesivo no grupo.
Esttica: possibilidades da arte cintica fuso perfeita
do abstrato com o humano, da mente com a emoo, da
disciplina com a espontaneidade.
Como os primeiros homens danavam? A esta dana chama-
mos primitiva. Ainda hoje podemos encontrar manifestaes de
Fatores do movimento
1) Espao: onde realizado o movimento e as dimenses
do espao direita/ esquerda, perto/longe, nveis alto/
mdio/baixo, para frente/para trs.
2) Tempo: quanto tempo demora a ser realizado o movi-
mento, ou seja, de acordo com uma designao rtmica
o movimento pode ser rpido, lento ou moderado.
3) Peso: a intensidade que se atribui ao movimento como
forte ou fraco; leve ou pesado.
4) Fluncia: d a idia de movimento que tenha continui-
dade ou, inversamente, a falta de fluncia corresponde
interrupo do movimento, assim, ele pode ser cont-
nuo, fluido, ligado ou inversamente interrompido, des-
tacado.
Ritmo
Ritmo, fisiologicamente, se apresenta no ser humano como
uma capacidade fsica inata e, portanto, pode ser treinada.
O termo ritmo, do grego rhytmos quer dizer: aquilo que flui,
que se move de forma regulada. Pode-se compar-lo ao movimen-
to das ondas do mar, tambm aos batimentos cardacos por serem
recorrentes e peridicos.
Est ligado ao tempo e este pode ser rpido, moderado e
lento.
Estudar o ritmo nas aulas do contedo Atividades Rtmicas
e Expressivas implica em destacar a sua importncia na vida das
pessoas e trein-lo para que sua manifestao seja eficiente. Des-
tacamos sua importncia:
1) Para alcanar uma boa qualidade de vida nas atividades
dirias, de trabalho e de lazer.
2) Para auxiliar na incorporao de tcnica do movimento.
A regularidade permite uma melhor fluidez para a exe-
cuo da tcnica de determinados movimentos o que
pode aumentar a qualidade de execuo.
Criatividade
Este elemento essencialmente caracterstico dos seres hu-
manos, pois as pessoas so dotadas de qualidades sensveis. o
que torna o cidado verdadeiramente humano.
Apontamos algumas caractersticas consideradas importan-
tes de destacar:
1) A criatividade est pautada em possibilidades sensveis.
2) A criatividade pressupe conhecimento e espontaneidade.
3) A criatividade est pautada na superao (ou no superar-se).
4) Tem que ser algo prazeroso.
5) A criatividade um processo interno e altamente sub-
jetivo.
Para professores de Educao Fsica escolar importante
partir do princpio que h infinidades de fontes geradoras da cria-
tividade, cabendo a ele, enquanto mediador viabiliz-las.
Caderno de Referncia de Contedo 29
3) Relatos de experincia.
4) Entrevistas.
5) Apreciao a um evento de dana.
6) Pesquisas e seminrios.
As prticas avaliativas devem ser uma constante para verificar
se o aluno est avanando, para identificar possveis dificuldades e o
professor poder refletir maneiras de ajud-lo em seu progresso.
Esperamos que com essa sntese, tenhamos xito ao que
proposto como ideal para as atividades rtmicas e expressivas atu-
almente. S podemos entend-las quando o docente assume o
papel de mediador do conhecimento com responsabilidade pro-
fissional. Lembramos que nossa profisso exige dedicao aos es-
tudos e aos alunos que so seres humanos e necessitam ter suas
individualidades respeitadas.
O nosso estudo no termina aqui ele apenas est iniciando
e esperamos que essa vontade do saber seja ferramenta essencial
de seus estudos e a partir dela vamos construir nossa cadeia de
conhecimentos.
Desejamos a todos uma boa jornada de estudos neste as-
sunto que para ns, mais que um dos contedos da Educao
Fsica escolar, um prazer e condio de qualidade de vida.
Glossrio de Conceitos
O Glossrio permite a voc uma consulta rpida e precisa das
definies conceituais, possibilitando-lhe um bom domnio dos ter-
mos tcnico-cientficos utilizados na rea de conhecimento dos te-
mas tratados em Atividades Rtmicas e Expressivas. Veja a seguir a
definio dos principais conceitos:
1) Atividades Rtmicas e Expressivas: todas as formas de
manifestaes da cultura corporal que tm como carac-
terstica comum inteno explcita de expresso e comu-
nicao por meio de gestos na presena de ritmo, sons e
Caderno de Referncia de Contedo 33
Cultura Corporal de
Movimento
Atividades Rtmicas e
Expressivas
DANAS
ELEMENTOS COREOLGICOS
Espao Peso Fluncia Tempo
Criatividade
Figura 1 Esquema dos conceitos chave do Caderno de Referncia de Contedo de Atividades
Rtmicas e Expressivas
Questes Autoavaliativas
No final de cada unidade, voc encontrar algumas questes
autoavaliativas sobre os contedos ali tratados, as quais podem
ser de mltipla escolha ou abertas com respostas objetivas ou dis-
sertativas. Vale ressaltar que se entendem as respostas objetivas
como as que se referem aos contedos matemticos ou queles
que exigem uma resposta determinada, inalterada.
Responder, discutir e comentar essas questes, bem como
relacion-las com a prtica das atividades rtmicas e expressivas
pode ser uma forma de voc avaliar o seu conhecimento. Assim,
mediante a resoluo de questes pertinentes ao assunto tratado,
voc estar se preparando para a avaliao final, que ser disser-
tativa. Alm disso, essa uma maneira privilegiada de voc testar
seus conhecimentos e adquirir uma formao slida para a sua
prtica profissional.
Voc encontrar, ainda, no final de cada unidade, um gabari-
to, que lhe permitir conferir as suas respostas sobre as questes
autoavaliativas (as de mltipla escolha e as abertas objetivas).
Bibliografia Bsica
fundamental que voc use a Bibliografia Bsica em seus
estudos, mas no se prenda s a ela. Consulte, tambm, as biblio-
grafias complementares.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida voc a olhar, de forma mais apurada,
a Educao como processo de emancipao do ser humano.
importante que voc se atente s explicaes tericas, prticas e
cientficas que esto presentes nos meios de comunicao, bem
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que voc observa, permite-se
descobrir algo que ainda no se conhece, aprendendo a ver e a
notar o que no havia sido percebido antes. Observar , portanto,
uma capacidade que nos impele maturidade.
Voc, como aluno dos Cursos de Graduao na modalidade
EAD e futuro profissional da educao, necessita de uma formao
conceitual slida e consistente. Para isso, voc contar com a ajuda
do tutor a distncia, do tutor presencial e, sobretudo, da interao
Caderno de Referncia de Contedo 39
com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e
realize as atividades nas datas estipuladas.
importante, ainda, que voc anote as suas reflexes em
seu caderno ou no Bloco de Anotaes, pois, no futuro, elas pode-
ro ser utilizadas na elaborao de sua monografia ou de produ-
es cientficas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que voc amplie
seus horizontes tericos. Coteje-os com o material didtico, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista s videoaulas.
No final de cada unidade, voc encontrar algumas questes
autoavaliativas, que so importantes para a sua anlise sobre os
contedos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos
para sua formao. Indague, reflita, conteste e construa resenhas,
pois esses procedimentos sero importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na
modalidade a distncia participar, ou seja, interagir, procurando
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxlio sobre algum assunto relacionado a
este Caderno de Referncia de Contedo, entre em contato com
seu tutor. Ele estar pronto para ajudar voc.
2. CONTEDOS
Histria da Dana.
Anlise histria para a compreenso esttica da dana.
4. INTRODUO UNIDADE
Para entendermos o objeto de estudo dana, temos, inicial-
mente, que entender o que vem a ser esta manifestao e qual
o caminho percorrido at os dias de hoje para chegar at ns tal
como se apresenta.
U1 Histrico das Atividades Rtmicas e Expressivas com nfase nas Danas 43
5. HISTRIA
Quando o homem comeou a sistematizar o conhecimen-
to buscando referncias no passado antigo, encontrando stios e
materiais histricos, tentou organiz-los segundo suas interpreta-
es. Imaginem alguns destes estudiosos curiosos, em diferentes
partes do mundo, encontrando materiais diferentes (mas simila-
res), catalogando segundo suas prprias referncias e levando es-
tes "documentos histricos" para suas cidades! Pois , comeamos
assim. Estes documentos histricos que podem ser desde pedras
at pergaminhos com mensagens escritas fora de seus stios, sob
olhares completamente alheios cultura de origem, sofreram in-
terpretaes muito variadas que nos impedem hoje de fazer uma
leitura fidedigna.
Mas, algumas afirmaes podemos fazer e antes delas preci-
samos esclarecer que dana esta que estamos tratando.
Estamos falando de dana como manifestao natural do ser
humano. H inclusive controvrsias sobre o que se manifestou ini-
cialmente a dana, a fala ou o canto? Com certeza, uma coisa levou
outra e todas serviram ao propsito da comunicao, uniram um
ao outro e permitiram a considerao do prprio mundo particular.
Alguns autores propem uma classificao das danas na
tentativa didtica de organizar este universo to amplo e facilitar
o entendimento de cada tipo de manifestao danante. Vamos
eleger o que Bland (1976) denomina de as trs faces da dana,
pois acreditamos que estas faces do conta de esclarecer os tipos
de dana que conhecemos.
Grandes imprios
Oriente Mdio
Summer: pouco se sabe, mas, na mesma regio, na poca
de Partos, foram encontrados muitos exemplares de um motivo
comum de bronze, um crculo de quatro danarinos, joelhos fle-
U1 Histrico das Atividades Rtmicas e Expressivas com nfase nas Danas 47
Figura 5 "Le Ballet Comique de la Royne Louise" figura feita a partir da descrio do
entretenimento para Catherine de Medici, 1582.
Figura 9 Marie Taglione aparece na janela herica em "La Sylphide", 1832. Litogravura de
J. S. Templeton a partir do desenho de A. E. Chalon.
Figura 10 Serge Diaghilev, diretor artstico, empresrio e gestor, foi o ditador dos ballets
Russos at sua morte sbita em 1929.
Figura 11 Nijinsky em Le Pavillon d'Armide no Teatro Chletet, Paris, 1909, sua primeira
apario no ocidente
Figura 12 Figurino criado para Nijinsky por Bakst para o L Apres-Midi dun Faune
Expressionismo
O Expressionismo surge em 1910, na Alemanha, como um modo de
contradizer a maneira da arte impressionista expressar a realidade,
a qual valorizava a pintura com traos e efeitos da luz do sol sob a
imagem e a valorizao das cores obtidas atravs da exposio so-
lar (Fonte: MUNDO EDUCAO. Disponvel em: <http://www.mun-
doeducacao.com.br/expressionismo>. Acesso em: 29 ago. 2010).
Pilbulos
Em 1971 - Jonathan Wolken e Moses Pendleton - licenciados
em Filosofia e Letras fizeram um curso de coreografia com Alison
Becker Chase. Coreografaram uma composio de 11 minutos, de-
ram o nome de Pilobolus (espcie de cogumelo que, observado no
microscpio, mostra ondulaes o que lhes serviu de inspirao).
Eles so considerados "Arquitetos" da dana. A ilustrao da
Figura 29 explica, por si s, esta afirmao.
7. QUESTES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliao pode ser uma ferramenta importante para
voc testar o seu desempenho. Se voc encontrar dificuldades em
responder a essas questes, procure revisar os contedos estuda-
dos para sanar as suas dvidas. Esse o momento ideal para que
voc faa uma reviso desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cao a Distncia, a construo do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questes propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Tendo em vista este histrico da dana, anote em seu
caderno as informaes que j sabia e outras que no
tinha conhecimento (pode ser na forma de tpico).
2) Qual informao sobre a histria da dana mais lhe cha-
mou a ateno?
3) Comece a refletir como ir oferecer tais conhecimentos
aos seus alunos da Educao Bsica.
8. CONSIDERAES
Considerando as idias de Ana Mae Barbosa sobre o ensino
da arte em que devem ser considerados o fazer, o compreender e
o apreciar dana, que em nossa linguagem representam as dimen-
ses conceituais, procedimentais e atitudinais do conhecimento,
podemos refletir sobre a importncia do pequeno trajeto histrico
percorrido em nosso texto. Atravs destas informaes podemos
apreciar a evoluo da arte, compreendendo as necessidades ex-
pressivas do homem de cada poca, as influncias culturais, e ob-
servar, com respeito, as caractersticas dos movimentos artsticos
e das estruturas danantes que foram surgindo. Estas observaes
permitem refletir e incorporar, no movimento do corpo, outros
corpos, outras histrias, experincias de vida que podem auxiliar
9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BLAND, Alexander. A history of ballet and dance in the western world. New York: Praeger
Publishers, 1976.
BOURCIER, P. Histria da dana no ocidente. So Paulo: Martins Fontes, 1987.
SAMPAIO, M. I. S. Movimento, Educao, Dana. In: RAMOS, R. C. L. (Org.). Danas
Circulares Sagradas: uma proposta de Educao e Cura. So Paulo: TRIOM, 2002.
EAD
Finalidades e Planejamento
das Atividades Rtmicas
e Expressivas na
2
Educao Fsica
Escolar
1. OBJETIVOS
Conhecer e identificar a importncia das Atividades Rt-
micas e Expressivas nas aulas de Educao Fsica escolar.
Analisar e planejar o ano letivo referente ao contedo
Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao Fsica es-
colar.
Estabelecer metas a serem alcanadas no perodo de tra-
balho especfico.
2. CONTEDOS
Finalidades para as Atividades Rtmicas e Expressivas.
Anlise das finalidades das Atividades Rtmicas e Expressi-
vas no percurso da Educao Fsica.
Planejamento das metas para o alcance dos objetivos das
Atividades Rtmicas e Expressivas.
94 Atividades Rtmicas e Expressivas
4. INTRODUO UNIDADE
Na unidade anterior conhecemos a histria das Atividades
Rtmicas e Expressivas, em especial, a dana.
U2 Finalidades e Planejamento das Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao Fsica Escolar 95
INTRODUO
A dana, desde os primrdios, faz parte da cultura humana e tambm integra o
trabalho, o lazer, alm de ser um bem cultural. (BRASIL, 1998).
J na escola, pode ser utilizada enquanto instrumento para uma melhor com-
preenso do corpo em movimento, porm de forma expressiva, o que viabili-
za a canalizao para a sensibilizao corporal. (BRASIL, 1998). No entanto,
pressupe-se que haja uma possvel falta de "educao para a dana" na escola.
Baseado nas propostas dos Parmetros Curriculares Nacionais, Brasil, (1998),
e tambm em consultas da literatura como Artaxo e Monteiro, (2000), Camina-
da, (1999), Couto, (1999), Gaspari, (2005), Fahlbusch, (1990), Laban (1990),
Marques, (2003), Verderi, (2000) e Zuccolotto, (2006) dentre outros,elaborou-se
uma proposta de plano de ensino de atividades rtmicas, expressivas e de dana
para o Ensino Mdio, visando formao de pblico para a dana espetculo por
meio das aulas de Educao Fsica escolar, com a finalidade de aproximar a
populao escolar dos conhecimentos desta rea da cultura corporal de movi-
mento: a arte da dana.
Acredita-se que a dana possa fazer parte dos contedos curriculares com a
mesma regularidade que os demais contedos. Por isso, optou-se pela pro-
posta de elaborao de plano de ensino de dana, sugerindo um cronograma
que leve o professor a um parmetro a se guiar e ao aluno um maior entendi-
mento da linguagem corporal, visando uma formao de alunos crticos, que
saibam valorizar as danas bem como se comportar frente a espetculos, fa-
zendo assim uma relao entre a dana-educao e a dana-espetculo, ou
seja, atravs de uma educao para a dana acredita-se formar pblico para a
dana-espetculo.
METODOLOGIA
Este trabalho de natureza qualitativa, desenvolvido por estudos descritivos,
com base em pesquisas realizadas na literatura.
Os procedimentos utilizados foram pesquisar como elaborar planos de ensino e as
possveis referncias na literatura que abordassem sobre planos de ensino espec-
ficos para o componente curricular Educao Fsica na Educao Bsica.
Conforme a indicao dos PCNs, Brasil, (1998) e Libneo (1994), como educa-
dores temos que considerar a faixa-etria da populao a ser trabalhada, tempo
de desenvolvimento e abordagem do contedo, qual contedo e como utiliz-lo,
enfim, organizar e sistematizar as aulas a longo prazo. A seguir ser apresentada
uma proposta de plano de ensino para o 1 ano do Ensino Mdio, enfatizando-se
apenas o elemento Atividades Rtmicas e Expressivas visando formao de
pblico para a dana-espetculo.
U2 Finalidades e Planejamento das Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao Fsica Escolar 107
PROPOSTA
No ms de abril propomos assistir ao filme "A ltima dana". um filme que trata
de bailarinos de performance ou alto rendimento. A idia informar aos alunos
o cotidiano da profisso bailarino(a), como desenvolvem-se fisicamente para a
execuo coreogrfica, a tcnica, os treinamentos peridicos, os ensaios, a dis-
ciplina que a profisso exige, perscrutar os aspectos motores, afetivo-sociais e
cognitivos dos bailarinos-artistas.
Tambm neste ms, uma vez inspirados na ilustrao do filme, prope-se dan-
ar efetivamente, conduzir os alunos a experimentarem-se corporalmente. No
torn-los bailarinos, pois a Educao Fsica no possui a funo de formar
atletas, nem lutadores, nem ginastas e nem bailarinos. Mas despertar para a
conscincia corporal, conduzir os alunos a se experimentarem, tomarem consci-
ncia de suas possibilidades corporais enquanto qualidades fsicas no espao e
no tempo, perceberem seus prprios pesos e o dos outros e como do conta de
danar fluentemente conduzindo estes corpos. (LABAN, 1990).
Para o ms de junho, ao se desenvolver o tema folclore sugere-se aproveitar
os festejos juninos, anualmente comemorados no Brasil. A ateno a este tema
deve ser ainda mais cautelosa, pois notvel a perda progressiva dos costu-
mes a que os alunos em idade escolar vm sofrendo. As informaes restritas
e equivocadas de que tais festejos so apenas para roceiros e que este termo
pejorativo est se espalhando a cada dia nos centros urbanos e quem perde
com isso so os prprios alunos que diminuem paulatinamente uma cultura que
j foi to rica no pas.
A proposta das estratgias de aulas semelhante a do tema "Carnaval", porm,
indica-se levar at a escola grupos de danarinos das manifestaes rtmicas po-
pulares para se apresentarem e tambm conversar com os alunos sobre o traba-
lho que desenvolvem e sobre a manifestao que disseminam. O(a) professor(a)
em parceria com a equipe pedaggica da escola dever entrar em contato com
tais grupos que normalmente possa haver no municpio e arredores. No precisa
ser especificamente uma manifestao junina, mas que mostre um pouco mais a
riqueza do folclore danante do Brasil. Estamos perdendo nossa identidade para
a excessiva cultura urbanista, ou seja, estamos a cada dia importando culturas
urbanistas.
No ms de agosto prope-se desenvolver o contedo sob a dimenso conceitual
e atitudinal apenas, ou seja, conhecer e valorar os assuntos pertinentes s mani-
festaes rtmicas da cultura popular sem vivenci-los especificamente.
Levar os alunos a passeios com a finalidade de assistir, e registrar nossa cul-
tura a indicao. No municpio de Olmpia (SP), por exemplo, todo ms de
agosto acontece o FEFOL (Festival do Folclore de Olmpia). H uma extensa
programao de grupos danantes manifestando e exaltando a cultura popular
brasileira. Os registros servem para que depois do passeio se trabalhe em sala
de aula. O(a) professor(a) deve estudar as manifestaes assistidas e junto
aos alunos question-los, conversarem, deixar que exponham seus gostos,
preferncias, comentrios, perceber o que conheciam e o que foi informao
nova, acrescentar informaes a respeito das manifestaes e enfatizar que
no h jeito certo ou errado de danar, ou seja, todos podem danar. O Brasil
rico nas manifestaes rtmicas e expressivas, conhecido como o pas das
danas e temos o dever, como cidados de conhecer, apreciar e valorizar toda
esta heterogeneidade. Gostar pessoal, mas valorizar social e depende de
educao.
CONSIDERAES FINAIS
De acordo com as pesquisas para a elaborao deste estudo pode-se considerar
que h dificuldades de encontrar na literatura, referenciais que estudam planos
de ensino e principalmente este tema especfico das Atividades Rtmicas e Ex-
pressivas: formao de pblico para a dana-espetculo.
Com este artigo, espera-se contribuir com a proposta de um modelo de plano de
ensino para o Ensino Mdio no que diz respeito s atividades Rtmicas e Expres-
sivas visando formao de pblico para a dana-espetculo. Como os PCNs,
Brasil (1997, 1998 e 1999), que so documentos a serem seguidos, indicam aos
professores de Educao Fsica escolar desenvolverem diversos contedos nas
aulas, podemos tambm formar espectadores crticos para a dana-espetculo.
Isto questo de educao.
Este plano de ensino uma possvel proposta e como todo professor de Edu-
cao Fsica um criador e pesquisador em ao, tendo ou no preparo para
isso, dever estudar este tema da cultura corporal de movimento, como estuda
e aplica o esporte por exemplo. A educao para a dana precisa ser colocada
em ao.
U2 Finalidades e Planejamento das Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao Fsica Escolar 111
REFERNCIAS
ARTAXO, I.; MONTEIRO, G. Ritmo e movimento. Guarulhos, Phorte, 2000.
BETTI, Mauro. Educao Fsica e sociedade. So Paulo, Movimento, 1991.
BRASIL. Ministrio da Educao e do Desporto. Secretaria de Educao Fundamen-
tal. Parmetros curriculares nacionais: educao fsica. Braslia: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Ministrio da Educao e do Desporto. Secretaria de Educao Fundamen-
tal. Parmetros curriculares nacionais: educao fsica. Braslia: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministrio da Educao e do Desporto. Secretaria da Educao Mdia
e Tecnolgica. Parmetros curriculares nacionais: Ensino Mdio. Braslia: MEC/
SEMTEC, 1999.
CAMINADA, E. Histria da dana: evoluo cultural. Rio de Janeiro: Sprint,
1999.
COUTO, Y. A. Criatividade e Auto Organizao. 173f. Dissertao (Mestrado
em Cincias da Motricidade) Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1999.
GASPARI, T. C. Dana. In: DARIDO, S. C. RANGEL, I.C.A. Educao fsica na
escola: implicaes para a prtica pedaggica. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
gan, 2005.
FAHLBUSCH, H. Dana Moderna e Contempornea. Rio de Janeiro: Sprint,
1990.
LABAN, R. Dana Educativa Moderna. So Paulo: cone,1990.
LIBNEO, J. C. Didtica. So Paulo: Cortez, 1994.
MARCELLINO, N. C. Estudos do lazer: uma introduo. Campinas: Papirus,
2000.
MARQUES, I. A. Danando na escola. So Paulo: Cortez, 2003.
SBORQUIA, S. P.; GALLARDO, J. P. As danas na mdia e as danas na esco-
la. Revista Brasileira de Cincias do Esporte. Campinas, v.23, n. 2, p. 105-118,
2002.
VERDERI, . B. L. P. Dana na Escola. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
ZABALA, A. A prtica educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
ZUCCOLOTTO, M. R. A dana nas aulas de Educao Fsica escolar. 47f. Tra-
balho acadmico (Graduao em Educao Fsica) Faculdades Integradas Fa-
fibe, Bebedouro, 2006.
Fonte: GASPARI, Telma Cristiane; SILVA, Kisia Muller da Silva. Proposta para Formao
de Pblico para Dana na Educao Fsica. Revista on line Hispeci & Lema das Faculdades
Integradas Fafibe de Bebedouro SP, 2007.
14. CONSIDERAES
No estudo dessa unidade compreendemos o valor das Ativi-
dades Rtmicas e Expressivas nas aulas de Educao Fsica escolar,
bem como aprendemos que preciso planejamento para aplicar
tal contedo em sala de aula.
Na prxima unidade veremos o que preciso para ensinar as
Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao Fsica escolar.
15. REFERNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros Curriculares Nacionais:
Educao Fsica. Braslia: MEC/SEF, 1997.
______. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros Curriculares Nacionais:
Educao Fsica. Braslia: MEC/SEF, 1998.
______. Ministrio da Educao e do Desporto. Secretaria da Educao Mdia e
Tecnolgica. Parmetros curriculares nacionais: Ensino Mdio. Braslia: MEC/SEMTEC,
1999.
LIBNEO, J. C. Didtica. So Paulo: Cortez, 1994, cap.10, p. 221-247.
MARQUES, I. A. Danando na escola. So Paulo: Cortez, 2003.
SOARES, C. L. et all. Metodologia do Ensino da Educao Fsica. So Paulo: Cortez, 1992.
EAD
Contedos das Atividades
Rtmicas e Expressivas
3
na Educao Fsica
Escolar
1. OBJETIVOS
Verificar e avaliar quais so os saberes necessrios para
compreender o universo das Atividades Rtmicas e Ex-
pressivas nas aulas de Educao Fsica escolar.
Classificar os elementos ou o que se refere ao contedo
Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao Fsica es-
colar.
2. CONTEDOS
Fatores do movimento.
Ritmo.
Criatividade.
Elementos estticos.
114 Atividades Rtmicas e Expressivas
4. INTRODUO UNIDADE
Na unidade anterior voc pode conhecer a importncia das
Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao Fsica escolar. J, nes-
ta unidade, vamos estudar o que necessrio saber sobre as Ativi-
dades Rtmicas e Expressivas, ou seja, quais so os saberes especfi-
cos, aquilo que contm em toda atividade rtmica e expressiva.
Ao falarmos de contedos comum substituirmos pela per-
gunta "o que" ensinar. O que necessrio saber e vivenciar para
compreender as Atividades Rtmicas e Expressivas. como uma
lata de chocolate em p. Procure visualizar e responder a voc
mesmo as seguintes questes: o que contm dentro da lata? Cho-
colate em p. O que contm no chocolate em p, do que ele
composto, quais substncias existem nele para torn-lo chocolate
em p? Este o contedo, algo inerente ao objeto de estudo, sem
o qual no existe.
Ainda, nesta unidade, vamos elencar e refletir sobre os con-
tedos, elementos ou fundamentos das Atividades Rtmicas e Ex-
pressivas. Ao tratar exclusivamente dessas Atividades Rtmicas e
Expressivas enquanto dana, alguns estudiosos da rea nomeiam
tais contedos por estruturas coreolgicas, coreologia, estudos da
dana, lgica da dana ou fatores do movimento termos prove-
nientes de Laban (1990). Ressaltamos que h outros estudos e
termos como os de Brikman (1989) que indicamos verificar, que
nomeia por qualidades do movimento expressivo. Para este estu-
do escolhemos utilizar os termos de Laban (1990).
Esto preparados? Vamos l!
5. FATORES DO MOVIMENTO
Seguem os elementos primordiais a serem estudados duran-
te o perodo da Educao Bsica nas aulas de Educao Fsica esco-
lar, ao abordar o contedo Atividades Rtmicas e Expressivas.
6. RITMO
Do grego rhytmos quer dizer: aquilo que flui, que se move
de forma regulada. Pode-se compar-lo ao movimento das ondas
do mar, tambm aos batimentos cardacos por serem recorrentes
e peridicos.
Est ligado ao tempo e este pode ser rpido, moderado e
lento.
O ritmo uma capacidade fsica e, portanto, pode ser trei-
nado. uma capacidade fsica para realizar um movimento em um
determinado perodo de tempo, havendo trocas constantes en-
tre tenso e relaxamento muscular, originando uma variao re-
gular do movimento, com repeties peridicas. a capacidade
de adaptar-se a uma sequncia de movimentos, interiorizando-a
e reproduzindo-a de forma repetitiva, em resposta a um mesmo
estmulo (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005).
Diante de tantas informaes voc pode estar se perguntan-
do: onde est o ritmo? Como podemos perceb-lo? Vamos s res-
postas:
Na msica (mtrica musical binria como no gnero sam-
ba, ternria como na valsa ou quaternria como na maio-
ria das msicas de gnero pop).
Na natureza (as plantas crescem ritmicamente de acordo
com a intensidade da luz, as ondas do mar que chegam e
7. CRIATIVIDADE
No existe um consenso sobre a definio deste termo e
claramente pensamos que no haja tal necessidade. De modo
geral, em arte ou prticas que envolvam a sensibilidade humana,
ou seja, que considere as atividades humanas como fruto de um
ser social, afetivo e cognitivo em uma trade indivisvel, raramen-
te h definies precisas e fechadas, pois, considera-se o homem
tambm como um ser subjetivo o que dificulta a especializao
cientfica.
No entanto, algumas caractersticas so importantes destacar:
1) A criatividade est pautada em possibilidades sensveis.
2) A criatividade pressupe conhecimento e espontaneidade.
8. QUESTES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliao pode ser uma ferramenta importante para voc
testar o seu desempenho. Se voc encontrar dificuldades em responder
a essas questes, procure revisar os contedos estudados para sanar as
suas dvidas. Esse o momento ideal para que voc faa uma reviso
desta unidade. Lembre-se de que, na Educao a Distncia, a constru-
o do conhecimento ocorre de forma cooperativa e colaborativa; com-
partilhe, portanto, as suas descobertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questes propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Ficou claro o que so os contedos?
2) Voc sabe quais so os fundamentos do futebol? Cite-os.
3) Responda quais so os fundamentos das Atividades Rt-
micas e Expressivas?
9. CONSIDERAES
Nesta unidade abordamos os contedos das Atividades Rt-
micas e Expressivas que so: fatores do movimento, o ritmo e a
criatividade.
EAD
Sistematizao do Ensino
das Atividades Rtmicas
e Expressivas na
Educao Fsica
Escolar 4
1. OBJETIVOS
Conhecer e compreender algumas possibilidades de de-
senvolver o ensino e aprendizagem nas aulas de Ativida-
des Rtmicas e Expressivas.
Buscar e analisar metodologias e estratgias que tornem
possvel o processo de ensino e aprendizagem das Ativi-
dades Rtmicas e Expressivas pelos professores e alunos.
2. CONTEDOS
Dimenses do contedo: conceitual, procedimental e ati-
tudinal.
Abordagens pedaggicas.
Projetos interdisciplinares.
132 Atividades Rtmicas e Expressivas
4. INTRODUO UNIDADE
A palavra metodologia equivale a dizer "como fazer". No
caso da docncia preciso alm de saber "o que" ensinar, como
tratamos na unidade anterior, saber tambm "como ensinar".
Nesta unidade vamos estudar como as aulas de Atividades
Rtmicas e Expressivas podem ser desenvolvidas.
Ao falarmos de metodologias de ensino, para muitos, pare-
ce comum substituirmos a aula pela coreografia. Ocorre uma in-
verso de ordem quanto sistematizao do ensino. A pergunta
que se deve fazer : por onde comear um trabalho de Atividades
Rtmicas e Expressivas? O que ensinar primeiro, segundo, terceiro,
por ltimo e como ensinar de forma a facilitar o entendimento
entre os alunos.
Ainda, nesta unidade, vamos elencar e refletir sobre as pos-
sibilidades de metodologias e estratgias para viabilizar a com-
preenso deste elemento da Cultura Corporal de Movimento e a
sugesto desenvolver os contedos especficos, elementos que
contm em toda atividade rtmica e expressiva, ou ainda estrutura
coreolgica ao tratar da dana, nas trs dimenses do contedo:
conceitual, procedimental e atitudinal.
importante frisar que no a nica metodologia de ensino
possvel, mas a indicada, atualmente, pelos Parmetros Curricula-
res Nacionais, Brasil (1997, 1998 e 1999), um documento importante
indicado pela Secretaria de Educao brasileira e, uma das formas
de se desenvolver os contedos que mais propicia a formao crtica
e autnoma que se almeja para um cidado. a pedagogia cidad.
Tambm bom lembrar que no existe uma nica maneira
de ensinar e nem de aprender, por isso, importante que o pro-
fessor se utilize de diversas estratgias e que sempre faa uma re-
flexo sobre os caminhos que decidir tomar, pois todos os alunos
precisam ser atingidos. Sabe-se tambm da dificuldade em atingir
a todos os alunos com uma s metodologia de ensino e aprendiza-
Figura 2 entre
Figura 2 Amaznia: Amaznia: entre
lirismo lirismo e lgrimas
e lgrimas Cia xciton
Cia xciton
AUTORAS:
U4 Metodologia e Sistematizao TELMA
do Ensino das GASPARI
Atividades E CTIA
Rtmicas VOLP na Educao
e Expressivas
PREPARAO: SIMONE RODRIGUES Fsica Escolar 137
UNIDADE 4
INTRODUO
As aulas de Educao Fsica tm muito a acrescentar aos alunos atravs da cul-
tura corporal de movimento, ampliando suas vivncias e experincias com diver-
sificados tipos de prticas corporais. Para isso preciso estimular os alunos com
prticas que lhe sejam prazerosas para que os mesmos se sintam motivados
a continu-las fora da escola, que busque formar cidados crticos que saibam
analisar as atividades propostas, reproduzi-las e modific-las, que identifiquem
nelas os aspectos que lhe garantam uma melhor qualidade de vida.
As Atividades Rtmicas e Expressivas so consideradas elementos de importn-
cia relevante ao desenvolvimento do indivduo aliado ao processo educacional,
mas por alguns processos sociais e culturais deixaram de ser desenvolvidas jun-
to ao ambiente escolar. Para Nanni (1995) a dana converge para o movimento
humano expressivo e assim, o ensino da dana moderna se permite integrar o
currculo escolar. Os Parmetros Curriculares Nacionais (PCN) Brasil, (1998)
relatam a importncia de se trabalhar as Atividades Rtmicas e Expressivas como
a dana, porm, para Darido e Rangel (2008) faltam, ainda, subsdios para au-
xiliar os professores e consideram relevante a elaborao de trabalhos que pos-
sam sustentar sua prtica pedaggica de maneira objetiva e significativa.
Tendo isso em vista, especificamente este estudo objetivou elaborar, aplicar e
analisar intervenes baseadas no contedo Dana Contempornea nas aulas de
Educao Fsica escolar de uma turma do quarto ciclo do Ensino Fundamental.
METODOLOGIA
Este estudo de natureza qualitativa do tipo pesquisa de campo. A coleta de dados foi
realizada numa escola da rede privada de ensino do municpio de So Carlos/SP com
19 alunos do quarto ciclo do Ensino fundamental, sendo 12 meninas e 7 meninos.
RESULTADOS E DISCUSSO
A Dana Contempornea na perspectiva Construtivista-Interacionista
A primeira interveno foi realizada tendo como base a tendncia pedaggica
Construtivista-Interacionalista. Pelo fato dessa ser uma das abordagens que d
grande nfase s diferenas individuais e s experincias vivenciadas por cada
aluno, os objetivos especficos escolhidos para esse primeiro dia de interveno
foram: introduzir o conceito de Dana Contempornea e desenvolver um dos
seus contedos que a improvisao. Essa aula explorou diversas possibilida-
des educativas de atividades ldicas como jogos e brincadeiras, com a inteno
de construo do conhecimento a partir da interao do sujeito com o mundo,
respeitando o universo cultural do aluno, propondo tarefas e desafios cada vez
mais complexos no decorrer da aula com vista construo do conhecimento.
Inicio:
Conversa com os alunos:
Vocs j vivenciaram alguma forma de dana? Qual?
J ouviram falar de Dana Contempornea? O que voc entende sobre?
Apresentar fotos de companhias famosas e conversar:
Vocs conhecem essas companhias? J viram algum desses na TV ou em algum
outro meio de comunicao?
Aquecimento:
Movimento que me representa: todos em crculo, uma pessoa comea falan-
do seu nome e fazendo um movimento que a represente, em seguida todos os
outros participantes repetem esse gesto e o nome. O participante que estiver
direita desse continua: repete o nome e o movimento que veio antes e em segui-
da fala seu nome e faz um movimento, e assim sucessivamente at que todos
participem.
Material: fotos de companhias famosas
Desenvolvimento:
1. Brincadeira da montanha russa: Em dupla, um dos dois participantes ter os
olhos vendados. O participante vidente coloca um dos braos por cima do om-
bro do outro e o guia no ritmo das msicas por todo o ambiente. Depois troca a
pessoa vendada.
U4 Metodologia e Sistematizao do Ensino das Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao
Fsica Escolar 151
CONSIDERAES FINAIS
Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer e vivenciar um contedo da
Educao Fsica diferente dos contedos esportivos, podendo apreciar e refletir
sobre o que a Dana Contempornea. Seria interessante dedicar um tempo
maior para aulas baseadas em outras danas tambm.
Essas aulas proporcionaram pesquisadora, em princpio, a chance de perceber
que a sociedade j est passando por mudanas e em alguns lugares (como
nessa escola) os alunos do sexo masculino no se sentem mais encabulados em
participar de aulas de dana. Mas h de se considerar que esta apenas uma
pequena amostra (parcela) de alunos do quarto ciclo do Ensino Fundamental.
Talvez seja uma parte privilegiada da populao por no ter apresentado resis-
tncias, preconceitos, enfim estarem abertos a novos conhecimentos.
Nas intervenes foi possvel identificar vantagens e desvantagens de se traba-
lhar com cada uma das abordagens sugeridas: Construtivista, Crtico-Superado-
ra e Cultural.
A abordagem Construtivista parece ser uma tendncia pedaggica que se apropria
de uma metodologia de ensino muito prxima linguagem que os alunos apreciam.
Na abordagem Crtico-Superadora os dilogos so muito ricos e tornam possvel
uma ampliao de conceitos em relao s demais e uma reflexo crtica em
relao a esses conceitos.
J a abordagem Cultural foi muito prazerosa, pois, percebeu-se a riqueza das
diversidades culturais que compem uma sala de aula, atravs da criao de
movimentos, pois cada um tem suas experincias prprias.
Reconhecendo a enorme oportunidade de construo de aulas para Educao
Fsica escolar com contedos diversos a partir das trs abordagens isoladas, foi
possvel observar nessa pesquisa que elas so abordagens de ensino que se
complementam e quando unidas e aplicadas ao contedo dana, e especifica-
mente Dana Contempornea, permitem que esta dana seja vivenciada com
uma maior interao entre os aspectos afetivo-social, cognitivo e motor. Cada
aula obteve um crescimento na compreenso dos alunos sobre esse contedo
trabalhado, mas, acreditamos que apenas com uma abordagem fosse bem mais
difcil chegar aos resultados obtidos, pois poderia diminuir o nmero de ferra-
mentas capazes de se trabalhar determinado ponto dessa dana. Juntas essas
abordagens de ensino conseguem compor uma grande teia que captura as ne-
cessidades dos alunos, tendo momentos de descontrao e crticos, aliados a
momentos que evidenciam o princpio da alteridade, valorizando, portanto, as
diferenas.
REFERNCIAS
BETTI, I. C. R. O prazer em aulas de Educao Fsica Escolar: a perspectiva dis-
cente. 1992. 100 f. Dissertao (Mestrado em Educao Fsica Escolar) - Cam-
pinas: FEF-Unicamp, 1992.
BOGA, I. O Alcance do Movimento. In: BERTAZO, I. Espao e corpo: guia de
reeducao do movimento. So Paulo: SESC, 2004. 240 p.
BRASIL. Parmetros Curriculares Nacionais: Educao Fsica. Braslia: MEC/
SEF, 1998. 114 p.
DALIO, J. Da Cultura do Corpo. Campinas: Papirus, 1995. 105 p.
DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educao Fsica na Escola: Implicaes Para
a Prtica Pedaggica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
DARIDO, S. C.; SANCHES NETO, L. O contexto da Educao Fsica Escolar na
Escola. In: DARIDO, S. C. ; RANGEL, I. C. A. Educao Fsica na Escola: Impli-
caes Para a Prtica Pedaggica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008,
p. 1-24.
FREIRE, J.B. Educao de corpo inteiro: teoria e prtica da Educao Fsica.
So Paulo: Scipione, 1989. 224p.
NANNI, D. Dana educao: da pr-escola a universidade. 5 ed. So Paulo:
Sprint, 1995. 210p.
U4 Metodologia e Sistematizao do Ensino das Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao
Fsica Escolar 157
7. QUESTES AUTOAVALIATIVAS
Uma vez tendo lido este material pertinente metodologia e
sistematizao do ensino e aprendizagem das Atividades Rtmicas
e Expressivas, responda:
1) Como ensinar Atividades Rtmicas e Expressivas e, mais
especificamente, dana na aula de Educao Fsica?
2) Para que servem as metodologias de ensino e aprendi-
zagem?
3) Por onde iniciaria um desenvolvimento do contedo Ati-
vidades Rtmicas e Expressivas estabelecendo metas a
alcanar?
8. CONSIDERAES
Conhecemos, nesta unidade, novas metodologias e sistemas
para ensinar as Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao F-
sica Escolar.
Com tais conhecimentos estamos aptos a estudar na prxi-
ma unidade, as avaliaes das Atividades Rtmicas e Expressivas na
Educao Fsica Escolar. At l!
9. E-REFERNCIAS
Lista de Figuras
Figura 6 - Casamento matuto ou caipira. Disponvel em: <http://mariaangelicaalves.
wordpress.com/2009/06/>. Acesso em: 3 set. 2010.
Figura 7 - Bumba meu boi. Disponvel em: <http://jangadeiroonline.com.br/nacional/
governo-institui-dia-nacional-do-bumba-meu-boi-44773/>. Acesso em: 3 set. 2010.
2. CONTEDOS
Avaliao diagnstica.
Avaliao Formativa.
Avaliao Somativa.
Formas de avaliao diagnstica, formativa e somativa
nas dimenses do contedo (conceitual, procedimental e
atitudinal).
160 Atividades Rtmicas e Expressivas
4. INTRODUO UNIDADE
Avaliar no tarefa fcil, mas necessrio que todo trabalho pe-
daggico seja subsidiado pelo processo de avaliao. um ato subsi-
dirio do processo de construo de resultados satisfatrios, ou seja,
U5 Avaliao das Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao Fsica Escolar 161
5. AVALIAO DIAGNSTICA
Ao iniciar os estudos de um tema de dana o docente pode
perguntar aos alunos o que sabem sobre o assunto (aspectos con-
ceituais, procedimentais e atitudinais). Isso pode ser verificado
apenas com perguntas e respostas na prpria sala de aula, de uma
maneira informal e, esta uma forma do professor perceber os
conhecimentos prvios dos alunos. Tais conhecimentos tambm
podem ser verificados por meio da escrita para que o docente pos-
sa levar esse material para casa e refletir como ir melhor preparar
suas aulas de forma a atingir a todos os alunos.
Este primeiro momento para que os alunos sintam-se
vontade para expor e partilhar com o professor e colegas aquilo
6. AVALIAO FORMATIVA
Durante as aulas de dana, o docente de acordo com suas
estratgias metodolgicas de ensino, poder observar cotidiana-
mente o envolvimento do aluno durante o processo e fornecer-
lhes dicas para melhor execuo, compreenso e valorizao dos
contedos e temas estudados. Para tanto, necessrio que o do-
cente considere a complexidade e a diversidade do ser humano em
formao (o que pode ser de fcil execuo para algumas pessoas
no para outras e vice-versa, alm do fato de que somos diferen-
tes, aprendemos diferente, cada pessoa possui suas prprias afini-
dades, ento, o professor que se utilizar de diferentes estratgias
para ensinar pode atingir a um nmero maior de alunos).
Observar as dificuldades, facilidades e avanos dos alunos.
Isso pode ser realizado mediante anotaes durante a prpria aula
em fichas previamente elaboradas ou aps a aula em uma "folha-
-controle". Esta estratgia permite ao professor refletir sobre no-
vas estratgias de aulas de modo a beneficiar ou atingir determi-
nados alunos que auxiliem mais do seu retorno ou estratgias que
atinjam a todos os alunos. Dar dicas aos alunos uma estratgia
importante para que ele mesmo reflita e corrija-se ou para modifi-
car seus modos de pensar, executar e agir.
U5 Avaliao das Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao Fsica Escolar 163
7. AVALIAO SOMATIVA
A coreografia pode ser a culminncia de um desenvolvimento
das atividades rtmicas, expressivas, folclricas e de danas, pois,
mediante sucessivas sequncias de combinaes de movimentos
o aluno pode mostrar suas habilidades e capacidades desenvol-
vidas por meio dos contedos inerentes a esta prtica corporal
(como estudamos na Unidade 3). A elaborao, modificao ou
transformao da coreografia pelos alunos pode culminar com o
resultado de todo um desenvolvimento dos elementos estudados
nas Atividades Rtmicas e Expressivas, mais especificamente, ao se
tratar das danas (fatores do movimento, ritmo e criatividade).
Mas, a coreografia no a nica possibilidade de verificar o
que o aluno reteve dos estudos. H tambm muitas outras estra-
tgias em que se pode verificar e depois analisar sobre as aprendi-
zagens dos alunos, como em jogos e brincadeiras cantadas, jogos
rtmicos e expressivos. Exemplo: na brincadeira de pular corda
possvel verificar o desenvolvimento rtmico de quem pula e de
quem "bate" a corda.
Seguem algumas maneiras de avaliao somativa, ou seja,
aps a realizao do estudo de todos os contedos.
1) Avaliao escrita: pode ser de questes de mltipla es-
colha ou dissertativas, na qual os alunos discorrem so-
bre conceitos e relatam suas relaes, conexes e sin-
tetizao dos conhecimentos vivenciados e estudados
durante o processo.
2) Autoavaliao: por meio de algumas questes elabora-
das pelo professor o aluno pode expor sobre o seu pr-
Texto Complementar:
No ano de 2001, uma professora era lotada numa escola da rede municipal de
ensino de um municpio do interior paulista.
U5 Avaliao das Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao Fsica Escolar 165
alto, mdio e baixo (espao), sendo que os movimentos precisam ser pesados e
fortes e interrompidos (peso, energia, fluncia)". Apresentavam aos colegas de
turma suas produes e eles mesmos, mediados pela professora, escolhiam as
seqncias de movimentos que melhor se ajustava proposta.
Atravs destas prticas pedaggicas a professora realizou algumas avaliaes
formativas em que ora observava o desenvolvimento numa dimenso procedi-
mental (a realizao dos movimentos com sucesso ou no), ora numa dimenso
atitudinal do contedo (a participao ativa, o envolvimento dos alunos de forma
a contribuir e aceitar a contribuio dos outros).
Como avaliao somativa, considerou a participao na prpria apresentao
da coreografia num evento de grandes propores. Esta apresentao a co-
roao de trabalho realizado durante um processo, o produto final em que os
alunos demonstram suas aquisies dos fundamentos das Atividades Rtmicas
e Expressivas envoltos pela magia da exposio no palco junto aos pares. Foi
uma avaliao de um produto elaborado pela prpria criatividade dos alunos e
mediado pela professora por uma questo esttica.
Todos ficaram felizes com o resultado e perceberam melhor o processo de ensi-
no-aprendizagem.
Relato de experincia profissional da Prof. Telma C. Gaspari
8. QUESTES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que voc procure responder, discutir e comentar
as questes a seguir que tratam da temtica desenvolvida nesta
unidade, ou seja, dos processos avaliativos que permeiam o ensi-
no das Atividades Rtmicas e Expressivas, da sntese destes pro-
blemas e do estabelecimento dos paralelos entre algumas outras
formas de avaliar que no foram sugeridas nesta unidade. A auto-
avaliao pode ser uma ferramenta importante para voc testar
seu desempenho. Se voc encontrar dificuldade em respond-las,
procure revisar os contedos estudados para san-las. Este um
momento impar para voc fazer uma reviso desta unidade. Lem-
bre-se de que no ensino a distncia a construo do conhecimento
se d de forma cooperativa e colaborativa, portanto compartilhe
com seus colegas suas descobertas.
1) Dadas as sugestes sobre as formas de avaliar na Educa-
o Fsica (pautadas nos Parmetros Curriculares Nacio-
nais) e em especfico no contedo Atividades Rtmicas
e Expressivas, reflita sobre os processos avaliativos que
U5 Avaliao das Atividades Rtmicas e Expressivas na Educao Fsica Escolar 167
9. CONSIDERAES
Chegamos ao final da quinta e ltima unidade de Atividades
Rtmicas e Expressivas!
Nesta ltima unidade abordamos a importncia da avaliao
em relao s Atividades Rtmicas e Expressivas, bem como as di-
versas maneiras de se avaliar um aluno.
importante ressaltar que as informaes aqui apresentadas
so referencias para novos conhecimentos. Cabe a voc se aprofun-
dar o melhor que puder e construir seu prprio conhecimento.