Coleção Pesquisa em Educação Física - v.22, n.1. 2023
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Sobre este e-book
Destas pesquisas iniciadas, vemos os artigos que se nos foram enviados, passando por avaliação e correções sistemáticas, que garantem uma qualidade suficiente para a publicação e divulgação que se estenderá pelo território nacional, de forma uniforme mas contundente: a ciência sempre chega com impacto descontrolado, uma vez que se junta ao que cada grupo ou indivíduo tem e, desta maneira, acrescenta novas perspectivas.
Neste primeiro número do ano, trazemos novos grupos e novas propostas que, de forma técnica e pedagógica, possibilitam a comunicação grupal e a grande possibilidade de replicagem dos experimentos aqui relatados, fazendo com que a ciência se amplie e se espalhe da maneira como deve ser: para todos, independente de local e de momento.
Assim, inicia o ano cumprindo sua função e aspirando à continuidade de seus objetivos primários, que é a divulgação sistemática do saber, e a possibilidade de apresentar novos grupos que ainda não são computados nos censos oficiais. Novos líderes despontam e abrilhantam nossas academias, trazendo suas produções, sem dúvida, de importância para nosso cenário científico.
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Coleção Pesquisa em Educação Física - v.22, n.1. 2023 - Coletivo de autores
Coleção Pesquisa em Educação Física
Versão digital, ISSN: 2357-8432
Versão impressa, ISSN: 1981-4313
Várzea Paulista/SP
2023
© Fontoura Editora.
Coleção Pesquisa em Educação Física
Volume 22, número 1, 2023 - ISSN: 1981-4313
Versão digital, ISSN: 2357-8432
Editor chefe: Afonso Antonio Machado, Prof. Dr.
Coordenação editorial: Paula Fontoura.
Capa: Carolina Amaral.
Indexação: • Diadorim.
• Diadorim.
• Google Acadêmico.
• Portal de Periódicos - CAPES/MEC.
• Qualis Periódicos - Plataforma Sucupira.
• Sistema Latindex.
Conselho editorial
Afonso Antonio Machado, Prof. Dr.
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp/Rio Claro.
Altair Moioli, Prof. Dr.
Universidade Paulista - Campus São José do Rio Preto.
André Luís Aroni, Prof. Dr.
Faculdade Metropolitana de Campinas.
Flávio Rebustini, Prof. Dr.
Universidade Estácio de Sá.
Gustavo Lima Isler, Prof. Dr.
Faculdades Integradas Claretianas.
Ivan Wallan Tertuliano, Prof. Dr.
Centro Universitário Adventista de São Paulo - Campus São Paulo.
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Rua Dom Pedro I, 5 Várzea Paulista/SP - 13225-790
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Editorial
Num início de ano tão atribulado, vemos os grupos de pesquisas e os laboratórios acadêmicos iniciando suas atividades de maneira suave mas pontual. As universidades e os institutos isolados estão se preparando para o novo ano letivo, de uma forma totalmente presencial e, com isso, tudo inicia com vigor e intensidade vistos anteriormente.
Destas pesquisas iniciadas, vemos os artigos que se nos foram enviados, passando por avaliação e correções sistemáticas, que garantem uma qualidade suficiente para a publicação e divulgação que se estenderá pelo território nacional, de forma uniforme mas contundente: a ciência sempre chega com impacto descontrolado, uma vez que se junta ao que cada grupo ou indivíduo tem e, desta maneira, acrescenta novas perspectivas.
Neste primeiro número do ano, trazemos novos grupos e novas propostas que, de forma técnica e pedagógica, possibilitam a comunicação grupal e a grande possibilidade de replicagem dos experimentos aqui relatados, fazendo com que a ciência se amplie e se espalhe da maneira como deve ser: para todos, independente de local e de momento.
Assim, inicia o ano cumprindo sua função e aspirando à continuidade de seus objetivos primários, que é a divulgação sistemática do saber, e a possibilidade de apresentar novos grupos que ainda não são computados nos censos oficiais. Novos líderes despontam e abrilhantam nossas academias, trazendo suas produções, sem dúvida, de importância para nosso cenário científico.
Que tenhamos um ano produtivo e interessante.
Boa leitura.
Prof. Dr. Afonso Antonio Machado
Comissão Científica
Sumário
A PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT EM ATLETAS UNIVERSITÁRIOS
ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL, DENSIDADE MINERAL ÓSSEA E SATISFAÇÃO CORPORAL EM MULHERES PRATICANTES DE TREINAMENTO DE FORÇA
AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DO VOLEIBOL NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE SÃO JOÃO DOS PATOS/MA
COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO DAS CAPACIDADES BIOMOTORAS EM ATLETAS DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE LUTA GRECO-ROMANA APÓS 20 SEMANAS DE PREPARAÇÃO
CONCEPÇÕES TEÓRICAS E ATUAÇÕES PRÁTICAS NO JUDÔ: AS PERSPECTIVAS DE PAIS, PROFESSORES E PRATICANTES
PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA, CURRÍCULO E FORMAÇÃO DOCENTE NA PARAÍBA
RELAÇÕES DE PODER NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
logo-azul_periodicoArtigo original Recebido em: 24/02/2023 Parecer emitido em: 03/03/2023
A PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT EM ATLETAS UNIVERSITÁRIOS
THE PREVALENCE OF BURNOUT SYNDROME IN COLLEGE ATHLETES
Roselane de Almeida Paula¹
João Vitor Figueiredo Favacho¹
Higson Rodrigues Coelho²
Renêe de Caldas Honorato³
Daniel Alvarez Pires⁴
¹Universidade Federal do Pará, UFPA, Campus de Castanhal, Pará, Brasil
²Universidade do Estado do Pará, UEPA, Belém, Pará, Brasil
³Grupo de Pesquisa em Esportes e Desempenho Humano (GOHAN) - Universidade do Estado do Pará, UEPA, Bélem, Pará, Brasil.
⁴Universidade Federal do Pará, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, PPGCMH/UFPA, Belém, Pará, Brasil
RESUMO
A síndrome de burnout no esporte é caracterizada pelas dimensões exaustão física e emocional, desvalorização esportiva e reduzido senso de realização esportiva. Atletas universitários podem estar expostos à síndrome pela necessidade de conciliar as funções acadêmicas e esportivas. Os objetivos do presente estudo foram: a) mensurar a prevalência de burnout; e b) verificar o efeito da variável sexo na prevalência de burnout. Participaram do estudo 126 atletas universitários de esportes coletivos (n=78 homens e n=48 mulheres), com idade média de 22,47 ± 3,92 anos. Todos competiram naSuperliga Universitária do Pará. Foram utilizados o Questionário de Burnout para Atletas (QBA) e um questionário sociodemográfico. Para a análise de dados foram utilizadas a estatística descritiva e o teste Qui-Quadrado por meio do software JAMOVI, versão 2.2.5. Foi utilizado o teste de contingência V de Cramer para a verificação do tamanho do efeito. O índice de significância adotado foi p<0,05. Quanto à prevalência de burnout, mais da metade dos atletas universitários (65,0%) não apresentam a síndrome. Porém, menores parcelas apresentam burnout em níveis leves (28,6%), moderados (4,8%) e graves (1,6%). Homens apresentam menor prevalência da síndrome (p<0,05), porém o tamanho de efeito foi pequeno (V de Cramer= 0,251). Embora a maioria dos atletas não apresentem burnout, as menores parcelas que apresentam algum grau da síndrome necessitam de atenção, devido às possíveis consequências negativas para a saúde e o desempenho. Embora o tamanho do efeito tenha sido pequeno, profissionais do esporte universitário devem estar atentos às singularidades psicossociais das mulheres atletas.
Palavras-chave: Esgotamento. Estudantes. Esporte. Saúde Mental.
ABSTRACT
Burnout in sports is characterized by three dimensions: physical and emotional exhaustion, sporting devaluation, and reduced sense of sporting achievement. College athletes may be exposed to the syndrome when they need to juggle academic and sports activities. The objectives of the present study consisted of: a) to measure the prevalence of burnout; and b) to verify the effect of the gender variable on the prevalence of burnout. The study included 126 college athletes from team sports (n=78 men and n=48 women) (22.47 ± 3.92 years old) who competed in the Superliga Universitária do Pará. Athletes answered the Brazilian version of the Athlete Burnout Questionnaire (ABQ) and a sociodemographic questionnaire. For data analysis, descriptive statistics were used. Also, the chi-square test was applied. The Cramer’s V contingency test was adopted for the effect’s size measurement. The significance index adopted was p<0.05 and the statistical package used was JAMOVI software, version 2.2.5. It was identified that more than half of college athletes (65.0%) do not have burnout to any degree. However, smaller portions have burnout at mild (28.6%), moderate (4.8%) and severe levels (1.6%). Men have a lower prevalence of the syndrome (p<0.05), but the effect size of the correlation was small (Cramer’s V= 0.251). Although most subjects do not show burnout, the smallest portions that do need attention, due to the possible harm caused by the syndrome. Although the effect size was small, college sports professionals should be aware of the psychosocial uniqueness of female athletes.
Keywords: Exhaustion. Students. Sport. Mental Health.
INTRODUÇÃO
O ambiente universitário apresenta situações particulares relacionadas ao processo de formação humana, pois é a fase em que estudantes se preparam para o desenvolvimento ou o aperfeiçoamento da carreira profissional. Dentro desse contexto, o esporte universitário se apresenta como uma manifestação social por uma parcela da comunidade acadêmica. Nesse cenário, pode ocorrer uma sobrecarga relacionada às exigências de cumprimento das demandas acadêmicas e esportivas. Diante dessa realidade, o fracasso em lidar com tais exigências pode resultar em consequências prejudiciais aos estudantes/atletas. Assim, a síndrome de burnout pode se manifestar nessa população.
O conceito de burnout mais aceito é baseado em um modelo tridimensional, que entende a síndrome a partir de três dimensões. A primeira é a exaustão emocional, caracterizada por sentimentos de extrema fadiga mental, enquanto as outras duas dimensões dizem respeito às atitudes de insatisfação e negatividade ligadas diretamente ao trabalho de um indivíduo. A despersonalização é a segunda dimensão, associada aos sentimentos de frieza e indiferença em relação aos clientes/pacientes. A terceira dimensão é o reduzido senso de realização pessoal, definida como o sentimento de insatisfação e frustação de si mesmo por meio de autoavaliações negativas, como sentimentos de competência e ausência de sucesso em suas ações (RAEDEKE, 1997).
Por se tratar de um contexto permeado por situações de competitividade, cobranças e estresse, o burnout também passou a ser investigado no ambiente esportivo. Entretanto, as dimensões da síndrome passaram por alguns ajustes de nomenclatura e significado, pois o esgotamento do atleta precisa ser entendido a partir do seu desempenho esportivo, que é o elemento central do esporte (RAEDEKE, 1997). Dessa forma, a exaustão emocional passou a ser entendida como a presença da exaustão física e emocional, advindas de situações do treinamento e competições. O reduzido senso de realização esportiva passou a ser caracterizado por sentimentos de ineficácia e descontentamento com suas próprias habilidades e conquistas no esporte. Por fim, a despersonalização passou a ser entendida como desvalorização esportiva, dimensão que apresenta como pontos de foco os sentimentos negativos em relação ao esporte, a perda de interesse e o distanciamento da modalidade (RAEDEKE; SMITH, 2001). Dois dos principais modelos teóricos do burnout no esporte são o modelo Cognitivo-Afetivo (SMITH, 1986) e a Teoria do Comprometimento (RAEDEKE, 1997).
No modelo Cognitivo-Afetivo (SMITH, 1986), o burnout é entendido como uma resposta ao estresse crônico que afeta os componentes psicológicos, comportamentais e físicos dos indivíduos. O seu desenvolvimento acontece ao longo do tempo por meio de interações complexas entre as características pessoais e ambientais. A principal característica do burnout é o baixo envolvimento e, em casos mais graves, o afastamento de uma atividade que antes era prazerosa. Dessa forma, o simples afastamento de uma atividade para a prática de outra nem sempre é devido ao esgotamento, pois o burnout se configura quando o atleta se distancia do esporte devido ao alto estresse causado pelos treinamentos e competições.
Esse esgotamento apresenta quatro estágios ao atingir atletas. No primeiro, surgem as demandas e obrigações ligadas ao desempenho, como a conciliação das vidas pessoal e esportiva, e o excesso de treinamentos e pressões por parte de terceiros. No segundo, o processo é denominado de avaliação cognitiva, na qual os atletas avaliam essas demandas e consideram os recursos que possuem para lidar com as exigências. O terceiro estágio acontece quando as demandas estão além dos recursos que o atleta possui, causando danos fisiológicos e psicológicos, como tensão, ansiedade e insônia. Por fim, o último estágio é o esgotamento, que atua como uma resposta a essas situações (CHYI et al., 2018).
Na Teoria do Comprometimento (RAEDEKE, 1997), o burnout é entendido como algo além do estresse crônico, embora seja considerado como uma das causas. Nessa teoria, o ponto central consiste no antagonismo entre o comprometimento e o aprisionamento em relação ao esporte. Os atletas aprisionados ao esporte são mais suscetíveis ao burnout, pois não estão mais atraídos pela prática esportiva, em razão dos altos custos investidos e das baixas recompensas adquiridas ao longo da carreira. Esses atletas continuam no esporte por terem investido demais