FunMetEnsCieNat U1
FunMetEnsCieNat U1
FunMetEnsCieNat U1
FUNDAMENTOS E MÉTODOS
DO ENSINO DAS CIÊNCIAS
DA NATUREZA
Batatais
Claretiano
2014
© Ação Educacional Clare ana, 2014 – Batatais (SP)
Trabalho realizado pelo ClareƟano - Centro Universitário
Cursos: Graduação
Fundamentos e Métodos do Ensino das Ciências da Natureza
Versão: ago./2014
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CRC
Conteúdo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Histórico do Ensino de Ciências. Concepção de Ciências. Ciência, Tecnologia e
Sociedade. Ciências Naturais e cidadania. Concepções epistemológicas no En-
sino de Ciências. Ensino e aprendizagem das Ciências Naturais. Ensino de Ciên-
cias na Educação Infantil. Pressupostos dos conhecimentos sobre a natureza e
sociedade na Educação Infantil. Ensino de Ciências no Ensino Fundamental.
Ciências Naturais no primeiro e segundo ciclo. Estratégias e recursos didáticos
no Ensino de Ciências.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo!
Você iniciará o estudo de Fundamentos e Métodos do Ensino
das Ciências da Natureza, que é uma das obra que compõem o
curso de Licenciatura em Pedagogia e que será desenvolvida na
modalidade EaD. Descobriremos, juntos, todos os procedimentos
necessários para a sua iniciação neste estudo.
Ao iniciar este estudo, você precisará acompanhar as aulas
com dedicação, administrar bem seu tempo, interagir constante-
8 © Fundamentos e Métodos do Ensino das Ciências da Natureza
mente com seus tutores e colegas de curso, para, assim, ficar sem-
pre atualizado não só com o conteúdo desta obra, mas também
com as discussões.
O Ensino de Ciências Naturais é espaço privilegiado para
as diferentes explicações sobre o mundo, os fenômenos da natu-
reza e as transformações produzidas pelo homem, podendo ser
expostos e comparados. É espaço de expressão das explicações
espontâneas dos alunos e daquelas oriundas de vários sistemas
explicativos. Contrapor e avaliar diferentes explicações favorece
o desenvolvimento de postura reflexiva, crítica, questionadora e
investigativa, de não aceitação, a priori, de ideias e informações.
Possibilita a percepção dos limites de cada modelo explicativo, in-
clusive dos modelos científicos, colaborando para a construção da
autonomia de pensamento e ação.
Não consideraremos o Ensino de Ciências como um ensino
propedêutico, voltado para uma aprendizagem efetiva em mo-
mento futuro. A criança não é cidadã do futuro, mas já é cidadã
hoje, e, nesse sentido, conhecer ciência é ampliar a sua possibi-
lidade presente de participação social e viabilizar sua capacidade
plena de participação social no futuro.
É importante ressaltar que a obra de Fundamentos e Mé-
todos do Ensino das Ciências da Natureza mostrará que a ciência
escolar não é a mesma ciência dos cientistas, pois a ciência é uma
atividade criadora, complexa, que tem o objetivo de esclarecer,
descrever e prever. Para isso, a pesquisa científica exige uma inte-
ligência lúcida, disciplina, observação, paciência, perseverança e
retidão. Como diferenças entre a ciência "do cientista" e a escolar
poderiam ser abordados fatores com maior contato com o mundo
do professor. Um exemplo bem simples seria o grau de complexi-
dade e aplicabilidade bem distintos entre os "duas ciências".
Durante esse estudo, você irá desenvolver uma postura in-
vestigativa e reflexiva diante do corpo de teorias que serão trata-
das em Fundamentos e Métodos do Ensino das Ciências da Natu-
© Caderno de Referência de Conteúdo 9
Abordagem Geral
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será es-
tudado. Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade.
Esta Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento bá-
sico necessário, a partir do qual você possa construir um referen-
cial teórico com base sólida – científica e cultural –, para que, no
futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência
Glossário de Conceitos
O Glossário permite a você uma consulta rápida e precisa
das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio
dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento
dos temas tratados nesta obra. Veja a seguir a definição dos prin-
cipais conceitos:
1) Ação didática: "[...] refere-se à relação entre o aluno e a
matéria, com o objetivo de apropriar-se dela com a me-
diação do professor" (LIBÂNEO, 1994, p. 55).
© Caderno de Referência de Conteúdo 15
PedagogiaTradicional(LDB4.024/61)Ͳ Transmitirinformaçõesatualizadas
HistóricodoEnsino
EnsinodeCiências
PedagogiaTecnicista(Lei5.692/71) Vivenciarométodocientífico
deCiências
PedagogiaConstrutivista(LDB9394/96 Pensarlógicaecriticamente
Ciências da Natureza
PedagogiaHistóricoͲcrítica(Anos2000) Analisarimplicaçõessociaisdo
desenvolvimentocientíficoetecnológico
PrincípiosMetodológicos
doEnsinodeCiências ObjetivodoEnsinodeCiências (Ed.Infantil)– NaturezaeSociedade
Compreender,observareinvestigaromeio RCNEI(ReferencialCurricularNacional EDUCAÇÃOINFANTIL
naturalpormeiodacuriosidadee daEducaçãoInfantil)
OBJETIVOS
ObjetivodoEnsinodeCiências (Ensino
Fundamental)–Compreenderomundoeatuar CiênciasNaturais
PCNs(ParâmetrosCurriculares
ENSINOFUNDAMENTAL
comoindivíduoecomocidadão,utilizando
conhecimentoscientíficosetecnológicos. Nacionais)
Trêsgrandesacepçõesintegradasecomplementaressão:
ConceituaiseFactuais ͲConjuntoconceitual;
CORPODE ͲFormadeproduçãodeconhecimentos
CONTEÚDOS Procedimentais
CONHECIMENTOS ͲModalidadedevínculocomosaberesuaprodução.
Atitudinais
1) Ambiente;2)SerhumanoeSaúde;
BlocosTemáticos
3)RecursosTecnológicos;4)TerraeUniverso
Problematização; Busca de informações em fontes variadas; Observação; Experimentação;
ESTRATÉGIASDIDÁTICAS Leitura de textos informativos; Sistematização de conhecimentos; Ensino com pesquisa; Aula
expositivadialogada;Dramatização;Seminário;Estudodomeio;PesquisadecampoeProjetos.
PROCEDIMENTOS
© Caderno de Referência de Conteúdo
DIDÁTICOS Laboratório;Audiovisual;Jogos;Portfólio;Livrodidático.
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas ques-
tões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados. Responder,
discutir e comentar essas questões e relacioná-las com a prática
do ensino de História podem ser uma forma de você medir o seu
conhecimento, de ter contato com questões pertinentes ao assun-
to tratado e de lhe ajudar na preparação para a prova final, que
será dissertativa. Mais ainda: é uma maneira privilegiada de você
adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a um olhar mais apurado da educa-
ção como processo de emancipação do ser humano. Procure ficar
atento às explicações teóricas, práticas (do senso comum) e cien-
tíficas presentes nos meios de comunicação, e partilhe com seus
colegas seus comentários. Ao compartilhar o que observamos com
outras pessoas, temos a oportunidade de perceber o que nós ainda
não sabemos, aprendendo a ver e notar o que não tínhamos perce-
bido antes, desenvolvendo, assim, discriminações. Observar é, por-
tanto, uma capacidade que nos impele à maturidade.
© Caderno de Referência de Conteúdo 25
3. BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CAMPOS, M. C. C.; NIGRO, R. G. Didática de Ciências: o ensino-aprendizagem como
investigação. São Paulo: FTD, 1999.
POZO, J. I. (Org.). A solução de problemas nas Ciências da Natureza. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1998.
WEISSMANN, H. (Org.). Didática das Ciências Naturais: contribuições e reflexões. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1998.
4. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALVES, N. (Org.). Formação de professores de ciências: pensar e fazer. São Paulo: Cortez,
1993. (Série Questões de Nossa Época.)
ANASTASIOU, L. G. C.; ALVES, L. P. (Org.). Processos de ensinagem na universidade:
pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 8 .ed. Joinville: Univille, 2009.
ARAÚJO, U. F. Temas transversais e a estratégia de projetos. São Paulo: Moderna, 2003.
ARRIBAS, S. D. Experiências de Física ao alcance de todas as escolas. Rio de Janeiro:
Ministério da Educação/FAE, 1988.
ASTOLFI, J.-P.; DEVELAY, M. A didática das ciências. Tradução de Magda Sento Sé Fonseca.
8. ed. Campinas: Papirus, 2003. AUSUBEL, D. et al. Psicologia educacional. Rio de Janeiro:
Interamericana, 1980.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais. 2. ed. Brasília: DP&A, 2000. v. 4.
BUSQUETS, M. D et al. Temas transversais em educação: bases para uma formação
integral. Tradução de Cláudia Schilling. 2. ed. São Paulo: Ática, 1998.
CARRAHER, T. N. (Org.) Aprender pensando: contribuições da psicologia cognitiva para a
educação. Petrópolis: Vozes, 1993.
CARVALHO, A. M. P. Formação de professores de ciências: tendências e inovações. 3. ed.
São Paulo: Cortez, 1998.
CAMPOS, M. C. C.; NIGRO, R. G. As linguagens da Física. São Paulo: Ática, 1990.
______. O céu. São Paulo: Ática, 1993.
CAMPOS, M. C. C.; NIGRO, R. G. Didática das Ciências: o ensino-aprendizagem como
investigação. São Paulo: FTD, 1999.
COLL, C.; MARTÍN, E. et al. Aprender conteúdos & desenvolver capacidades. Porto Alegre:
Artmed, 2004.
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos
e métodos. São Paulo: Cortez, 2003.
RACALANZA, H. et al. O Ensino de Ciências no 1º Grau. São Paulo: Atual, 1986.
GALLIANO, A. G. O método científico : Teoria e Prática. São Paulo: Harbra, 1986.
GASPAR, A. Experiências de Ciências para o 1º Grau. São Paulo: Ática, 1995.
GRESSLER, L. A. Pesquisa educacional. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1989.
HENNIG, G. J. Metodologia do Ensino de Ciências. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1994.
HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na Educação: os projetos de trabalho. Tradução
de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
HERNANDEZ, F; VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de trabalho: o
conhecimento é um caleidoscópio. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. 5. ed. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1998.
JOULLIÉ, V.; MAFRA, W. Didática das ciências através de módulos instrucionais. Petrópolis:
Vozes, 8. ed, 1993.
KINDEL, E. A. I.; SILVA, F. W.; SAMMARCO, Y. M. (Orgs.). Educação ambiental: vários
olhares e várias práticas. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 2006.
© Caderno de Referência de Conteúdo 27
1
1. OBJETIVOS
• Conhecer o histórico das tendências pedagógicas predo-
minantes no Ensino de Ciências.
• Caracterizar o conhecimento científico e tecnológico
como atividades humanas de caráter histórico.
• Desenvolver a evolução histórica do Ensino de Ciências
norteando-se pelas Legislações Educacionais do Brasil.
2. CONTEÚDOS
• Histórico do Ensino de Ciências.
• Pedagogia Tradicional, a Lei de Diretrizes e Bases nº
4.024/61 e o Ensino de Ciências.
• Pedagogia Tecnicista, Lei nº 5.692/71 e o Ensino de Ciências.
• O Construtivismo e o Ensino de Ciências.
30 © Fundamentos e Métodos do Ensino das Ciências da Natureza
John Dewey
John Dewey graduou-se pela Universidade do Vermont em
1879 e exerceu as funções de professor do secundário du-
rante dois anos, tempo em que desenvolveu um profundo in-
teresse por Filosofia. Em Setembro de 1882 deixou o ensino
e retornou à universidade para estudar Filosofia, na Univer-
sidade Johns Hopkins, onde obteve o doutoramento. Dewey
exerceu a função de professor de Filosofia na Universidade
de Michigan. Três anos mais tarde (1887), publicava o seu pri-
meiro livro, Psychology, no qual propunha um sistema filosófi-
co que conjugava o estudo científico da Psicologia com a filo-
sofia idealista alemã. Esse livro foi importante para o passo seguinte da carreira
de Dewey: o cargo de professor de Filosofia Mental e Moral na Universidade de
Minnesota, que assumiu em 1888. Depois regressou à Universidade de Michigan
para se tornar chefe do Departamento de Filosofia. Em 1894, no entanto, saiu de
Michigan para a recém-criada Universidade de Chicago, onde em breve passava
a liderar o departamento de Filosofia e o departamento de Pedagogia, criado por
sua sugestão. Depois de problemas graves na política interna do Departamento
de Educação da Universidade de Chicago, Dewey abandonou a instituição para
se ligar à Universidade de Columbia, em Nova Iorque, onde permaneceu até o
fim da sua carreira no ensino, em 1930. Continuou, no entanto, a ensinar como
Professor Emérito até 1939, e continuou a escrever e a intervir socialmente até
às vésperas da morte. Entre suas obras, destacam-se The School and Society
(A Escola e a Sociedade, 1889) e Experience and Education (Experiência e Edu-
cação, 1938).
Seu ideário criticava a "educação para a instrução" defendida por Herbart; com
isso, constata-se que fazia oposição às ideias apresentadas pela tendência tra-
dicional. Era contrário a escola como um local de transmissão de conhecimento
e propunha uma educação mais ativa no que se refere ao desenvolvimento da
criança, partindo da experiência, da vivência do aluno em seu meio social. Esse
importante filósofo acreditava na democracia e liberdade de pensamento como
instrumentos para desenvolver os indivíduos num todo, considerando o cresci-
mento físico, emocional e intelectual. Dewey, influenciado pela vertente prag-
matista, criou uma escola-laboratório para testar métodos pedagógicos. Ele se
preocupava em desfazer a dicotomia teoria-prática, pois acreditava que a teoria
só se faz quando é possível ser aplicada. Algumas de suas concepções são en-
fatizadas até hoje: valorizar a capacidade de pensar dos alunos, preparando-os
para questionar a realidade; o aprendizado se dá compartilhando experiências,
em um ambiente democrático e com liberdade para pensar; promover situações
de cooperação e intercâmbio entre os alunos; propor para os alunos problemas
reais, para que eles estejam em constante experimentação; a escola não só deve
preparar para a vida, promovendo o constante desenvolvimento, mas ser a pró-
pria vida; a experiência educativa reflexiva resulta em novos conhecimentos; os
conteúdos escolares devem ser propostos na forma de questões ou problemas;
reflexão e ação são parte de um todo indissociável; o educador deve descobrir
os verdadeiros interesses da criança, para que, apoiando-se nesses interesses,
possa propor verdadeiras experiências de aprendizagem (Imagem e texto dispo-
níveis em: <http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2002/08/15/000.htm>.
Acesso em: 11 abr. 2014).
Rheta DeVries
Rheta DeVries é ph.D. em Psicologia, diretora do Regent’s
Center para o Desenvolvimento Educacional e, também, pro-
fessora de Currículo e Instrução da Universidade do Norte de
Iowa, EUA. DeVries é coautora, entre outros livros, de A ética
na Educação Infantil (1997) e O conhecimento físico na edu-
cação préescolar (2000), ambos editados pela editora Artes
Médicas (Imagem e texto adaptado disponíveis em: <http://
www2.education.uiowa.edu/html/iae/Pages/bio-devries.
html>. Acesso em: 20 jun. 2014).
Jean Piaget
Jean Piaget (1896 - 1980) foi um teórico da educação e
psicólogo suíço, considerado um dos maiores no segmento
da educação no século 20. Foi o fundador da epistemologia
genética, cujo estudo central é a investigação da gênese e
desenvolvimento psicológica do pensamento humano (Imagem
disponível em: <http://1sadieparish.wordpress.com/2013/10/24/
jean-piaget-stages-of-cognitive-development/>. Acesso em: 20
jun. 2014. Texto disponível em: <http://www.e-biografias.net/
jean_piaget/>. Acesso em: 16 jun. 2014).
tos, Skinner inventou um aparelho que, depois de passar por modificações, é hoje
muito conhecido e utilizado nos laboratórios de Psicologia, chamado como "caixa
de Skinner". Influenciado pelos trabalhos de Pavlov e Watson, Skinner passou a
estudar o comportamento operante, desenvolvendo intensa atividade no estudo da
psicologia da aprendizagem. Esses estudos levaram-no a criar os métodos de en-
sino programado, que podem ser aplicados sem a intervenção direta do professor,
através de livros, apostilas ou mesmo máquinas (Imagem disponível em: <http://
www.visualphotos.com/image/1x3745155/burrhus_frederic_skinner_burrhus_fre-
deric_skinner>. Acesso em: 20 jun. 2014. Texto disponível em: <http://www.peda-
gogiaemfoco.pro.br/per07.htm>. Acesso em: 11 abr. 2014).
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Quero saber quantas estrelas tem no céu
Quero saber quantos peixes tem no mar
Quero saber quantos raios tem o sol
("Ciranda do amor", de João da Guabiraba e Edson Vieira, interpre-
tada por Lia de Itamaracá).
Figura 1 Escola-laboratório.
Década de 1970
Na década de 1970, a partir da promulgação da Lei nº
5.692/71, o Ensino de Ciências Naturais passou a ser obrigatório
nas oito séries do primeiro grau.
Nesse período, a preocupação se voltou para um modelo
de ensino ajustado ao uso do método científico, infundido pelas
teorias behavioristas da aprendizagem e da abordagem sistêmica
do ensino, ficando conhecido como "tecnicismo educacional" ou
"tendência tecnicista".
© U1 - Ciência, Tecnologia e Sociedade 41
Década de 1980
No início dos anos oitenta, a abertura política decorrente do
final do regime militar possibilitou a mobilização dos educadores
em busca de uma escola mais crítica e mais participativa nas trans-
formações sociais, econômicas e políticas, com o intuito de melho-
res condições sociais.
© U1 - Ciência, Tecnologia e Sociedade 45
Década de 1990
No início da década de noventa, o Brasil, juntamente com nove
países em desenvolvimento de maior contingente populacional do
mundo, participou da Conferência Mundial de Educação para Todos.
Dessa conferência originaram-se algumas propostas pedagó-
gicas reveladas na Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/ 96, que evi-
denciou a necessidade de tornar universal o Ensino Fundamental.
Década de 2000
No Brasil, a pedagogia histórico-crítica foi idealizada pelo
educador brasileiro Dermeval Saviani, que inicia o processo de di-
vulgação desta pedagogia com a publicação do livro Escola e de-
6. TEXTOS COMPLEMENTARES
Acreditamos ser importante salientar que a visão de Ciên-
cia a ser difundida entre os alunos da Educação Básica deva ter a
perspectiva de provisoriedade e incerteza diante das constantes
pesquisas e inovações científicas e tecnológicas presentes em na
sociedade contemporânea. Dessa forma, contamos com o artigo
de Eduardo Fleury Mortimer e Wildson Luiz Pereira dos Santos,
publicado na Revista Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências,
menciona que os diversos ensinos de CTS (MORTIMER; SANTOS,
2010, p. 1)
deveriam apontar para o caráter provisório e incerto das teorias
científicas. Com tal compreensão, os alunos poderiam avaliar as
aplicações da ciência, levando em conta as opiniões controvertidas
dos especialistas. Ao contrário, com uma visão de ciência como algo
© U1 - Ciência, Tecnologia e Sociedade 57
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar as
questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você
testar seu desempenho. Se você encontrar dificuldade em responder
a essas questões, procure revisar os conteúdos estudados para sanar
as suas dúvidas. Este é um momento ideal para que você faça uma
revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Educação a Distância, a
construção do conhecimento ocorre de forma cooperativa e colabo-
rativa; compartilhe, portanto, as suas descobertas com seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Como ocorreu a evolução de Ensino de Ciências ao longo dos tempos?
2) Como trabalhar o Ensino de Ciências na perspectiva construtivista?
3) O que ocorreu com o Ensino de Ciências a partir da década de 1960?
4) Na década de 1970, a partir da promulgação da Lei nº 5.692/71, o Ensino de
Ciências Naturais passou a ser obrigatório nas oito séries do primeiro grau.
Nesse período, a preocupação se voltou para um modelo de ensino ajustado
no uso do método científico, que foi infundido pelas teorias behavioristas da
aprendizagem e da abordagem sistêmica do ensino e ficou conhecido como
"tecnicismo educacional" ou "tendência tecnicista".
Explique como o Ensino de Ciências foi idealizado segundo a tendência tecnicista.
© U1 - Ciência, Tecnologia e Sociedade 59
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) O Ensino de Ciências foi passando por grandes evoluções ao longo dos tem-
pos oriundas da revolução científica e tecnológica que temos passado. Na
década de 1950, os objetivos do Ensino de Ciências era transmitir informa-
ções atualizadas; em 1960 e 1970, o objetivo estava voltado para que os
alunos vivenciassem o método científico; já em 1980 e 1990, o Ensino de
Ciências começou ser movido pela necessidade de pensar lógica e critica-
mente; nos anos 2000 e 2010, houve a necessidade de estudar Ciências pau-
tando-se na análise das implicações sociais do desenvolvimento científico e
tecnológico.
8. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, vimos que historicamente o Ensino de Ciên-
cias privilegiou diferentes possibilidades de explicações sobre o
mundo, os fenômenos da natureza e as transformações produzi-
das pelo homem, podendo ser apresentadas, comparadas e con-
frontadas em diferentes perspectivas e momentos históricos.
O nosso objetivo ao apresentar esse panorama histórico é a evi-
dência que o professor precisa ter claro qual a fundamentação teórica
que sustenta a sua prática pedagógica, ou seja, qual a tendência peda-
gógica escolhida pelo professor para atuar em sala de aula.
As reflexões a respeito dessas questões são relevantes para
que se esclareça o pressuposto pedagógico que permeia a prática
pedagógica, na tentativa de ter coerência entre o que se pensa
estar fazendo como professor e o que realmente se faz.
Além disso, o Ensino de Ciências deve apresentar aos nos-
sos alunos os fenômenos científicos, deixando que eles formulem
hipoteticamente suas definições e interpretações, a fim de com-
preender de forma mais contextualizada a Ciência que se faz pre-
sente no mundo que os cercam.
Consideramos que a Educação Básica não pode ensinar
Ciências como algo fragmentado e enciclopédico, voltado apenas
para compreender conteúdos ou conceitos estanques e tratados
de forma descontextualizada. Dessa forma, o indivíduo que está
em processo de aprendizagem não está sendo tratado como um
cidadão que deva entender os fenômenos científicos para ampliar
suas possibilidades de participação plena e inserção social em con-
textos futuros.
Para que você compreenda melhor a linha do tempo deli-
neada nesta unidade, apresentamos a seguir o Quadro 1 traçando
um panorama histórico sobre a evolução do Ensino de Ciências:
Guerra
Situaçãomundial GuerraFria Criseenergética Problemasambientais Globalização
tecnológica
FormarcidadãoͲ
Formar
trabalhadorpara
Objetivosdoensino Formarelite Formarcidadão Preparartrabalhador cidadãoͲ
prosseguirseus
trabalhador
estudos
Políticasde PCNs(Parâmetros
organizaçãodo Programasrígidos Propostascurricularesestaduais Curriculares
currículo Nacionais)
Influências
Comportamentalismo
preponderantesno EscolaNova Tradicional Cognitivismo HistóricoͲcrítica
+Cognitivismo
ensino
Evolução
Atividadeneutra
VisãodaCiênciano histórica Produtodecontextoeconômico,político, Atividadecom
enfatizando
currículodaescola enfatizandoo socialedemovimentosintrínsecos implicaçõessociais
produtos
processo
Laboratórios +
Jogosesimulações;
Metodologia Laboratório discussõesde
Resoluçãodeproblemas;
recomendada (aulaspráticas) pesquisa
Jogos:exercíciosnocomputador
(projetos)
9. EͳREFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Escola-laboratório. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/img/
historia/022-dewey-02.jpg>. Acesso em: 14 abr. 2014.
Figura 2 Sala de aula tradicional. Disponível em: <http://www.experimentum.org/blog/
wp-content/uploads/2010/03/Sala-de-Aula.jpg>. Acesso em: 14 abr. 2014.
Figura 3 Avanços Tecnológicos. Disponível em: <http://www.jornaldaciencia.org.br/
charges.jsp>. Acesso em: 14 abr. 2014.
Sites pesquisados
ARGENTO, H. Teoria sócio-construtivista ou sócio-histórica. Disponível em: <http://www.
robertexto.com/archivo1/socio_construtivista.htm>. Acesso em: 14 abr. 2014.
KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. São Paulo em
Perspectiva, São Paulo, v. 14, n. 1, jan./mar. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392000000100010&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso em: 14 abr. 2014.
© U1 - Ciência, Tecnologia e Sociedade 63