Correntes de Pensamento Das Ciências Sociais e Humanas
Correntes de Pensamento Das Ciências Sociais e Humanas
Correntes de Pensamento Das Ciências Sociais e Humanas
Artigo de Reviso
Gabrielle Francinne de S. C. Tanus
Doutora em Cincia da Informao
Bibliotecria do Sistema de Bibliotecas
Universidade Federal de Minas Gerais
[email protected]
Resumo
O conhecimento cientfico apresenta certas caractersticas que as distingue dos demais tipos de conheci-
mentos. A historicidade das cincias revela, tambm, certas particularidades, com nfase, neste trabalho,
nas Cincias Sociais e Humanas. Objetiva-se, assim, expor de maneira sucinta a histria das cincias e os
aspectos que qualificam o conhecimento cientfico, para, posteriormente, apresentar as correntes de pen-
samento e algumas produes da Biblioteconomia que buscaram um enlace com as Cincias Sociais e
Humanas. So mltiplas as possibilidades de dilogos da Biblioteconomia com as diversas correntes de
pensamento das Cincias Sociais e Humanas. Espera-se ter contribudo para iluminar a insero da Biblio-
teconomia dentro dessa classificao mais ampla de Cincias Sociais. Esse esforo de aproximao da
Biblioteconomia com as correntes de pensamento pode fortalecer o modelo terico-epistemolgico deste
campo cientfico. Deseja-se que mais trabalhos sejam realizados nessa direo de convocar os estudos
tericos e conceituais do campo da Biblioteconomia em dilogo com as Cincias Sociais e Humanas.
Palavras-chave
Biblioteconomia. Conhecimento cientfico. Cincias Sociais e Humanas.
Giddens (2008), na esteira dos clssicos: quando se relaciona com a prpria compre-
Durkheim, Marx e Weber, apresenta as enso ou dimenso da Biblioteconomia co-
perspectivas sociolgicas mais influentes: o mo um campo cientfico. Os estudos quanti-
funcionalismo; a perspectiva do conflito; e a tativos ou bibliomtricos que buscam mape-
perspectiva da ao social. Collins (2009) se ar e delinear a produo das temticas e dos
refere a quatro tradies: a tradio do con- mtodos de pesquisa da rea apontam a pre-
flito; a tradio racional-utilitarista; a tradio dominncia de pesquisas empricas e prti-
durkheimiana; e, por fim, a tradio microin- cas, voltadas para a soluo de problemas
teracionista. profissionais e/ou de cunho imediato, tendo
As autoras Quintaneiro, Barbosa e um nmero reduzido os estudos voltados
Oliveira (2009) discorrem a partir dos clssi- para o prprio campo (DELGADO LO-
cos: Durkheim, Marx e Weber, que so con- PEZ-COZAR, 2002). Dentre os trabalhos
siderados os principais representantes do selecionados intencionalmente para expor,
positivismo, marxismo e da sociologia com- neste momento, esse dilogo (Biblioteco-
preensiva respectivamente. Sell (2009) tam- nomia & Cincias Sociais e Humanas) esto:
bm elege os clssicos Durkheim, Marx e Mostafa (1986); Serqueira Ortiz (1988); San-
Weber e define trs epistemologias: a epis- der (1989); Mostafa, Lima e Maranon (1992);
temologia marxista/dialtica; positivis- Castro (1995); Silva e Silva (2010); e, Arajo
ta/naturalista; e weberiana/hermenutica. (2013, 2014)3. Nessa direo, vale a pena
Gil (2011) apresenta as seguintes correntes ainda destacar a tese Saberes cientficos da
de pensamento: a funcionalista; a dialtica; a Biblioteconomia em dilogo com as Cincias
interacionista simblica; e a construtivista Sociais e Humanas, que buscou analisar
estruturalista. Lallement (2008) tambm nove livros, sendo trs do Brasil, trs do
um dos autores que trabalham com as cor- Mxico e trs dos Estados Unidos da Am-
rentes de pensamento das Cincias Sociais e rica, discutindo o pensamento dos autores4
apresenta a seguinte sistematizao: Orde-
3 Outros livros e/ou produes poderiam ter sido
namento do social; Contradio do social; e,
Construo do social. Tais denominaes convocados, como, por exemplo: Biblioteconomia,
educao e sociedade (1993) de Francisco das
representam um conjunto de orientaes Chagas de Souza; Biblioteconomia: dimenso social
tericas semelhantes em razo de um estilo e educativa (1993), de Ftima Portela Cysne; os
de pensamento ou viso de mundo, que artigos de Maria das Graas Targino publicados no
tornam possvel esse agrupamento em torno livro Olhares e fragmentos: cotidianos da
daquelas trs correntes de pensamento das Biblioteconomia e Cincia da Informao (2006), os
livros de Jonathas Luiz Carvalho Silva, Uma anlise
Cincias Sociais e Humanas, as quais olham sobre a identidade da biblioteconomia:
para o macrossocial (as duas primeiras) e perspectivas histricas e objeto de estudo (2010) e
para o microssocial (terceira corrente). As Tpicos em Biblioteconomia e Cincia da
abordagens macro so assim denominadas Informao: epistemologia, poltica e educao
em virtude de olhar para um todo social, (2016). Outras produes nacionais e internacionais
podem e devem ser lidas e analisadas luz da
para as grandes estruturas e sistemas, por discusso com as Cincias Sociais e Humanas, mas
outro lado, as abordagens micro lanam luz devido s limitaes espaciais deste texto, optou-se
a pequenos grupos, aos indivduos, vistos nesse momento na seleo supracitada no texto,
como construtores das relaes sociais e deixando a via aberta para trabalhos futuros.
4 Os livros selecionados foram: BUTLER, Pierce.
simblicas.
Introduo a cincia da biblioteconomia. Rio de
Janeiro: Lidador, 1971. SHERA, Jesse H. Los
3 A BIBLIOTECONOMIA & AS CI- fundamentos de la educacion bibliotecologica.
NCIAS SOCIAIS E HUMANAS Mxico: UNAM, Centro universitario de
Investigaciones Bibliotecolgicas, 1990. LANKES,
Na Biblioteconomia no so nume- David. Expect more: melhores bibliotecas para o
mundo complexo. 2015. Traduo de Jorge do Prado.
rosos os estudos que buscam uma correlao (Estados Unidos da Amrica). FONSECA, Edson
entre este campo com as categorias de pen- Nery da. Introduo biblioteconomia. 2.ed.
samento das Cincias Sociais e Humanas, Braslia: Briquet de Lemos, 2007. MILANESI, Luiz.
Ordenar para desordenar: centros de cultura e
em conexo com as correntes das Cincias servadora de seu prprio objeto (MOSTA-
Sociais e Humanas, a saber: Ordenamento FA, 1986). Modelo este que busca ainda a
do Social; Contradio do Social e Constru- duplicao do real, como, por exemplo, as
o do Social. classificaes bibliogrficas que ilustram essa
Mostafa (1986) traz discusso jun- aproximao rpida e grosseira do que signi-
to, da Biblioteconomia duas correntes filos- fica a biblioteconomia positivista. A autora
ficas: neokantismo e o neopositivismo, sain- defende uma mesma postura epistemolgica
do, por fim, em defesa do marxismo. A dife- s cincias fsicas ou sociais, apoiada na m-
rena do neopositivismo para o positivismo xima de Marx de que s existe uma cincia:
a emergncia do policiamento sobre a lin- cincia da histria. Os conhecimentos dis-
guagem e sua significao como expresso tantes da dicotomia razo e experincia pas-
da produo cientfica, enquanto o neokan- sam a ser vistos como resultados da intera-
tismo busca diminuir a dicotonomia entre o o dos homens com a natureza e deve por
embate da razo como forma de conheci- isso mesmo ser sempre remetidos s rela-
mento dos racionalistas versus a experincia es de produo, isto , as relaes de so-
advinda dos empiricistas positivistas, que brevivncia dos homens s relaes de traba-
defendiam a experincia e a verificao fsica lho (MOSTAFA, 1986).
de seus enunciados como nica forma de Sequeira Ortiz (1988) defende que a
produo do conhecimento cientfico, tal Biblioteconomia diferente daquela exercida
como os fisicalistas do Crculo de Viena. nos sculos anteriores, contudo ainda carece
Para a autora, ambas as correntes nascidas de uma teoria do conhecimento que a fun-
em contraposio ao positivismo acabaram damente e possibilite maior compreenso
por eivar a razo e a experincia sensvel de dos bibliotecrios, de suas prticas, bem
um tempo e espao definidos e de categorias como das bases epistemolgicas da rea, do
como totalidade, historicidade e contradio, lugar da disciplina e sua relao com outras
proposta por Karl Marx. Assim, concebem disciplinas; entender a historicidade da Bi-
o objeto e o sujeito de forma esttica e im- blioteconomia fundamental para a sua pro-
vel, fixa, e nem um nem outro passam pelo jeo diante das mudanas, sobremaneira
seu ser-outro. O objeto entendido enquan- com o advento dos computadores e das tele-
to apenas objeto sem nada de subjetivo. comunicaes. Para tanto, a autora relaciona
Igualmente o sujeito entendido como uma quatro modelos/mtodos tericos das Cin-
razo formal sem nada ter de objetivo cias Sociais e Humanas com a Biblioteco-
(MOSTAFA, 1986, p. 188). nomia, os quais so: positivismo; crtico;
No sculo XIX, a Biblioteconomia estruturalismo; e, teoria geral dos sistemas.
na mesma direo das outras cincias que se Cada um desses modelos ocasionou na Bi-
inspiraram no modelo positivista para a au- blioteconomia uma maneira diferente de
tonomia diante do campo das cincias, cons- desenvolvimento da rea, inclusive de sua
tri seu objeto de estudo de modo positivo e aplicao em bibliotecas e posturas do pro-
fisicalista, o que a torna reacionria e con- fissional bibliotecrio.
Segundo a autora, j citada, o positi-
bibliotecas pblicas. So Paulo: Brasiliense, 1986. vismo foi a primeira teoria cientfica no
ALMEIDA JNIOR, Oswaldo Francisco de. campo das Cincias Sociais muito utilizada
Sociedade e Biblioteconomia. So Paulo: Polis, na Biblioteconomia, pelo menos at comea-
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rem as crticas sobre esse modelo, que era
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tividade reverberou na concepo da infor-
epistemolgicos de bibliotecologa. Mxico: mao como objeto externo ao usurio e no
UNAM, Centro universitario de Investigaciones bibliotecrio como um ser passivo, neutro
Bibliotecolgicas, 2010. (Mxico).
Sander (1989) revela que as produ- comum tomado por concreto. 4) o cogniti-
es cientficas da Biblioteconomia esto vismo e o psicologismo tm primazia sobre
imbricadas aos contextos de produes e, os processos histricos-sociais; 5) autonomia
naquele primeiro momento, as produes de absoluta (e no relativa) das instituies, dos
classificaes bibliogrficas coadunavam processos e dos indivduos. 6) concepo de
com o pensamento cientfico da poca. Po- homem como indivduo isolado e no como
rm essas aplicaes e pesquisas voltadas um conjunto de relaes sociais (MOSTA-
prtica acabaram por gerar uma falha na FA; LIMA; MARANON,1992). Embora,
estrutura terica da Biblioteconomia que, no esse estudo consiga aclarar as limitaes
sculo XX, passou a ser produzida de modo dessa abordagem no campo das Cincias
mais reflexivo, sistemtico e com efeitos Sociais e Humanas, em particular, nos estu-
mais generalizantes como quer a cincia. dos desenvolvidos na Biblioteconomia, Lima
No obstante, um dos obstculos da Biblio- (1994, p. 12) aponta que O silncio existen-
teconomia est relacionado continuidade te na Biblioteconomia impressiona. Inexiste
de novas produes ou mesmo ao aprofun- qualquer discusso em Biblioteconomia,
damento de produes anteriores realizadas, onde o autor analisa conceitos como empi-
assim como a falta de clareza da teoria da rismo, funcionalismo, sistemismo e dialti-
Biblioteconomia como rea cientfica ca, salvo algumas excees, como os traba-
(SANDER, 1989). lhos de Mostafa, em especial, a tese Epis-
Mostafa, Lima e Maranon (1992) temologia da Biblioteconomia de 1985.
trabalham com o conceito de paradigma na Nessa direo, Castro (1995) critica
Biblioteconomia e na Cincia da Informa- os estudos realizados na Biblioteconomia, os
o, com destaque para o funcionalismo e quais em grande parte seguem o paradigma
behaviorismo, os quais se aproximam, res- da simplificao, limitando-se a uma descri-
pectivamente, da Sociologia e da Psicologia, o e anlise de dados quantitativos. Esse
constituindo-se em dois aportes tericos e modelo influenciado pelas vertentes clssicas
prticos ao desenvolvimento de pesquisas na das Cincias sociais, como o marxismo or-
rea. Essas duas correntes de pensamento todoxo, positivismo e funcionalismo rever-
so absorvidas pela Biblioteconomia e Cin- bera na Biblioteconomia com pesquisas que
cia da Informao na sua vertente biolgica, procuram responder uso ou no da cole-
que enxerga a sociedade e o homem como o, grau de (in)satisfao dos leitores, im-
um organismo; ambos se baseiam na noo pacto da automao na biblioteca, dentre
biolgica de equilbrio, de adaptao do ho- vrias outras que procuram medir graus de
mem ao meio, de interao. Funcionalismo e eficincia dos servios ou da necessidade de
behaviorismo no se rompem, porque h adaptao/criao de outros (CASTRO,
como que uma passagem contnua do biol- 1995, p. 81). Logo, pelas pesquisas realizadas
gico ao social (MOSTAFA; LIMA; MA- demonstrando o visvel, o aparente, sendo
RANON, 1992, p. 216). Assim, a fim de que o cotidiano das bibliotecas exposto
demonstrar essas manifestaes na rea, os atravs de uma racionalidade cientfica, co-
autores abordam pesquisas com as seguintes mo se fossem fenmenos naturais, capazes
temticas: conceituao, hbitos de leitura, de predizer um futuro a partir de uma reali-
satisfao no trabalho, definio de alvos e dade estvel e coesa.
autoimagem do bibliotecrio. Assim como uma alternativa ao mo-
Alm disso, essas correntes de pen- delo cartesiano de pesquisa, Castro (1995)
samento, emprico-analticas, detm in- defende o uso de uma metodologia nomeada
meros problemas ao serem utilizadas nas de Teoria do Cotidiano, influenciada pelos
pesquisas de Cincias Sociais e Humanas, campos da Antropologia, Educao e Co-
como o caso da Biblioteconomia. Entre municao. Com esse olhar mais especfico,
esses problemas esto: 1) historicidade das busca-se justamente uma maneira de com-
categorias tidas como naturais e biolgicas. preender o social de forma mais ampla, des-
2) questionrio, essa vara curta. 3) senso velando o lado da sombra, isto , os ele-
mentos que no so captados num primeiro teconomia com relao biblioteca perpassa
momento, o no dizvel e no aparente. A por trs critrios: formao acadmica (curso
biblioteca, a partir desse olhar da Teoria do superior); profissional e rgo de classe. Os
Cotidiano poderia, ento, iluminar as prti- autores tecem, assim, uma crtica na forma-
cas, rotinas, normas do dia a dia que so o, que tem tambm servido a uma minoria
exercidas cotidianamente na biblioteca, ilu- brasileira, devendo haver uma abertura da
minando tambm as relaes entre leitores e rea para alm do livro e do usurio real,
bibliotecrios e entre eles mesmos. Essa buscando outros suportes e os no-usurios,
teoria propiciaria Biblioteconomia uma bem como outras atividades e aes cultu-
abertura na rea, tendo em vista a apreenso rais. O uso das tecnologias se insere nesse
do social de modo mais amplo, afastando-se processo como mecanismo de mudana no
dos modelos que buscam um afastamento da trabalho do profissional, de modo que a
essncia dos problemas, das aes cotidia- Biblioteconomia e as bibliotecas possam
nas, de aes subjetivas, em vez do aparente atender as necessidades da sociedade, ou
e do objetivismo. melhor, a biblioteca um instrumento de
O pensamento marxista subsidia a grande valor terico-prtico, mas precisa ser
discusso da Biblioteconomia e do compor- identificada em sua essncia, tanto em seu
tamento da biblioteca no contexto da luta de carter funcional, como institucional para se
classes pelos autores Silva e Silva (2010). configurar efetivamente como til a socieda-
Karl Marx desenvolveu este conceito de luta de (SILVA; SILVA, 2010, p. 204).
de classes demonstrando a diferena entre Arajo (2013) ao analisar a produo
elas, uma classe minoritria que oprime e terica da Biblioteconomia chegou defini-
domina uma classe majoritria. A diferena o de cinco eixos: Funcionalismo; Crtica;
entre as classes ocorre devido ao antagonis- Sujeitos; Representao; e, Contemporneas,
mo burguesia e proletariado dentro da em que se destacam, neste ltimo eixo, trs
sociedade capitalista. A manuteno dessa grandes tendncias: mediao, competncia
distino, do poder da classe dominante se informacional e bibliotecas eletrnicas ou
d por meio de instrumentos, estratgias, digitais. A definio desses eixos, em conso-
como o aparelho ideolgico e aparelho re- nncia com as correntes tericas mais am-
pressivo. Os aparelhos ideolgicos so de- plas das Cincias Sociais e Humanas, deriva
senvolvidos pelo Estado e, dentre eles a da prpria anlise da produo discursiva da
biblioteca. Conforme os autores, o desen- Biblioteconomia produzida a partir do scu-
volvimento histrico das bibliotecas no Bra- lo XX, que se revela complexa e plural. As
sil revela que essa instituio fora notada- caractersticas sobressalentes possibilitaram
mente voltada elite desde seu incio, pois a esses enquadramentos de autores e ideias
maioria ficava relegada ao plano inferior; dentro dos eixos explicitados, em que cada
configurando a biblioteca como um espao um desses eixos agrupa os discursos da Bi-
distante da maioria que realmente precisa de blioteconomia, segundo as afinidades e pro-
informao e assistncia, por isso a biblio- blemticas apontadas a local comum.
teca brasileira tem atuado como um aparelho De modo mais detalhado, a perspec-
ideolgico do Estado reproduzindo as ideias tiva funcionalista, do primeiro eixo, embora
da ideologia dominante (SILVA; SILVA, privilegie o pensamento voltado para den-
2010, p. 210). E, devido a esse distanciamen- tro: para documentos e colees guardadas
to da biblioteca com a sociedade, acrescen- nas bibliotecas; para as rotinas e dinmicas
tam os autores, faz com que ela no seja das bibliotecas; e para as regras de cataloga-
reconhecida como uma instituio social- o e classificao das colees, o foco est
mente til. concentrado no funcionamento, na melhor
Para que haja uma mudana, os auto- maneira de articular as funes das institui-
res falam da necessidade de uma postura es e dispor seus acervos sociedade onde
poltico-social mais atuante no contexto da a biblioteca se insere (ARAJO, 2013, p.
luta de classes. O posicionamento da Biblio- 44). Desse modo, os estudos so vistos co-
Abstract
Scientific knowledge has certain characteristics that distinguish it from other kinds of knowledge. The historicity of science
also reveals certain characteristics of science, with emphasis, in this work, in the Social Sciences and Humanities. The link
of librarianship with the Human Social Sciences is revealed from studies that sought this meeting between different currents
of thought. Currents of thought, discussed by several authors, marking the plurality of reality seizures and approaches with
librarianship. Thus, the objective is to clear the insertion of librarianship within this broader classification "Social Sciences",
so that this field of knowledge can be strengthened from the theoretical and epistemological model of Social and Human
Sciences. It is hoped that more work will be done in this direction to summon the theoretical and conceptual studies of the
field of Librarianship in dialogue with the Social and Human Sciences.
Keywords
Librarianship. Scientific knowledge. Social and Human Sciences.
Artigo recebido em 18/01/2017 e aceito para publicao em 14/05/2017
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