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Introduo

1 - Sistema Financeiro Nacional


Instituies Financeiras
Conselho Monetrio Nacional
Banco Central do Brasil
Banco do Brasil
Demais instituies financeiras pblicas e privadas

Banco Central (atribuies e reclamaes)


Atribuies
Reclamaes
SAC e Ouvidoria

O Correspondente no Pas
Atividades que podem executar
Atividades que no podem executar
Atributos dos bons agentes

2 - Mercado financeiro
Conceito de risco
Risco de crdito
Risco de mercado
Risco operacional
Risco de reputao
(definio, tipo de risco, avaliao do risco de crdito)

Elementos bsicos de Matemtica Financeira


Capital
Juros
Taxas
Descontos
Prestaes
Custo de Emprstimo
Clculos de prestaes
Risco legal sobre o crdito

Finanas pessoais
Oramento
Controle de gastos

3 - Produtos e servios
Conceito de produtos de financiamento
Definio de emprstimo e financiamento
Tipos de emprstimo
Tipos de financiamento
CET Custo Efetivo Total
Tarifas
(definies, papel do Banco Central)

Consignado
Emprstimo pessoal consignado
Emprstimo pessoal consignado carto
1. Definio
2. Papel do Banco Central
3. Aposentados e pensionistas

Crdito Direto ao Consumidor e Arrendamento Mercantil


Conceitos gerais e diferenas
Financiamento de veculos
Leasing (arrendamento mercantil)
Crdito imobilirio

4 - Crime de lavagem de dinheiro


Combate ao crime de lavagem de dinheiro
Definio
Fases do processo
Combate ao crime
Fraudes, deteco e preveno
Legislao brasileira

Compliance
Controles internos
Fraudes, deteco e preveno
(definio, objetivo, informaes e comunicao)

Sigilo bancrio

Definio
Quebra de sigilo
Penalidades
5 - tica nos negcios
Cdigo de tica e conduta:
princpios
endividamento
uso consciente do crdito

Cdigo de Defesa do Consumidor


Direitos bsicos do consumidor
Prticas comerciais
Proteo contratual
SAC e Ouvidoria
ANEPS

A ANEPS - Associao Nacional das Empresas Promotoras de Crdito e Correspondentes no Pas, criada
em 2001, uma entidade representativa que tem por objetivo congregar e defender os interesses das Promotoras de
Crdito e Correspondentes no Pas.
Desde sua fundao seus esforos so empregados na consolidao da atividade, bem como, na criao de
categoria empresarial profissional que d suporte as atividades, tanto nos aspectos fiscais e tributrios, quanto do ponto
de vista do trabalho e emprego.
Desde ento, a entidade tem obtido o reconhecimento de uma parcela expressiva do mercado, atravs de sua
participao em alguns dos principais eventos ligados ao setor do crdito e ao estabelecimento progressivo de canais de
dilogo com entidades representativas de diversos segmentos da economia.
Principais objetivos
Representar os associados e seus interesses;
Reconhecimento da categoria:
Constituir sindicato de classe patronal a nvel nacional;
Promover atravs dos canais adequados a formao de sindicato classe laboral correspondente a nvel nacional;
Promover o desenvolvimento das empresas e funcionrios por meio de cursos, seminrios, congressos, feiras e
eventos;
Oferecer suporte jurdico de maneira coletiva s atividades de seus associados;
Manter relacionamento e pautas positivas junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judicirio, bem como com os
rgos reguladores, fiscalizadores e de defesa do consumidor;
Manter relacionamento e pautas positivas com outras associaes e entidades que se relacionem com a categoria
atravs da cadeia produtiva.
1. Sistema Financeiro Nacional
1.1 As instituies Financeiras
1.1.1 Estrutura institucional do SFN
O SFN do Brasil a reunio de instituies e instrumentos financeiros que regula, fiscaliza e executa as
operaes relativas circulao da moeda e do crdito, possibilita a transferncia de recursos dos ofertadores finais
para os tomadores finais, e cria condies para que os ativos financeiros, os ttulos e valores mobilirios tenham liquidez
no mercado.
O SFN constitudo por um subsistema normativo e por outro operativo.
O subsistema normativo regula e controla o subsistema operativo. Regulao e controle so exercidos atravs de
normas legais, expedidas pela autoridade monetria, ou pela oferta seletiva de crdito levada a efeito pelos agentes
financeiros do governo;
O subsistema operativo constitudo pelas instituies financeiras pblicas ou privadas, que atuam no mercado
financeiro.
O SFN do Brasil agrupa-se segundo as seguintes funes:

Crdito de Curto Prazo Bancos Comerciais e Bancos Mltiplos,


Caixas Econmicas, Cooperativas de Crdito.

Crdito de Mdio Bancos de Investimento e Desenvolvimento.


e Longo Prazo

Crdito ao Consumidor Financeiras, Caixas Econmicas,


Sociedades de Crdito ao Microempreendedor

Crdito Habitacional Caixas Econmicas, Sociedades de


Crdito Imobilirio, Bancos Mltiplos.

Intermediao de Ttulos e Bolsas de Valores, Bolsas de Mercadorias e


Valores Mobilirios Futuros, Sociedades Corretoras e
Distribuidoras,
Agentes Autnomos de Investimento.

Seguro, Previdncia Seguradoras, Fundaes de Seguridade Social,


Complementar e Companhias de Capitalizao, instituies
Capitalizao financeiras.

Arrendamento Mercantil Companhias de Leasing.

A instituio financeira
A instituio financeira a empresa intermediria entre aqueles que tm recursos financeiros disponveis
(doadores finais de recursos) e aqueles que necessitam de recursos financeiros (tomadores finais de recursos).
Para exercer suas funes como intermediria, a instituio financeira realiza atividades financeiras especficas
para viabilizar a transferncia de recursos dos ofertadores finais para os tomadores finais.
As instituies financeiras, para efeito legal, so pessoas jurdicas, pblicas ou privadas, que tenham como
atividade principal ou acessria, a coleta, intermediao ou aplicao de recursos financeiros, prprios ou de terceiros,
em moeda nacional ou estrangeira, e a custdia de valores de propriedade de terceiros.
Para os efeitos da lei, equiparam-se s instituies financeiras as pessoas fsicas que exeram qualquer das
atividades referidas de forma permanente ou eventual.
Estrutura do SFN tem quase meio sculo, e considerada uma das mais eficazes do mundo.

1.1.2 Organizao do SFN


O diagrama a seguir descreve a organizao do SFN Sistema Financeiro Nacional:

rgos Entidades Operadores


normativos supervisoras

CMN - Conselho Bacen Banco Captadores Bancos


Monetrio Central do Brasil de depsitos mltiplos com carteira
Nacional vista comercial
Caixa
econmica
Cooperativas
de Crdito

No Outros
captadores bancos mltiplos

de depsitos Bancos de
vista investimento
Bancos de
cmbio
Bancos de
desenvolvimento
Financeiras
Crdito
imobilirio
Companhias
hipotecrias
Crdito ao
microempreendedor
APEs
Agncias de
fomento
Administrado
res de consrcio

CVM Comisso Bolsas de Valores


de Valores Bolsas de Mercadorias e
Mobilirios futuros
Corretoras de valores
Corretoras de cmbio
Distribuidoras de valores
Arrendamento mercantil
Representao de
instituies estrangeiras
Agentes autnomos

Fundos de investimento
Clubes de investimento
Carteiras de investidor
estrangeiro
Administrador de ativos
financeiros

BCB + CVM Selic


Cetip
Outras caixas de liquidao
e custdia

CNSP SUSEP Seguradoras,


Conselho Superintendncia Resseguradoras
Nacional de de Seguros Administradoras de seguro-
Seguros Privados sade
Privados Sociedades de capitalizao
Entidades abertas de
Previdncia complementar

CGPC - SPC Secretaria Fundos de penso


Conselho de de Previdncia (entidades fechadas de previdncia
Gesto da Complementar complementar)
Previdncia
Complementar

Estas instituies so as principais entidades legais de regulao e fiscalizao dos mercados financeiros.
Estas instituies so tambm chamadas de "monetrias", porque criam moeda: o depsito bancrio moeda escritural.

Estas no criam moeda, so apenas geradoras de negcios.


So as instituies que realizam a intermediao nos mercados financeiros.

Finalmente, as instituies que renem grupos de investidores nos mercados financeiros.

1.1.3 CMN - Conselho Monetrio Nacional


O CMN o rgo deliberativo de cpula do SFN.
Suas principais atribuies so:
Estabelecer as diretrizes gerais das polticas monetria, cambial e creditcia;
Regular as condies de constituio, funcionamento e fiscalizao das instituies financeiras;
Disciplinar os instrumentos de poltica monetria e cambial.

O CMN constitudo pelos seguintes membros:


Ministro da Fazenda presidente;
Ministro do Planejamento;
Presidente do Banco Central.
O CMN - Conselho Monetrio Nacional - regula todas as atividades da indstria financeira do Brasil.

1.1.4 Banco Central do Brasil


O Banco Central, autarquia vinculada ao Ministrio da Fazenda, um rgo executivo.
Tem como misso institucional a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro
como um todo.
Suas atribuies privativas so, entre outras, as seguintes:
Emitir dinheiro;
Executar os servios de circulao do dinheiro;
Executar os recolhimentos compulsrios, encaixes obrigatrios e depsitos voluntrios das instituies financeiras;
Realizar operaes de redesconto e emprstimos a instituies financeiras;
Controlar e fiscalizar o crdito;
Controlar e fiscalizar o capital estrangeiro;
Ser depositrio de reservas oficiais de ouro e moedas estrangeiras no pas;
Fiscalizar as instituies financeiras e aplicar as penalidades previstas;
Todos os atos relativos instalao, funcionamento, fuses etc, de instituies financeiras;
Administrar a dvida interna.
Desde agosto de 2004, o cargo de Presidente do Banco Central do Brasil foi transformado em cargo de Ministro
de Estado.
Funcionam junto ao BACEN Conselhos e Comits com funes especficas, dentre os quais se destacam:
COPOM Comit de Poltica Monetria;
SPB Sistema de Pagamentos Brasileiro.
Estas instituies financeiras se chamam "monetrias" porque criam moeda escritural: o depsito bancrio

1.1.5 O Banco do Brasil


O Banco do Brasil, pessoa jurdica de direito privado, sociedade annima aberta de economia mista, tem
como acionista controlador a Unio e como principal acionista minoritrio a Caixa de Previdncia dos Funcionrios do
Banco do Brasil (Previ).
O Banco tem por objeto a prtica de todas as operaes bancrias ativas, passivas e acessrias, a prestao de
servios bancrios, de intermediao e suprimento financeiro sob suas mltiplas formas e o exerccio de quaisquer
atividades facultadas s instituies integrantes do Sistema Financeiro Nacional.
O Banco poder, tambm, atuar na comercializao de produtos agropecurios e promover a circulao de bens.
A administrao de recursos de terceiros ser realizada mediante a contratao de sociedade subsidiria ou
controlada do Banco.

1.1.6 Outras instituies financeiras pblicas

CVM - Comisso de Valores Mobilirios


Autarquia vinculada ao Ministrio da Fazenda.
Compete CVM:
Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balco;
Regulamentar, orientar e fiscalizar os fundos de investimento;
Proteger os titulares de valores mobilirios contra emisses irregulares e atos ilegais de administradores e
acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobilirios;
Evitar ou coibir modalidades de fraudes ou manipulao destinadas a criar condies artificiais de demanda, oferta
ou preo de valores mobilirios negociados no mercado;
Assegurar o acesso do pblico a informaes sobre valores mobilirios negociados e s companhias que os tenham
emitido;
Assegurar a observncia de prticas comerciais equitativas no mercado de valores mobilirios;
Estimular a formao de poupana e sua aplicao em valores mobilirios;
Promover a expanso e o funcionamento eficiente e regular do mercado de aes e estimular as aplicaes
permanentes em aes do capital social das companhias abertas.

SUSEP Superintendncia de Seguros Privados


o rgo responsvel pelo controle e fiscalizao dos mercados de seguro, previdncia privada aberta,
capitalizao e resseguro. Autarquia vinculada ao Ministrio da Fazenda, faz parte do Sistema Nacional de Seguros
Privados.
Outras entidades pblicas participantes so:
Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP,
IRB Brasil Resseguros S.A. - IRB Brasil Re,
companhias de seguros privados e capitalizao,
entidades de previdncia privada aberta
corretores habilitados.
Tem a misso de atuar na regulao, superviso, fiscalizao e incentivo das atividades de seguros, previdncia
complementar aberta e capitalizao, de forma gil, eficiente, tica e transparente, protegendo os direitos dos
consumidores e os interesses da sociedade em geral.

PREVIC Superintendncia Nacional de Previdncia Complementar


Autarquia de natureza especial com autonomia administrativa e financeira e patrimnio prprio, vinculada ao
Ministrio da Previdncia Social (MPS), atua como entidade de fiscalizao e de superviso das entidades fechadas de
previdncia complementar (EFPC) e de execuo das polticas para o regime de previdncia complementar operados
por essas entidades.

SPPC Secretaria de Polticas de Previdncia Complementar


rgo do Ministrio da Previdncia Social que assiste o Ministro de Estado na formulao e no acompanhamento
das polticas e diretrizes do regime de previdncia complementar operado pelas entidades fechadas de previdncia
complementar.

Outras entidades
Alm dessas, funcionam ainda como instituies pblicas ou de economia mista empenhadas em atividades dos
mercados financeiros as seguintes instituies:

Empresa pblica Sociedade de economia mista

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social Banco do Brasil

CEF - Caixa Econmica Federal Banco do Nordeste do Brasil

Banco da Amaznia

1.1.7 Instituies financeiras privadas


1. Bancos comerciais. Os bancos comerciais so classificados como instituies monetrias, por terem o poder
de criar moeda escritural, resultante do acmulo de depsitos. So instituies financeiras que recebem depsitos
vista em contas de movimento e efetuam emprstimos a curto prazo, principalmente para capital de giro das
empresas.
2. Bancos Mltiplos. So bancos que podem operar simultaneamente, com autorizao do Banco Central,
carteiras de banco comercial, de investimento, de crdito imobilirio, de crdito, financiamento e investimento, de
arrendamento mercantil (leasing) e de desenvolvimento, constituindo-se em uma s instituio financeira de carteiras
mltiplas, com personalidade jurdica prpria, e que pode selecionar com o que deseja operar, dentre as modalidades
referidas. Uma das carteiras ser sempre de banco comercial ou de banco de investimento.
3. Bancos de Investimento. Os bancos de investimentos so entidades especializadas na montagem e colocao
no mercado de operaes de participao ou financiamento a mdio e longo prazos, para suprimento de capital fixo
ou de giro, mediante a aplicao de recursos prprios e/ou captao, intermediao e aplicao de poupanas de
terceiros. Alm do capital prprio, os bancos de investimentos contam com uma ampla pauta de alternativas para
captar recursos. Podem faz-lo oferecendo aos investidores os recibos e os certificados de depsitos a prazo.
Tambm operam como agentes financeiros do BNDES.
4. Companhias de Crdito, Financiamento e Investimento (Financeiras): Instituio financeira privada,
constituda sob a forma de companhia, realiza o financiamento ao consumo atravs do CDC - Crdito Direto ao
Consumidor, e financiamento de vendas. ode captar recursos de pblico mediante aceite e colocao de letras de
cmbio. Desde maio de 2007 pode ainda captar recursos mediante a emisso de RDB - Recibo de Depsito
Bancrio. As SCFI devem dirigir os recursos provenientes de suas captaes para as seguintes operaes:
a) no mnimo 60% para o financiamento de bens e servios a pessoas fsicas ou jurdicas
b) no mximo 40% para o financiamento de capital de giro a pessoas jurdicas, com prazo mnimo de 3 meses,
admitidas as operaes sob a forma de crdito rotativo.
5. Sociedades de Crdito Imobilirio: Instituio financeira constituda sob a forma de companhia, realiza
financiamentos habitacionais e imobilirios. Pode operar com recursos prprios ou captar recursos de terceiros em
cadernetas de poupana, letras hipotecrias, letras de crdito imobilirio, repasses e financiamentos contrados no
pas, inclusive os provenientes de fundos nacionais, emprstimos e financiamentos contrados no exterior
6. Empresa de Leasing: Empresa que tem como objeto social principal a prtica de operaes de arrendamento
mercantil, com o prprio vendedor do bem ou com pessoas jurdicas a ele coligadas ou interdependentes.
7. Companhia hipotecria: Companhia que tem por objeto social: conceder financiamentos destinados
produo, reforma ou comercializao de imveis residenciais ou comerciais e lotes urbanos;
8. Companhia Administradora de consrcios: Empresa que administra fundos providos por futuros adquirentes
de bens mveis ou imveis, mediante sistema de liberao parcial de recursos. Tem sua atividade fiscalizada pelo
Banco Central;
9. Bolsas de Valores e de Mercadorias. So instituies administradoras de mercados, que funcionam como local
fsico ou virtual para a realizao de negcios com ttulos e valores mobilirios, mercadorias e cereais, em mercados
livres e abertos, com operaes vista, a termo e a futuro. Desta forma, investidores tm acesso a sistemas de
negociao adequados, transparentes e lquidos, para realizarem suas transaes com todos esses tipos de ativos.

1.1.8 Outras instituies do mercado


O Brasil dispe ainda de diferentes instituies e agentes que realizam tarefas diferenciadas no mercado
financeiro, entre as quais destacam-se as seguintes instituies:
1. Bancos e Companhias de Desenvolvimento: instituio pblica no federal, constituda sob a forma de
companhia, com sede na Capital do Estado da Federao que detiver seu controle acionrio;
2. Companhias de Seguros: Empresa financeira que administra riscos, com obrigao de pagar indenizaes se
ocorrerem perdas e danos nos bens segurados. Opera em dois ramos bsicos: ramos elementares (incndio,
transporte, acidentes pessoais e eventos que possam afetar pessoas e bens, responsabilidades, obrigaes,
garantias e direitos); e ramo vida (benefcios ou rendas).
3. Sociedade de propsito exclusivo: Sociedade auxiliar, mero instrumento de sua controladora, constituda para
prestar um servio especfico, cumprir a etapa de um projeto, ou desenvolver um projeto para a controladora.
Cumprido seu propsito, seu destino a liquidao; empresa formada com o objetivo nico de transformar os
recebveis em ttulos securitizados;
4. Empresa de factoring: Empresa comercial, opera na aquisio incondicional de faturamento de empresas
industriais ou comerciais.
5. Entidades de Previdncia Complementar: as entidades fechadas so sociedades limitadas ou fundaes, sem
fins lucrativos, com objeto social de instituir planos privados de concesso de peclios ou de rendas, de benefcios
complementares ou assemelhados aos da previdncia social, mediante contribuio de seus participantes, dos
respectivos empregadores ou de ambos.
6. Sociedade de Crdito ao Microempreendedor: Empresa constituda sob a forma de companhia fechada, ou
sob a forma de sociedade limitada. Destina-se a conceder financiamentos e prestar garantias a pessoas fsicas, com
vistas a viabilizar empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial, de pequeno porte, e a pessoas
jurdicas classificadas como microempresas na forma da legislao e regulamentao em vigor.
7. Auditor independente: Perito-contador que presta servios de auditoria independente a empresas. Para
exercer atividade no mbito do mercado de valores mobilirios, est sujeito ao registro na CVM - Comisso de
Valores Mobilirios. Pode ser pessoa fsica ou jurdica, sociedade profissional, constituda sob a forma de sociedade
limitada.

1.1.9 Reclamaes
O Banco Central do Brasil mantm o RDR - Sistema de Registro de Denncias, Reclamaes e Pedidos de
Informaes, destinado ao registro e ao tratamento de denncias, reclamaes e pedidos de informaes a ele
apresentados por usurios de produtos e servios das instituies financeiras, demais instituies autorizadas a
funcionar pela referida autarquia e administradoras de consrcios.
Considera-se denncia os fatos que caracterizem indcios de descumprimento de dispositivos legais e
regulamentares cuja fiscalizao esteja afeta ao Banco Central.
As denncias e as reclamaes registradas no sistema RDR sero disponibilizadas s instituies e s
administradoras na pgina do Banco Central do Brasil na internet (www.bcb.gov.br).
As instituies e as administradoras devem responder ao interessado em at dez dias teis, contados da data de
disponibilizao do registro no sistema RDR.
Cpia eletrnica da resposta e dos respectivos anexos, alm de relato das providncias adotadas e dos
esclarecimentos cabveis, devem ser encaminhados ao Banco Central do Brasil, por meio do sistema RDR, no prazo
mencionado acima.

1.1.10 Ouvidoria
A misso da Ouvidoria do Banco Central garantir que a manifestao do cidado sobre os servios prestados
pelo Banco seja apreciada pela Instituio.
Encontra-se localizada no Edifcio-Sede, em Braslia, e exerce sua funo em todo o territrio nacional, em virtude
da competncia legal da Instituio.
A atuao da Ouvidoria do Banco Central do Brasil ocorre da seguinte forma:
recebe as manifestaes do cidado sobre os servios prestados pelo Banco Central;
envia as manifestaes s reas do Banco Central do Brasil responsveis pelo assunto;
acompanha as providncias e cobra solues;
responde no menor prazo possvel com clareza e objetividade;
sugere/recomenda mudanas de procedimentos internos e adequaes de normas e servios;
avalia o grau de satisfao do cidado.
1.1.11 Ouvidoria da ANEPS
Existem procedimentos na ANEPS que disciplinam a Ouvidoria e os Processos Disciplinares.
Em linhas gerais, o fluxo de encaminhamento e julgamento de ocorrncias o seguinte:
Recebimento da denncia fundamentada no Cdigo de tica e Conduta
Avaliao da pertinncia e designao de um relator para o caso
Informao ao denunciado e ao denunciante sobre abertura do processo
Coleta de informaes adicionais
Parecer final do relator e comunicao s partes envolvidas (1 instncia)
Oportunidade para apelao
Deciso final da Comisso de tica (2 instncia)
Aplicao das penalidades (conforme decidido pela 1 ou 2 instncia)

1.1.12 O COPOM
Comit encarregado de formular a poltica monetria do Pas.
Estabelece diretrizes de poltica monetria, e define a meta da taxa de juros primria (SELIC) que remunera os
ttulos da dvida pblica federal.
O COPOM foi institudo com o objetivo de estabelecer diretrizes da poltica monetria e definir a taxa de juros.
A criao do Comit tem objetivos semelhantes aos do Federal Open Market Committee (FOMC), do FED -
Federal Reserve System, do Central Bank Council do banco central da Alemanha e do Monetary Policy
Committee (MPC) do banco central da Inglaterra.
Posteriormente, o Banco Central Europeu instituiu sistema semelhante para a administrao do euro.
Os objetivos do COPOM so "estabelecer diretrizes de poltica monetria, definir a meta da taxa SELIC e seu
eventual vis, e analisar o Relatrio de Inflao".
A taxa de juros fixada na reunio do COPOM a meta para a taxa SELIC para o perodo entre reunies ordinrias
do Comit.
O COPOM composto por oito diretores do Banco Central, com direito a voto, e presidido pelo Presidente do
Banco Central, que tem o voto de qualidade.
No ltimo dia dos meses de maro, junho, setembro e dezembro, o COPOM publica o Relatrio de Inflao, que
explicita as condies da economia que orientaram as decises do COPOM.

1.2 O Sistema de Informaes de Crdito


1.2.1 Definiao do SCR
O SCR - Sistema de Informaes de Crdito do Banco Central - um sistema completo, amigvel, consistente e
gil e de acesso fcil pela internet.
O SCR um banco de dados alimentado mensalmente pelas instituies financeiras, mediante coleta de
informaes sobre as operaes concedidas.
Paulatinamente, esse valor foi sendo diminudo, inicialmente para o patamar de R$ 20.000,00 (vinte mil reais),
depois para R$ 5.000,00 (cinco mil reais), e atualmente, so armazenadas no banco de dados do SCR as operaes dos
clientes com responsabilidade total igual ou superior a R$ 1.000,00 (mil reais) a vencer e vencidas, e os valores
referentes s fianas e aos avais prestados pelas instituies financeiras a seus clientes, alm de crditos a liberar
contabilizados nos balancetes mensais.
A base legal para o sistema coletar e compartilhar informaes entre as instituies participantes do Sistema
Financeiro Nacional e o respeito privacidade do cliente quanto ao sigilo e divulgao de informaes obedecem s
condies previstas na Lei Complementar 105/01 e na Resoluo 2.724/00.
Entidades participantes
Bancos Mltiplos;
Bancos Comerciais;
Caixa Econmica Federal;
Bancos de Investimento;
Bancos de Desenvolvimento;
Sociedades de Crdito Imobilirio;
Sociedades de Crdito, Financiamento e Investimento;
Companhias Hipotecrias;
Agncias de Fomento ou de Desenvolvimento;
Associaes de Poupana e Emprstimo;
Sociedades de Arrendamento Mercantil;
Cooperativas de Crdito
O SCR armazena dados sobre as operaes contratadas por todas as instituies, de forma que o Banco Central
pode adotar medidas preventivas com o objetivo de proteger os recursos que os cidados confiam s instituies
integrantes do sistema.
Assim, o principal objetivo do SCR o de reforar os mecanismos de superviso bancria, com aumento da
eficcia de avaliao dos riscos inerentes atividade.
O outro objetivo do SCR auxiliar as instituies financeiras na gesto de suas carteiras de crdito, preenchendo
uma lacuna na obteno de informaes sobre as caractersticas e avaliao da capacidade de pagamento dos
devedores, com impactos positivos na diminuio dos ndices de inadimplncia.
O sistema fomenta a competio entre os agentes pela possibilidade de oferta de taxas de juros menores nas
operaes que oferecem menor risco.

1.2.2 Acesso s informaes do SCR


O acesso ao SCR pode ser feito pelas instituies financeiras participantes do sistema, pelos tomadores de
emprstimos e financiamentos e pelas reas especializadas do Banco Central.
Para as instituies financeiras, necessria a autorizao expressa dos clientes. A inobservncia desse
requisito sujeitar os implicados s penalidades previstas na lei.
As pessoas fsicas e jurdicas podem se cadastrar no Banco Central para acessarem, gratuitamente, por meio da
internet, seus dados porventura cadastrados no SCR.
Se conveniente, podem obter relatrios com informaes detalhadas a seu respeito, diretamente nas Centrais de
Atendimento ao Pblico, mantidas pelo Banco Central em dez capitais do pas, mediante apresentao dos documentos
exigidos.

1.2.3 Documentao exigida para consulta


Os documentos exigidos para consulta ao SCR so:
Pessoa fsica: identidade e CPF.
Pessoa jurdica: contrato social (original ou cpia autenticada), certido da Junta Comercial, declarao atestando
que os documentos apresentados so atuais e fidedignos, bem como documento de identificao do representante legal
(original ou cpia autenticada).
As instituies financeiras so responsveis pelo encaminhamento sistemtico de dados sobre as operaes de
crdito.
Cumpre a elas tambm corrigir ou excluir as informaes imprecisas.
Eventuais questionamentos judiciais devem ser encaminhados diretamente instituio financeira que informou
os dados sobre a operao.

1.3 O correspondente e seus agentes


1.3.1 Atributos do bom agente
Todos os itens a seguir formam um conjunto de atributos que bons agentes apresentam.
Um bom agente potencializa um bom cliente.
As principais qualidades que um agente deve desenvolver para dar qualidade ao seu sistema de atendimento ao
cliente so:

Cortesia item fundamental no atendimento.

Agilidade essencial para que o cliente obtenha rapidamente a


soluo para seus problemas

Comunicao Quem se comunica bem sabe ouvir melhor, para


estabelecer um dilogo corts e profissional

Saber o que est fazendo Conhecer produtos e servios fundamental para transmitir
informaes corretas, precisas e concisas ao cliente

Entrar na realidade do cliente Para poder atend-lo adequadamente, o agente deve


buscar entender as necessidades dele, ter empatia com o
cliente sua frente

Estimular a curiosidade do Ser que o cliente precisa apenas daquilo que ele prprio
cliente definiu? Ser que nossa carteira de produtos no tem algo
mais adequado, algo que chame mais a ateno do cliente,
algo que ele queira alm do que j est pedindo?

Estar disponvel com bom O agente mal-humorado tem poucas chances de sucesso
humor, motivao e alto astral com clientes

Praticar todas essas qualidades Com isso se evitam demoras, atrasos e duplicidade nos
tambm no atendimento interno servios. Tratar os chefes e companheiros de trabalho
como se eles tambm fosse clientes

E o cliente?
O que uma pessoa leva em considerao para se transformar em cliente? Eis alguns pontos em que ele pensa:

Preos, para Custos que no reflitam aumento significativo no


pagamento a prazo total a pagar.
O consumidor tem noo do valor, vista, do que
oferecido pelos concorrentes

Agilidade no complementada por instrumento adequado para a


atendimento transformao do cliente em cliente fidelizado

Condies O valor da prestao deve estar de acordo


adequadas com as suas condies de pagamento.
Para a maioria dos clientes de crdito, em
funo da renda da populao brasileira, o mais
importante o enquadramento da prestao no
oramento do cliente do que efetivamente o custo
do financiamento.

No ter qualquer tipo Todos os detalhes do negcio devem ser


de constrangimento explicados. Seja na obteno do crdito como no
decorrer do prazo, evitando a cobrana agressiva
ou inadequada
Controles adequados Os controles da empresa devem ser adequados,
para no ocorrerem cobranas indevidas.

1.3.2 O contrato do correspondente


Os correspondentes estabelecidos no Pas prestam servios em atividades de atendimento a clientes e usurios
da instituio contratante.
O correspondente atua por conta e sob as diretrizes da instituio financeira contratante, que assume inteira
responsabilidade pelo atendimento prestado aos clientes e usurios por meio do contratado.
A instituio contratante, para celebrao ou renovao de contrato de correspondente, deve verificar a
existncia de fatos que, a seu critrio, desabonem a entidade contratada ou seus administradores, estabelecendo
medidas de carter preventivo e corretivo a serem adotadas na hiptese de constatao, a qualquer tempo, desses
fatos, abrangendo, inclusive, a suspenso do atendimento prestado ao pblico e o encerramento do contrato.
O contrato de correspondente pode ter por objeto as seguintes atividades de atendimento, visando ao
fornecimento de produtos e servios de responsabilidade da instituio contratante a seus clientes e usurios:
recepo e encaminhamento de propostas referentes a operaes de crdito e de arrendamento mercantil de
concesso da instituio contratante
realizao de recebimentos, pagamentos e transferncias eletrnicas visando movimentao de contas de
depsitos de titularidade de clientes mantidas pela instituio contratante;
recebimentos e pagamentos de qualquer natureza, e outras atividades decorrentes da execuo de contratos e
convnios de prestao de servios mantidos pela instituio contratante com terceiros;
recepo e encaminhamento de propostas de abertura de contas de depsitos vista, a prazo e de poupana
mantidas pela instituio contratante;
execuo ativa e passiva de ordens de pagamento cursadas por intermdio da instituio contratante por solicitao
de clientes e usurios;
recepo e encaminhamento de propostas referentes a operaes de crdito e de arrendamento mercantil de
concesso da instituio contratante;
recebimentos e pagamentos relacionados a letras de cmbio de aceite da instituio contratante;
recepo e encaminhamento de propostas de fornecimento de cartes de crdito de responsabilidade da instituio
contratante; e
realizao de operaes de cmbio de responsabilidade da instituio contratante, observado o disposto no art. 9.
Pode ser includa no contrato a prestao de servios complementares de coleta de informaes cadastrais e de
documentao, bem como controle e processamento de dados.
O atendimento prestado pelo correspondente em operaes de cmbio deve ser contratualmente restrito s
seguintes operaes:
execuo ativa ou passiva de ordem de pagamento relativa a transferncia unilateral do ou para o exterior;
recepo e encaminhamento de propostas de operaes de cmbio.
Determinados tipos de correspondentes realizam ainda operaes de compra e venda de moeda estrangeira em
espcie, cheque ou cheque de viagem, bem como carga de moeda estrangeira em carto pr-pago, desde que sejam;
instituio financeira ou instituio autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil;
pessoas jurdicas cadastradas no Ministrio do Turismo como prestadores de servios tursticos remunerados, na
forma da regulamentao em vigor;
a Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT);
os permissionrios de servios lotricos.

1.3.3 Outras exigncias contratuais


O contrato de correspondente deve estabelecer ainda:
exigncia de que o contratado mantenha relao formalizada mediante vnculo empregatcio ou vnculo contratual
de outra espcie com as pessoas naturais integrantes da sua equipe, envolvidas no atendimento a clientes e usurios;
vedao utilizao, pelo contratado, de instalaes cuja configurao arquitetnica, logomarca e placas
indicativas sejam similares s adotadas pela instituio contratante em suas agncias e postos de atendimento;
divulgao ao pblico, pelo contratado, de sua condio de prestador de servios instituio contratante,
identificada pelo nome com que conhecida no mercado, com descrio dos produtos e servios oferecidos e telefones
dos servios de atendimento e de ouvidoria da instituio contratante, por meio de painel visvel mantido nos locais onde
seja prestado atendimento aos clientes e usurios, e por outras formas caso necessrio para esclarecimento do pblico;
realizao de acertos financeiros entre a instituio contratante e o correspondente, no mximo, a cada dois dias
teis;
utilizao, pelo correspondente, exclusivamente de padres, normas operacionais e tabelas definidas pela
instituio contratante, inclusive na proposio ou aplicao de tarifas, taxas de juros, taxas de cmbio, clculo de Custo
Efetivo Total (CET) e quaisquer quantias auferidas ou devidas pelo cliente, inerentes aos produtos e servios de
fornecimento da instituio contratante;
permisso de acesso do Banco Central do Brasil aos contratos firmados ao amparo desta resoluo,
documentao e informaes referentes aos produtos e servios fornecidos, bem como s dependncias do contratado
e respectiva documentao relativa aos atos constitutivos, registros, cadastros e licenas requeridos pela legislao;
possibilidade de adoo de medidas pela instituio contratante, por sua iniciativa ou por determinao do Banco
Central do Brasil;
observncia do plano de controle de qualidade do atendimento, estabelecido pela instituio contratante e das
medidas administrativas nele previstas;
declarao de que o contratado tem pleno conhecimento de que a realizao, por sua prpria conta, das operaes
consideradas privativas das instituies financeiras ou de outras operaes vedadas pela legislao vigente sujeita o
infrator s penalidades previstas em lei.

1.3.4 Assuntos vedados nos contratos


As normas impem uma srie de vedaes atividade de correspondente bancrio.
Por estas normas vedado ao correspondente:
a celebrao de contrato de correspondente que configure contrato de franquia.
a contratao, para o desempenho das atividades de atendimento de entidade cuja atividade principal seja a
prestao de servios de correspondente.
a contratao de correspondente cujo controle seja exercido por administrador da instituio contratante ou por
administrador de entidade controladora da instituio contratante.
a cobrana, pela instituio contratante, de clientes atendidos pelo correspondente, de tarifa, comisso, valores
referentes a ressarcimento de servios prestados por terceiros ou qualquer outra forma de remunerao, pelo
fornecimento de produtos ou servios de responsabilidade da referida instituio, ressalvadas as tarifas constantes da
tabela adotada pela instituio contratante,
emitir, a seu favor, carns ou ttulos relativos s operaes realizadas, ou cobrar por conta prpria, a qualquer ttulo,
valor relacionado com os produtos e servios de fornecimento da instituio contratante;
a realizao de adiantamento a cliente, pelo correspondente, por conta de recursos a serem liberados pela
instituio contratante;
a prestao de garantia, inclusive coobrigao, pelo correspondente nas operaes a que se refere o contrato;
a realizao, pelo contratado, de atendimento aos clientes e usurios relativo a demandas envolvendo
esclarecimentos, obteno de documentos, liberaes, reclamaes e outros referentes aos produtos e servios
fornecidos, as quais sero encaminhadas de imediato instituio contratante, quando no forem resolvidas pelo
correspondente.

1.3.5 O pastinha
Pessoa que atua irregularmente como intermedirio entre instituies bancrias e correspondentes bancrios,
atravs de empresas promotoras de crdito.
Est presente especialmente em operaes de crdito consignado.
Sua atuao pode originar fraudes como:
Cobrana de taxas superiores s contratadas;
Descontos no autorizados;
Ausncia de recebimento de valor, apesar de o contracheque do devedor apresentar o desconto.

2. Mercado Financeiro
2.1 Os riscos
2.1.1 Conceito de risco
Em termos legais, risco a exposio a uma possibilidade de perda, mudanas adversas ou responsabilidade por
algum dano.
tambm a possibilidade da ocorrncia de um evento resultar em perdas de toda a espcie podendo vir
comprometer a continuidade das atividades de uma organizao.
Normalmente, o risco tem relao direta com o nvel de renda do investimento ou com o custo de um
financiamento: quanto maior o custo ou nvel de renda exigidos, maior o potencial de risco.
Risco algo que pode ser evitado.
Portanto, risco algo que a maioria das pessoas fsicas e jurdicas est disposta a pagar para no ter.
Pode-se classificar os riscos em:
exgenos: riscos no ligados aos negcios financeiros;
endgenos: ligados - ainda que indiretamente -aos negcios financeiros;
passveis de proteo: atravs de instrumentos financeiros adequados;
Alguns tipos de riscos exgenos esto exemplificados a seguir:
Riscos polticos: mudana de regime; mudana de governo;
Riscos econmicos: estatizao, alteraes em polticas (fiscal, cambial), confiscos;
Riscos sociais: greves, tenses sociais, criminalidade elevada;
Riscos tecnolgicos: obsolescncia de produtos e processos de produo.
Riscos de desastres: incndios, inundaes;
Riscos de fraudes: roubo, sabotagem, extorso, seqestros.
J entre os riscos endgenos, citam-se:
Riscos econmicos: custos, preos, oscilao de demanda, taxa de inadimplncia;
Riscos financeiros: taxa de juros, inflao, taxa de cmbio;
Riscos operacionais: sistemas internos, qualidade da mo-de-obra, custdia, alavancagem.

2.1.2 Gesto do risco


o conjunto de tcnicas que visa a avaliar, de acordo com um padro estatstico ou determinista, as perdas
causadas por variaes nas condies de mercado, operacionais, de crdito etc.
Destinam-se a minimizar a possibilidade de descontinuidade do processo de liquidao de operaes, inclusive
mediante a adoo de tcnicas, modelos e sistemas reconhecidamente aceitos.
A gesto do risco deve comear com uma compreenso dos fatores que o definem.
Refere-se no somente s prticas destinadas limitao dos riscos individuais, como tambm aos mtodos
sistemticos e quantitativos para identificar, monitorar e controlar os riscos agregados, que envolvem todas as reas de
atividades da instituio.
A gesto de risco exige mltipla abordagem gerencial, envolvendo diversas reas de tomada de deciso da
empresa:
Financeira (provedora dos recursos);
Operacional (processos e tecnologias operacionais);
Marketing (necessidades do mercado e a concorrncia);
Recursos Humanos (capacidade da empresa para executar as tarefas necessrias).

2.1.3 O risco de crdito


Risco de crdito a possibilidade de no pagamento por parte:
do tomador de recursos, ou
do emitente de um ttulo de crdito;
do comprador a prazo
Decorre de situaes de inadimplncia e de insolvncia do devedor da obrigao.
Entre estas situaes, uma exposio a um maior risco de mercado pode redundar num aumento do risco de
crdito.
Alguns dos principais fatores de risco de crdito se transformam em risco ou sub-riscos, que devem ser
monitorados separadamente, como:
risco de inadimplncia
risco de deteriorao de crdito
risco de garantia real
O risco de crdito uma parte inevitvel do processo de venda a prazo para os estabelecimentos industriais e
comerciais, de financiamentos e emprstimos para as instituies financeiras.
Existe sempre a possibilidade do tomador de emprstimos ou comprador que utiliza financiamentos para suas
aquisies, no pagar o compromisso na data contratada.
Desse modo, o risco de crdito consiste no somente em risco de a contraparte ficar totalmente inadimplente com
suas obrigaes, mas tambm em apenas poder pagar uma parte de seus compromissos, aps a data combinada.
Normalmente, nas instituies financeiras, para minimizar o risco de crdito, so constitudas garantias adicionais.
Como evitar o risco de crdito? Ou diminu-lo?
Levantando o mximo de informaes sobre o cliente ou financiado, definindo, com elas, a curva de probabilidade
de risco dos eventos contratados naquela situao. As empresas comerciais, industriais ou prestadoras de servios
podero ou no ter interesse em assumir o risco na concesso de crdito nas vendas a prazo para seus clientes.
No caso de desinteresse na assuno do risco de crdito ou do interesse na sua reduo, a empresa pode buscar
caminhos para tal proteo, como:

Reduo
do Investir em informaes pode representar
risco diminuio do risco de crdito, mas tem seu limite.
vivel enquanto o custo das informaes
adicionais for menor que o benefcio proporcionado pela
diminuio do risco.

Diluio do Diversificao da concesso de crdito para um


risco determinado perfil de cliente, determinada regio ou
dependente de determinado segmento de atividade
econmica.

Transferncia Parceria com uma instituio financeira que


do risco assume todo o risco, concedendo o crdito dentro dos
seus padres.
Desta forma, com custos operacionais menores
(despesas operacionais de crdito e de perda eliminadas),
a empresa busca a competitividade no preo,
beneficiando-se no fluxo de caixa com as vendas vista.

2.1.4 O grau de informaoes


Existe uma correlao entre o risco e o grau de informaes obtidas pelo observador para determinada
contingncia.
Quanto mais informado estiver o observador sobre determinado evento futuro, as probabilidades que compem a
curva de contingncia ou riscos possveis do evento podem ser alteradas, para melhor ou para pior, de acordo com a
qualidade das informaes.
Assim, o conhecimento bsico sobre a quem est sendo concedido crdito engloba as seguintes informaes em
relao aos candidatos a crdito:
Identificao do beneficirio do crdito;
Fontes de pagamento (rendimentos) e estabilidade dessa fonte;
Localizao do devedor - residncia e trabalho.
Esta anlise, no raramente, e feita de forma superficial, tornando o crdito vulnervel e arriscado, no criando a
relao nvel de informao x nvel de risco x nvel de sinistro de crdito, bsica para qualquer processo de
gerenciamento de carteira de crdito no varejo.
A capacidade de administrar o risco e de, atravs dela, atingir a disposio de assumi-lo, efetuando selees
progressivas, so elementos imprescindveis gerao de negcios que impulsiona o crescimento das empresas.
A gesto do risco deve comear com o conhecimento da natureza das vrias tendncias do risco e a diferena
entre elas.
Particularmente, o risco de crdito, para as empresas que necessitam vender a prazo, sofre a influncia de
inmeras variveis, algumas controlveis e outras externas (fora de seu controle), cuja mitigao depende do
acompanhamento e monitoramento dos acontecimentos nas diversas reas envolvidas processo interno, governo,
mercado, economia mundial e outras.

2.1.5 O risco de mercado


Define-se o risco de mercado como sendo a possibilidade de perdas:
decorrentes da flutuao adversa do valor de ajuste dirio de mercado financeiro durante o perodo necessrio para
liquidao;
em funo de flutuao desfavorvel do valor de ativos, valores mobilirios ou qualquer outro instrumento utilizado
pelo mercado financeiro;
decorrente da m utilizao de instrumentos financeiros, como hedge e swap, diversificao excessiva ou
insuficiente, etc.
Alguns riscos que compem o risco de mercado:

Risco de Quando h descasamento de Exemplo: capta a 12


variao na prazos entre a captao de meses, financia a 36
taxa de juros recursos para a concesso do meses
crdito e sua liquidao

Risco cambial Mesma situao relatada acima, Exemplo: capta com dlar
agora em relao a variaes nas a R$ 2,00, financia com
taxas de cmbio dlar a R$ 1,70

O administrador de recursos busca gerenciar suas carteiras focado no objetivo de mitigar o risco.
Quando ele constata movimento de preo de ativos, esse fato representa risco e a perda deve ser quantificada
diariamente, atravs da marcao a mercado do investimento.
A perda decorrente deste risco caracteriza-se pela reduo do valor de mercado do ativo.
A quantificao do risco de mercado est ligada volatilidade de mercado ou volatilidade de determinado
investimento.
O risco de mercado maior em situaes que apresentam maior variao de valor nos preos, ou seja, quando h
maior oscilao de preo em relao sua mdia.

2.1.6 O risco de liquidez


O risco de liquidez se caracteriza pela possibilidade de perda decorrente da falta de compradores ou de
vendedores para realizar operaes com o mnimo de esforo e sem alteraes expressivas nos preos dos ativos.
O risco de liquidez um risco financeiro devido incerteza de poder realizar as operaes de uma empresa.
Outras caractersticas apontam situaes em que uma entidade no consegue cumprir com seu objeto social
porque no consegue achar outra entidade interessada em assumir o lado contrrio da operao a um preo de
mercado.
Uma instituio pode perder acesso liquidez se o sua classificao de crdito cair, ou se um outro evento levar
outras contrapartes a evitar operar com a companhia. Pequeno volume de negcios podem aafetar a liquidez da
empresa.
Uma firma tambm est exposta a risco de liquidez se os mercados do qual ela depende estiverem sujeitos a
possvel perda de liquidez.
Quanto mais desenvolvido for um mercado tanto mais ele ser lquido. Mercados poucos desenvolvidos, ao
contrrio, podem ser um obstculo compra ou venda de ativos financeiros, ocasionando quase sempre alterao nos
preos de cotao.
E a tecnologia, atualmente, vital para a criao de mercados modernos e seguros.
O Brasil um exemplo desse desenvolvimento, atravs de seus sistemas de registro, compensao e liquidao
de operaes, tais como:

SPB Sistema de Pagamentos Brasileiro, conjunto de procedimentos, regras,


instrumentos e sistemas operacionais integrados com a finalidade de
transferir fundos do pagador para o recebedor e, com isso liquidar uma
obrigao.
As economias de mercado dependem deste sistema para movimentar
fundos decorrentes das atividades econmicas (produtiva, comercial e
financeira), tanto em moeda local como em moeda estrangeira.

Selic Sistema computadorizado administrado pelo Banco Central.


Destina-se ao registro de ttulos e depsitos interfinanceiros por meio de
equipamento eletrnico de teleprocessamento, em contas grficas
abertas em nome de seus participantes, bem como ao processamento,
utilizando o mesmo mecanismo, de operaes de movimentao,
resgates, ofertas pblicas e respectivas liquidaes financeiras.
Destina-se custdia de ttulos escriturais de emisso do Tesouro
Nacional e do Banco Central, bem como ao registro e liquidao de
operaes com os referidos ttulos.

Cetip Sociedade administradora de mercados de balco organizados, ou seja,


de ambientes de negociao e registro de valores mobilirios, ttulos
pblicos e privados de renda fixa e derivativos de balco.
uma cmara de compensao e liquidao sistemicamente importante,
nos termos definidos pela legislao do SPB Sistema de Pagamentos
Brasileiro, que efetua a custdia escritural de ativos e contratos, registra
operaes realizadas no mercado de balco, processa a liquidao
financeira e oferece ao mercado uma Plataforma Eletrnica para a
realizao de diversos tipos de operaes online, tais como leiles e
negociao de ttulos pblicos, privados e valores mobilirios de renda
fixa.

CORE Nova cmara de compensao da BM&FBovespa, que unifica os


sistemas de clearing existentes, e permite o exerccio da funo CCP
(contraparte que garante os pagamentos dos investidores em caso de
quebra de um dos participantes do mercado). Com a adoo do sistema
CORE, possvel administrar toda sorte de riscos envolvendo as
negociaes com diversos ativos, como aes, cmbio, instrumentos
financeiros, valores mobilirios e commodities, negociados na Bolsa. A
nova plataforma substitui as cmaras de compensao existentes na
estrutura da BM&FBovespa.

Concorrem ainda para mitigar os riscos de liquidez no Brasil:


a existncia de mercados organizados para a transferncia de riscos (mercado de derivativos da BM&FBovespa),
o grau de confiana nos agentes econmicos e financeiros que regem a Economia,
e a grande variedade de instrumentos financeiros que permite aos administradores de carteiras selecionar
operaes apropriadas para praticamente todos os objetivos de investimento dos investidores brasileiros.
Esta situao no beneficia mercados de ativos no financeiros, como os mercados imobilirio e o mercado de
arte.

2.1.7 Outros tipos de riscos


Outros tipos de risco so os seguintes:

Risco legal Possibilidade de perda em caso de situaes envolvendo


modificaes na legislao ou no regime tributrio a que se
submetem as aplicaes financeiras.
So ainda riscos legais julgamentos desfavorveis em
situaes contratuais, compromissos em contratos omissos, mal
redigidos ou sem amparo legal.
Assinaturas em contratos por pessoa que no representa a
instituio, no-execuo de garantias, informalidade na execuo
de ordens de compra e venda de investimentos, esto entre as
principais situaes de risco legal.
Possibilidade de questionamento jurdico da execuo dos
contratos, processos judiciais ou sentenas contrrias ou adversas
quelas esperadas pela Instituio e que possam causar perdas ou
perturbaes significativas que afetem negativamente os processos
operacionais

Risco Risco que compromete todo um sistema.


sistmico Risco generalizado
Tambm chamado risco sistemtico

Risco Risco legal, ou poltico, de liquidao e de outros riscos


soberano relacionados com transaes com ttulos pblicos de um pas.
Risco empresarial em outro pas, em face de problemas de
natureza poltica ou econmica, de diversas naturezas
Quando relacionado a transaes internacionais, denomina-
se risco de pas, ou risco geogrfico.

Moral Risco moral.


hazard Risco que a existncia de um contrato possa afetar o
comportamento de uma ou mais partes. O exemplo clssico est na
indstria de seguros, onde a cobertura contra uma perda pode
modificar para pior o comportamento do segurado, em relao ao
risco. Um motorista de carro com seguro total pode comear a dirigir
de modo afoito, com excesso de velocidade, simplesmente porque
"est no seguro"

Averso ao O investidor avesso ao risco no participa de um negcio pelo


risco prazer do risco, como faz o jogador, mas sim porque vislumbra um
prmio de risco adequado.

Prmio
de Taxa adicional exigida pelo investidor, em funo do nvel
risco de risco do financiamento oferecido.
Diferena entre a taxa de juros de uma aplicao com risco
e de uma aplicao sem risco. Constatada a diferena, aceitar o
risco merece um prmio.

Risco de Possibilidade de ocorrncia de evento que cause prejuzo direto ou


fraude indireto para a organizao, oriundo de aes de pessoas ou
empresas que venham subtrair recursos da conta de um banco
participante em favor de terceiros ou ainda de outras aes que
caracterizem ato de m-f

Risco de Possibilidade de ocorrer publicidade negativa, verdadeira ou no,


reputao em relao prtica da conduo dos negcios da Instituio,
gerando declnio na base de clientes, litgio ou diminuio da receita

Risco Possibilidade de perda decorrente da falta de consistncia e


operacional adequao dos sistemas de informao, processamento e
operaes, falhas nos controles internos, fraudes ou qualquer tipo
de evento no previsto

2.1.8 Conceito de garantia


So ativos, recursos financeiros, direitos, contratos e outros instrumentos depositados para assegurar o
cumprimento das obrigaes dos participantes de uma operao financeira.
tambm o documento, compromisso ou assinatura com que se assegura a execuo de direito ou obrigao
contratado, ou a satisfao de um crdito.

2.1.9 Tipos de garantias


As principais garantias exigidas em operaes financeiras esto relacionadas a seguir:

Real Garantia que constitui um direito real sobre os direitos


patrimoniais de outrem, garantia hipotecria ou pignoratcia.
Exemplos: penhor de bens mveis ou direitos (recebveis),
hipoteca de bens imveis, anticrese;

Pignoratcia Garantia real conferida ao credor atravs de penhor


mercantil, de direitos, de ttulos de crdito etc, onde o bem ou
direito permanece empenhado at o cumprimento da obrigao
garantida, ou por determinado prazo.
Ela torna a propriedade do bem precria at a liquidao
da dvida

Fidejussria Garantia por aval, fiana ou clusula contratual, na forma de


responsabilidade pessoal do garantidor
Quirografria Garantia em que o credor concorre com demais credores
quirografrios no caso de liquidao da companhia.
O credor quirografrio aquele destitudo de qualquer
privilgio ou preferncia.

Fiduciria Garantia de dvida atravs de alienao fiduciria, garantia


baseada no crdito ou na confiana pblica

Acessria Garantia adicional, como o seguro do bem adquirido

Valores em Valores empenhados pelo devedor em favor do credor, para


garantia garantir adimplemento de obrigaes assumidas por aquele
perante esse

2.1.10 O aval e a fiana

Aval
a declarao que consiste na assinatura do declarante lanada em ttulo de crdito, em razo da qual o
declarante se compromete a garantir, de forma autnoma, as obrigaes de outra pessoa que figure no ttulo;
ainda a garantia pessoal, plena e solidria, que se d em favor de qualquer obrigado ou coobrigado em ttulo
cambial.
Caracterizam o aval:
o portador do ttulo avalizado no tem direito a substituio do aval;
o avalista devedor solidrio at a liquidao do ttulo;
o credor pode executar o avalista antes mesmo de executar o devedor principal;
o avalista vincula-se solidariamente ao devedor, no prprio ttulo avalizado;
a obrigao do avalista vinculada ao ttulo avalizado;
o ttulo avalizado s vlido quando comparecem ambos os cnjuges.

Fiana
a obrigao acessria assumida por terceira pessoa para garantir o pagamento da obrigao assumida pelo
devedor, se a obrigao no for por este cumprida no tempo e nas condies formalmente estabelecidas.
Caracterizam a fiana:
pressupe a existncia de um contrato principal, da qual a garantia do credor;
obrigatoriamente assumida na forma escrita;
pode revestir tambm as formas de fiana bancria e fiana locatcia;
exige o comparecimento de ambos os cnjuges.

2.1.11 A alienao fiduciria


A alienao fiduciria em garantia :
a garantia que o devedor d ao credor, em operaes de cfrdito direto ao consumidor;
a extenso dessa forma de garantia para operaes no SFI Sistema Financeiro Imobilirio;
transferncia para o credor do domnio resolvel e a posse indireta da coisa mvel alienada, independentemente da
tradio (entrega) efetiva do bem
O devedor, como depositrio do bem, no pode revend-lo.
O no-pagamento das prestaes contratuais constitui esbulho possessrio, o que abre ao credor a possibilidade
da retomada imediata do bem.
A atualizao da legislao prescreve que o credor fiducirio faz a busca e apreenso, pede uma liminar e, se em
cinco dias o devedor no pagar, o banco poder tomar o bem.
Com isso consolidam-se a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimnio do credor fiducirio,
cabendo s reparties competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de registro de propriedade em nome
do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do nus da propriedade fiduciria.
Para evitar este procedimento, o devedor fiduciante poder pagar a integralidade da dvida pendente, segundo os
valores apresentados pelo credor fiducirio na inicial da ao, hiptese na qual o bem lhe ser restitudo livre do nus.
Na sentena que decretar a improcedncia da ao de busca e apreenso, o juiz condenar o credor fiducirio ao
pagamento de multa, em favor do devedor fiduciante, equivalente a cinqenta por cento do valor originalmente
financiado, devidamente atualizado, caso o bem j tenha sido alienado.

Gravame
a situao que ocorre quando se financia um veculo, at que o mesmo seja totalmente quitado, junto ao um
banco ou uma financeira, ou ento quando o veculo no est corretamente documentado.
A baixa no gravame se d pela extino da alienao fiduciria em garantia, no cadastro do Detran/PR,
mantendo-se o mesmo proprietrio, com a emisso de novo Certificado de Registro de Veculo (CRV) e Certificado de
Registro e Licenciamento do Veculo (CRLV).

2.1.12 A garantia na captao pelos bancos


Em maio de 2013, deciso do FGC Fundo Garantidor de Crdito aumentou a garantia bancria para R$ 250 mil,
valor semelhante ao que praticado em outros pases, como Estados Unidos ou rea do euro, na Europa.
Esta deciso permite que os bancos mdios e pequenos modifiquem por completo seus esforos de captao,
oferecendo ttulos e depsitos de renda fixa em valores desligados da taxa DI, podendo chegar a 1% ao ms ou at
mais sobre investimentos que interessam quase totalidade dos investidores em renda fixa no pas.
Apenas para raciocinar, um investidor com esposa e dois filhos passa a ter capacidade de investir at um milho
de reais totalmente garantidos, desde que todos os membros da famlia tenham CPF diverso. Com isso, a renda fixa
referenciada DI praticada pelos bancos de rede pode sofrer um rude golpe, especialmente nos fundos que captam com
essa forma de rendimento, porque as aplicaes em fundo no so cobertas pelo FGC.
Estes novos valores de garantia (a garantia anterior era de R$ 70 mil) modificam o perfil de operao de grande
parte dos bancos de mdio e pequeno porte, bem como das financeiras, que atuam diretamente sobre o crdito
massificado, crdito direto ao consumidor e operaes consignadas.
So objeto da garantia proporcionada pelo FGC os seguintes Crditos:
Depsitos vista ou sacveis mediante aviso prvio;
Depsitos de poupana;
Depsitos a prazo, com ou sem emisso de certificado;
Depsitos mantidos em contas no movimentveis por cheques destinadas ao registro e controle do fluxo de
recursos referentes prestao de servios de pagamento de salrios, vencimentos, aposentadorias, penses e
similares;
Letras de cmbio;
Letras imobilirias;
Letras hipotecrias;
Letras de crdito imobilirio;
Operaes compromissadas que tm como objeto ttulos emitidos aps 8 de maro de 2012 por empresa ligada.
No so cobertos pela garantia ordinria os demais crditos, incluindo:
As aplicaes em fundos de investimento;
Os depsitos, emprstimos ou quaisquer outros recursos captados ou levantados no exterior;
As operaes relacionadas a programas de interesse governamental institudos por lei;
Os depsitos judiciais;
Qualquer instrumento financeiro que contenha clusula de subordinao, autorizado ou no pelo Banco Central do
Brasil a integrar o patrimnio de referncia das instituies financeiras e das demais instituies autorizadas a funcionar
pela referida Autarquia.

2.2 Bsico de Matemtica Financeira


2.2.1 Conceitos bsicos
Matemtica Financeira uma ferramenta til na anlise de algumas alternativas de investimentos ou
financiamentos de bens de consumo.
As principais definies de Matemtica Financeira esto descritas a seguir:

Capital Valor financeiro que est sendo emprestado ou investido


Principal,
Valor Atual,
Valor Presente
Valor Aplicado
Present Value (nas calculadoras financeiras)

Montante Soma do Capital com os juros.


Valor Futuro
Future Value (nas calculadoras financeiras)

Juros Remunerao do Capital empregado em alguma atividade


produtiva.
Remunerao pelo emprstimo do dinheiro

Taxa
de Remunerao que ser paga ao dinheiro emprestado, para
juros um determinado perodo, expressa da forma porcentual, em seguida
da especificao do perodo de tempo a que se refere: 8 % a.a. -
(a.a. significa ao ano), 10 % a.m. - (a.m. significa ao ms).

Parcela ou Valor pago pelo tomador do emprstimo (ou receptor do


Prestao investimento).

Payback Tempo decorrido entre o investimento inicial e o momento no


qual o lucro lquido acumulado se iguala ao valor desse investimento.

Desconto Abatimento que o devedor faz jus quando antecipa o


pagamento de um ttulo ou quando o mesmo resgatado antes de
seu vencimento
Juro cobrado por um intermedirio para antecipar o
recebimento de um ttulo
Pode ser desconto simples ou desconto composto (tambm
chamado de racional)

Nota: Se a taxa de juros for mensal, trimestral ou anual, os perodos devero ser respectivamente, mensais,
trimestrais ou anuais, de modo que os conceitos de taxas de juros e perodos sejam compatveis, coerentes ou
homogneos.

2.2.2 O juro
Juro o valor da remunerao do dinheiro.
pago pelo financiado ao financiador.
O juro pode ser:

Taxa bsica de juro menor taxa de juros vigente em um pas, funcionando como
taxa de referncia para todos os contratos.
tambm a taxa nas operaes interbancrias.

Taxa de juro taxa porcentual cobrada como remunerao do capital para


emprstimos, crdito ou financiamentos de dinheiro

Taxa de juro simples Juro calculado sobre o montante inicial

Taxa de juro composto Juro calculado sobre o montante inicial acrescido de seus
prprios juros

Taxa de juro nominal valor do juro num contrato de financiamento

Taxa de juro real juro nominal menos a taxa de inflao do perodo.

Taxa de juro ps fixado Juro calculado sobre o montante final

Taxa de juro pr fixado Juro calculado sobre o montante inicial

Taxa de juro legal Juro autorizado por lei. Est previsto no novo Cdigo Civil,
fixado segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do
pagamento de impostos devidos Fazenda Nacional

2.2.3 O juro simples


O regime dos juros simples, a taxa de juros aplicada sobre o principal (valor emprestado) de forma linear, ou
seja, no considera que o saldo da dvida aumenta ou diminui conforme o passar do tempo.
No juro simples, a taxa de juros aplicada sobre o valor principal de um emprstimo ou financiamento.
Exemplo: empresta-se R$ 1.000,00, ao juro de 2% ao ms, durante 6 meses.

F = P (1 + i.n)

Onde:
P = valor presente do emprstimo
F = valor futuro do emprstimo
I = taxa de juro em decimais
N = nmero de perodos (meses, anos)

Teremos:
F = 1.000 (1 + 0,02 x 6) =
= 1.000 (1 + 0,12) =
= 1.000 x 1,12 = 1.120

2.2.4 O juro composto


No regime de juros compostos (tambm chamado de regime de juros sobre juros), os juros de cada perodo so
somados ao capital para o clculo de novos juros nos perodos seguintes.
Nesse caso, o valor da dvida sempre corrigido e a taxa de juros calculada sobre esse novo valor, como mostra
a planilha abaixo.
Exemplo:
Seja um emprstimo de 1.000, juro composto de 2% (0,02), prazo de 6 meses.
Este emprstimo seria planilhado na forma a seguir:

Perodo Principal Juro Total


Jan 1.000,00 20,00 1.020,00

Fev 1.020,00 20,40 1.040,40

Mar 1.040,40 20,81 1.061,21

Abr 1.061,21 21,22 1.082,43

Mai 1.082,43 21,65 1.104,08

Jun 1.104,08 22,08 1.126,16


Se fossem juros simples, o valor final seria de 1.120. No juro composto, esse valor torna-se 1,126,16.
Esta planilha transforma-se numa frmula, que define o juro composto:

F = P (1 + i)n

Onde:
F= valor futuro
P = valor presente
i = taxa de juros em decimais
n = perodo

Teremos:
F = 1.000 (1 + 0,02)6=
= 1.000 x 1,026 = 1.000 x 1,12616 =
= 1.126,16

2.2.5 O juro nominal e o juro real


Juro nominal o valor contratado do juro, expresso num documento.
Juro real a diferena entre o juro nominal e a inflao do perodo.
A avaliao do juro real depende de diferentes combinaes de conceitos.
O analista deve selecionar:
qual a taxa de juro nominal, entre as taxas Selic, taxa futura ou a taxa de juros que atrai o investidor estrangeiro;
qual o ndice de preos que mais convm anlise (IPCA ou IGP-M, ou ainda outro indicador relevante);
qual a taxa de inflao a ser descontada: inflao que j ocorreu ou a inflao projetada;
qual o prazo a levar em conta na anlise: seis meses, doze meses ou outro prazo.
A partir deste processo de seleo se constri a taxa de juros real.
No modelo brasileiro, adiciona-se o conceito do juro real ex-ante, que resulta do desconto da expectativa de
inflao projetada para um ano frente, ou do juro ex-post, quando ele calculado sobre a inflao passada.

Exemplo: consta de um contrato o juro nominal de 12% ao ano e conhece-se a taxa Selic de 7,25% ao ano.
O juro real da operao ser 12% - 7,25% = 4,75% ao ano

2.2.6 O juro pr e o juro ps fixado


Num contrato de financiamento, podem ser fixadas duas formas de cobrana de juros:

Juro pr-fixado Juro calculado sobre o capitalinicial

Juro ps-fixado Juro calculado sobre o montante final


O juro pr-fixado tem formato simplificado: basta fix-lo no contrato.
J o juro ps-fixado normalmente adicionado a um indexador da economia, denominado no contrato de
financiamento.

Exemplos:

Pr prazo de X meses, juros de 3% ao ms.

Ps prazo de X meses, indexado ao IPCA mais juros de 6% ao ano

2.2.7 Principais taxas do mercado financeiro


As principais taxas do mercado financeiro esto listadas a seguir:

Taxa parmetro de comparao entre operaes financeiras, o


nominal seu valor no aplicado nos clculo. O mesmo que taxa
proporcional

Taxa efetiva taxa apurada durante todo o prazo da operao financeira.


Ela construda pelo processo de formao exponencial da
taxa nominal ao longo dos perodos de capitalizao.

Taxa aquelas que produzem o mesmo montante ao final de um


Equivalente determinado perodo, pela aplicao de um mesmo capital
inicial

Exemplo de taxa nominal:


18% ao ano, capitalizado mensalmente;
3% ao ms, capitalizado diariamente;
15% ao semestre, capitalizado bimestralmente.

Exemplo de taxa efetiva:


654,44% ao ano (taxa de carto de crdito)

Exemplo de taxa equivalente:


15,99% ao ms, equivalente a 654,44% ao ano (taxa de carto de crdito)

2.2.8 Pagamento de prestaoes


Prestao :
o valor da amortizao parcelada e peridica de um dbito;
o que o devedor deve pagar, em um contrato de financiamento.
O Banco Central do Brasil disponibiliza um simulador para livre acesso, no endereo abaixo conforme instrues na
tela.

https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas.do?
method=exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas

Se o usurio clicar em "Metodologia", logo abaixo do simulador, encontrar a formulao matemtica que calcula
as prestaes.

2.2.9 Indices de preos


Classificados como ndices Agregados Ponderados, so utilizados basicamente para determinar variaes no
custo de vida, sob diferentes condies de oferta de bens e servios e demanda por faixas de renda da populao.
Podem ser orientados a partir de preos de atacado praticados entre comerciantes ou preos de varejo pagos por
consumidores finais.
Os ndices mais utilizados no Brasil so:
IGP DI (ndice Geral de Preos Disponibilidade Interna, da FGV): mdia ponderada do IPC (30%) do Rio de
Janeiro, IPA (60%) e INCC (10%), apurados no ms civil;
IGP M (ndice Geral de Preos de Mercado da FGV): o mesmo que IGP DI, apurado entre 21 e 20 de cada ms;
INPC (ndice Nacional de Preos ao Consumidor, do IBGE): apurado por quatro vezes, durante o ms civil, entre
famlias de faixas de renda de um a oito salrios mnimos, cujo chefe assalariado em sua ocupao principal e
residente nas reas urbanas das regies metropolitanas de So Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte,
Recife, Belm, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Goinia e Braslia. O ndice nacional apurado a partir dos ndices
regionais, utilizando a mdia aritmtica ponderada, onde a varivel de ponderao a populao residente urbana;
IPCA: (ndice Nacional de Preos ao Consumidor Ampliado, do IBGE): utilizado pelo Banco Central para
acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflao. Semelhante ao INPC, mas referindo-se
a famlias com rendimentos mensais compreendidos entre um e quarenta salrios-mnimos, qualquer que seja a fonte de
rendimentos, e residentes nas reas urbanas das mesmas regies. O ndice nacional apurado a partir dos ndices
regionais, utilizando a mdia aritmtica ponderada, onde a varivel de ponderao o rendimento total urbano.
O site do Banco Central oferece uma Calculadora do Cidado com procedimentos de clculo e exemplos dos
principais ndices brasileiros, no endereo:

https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormCorrecaoValores.do?method=exibirFormCorrecaoValores
Se acessar "Metodologia" ver a frmula de clculo para chegar aos valores.

2.3 Finanas pessoais


2.3.1 Controle de qualidade do cadastro
A pessoa que procura uma empresa correspondente para realizar uma operao de crdito deve ter em mente a
necessidade de estar com sua situao cadastral livre de problemas.
O agente de correspondente deve orientar seus clientes a fim de ter sempre um cadastro prova de problemas.
Um check list dessa situao pode ser observado nos itens a seguir:

Avalizar Cuide de evitar dar aval e comprometer-se com fiana em operaes


de crdito de outra pessoa.

Cartes
de Trabalhe com poucos cartes
crdito Tenha saldos pr-aprovados de valor baixo
Procure sempre pagar a fatura integral
Se no der, pague acima do pagamento mnimo
Esteja atento para a taxa de juros do rotativo dos cartes
Deixe cartes em casa. Saia apenas com aquele que voc
precisar usar
Esteja atento para ofertas de liquidao parcelada de carto.
O juro costuma ser menor do que manter o rotativo
Controle seus cartes pela internet.
No empreste seus cartes para ningum

Cheques Evite cheques sem proviso de fundos.


Faa anotaes no canhoto a cada cheque emitido.
Controle seu saldo pela internet.
Lance os pr-datados no seu Fluxo de Caixa
Compromissos Se tiver dificuldade para honrar um valor a pagar no vencimento,
negocie com o credor outra forma de pagamento


Dados pessoais Nome e identificao pessoal (RG, CPF, carteira de
trabalho), devem estar mo.
CP deve estar em dia com as anotaes da empresa
Se solicitadas, certides (casamento, bito, registro de
imveis) e comprovantes de endereo devem estar mo e
atualizados, quando for o caso
Endereos tipo rua 1, ou rua A, devem ser melhor
caracterizados

Emprestar Nunca empreste seu nome para terceiros abrirem linhas de crdito.
nome

2.3.2 Administraao do oramento familiar


O aprendizado da austeridade com o dinheiro familiar e metas realistas compensar os cuidados que se deve ter
com o dinheiro resultante do trabalho.
Para isso necessrio planejar, eleger prioridades, controlar seus recursos. Assim se garante maior estabilidade
das finanas no presente, visando prevenir o futuro.
A administrao das receitas e despesas familiares deve ser uma atividade constante das famlias, em face da
inflao, das necessidades familiares e das novas demandas que acontecem durante a vida das pessoas.
Cabe ao agente do correspondente orientar seus clientes para uma boa administrao de oramento.

Como administrar o oramento familiar

Receitas Relacione salrios da famlia, pelo valor bruto.


Relacione 13 apenas nos oramentos dos meses em que
ele pago (novembro e dezembro)
Outras receitas, relacione apenas as que esto certas (ou
contratadas)

Poupar e Crie uma reserva de poupana. como se fosse um


investir colcho de conforto financeiro, para atender s emergncias da
famlia.
D preferncia segurana e liquidez nos seus primeiros
investimentos.
Casa prpria no investimento especulativo. Planeje sua
compra como algo definitivo.
Quando possuir uma renda discricionria [1], pode comear
a ousar, buscando investimentos com maior potencial de lucros.
Planeje sua aposentadoria. Veja planos de previdncia
complementar, mas oriente-se bem, para evitar planos caros.
Tenha os seguros essenciais. Caso contrrio, voc fica
sendo seu prprio segurador.

Despesas Lance todas as dedues salariais.


fixas Lance despesas fixas: luz, gs, gua, telefone, aluguel,
condomnio, transporte, educao, assistncia mdica, alimentao.
Lance todas as prestaes.
Lembre-se que juro zero no existe, mas pagando vista
voc pode obter bons descontos
Pague integral nos cartes de crdito. Se no der pague o
mximo possvel.
Olho vivo nas despesas com o carro (ou os carros).
Faa sempre pesquisas de preos. As diferenas podem
ser muito desfavorveis para voc.

Despesas Lance despesas que no ocorrem sempre, como remdios,


eventuais consertos em geral, cabeleireiro, oficina mecnica, lazer, vcios,
cheques pr datados e outras.
Lembre-se dos impostos e taxas.
Considere as despesas que s acontecem em datas certas:
volta s aulas, IPVA, licenciamento, Dia dos Pais, das Mes, dos
Namorados, da Criana, Natal, Pscoa, e frias para a famlia


Aumento de Busque aumentar sua renda realizando novas tarefas, que
receitas possam ser cumpridas sem afetar seus compromissos com seu
patro.
Digitao de apostilas, servios de pesquisa pela internet
h diversas formas pelas quais voc pode aumentar suas receitas.

Corte
de Evite novos emprstimos para quitar dvidas antigas.
despesas Procure renegoci-las, se elas estouram seu oramento.
Envolva a famlia no corte de despesas seja transparente,
mais fcil obter reconhecimento e compreenso.
Evite criar dissenses na vida pessoal, porque piora as
coisas
Se desejar aprofundar as leituras sobre finanas pessoais, acesse este endereo na Internet:

http://financaspessoais.blog.br/financaspraticas/

2.3.3 O oramento familiar


Oramento uma fotografia, em determinado instante, de uma situao financeira pessoal.
Permite iniciar um processo de planejamento financeiro familiar, visando a proteger e a aumentar seu patrimnio e
seu bem-estar.
O planejamento financeiro um processo contnuo, que ajuda a antecipar dificuldades e problemas, e alcanar
objetivos pessoais.
As principais razes para montar periodicamente um oramento so:
Medir o alcance real dos rendimentos pessoais
Montar planejamentos financeiros familiares
Planejar a contratao de emprstimos e financiamentos
Evitar desperdcios
Comear a poupar visando a construir um patrimnio
Prever as despesas mensais
Informar aos familiares a situao financeira e propor colaborao de todos
Reduzir os nveis de stress decorrentes de aflies financeiras
Atualmente, encontra-se nos sites de busca um sem-nmero de planilhas e pequenos programas que se propem
a montar esse planejamento financeiro a partir do oramento.
Um exemplo a Planilha de Oramento Pessoal distribuda gratuitamente no site da BM&FBovespa, no endereo:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt-
br/educacional/iniciantes/mercado-de-acoes/planilha-de-
orcamento-pessoal/planilha-de-orcamento-
pessoal.aspx?idioma=pt-br

O programa Microsoft Excel tambm possui modelos bsicos de oramento pessoal. Basta buscar nos exemplos.

Fluxo de caixa
O fluxo de caixa uma previso do comportamento das receitas e despesas pessoais.
Para um assalariado existe apenas uma entrada mensal e dezenas de sadas, quando movimenta dinheiro.
A diferena entre estes dois fluxos gera um resultado no final de ms, que pode ser investido ou financiado.
O fluxo de caixa pode ser obtido a partir de uma planilha, fixando-se um prazo para o futuro (um ano, dois anos), e
inserindo as receitas e as despesas mensais ou peridicas (como tributos sobre automvel).
No fluxo de caixa, pode-se provisionar essas despesas no-mensais, de modo a manter um saldo mais constante
no final de cada ms.
O fluxo de caixa positivo auxilia na construo do patrimnio.
Fluxos de caixa constantemente negativos podem reduzir dramaticamente um patrimnio.
Modelos de fluxos de caixa podem ser obtidos nos sites de busca.

2.3.4 A declarao de IR como ferramenta


A sugesto de Marcia Dessen, scia do Brazilian Management Institute (BMI):Comear a estruturar um
oramento exige um mnimo de dedicao e pode parecer custoso ou chato demais para valer a pena. Por isso,
Mrcia sugere que os interessados em colocar as finanas em dia enxerguem a declarao de Imposto de Renda como
uma ferramenta de gesto.
"Quantas pessoas s descobrem nessa hora o quanto realmente esto devendo na praa? E por que ser que
deixam para fazer esse balano apenas uma vez por ano?", questiona. "Minha sugesto que a declarao sirva como
o pontap para comear um controle, ms a ms, dos ganhos e dos gastos".
Um oramento mensal, claro, no precisa seguir todo o detalhamento exigido pela Receita Federal. Mrcia
recomenda anotar os gastos dirios em uma planilha. Para facilitar esse trabalho, a consultora sugere pagar as contas
com carto, de crdito ou dbito, sempre que for possvel. "Ao fim de cada ms, bastar somar, a partir dos registros da
fatura, todas as despesas feitas e separ-las em grandes classes de gastos, como alimentao, moradia ou
entretenimento", diz.
O ideal, na viso da planejadora financeira, usar dinheiro em espcie apenas para fazer as pequenas compras
corriqueiras. "O valor de cada saque de dinheiro pode ser totalmente contabilizado numa linha de 'diversos'. mais fcil
e mais estimulante do que se obrigar a anotar cada cafezinho comprado na rua".
Controlar os gastos o que permite s pessoas evitar entrar em armadilhas financeiras, como recorrer ao crdito
para dar conta do consumo do dia a dia, um alerta que Mrcia d sempre que tem uma oportunidade. "Dvidas
costumam custar caro e necessrio ter conscincia desse preo antes de parcelar qualquer compra", afirma.
A orientao est no site Como investir, editado pela ANBIMA.

3. Produtos e Servios: o Consignado


3.1 O crdito
3.1.1 Conceito de crdito
A palavra crdito vem do latim creditum confiana, crena, dvida a receber possui ampla significao
econmica e estreito sentido jurdico.
A natureza do crdito comercial ou financeiro engloba estes elementos bsicos:
Elemento subjetivo confiana
capital
dinheiro
Elemento material
bem financiado
venda a prazo
Fator cronolgico tempo

Confiana
A confiana, como elemento subjetivo, a base do crdito.
A apreciao, o juzo favorvel que o possuidor do capital ou bem material faz de uma pessoa ou um grupo delas
(empresa) o que permite a operao de crdito.
O juzo favorvel - confiana - fundamentado pela garantia material que o devedor oferece para o resgate do
compromisso assumido ou pelo conceito moral que goze.
Nas relaes de negcios envolvendo crdito est excluda a generosidade.
O crdito deve ser concedido na base da segurana.
Ningum que possua capital est disposto em a privar-se dele seno com a garantia de sua restituio em data
determinada.
O crdito nada mais do que a troca de uma riqueza presente por uma riqueza futura.
Bem financiado
O elemento material da operao de crdito o capital ou dinheiro fornecido, o bem que est sendo financiado, ou
a venda a prazo de mercadorias em geral.
Envolve o consumidor, como usurio do crdito, e uma instituio financeira ou uma loja, onde esse consumidor
realiza suas operaes e as suas compras.
Tempo
Finalmente, a operao do crdito envolve um tempo a decorrer, entre a data da concesso do crdito at a data
em que o pagamento completado e a operao se completa.
Custo (juros)
o preo estipulado para cada transao em relao ao tempo para sua liquidao.
No caso de venda a prazo, normalmente o juro est embutido no preo da mercadoria.
Risco
De uma maneira geral, a probabilidade de determinado evento na relao que envolve o crdito no acontecer.
Conhea os principais riscos neste tpico deste Curso.

3.1.2 Caractersticas do crdito


As caractersticas bsicas do crdito so:
Confiana elemento imprescindvel para ambas as partes (credor e devedor)
o preo estipulado para cada transao em relao ao tempo para sua liquidao.
Interesse ou juro (no caso do
No caso de venda a prazo, normalmente o juro est embutido no preo da
comrcio, aumento da margem)
mercadoria.
tempo entre a concesso do crdito e a restituio dos recursos equivalentes
Prazo
acrescidos da remunerao durante o tempo da operao (juros)
Risco a probabilidade de determinado evento esperado no acontecer

3.2 Emprstimo e financiamento


3.2.1 Cuidados ao solicitar crdito
Vrios golpistas do crdito fcil utilizam contas de depsito e, tambm, o nome de instituies financeiras e
administradoras de consrcios regularmente constitudas.
Assim, o interessado deve verificar inicialmente com a prpria instituio financeira sobre a oferta do crdito.
Por isso, o Banco Central recomenda os cuidados que a populao deve ter, ao contratar emprstimos ou
financiamentos:
cabe ao interessado em levantar crdito que procure sempre uma instituio autorizada pelo Banco Central e
certifique-se de estar tratando, de fato, com a instituio em questo;
no fornecer dados pessoais nem cpia de documentos para desconhecidos;
nunca fazer nenhum depsito inicial para obter emprstimos, principalmente, em contas de pessoas fsicas;
evitar fazer emprstimos com empresas desconhecidas que veiculam anncios em jornais, internet ou outros meios
de comunicao e que no possuam uma sede fsica, ou seja, um endereo conhecido;
desconfiar de ofertas de crdito muito vantajosas ou facilitadas que dispensem avalista ou que no faam consultas
a cadastros restritivos (SPC e Serasa, por exemplo);
nunca assinar um documento sem ler.

Estes so os trs tipos de venda conjunta. Muitos confundem "venda casada" com "venda induzida". A primeira OK; a segunda, no.

3.2.2 Modalidades de crdito


As principais caractersticas das operaes de emprstimo e financiamento existentes no Brasil caracterizam-se
como operaes subordinadas s taxas de mercado. Em geral, as instituies praticam taxas diferentes dentro de uma
mesma modalidade de crdito. Por esta razo, a taxa cobrada de um cliente pode diferir da taxa mdia.
Diversos fatores como o prazo e o volume da operao, bem como as garantias oferecidas, explicam as
diferenas entre as taxas de juros.
So oferecidas no mercado brasileiro as seguintes operaes:
Crdito pessoal
Crdito pessoal consignado
Financiamento de veculos
Pessoas fsicas
Crdito imobilirio
Cheque especial
Aquisio de bens

Desconto de duplicatas
Capital de giro pr-fixado
Capital de giro flutuante
Pessoas jurdicas Operaes com moeda estrangeira
3.2.3 A CCB
Conta garantida
Quase todas as
Aquisio de bens, mquinas,
instituies financeiras
equipamentos etc
substituram os contratos de
abertura de crdito pela emisso das CCB - Cdulas de Crdito Bancrio, cujas caractersticas esto descritas a seguir.
A CCB o ttulo de crdito emitido, por pessoa fsica ou jurdica, em favor de instituio financeira ou de entidade
a esta equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operao de crdito, de qualquer
modalidade.
A CCB poder ser emitida, com ou sem garantia, real ou fidejussria. A garantia constituda ser especificada na
Cdula de Crdito Bancrio.
A CCB ttulo executivo extrajudicial e representa dvida em dinheiro, certa, lquida e exigvel, seja pela soma nela
indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de clculo, ou nos extratos da conta corrente.
Na CCB podero ser pactuados os diferentes itens relacionados a contratos de emprstimo, com destaque para:
os juros sobre a dvida, capitalizados ou no, os critrios de sua incidncia e, se for o caso, a periodicidade de sua
capitalizao, bem como as despesas e os demais encargos decorrentes da obrigao e os critrios de atualizao
monetria;
os casos de ocorrncia de mora e de incidncia das multas e penalidades contratuais, bem como as hipteses de
vencimento antecipado da dvida;
quando for o caso, a modalidade de garantia da dvida, sua extenso e as hipteses de substituio de tal garantia;
a obrigao do credor de emitir extratos da conta corrente ou planilhas de clculo da dvida, ou de seu saldo
devedor, de acordo com os critrios estabelecidos na prpria Cdula de Crdito Bancrio;
outras condies de concesso do crdito, suas garantias ou liquidao, obrigaes adicionais do emitente ou do
terceiro garantidor da obrigao, desde que no contrariem as disposies legais em vigor.
A CCB deve conter os seguintes requisitos essenciais:
1. a denominao "Cdula de Crdito Bancrio";
2. a promessa do emitente de pagar a dvida em dinheiro, certa, lquida e exigvel no seu vencimento ou, no caso
de dvida oriunda de contrato de abertura de crdito bancrio, a promessa do emitente de pagar a dvida em dinheiro,
certa, lquida e exigvel, correspondente ao crdito utilizado;
3. a data e o lugar do pagamento da dvida e, no caso de pagamento parcelado, as datas e os valores de cada
prestao, ou os critrios para essa determinao;
4. o nome da instituio credora, podendo conter clusula ordem;
5. a data e o lugar de sua emisso; e
6. a assinatura do emitente e, se for o caso, do terceiro garantidor da obrigao, ou de seus respectivos
mandatrios.
A CCB ser emitida por escrito, em tantas vias quantas forem as partes que nela intervierem, assinadas pelo
emitente e pelo terceiro garantidor, se houver, ou por seus respectivos mandatrios, devendo cada parte receber uma
via.
Somente a via do credor ser negocivel, devendo constar nas demais vias a expresso "no negocivel".
3.2.4 Ttulos executivos
Ttulo executivo o documento que o credor deve apresentar ao rgo judicial para obter a execuo.
semelhante ao "bilhete de passagem" que o viajante apresenta na "estao do trem".
Segundo a norma legal, toda execuo tem por base ttulo executivo judicial ou extrajudicial.
Os ttulos executivos tm eficcia porque traduzem a probabilidade da existncia do crdito.
As partes no podem pretender conferir a qualidade de ttulo executivo a outros atos que no os estabelecidos
pela lei.
Os ttulos executivos dividem-se em judiciais ou extrajudiciais.
Entre os ttulos extrajudiciais esto a letra de cmbio, a nota promissria, a duplicata, a debnture e o cheque.
O contrato de abertura de crdito, ainda que acompanhado de extrato de conta-corrente, no ttulo executivo.
Entretanto, a Medida Provisria 2.160-25, de 23/08/2001, criou a chamada Cdula de Crdito Bancrio, ttulo
executivo extrajudicial que consiste em "dvida em dinheiro, lquida, certa e exigvel, seja pela soma nela indicada, seja
pelo saldo devedor demonstrado em planilha de clculo, ou nos extratos da conta-corrente".
Portanto, tal dbito agora possui expressa previso normativa como sendo ttulo executivo extrajudicial.
3.2.5 Garantias em emprstimos
Garantias fidejussrias
I - O aval
Declarao de garantia pessoal, plena e solidria que consiste na assinatura do declarante lanada em ttulo de
crdito, em razo da qual o declarante se compromete a garantir, de forma autnoma, as obrigaes de outra pessoa
que figure no ttulo.
Caracterizam o aval:
o portador do ttulo avalizado no tem direito a substituio do aval;
o avalista devedor solidrio at a liquidao do ttulo;
o credor pode executar o avalista antes mesmo de executar o devedor principal;
o avalista vincula-se solidariamente ao devedor, no prprio ttulo avalizado;
a obrigao do avalista vinculada ao ttulo avalizado;
exige o comparecimento de ambos os cnjuges.

II - A fiana
Obrigao acessria assumida por terceira pessoa para garantir o pagamento da obrigao assumida pelo
devedor, se a obrigao no for por este cumprida no tempo e nas condies formalmente estabelecidas.
Caracterizam a fiana:
pressupe a existncia de um contrato principal, da qual a garantia do credor;
obrigatoriamente assumida na forma escrita;
pode revestir tambm as formas de fiana bancria e de fiana locatcia;
exige o comparecimento de ambos os cnjuges.
Pode ainda constar de clusula contratual, na forma de responsabilidade pessoal do garantidor.
Outras formas de garantias
Os contratos de emprstimo ainda acolhem outras formas de garantia, das quais se destacam:
Constitui um direito real sobre os direitos patrimoniais de outrem
Garantia real garantia hipotecria ou pignoratcia. Exemplos: penhor de bens mveis ou direitos (recebveis), hipoteca
de bens imveis,
Garantia
Garantia de dvida atravs alienao fiduciria; garantia baseada no crdito ou na confiana pblica
fiduciria
3.2.6 Alienao fiduciria
Alienao fiduciria em garantia a garantia que o devedor d ao credor, em operaes de Crdito Direto ao
Consumidor.
tambm a extenso dessa forma de garantia para operaes no SFI Sistema Financeiro Imobilirios.
D-se pela transferncia para o credor do domnio resolvel e a posse indireta da coisa mvel alienada,
independentemente da tradio efetiva do bem.
O devedor, como depositrio do bem, no pode revend-lo.
O no-pagamento das prestaes contratuais constitui esbulho possessrio, o que abre ao credor a possibilidade
da retomada imediata do bem.
A atualizao da legislao prescreve que o credor fiducirio faz a busca e apreenso, pede uma liminar e, se em
cinco dias o devedor no pagar, o banco poder tomar o bem.
Com isso consolidam-se a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimnio do credor fiducirio,
cabendo s reparties competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de registro de propriedade em nome
do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do nus da propriedade fiduciria. Para evitar este procedimento, o
devedor poder pagar a integralidade da dvida pendente, segundo os valores apresentados pelo credor fiducirio na
inicial da ao, hiptese na qual o bem lhe ser restitudo livre do nus.
Na sentena que decretar a improcedncia da ao de busca e apreenso, o juiz condenar o credor fiducirio ao
pagamento de multa, em favor do devedor, equivalente a cinquenta por cento do valor originalmente financiado,
devidamente atualizado, caso o bem j tenha sido alienado.

Na compra e venda de imvel


No caso de venda de imveis, a garantia em que a propriedade do bem imvel transferida temporariamente
pelo devedor ao credor, em razo dessa dvida.
Nesta modalidade de garantia o devedor permanece com a posse e o credor adquire a propriedade do imvel, no
com o propsito de mant-lo como seu, mas sim para a finalidade de garantir-se.
Paga a dvida, a propriedade do credor se resolve e passa a ser do devedor, que j est na posse do bem.

3.2.7 Liquidao antecipada de dbitos


Clientes que tenham tomado emprstimos de bancos podem solicitar a liquidao antecipada do dbito, total ou
parcialmente, com reduo proporcional dos juros. Normas do Conselho Monetrio Nacional garantem ao cliente o
direito liquidao antecipada com reduo proporcional dos juros.
As instituies financeiras devem informar as condies para essa antecipao.
A liquidao antecipada pode ser feita com a utilizao de recursos prprios ou por transferncia de recursos a
partir de outro banco.
O banco deve conceder desconto pela antecipao do pagamento, de acordo com o prazo de antecipao das
parcelas.
Podem ser liquidadas antecipadamente, com reduo proporcional do saldo devedor, dvidas caracterizadas como
operaes de crdito ou de arrendamento mercantil contratadas com bancos, cooperativas de crdito e outras
instituies financeiras, exceto administradoras de consrcios.

Saldo devedor
O saldo devedor, na data de uma liquidao antecipada, se obtm da seguinte forma:
A instituio que originalmente realizou a operao de crdito ou de arrendamento mercantil deve obrigatoriamente
informar ao cliente, sempre que lhe for solicitado, o valor do saldo devedor para quitao antecipada;
A instituio tambm deve prestar os esclarecimentos solicitados pelo cliente e fornecer-lhe planilha de clculo que
possibilite, de forma simples e clara, a conferncia da evoluo da dvida, de acordo com as regras previstas no contrato
assinado entre as partes;
Tambm obrigao da instituio fornecer ao cliente, quando da formalizao da operao, assim como mediante
solicitao posterior, cpia do contrato firmado entre as partes.
Em caso de concesso de novo crdito para amortizar ou quitar a operao original, as condies da nova
operao devem ser negociadas entre o prprio cliente e a instituio que lhe conceder o novo crdito, a qual efetivar
a transferncia para a amortizao ou quitao. Entretanto, a transferncia dos recursos para a instituio originalmente
credora ser feita direta e exclusivamente pela instituio com a qual o novo contrato ser firmado.
vedada a cobrana de tarifas relativas aos custos da transferncia de recursos de uma instituio para outra,
para fins de quitao antecipada de contratos de operaes de crdito e de arrendamento mercantil.
Para os contratos assinados a partir de 10.12.2007, proibida a cobrana de tarifa por liquidao antecipada.

O caso dos consrcios


Consrcios so uma forma de aquisio de bens e servios sem pagamento de juros (exceto juros moratrios, no
caso de prestaes em atraso).
Por isto, no possvel a reduo proporcional de juros, pois no h juros nessas operaes.
A liquidao antecipada, com quitao total do saldo devedor, possvel apenas para o consorciado contemplado
que tenha utilizado o crdito. As condies para a antecipao tm que estar definidas no contrato. Nesse caso, o
consorciado encerra sua participao no grupo, com a consequente liberao das garantias oferecidas, se for o caso.
O contrato tambm pode prever a possibilidade de antecipao do pagamento por consorciado no contemplado.
A antecipao pode ser vlida para o pagamento de todas ou de parte das parcelas a vencer. Nesse caso, o
consorciado no encerra sua participao no grupo e permanece sujeito ao pagamento de eventuais diferenas de
prestaes.

3.2.8 Quitao com recursos transferidos


As instituies financeiras e as sociedades de arrendamento mercantil devem garantir a quitao antecipada de
contratos de operaes de crdito e de arrendamento mercantil, mediante o recebimento de recursos transferidos por
outra instituio da mesma espcie da instituio com a qual foi contratada a dvida original.
A instituio que originalmente realizou a operao de crdito ou de arrendamento mercantil recebe recursos
suficientes da nova instituio para garantir a quitao antecipada do contrato.
Os custos dessa operao de transferncia de recursos no podem ser repassados ao cliente, nem sob a forma
de tarifa.
Entretanto, para operaes contratadas antes de 10.12.2007, pode ser cobrada tarifa pela liquidao antecipada,
se estiver regularmente estabelecida em contrato.
No caso de transferncia de operao de crdito ou de arrendamento mercantil de uma instituio para outra,
necessrio que o cliente verifique bem quais so as condies do novo contrato, com relao a nmero de prestaes,
taxas de juros, tarifas, para que essa transferncia lhe seja realmente vantajosa.

3.2.9 A portabilidade do crdito


a capacidade de o devedor de emprstimo bancrio transferir a dvida de uma instituio financeira para outra.
Operao vivel mediante o pr-pagamento do saldo devedor, que pode ser realizada pela nova instituio,
escolhida pelo devedor.
Tem o propsito de aumentar a concorrncia entre as instituies fornecedoras de crdito, visando reduo nas
taxas de juros cobradas do devedor.
A portabilidade aumenta o poder de negociao do cliente, promove a concorrncia, e auxilia na reduo do custo
do crdito e do spread.
O consumidor transfere seu relacionamento para outra instituio que melhor atenda a seus interesses.
Os custos relacionados transferncia da operao no podem ser repassados pelas instituies ao consumidor
e no h pagamento de IOF se a operao no superar o valor da dvida transferida.
A portabilidade do crdito obrigatria para o banco que detm a operao.
O cliente que deseja transferir sua operao tem direito de solicitar um extrato de sua dvida.
Os seguintes dados devem ser repassados:
o saldo devedor de sua conta:
os juros cobrados e o nmero de parcelas na operao original;
o histrico das operaes de emprstimo, de financiamento e de arrendamento mercantil, contendo a data da
contratao, o valor transacionado e as datas de vencimentos e dos respectivos pagamentos;
o saldo mdio mensal das aplicaes financeiras e das demais modalidades de investimento mantidas na instituio
ou por ela administradas.
Operaes de portabilidade de crdito imobilirio devem ser analisadas com cuidado, em funo de custos
cartoriais e no registro de imveis, alm das taxas de juros.
O Cdigo de Defesa do Consumidor veda operaes de venda induzida, para estimular a transferncia.

3.2.10 CET - Custo Efetivo Total


O CET (Custo Efetivo Total) uma ferramenta para auxiliar o consumidor pessoa fsica na hora de contratar um
emprstimo ou realizar uma compra a prazo. No exigido em operaaes com pessoas jurdicas.
O CET representa o custo total de uma operao de emprstimo ou de financiamento e deve ser informado ao
cliente pela instituio financeira.
O CET deve ser expresso na forma de taxa percentual anual, incluindo todos os encargos e despesas das
operaes. O CET torna a demonstrao dos custos envolvidos na operao mais transparente para o cliente.
A informao do CET deve estar disponvel nas publicidades (jornais, revistas televiso, rdio, internet), nas
ofertas (terminais eletrnicos, internet, folhetos entregues em financeiras, mala direta, etc.) e no contrato.
Para cada plano de financiamento h apenas um valor de CET correspondente, o qual deve incluir todos os gastos.
Para fazer uma comparao importante que o consumidor confronte o mesmo valor financiado, observando o mesmo
nmero de parcelas. Estes fatores podem alterar o CET.
O consumidor deve observar todos os itens constantes no CET j que algumas cobranas, mesmo que informadas
na oferta ou na contratao, como tarifa de boleto bancrio, por exemplo, podem ser abusivas e, portanto, proibidas pelo
Cdigo de Defesa do Consumidor.
Embora os bancos possam oferecer, no emprstimo ou financiamento, a contratao de seguro, o consumidor
livre para escolher a seguradora de sua preferncia. A imposio de seguradora ou de qualquer outro fornecedor
tipificada como venda casada, prtica abusiva e proibida pelo Cdigo de Defesa do Consumidor. Se, por um lado, na
concesso do crdito o CET cobrado, na eventual liquidao antecipada da dvida, o consumidor ter direito reduo
proporcional referente taxa de juros e demais acrscimos.
Previamente e no momento da contratao da operao de crdito e de arrendamento mercantil, o CET e seus
componentes, expressos em reais, devem ser apresentados ao cliente Pessoa Fsica.
No clculo do CET estaro especificados:
Taxa de juros: taxa de juros da operao de crdito;
Taxa Interna de Retorno, no caso de operao de arrendamento mercantil financeiro (Leasing);
Tributos: valor de todos os tributos incidentes na operao - atualmente no financiamento h apenas a incidncia do
IOF;
Tarifas: valor das tarifas cobradas na operao;
Seguros: valor do seguro da operao, se houver;
Outras despesas: valor das despesas cobradas do cliente, inclusive aquelas relativas ao pagamento de servios de
terceiros.
No clculo do CET estaro especificados:
CDC - Crdito Direto ao Consumidor (Financiamento);
Arrendamento mercantil financeiro (Leasing);
Crdito Pessoal com Garantia;
FinAuto entre Particulares
O CET calculado considerando-se os fluxos referentes s liberaes e aos pagamentos previstos, incluindo a
taxa de juros (taxa interna de retorno, no caso das operaes de arrendamento mercantil), tarifas, tributos, seguros e
outras despesas, mesmo que relativas ao pagamento de servios de terceiros contratados pela instituio financeira,
inclusive quando essas despesas forem objeto de financiamento.
3.2.11 Administrao de um cadastro
A administrao de um cadastro funo vital nas empresas que do crdito.
Segue-se abaixo o conjunto de informaes essenciais administrao desse cadastro:
Conjunto de dados e informaes econmicas, financeiras, comerciais e pessoais ou
Cadastro
empresariais, sobre a qualificao de clientes
Registro de clientes com informaes de dvidas vencidas, inadimplncias e
atrasos de natureza variada.
Cadastro negativo
Teoricamente, o acmulo de cadastros negativos reduz a capacidade real de
crdito por parte dos consumidores.
Criao de um banco de dados cadastrais de clientes bons pagadores em
operaes de crdito com instituies financeiras.
Cadastro positivo
Busca reduzir os juros bancrios em operaes de crdito, reduzindo a
possibilidade de calote.
Banco de dados com rol dos emitentes de cheques sem fundos, que abrange todas
as praas do Pas, distribudas de acordo com a jurisdio divulgada pelo executante.
CCF cadastro de Ingressam no CCF os responsveis pela emisso de cheques: sem proviso de
emitentes de cheques sem fundos; que contenham impedimento ao pagamento; contendo irregularidades; em caso de
fundo apresentao indevida.
Cerca de 50 alneas diferentes so listadas pelo Banco Central para caracterizar o
ingresso no CCF.
Fornecimento de informaes cadastrais e de relacionamento histrico de cliente
de instituies financeiras a terceiros, quando autorizadas pelo cliente.
Portabilidade de cadastro
Objetivo fazer com que as instituies financeiras procurem atrair os melhores
clientes, oferecendo juros menores e tarifas mais baratas aos melhores clientes.

3.2.12 Pontos-chave de um cadastro


Exemplos de pontos-chave para o crdito massificado em geral:
Nvel de renda
Finalidade do financiamento
Emprego tempo de trabalho, caracterstica da empresa empregadora (atividade, tamanho), e tipo de vnculo de
trabalho
Estado civil
Dependentes quantidade
Endereo - casa prpria, alugada, funcional ou de favor (pai/me, sogra)
Nvel de instruo
Natureza do bem adquirido
Outros

O cadastro deve fornecer o mximo de informaoes ao agente do correspondente

3.3 Emprstimo consignado


3.3.1 O emprstimo consignado
Emprstimo consignado uma modalidade de emprstimo em que o desconto da prestao feito diretamente na
folha de pagamento ou de benefcio previdencirio do contratante.
A consignao em folha de pagamento ou de benefcio depende de autorizao prvia e expressa do cliente para
a instituio financeira.
O emprstimo consignado dirige-se, quase sempre, a funcionrios dos governos federal, estadual e municipal, e a
aposentados e pensionistas do INSS, mas pode alcanar ainda funcionrios de empresas privadas, dependendo da
instituio financeira financiadora.
vedado s instituies financeiras a celebrao de convnios, contratos ou acordos que impeam o acesso de
clientes a operaes de crdito ofertadas por outras instituies.
Na pgina do Ministrio da Previdncia possvel obter diversas informaes sobre o assunto, inclusive com
relao taxa de juros praticada pelas instituies financeiras.
O Banco Central recomenda alguns cuidados que devem ser adotados sempre que se fizer qualquer operao
bancria.
Esses mesmos cuidados devem ser tomados antes da contratao de um emprstimo consignado:
No se deve nunca fornecer o carto magntico ou senha do banco a terceiros.
No prudente contratar emprstimos sem pesquisar as taxas de juros e condies oferecidas por outras
instituies.
fundamental saber se a instituio financeira est autorizada a funcionar pelo Banco Central e, no caso dos
emprstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS, se a instituio est conveniada com o INSS.
No se deve aceitar a intermediao de pessoas com promessas de acelerar o crdito.
O interessado em contratar um emprstimo consignado deve lembrar que esse tipo de operao representa dvidas
que podero afetar a administrao da renda pessoal e familiar futura, em razo do comprometimento mensal dos
benefcios com o pagamento do emprstimo.

3.3.2 A margem consignvel


Margem consignvel o valor mximo que pode ser comprometido pelo cliente, na realizao de um emprstimo
consignvel.
Esta margem varivel, de acordo com o tipo de emprstimo que se pleiteia:
nos emprstimos consignados para desconto em folha de funcionrios pblicos: 30%
nos emprstimos consignados para desconto em folha de funcionrios privados: 30% sobre o valor lquido ou 40%
sobre o valor com encargos;
nos emprstimos a aposentados e pensionistas: 30% sobre o benefcio (20% quando conjugados com um carto
consignado);
nos emprstimos a aposentados e pensionistas, nos cartes consignados: 10%
A renda, para fins de clculo da margem consignvel, leva em conta:
impostos e encargos sobre o salrio/benefcio;
penso alimentcia, quando devida;
outras contribuies Previdncia social.

3.3.3 Consignado sobre desconto em folha


O emprstimo pessoal consignado com desconto em folha de pagamentos dirigido tanto a trabalhadores do
servio pblico como das empresas privadas.
Em ambos os casos, os bancos financiadores contratam esses emprstimos sob as seguintes condies, comuns
s duas categorias:
Anlise cadastral
Renda disponvel (salarial e outras)
Margem consignvel
Funcionrios de empresas privadas devem trabalhar em empresa que mantenha convnio especfico para esse
fim com um banco.
No caso da margem consignvel, observam-se os seguintes limites:
Funcionrios pblicos (federais, estaduais e municipais) Funcionrios de empresas privadas
30% sobre a renda 30% sobre a renda, ou 40% da renda mais encargos

Os solicitantes de crdito consignado devem apresentar a documentao normal para tanto, ou sejam a
identidade, CPF, comprovante de endereo, trs ltimos contracheques, alm de outros documentos no listados.
Nos pedidos, os bancos levam em conta, entre outras, as seguintes condies:
Valor do emprstimo
Prazo
Taxa de juros
Poltica de emprstimos do banco
Condies de refinanciamento
Uma caracterstica vlida para quando o cliente deixa o servio pblico ou se afasta da empresa que mantm
convnio de consignado com o banco: o saldo devedor do emprstimo descontado da resciso contratual, de uma s
vez.

3.3.4 Consignado para aposentados


O emprstimo consignado para aposentados e pensionistas do INSS um emprstimo bancrio que tem como
garantia de pagamento o prprio benefcio recebido da Previdncia Social.
Tem vantagem sobre outras formas de emprstimos bancrios devido s baixas taxas de juros, resultantes dessa
garantia. Como as parcelas de emprstimo so pagas pelo prprio INSS, reduz-se muito o custo administrativo da
cobrana do emprstimo, e elimina-se o atraso no pagamento das prestaes.
A liberao mais rpida, mediante crdito na conta bancria do beneficiado, ou liberada por Ordem de
Pagamento da instituio que realiza o emprstimo.
Cabe ao interessado a apresentao dos documentos necessrios concesso do emprstimo, os quais, na
maioria dos casos, resume-se a:
Identidade, CPF e comprovante de endereo;
Nmero do benefcio do INSS
Para efeito do clculo da margem consignvel, o solicitante do crdito deve ter em mente que, do seu benefcio,
devem ser descontados:
Imposto de renda;
Penso alimentcia
Mensalidades de associaes e outras entidades
Outras contribuies devidas Previdncia Social
Instrues do INSS especificam que:
Emprstimos e carto de crdito so operaes diferentes, portanto exigem contratos especficos.
vedada a contratao de emprstimos por telefone e tambm a cobrana da Taxa de Abertura de Crdito (TAC)
ou qualquer outra taxa ou impostos.
O banco no poder celebrar contratos com prazo de carncia, ou seja, prazo superior a 30 dias para o incio dos
descontos.
A margem consignvel, que o valor mximo da renda a ser comprometida, no pode ultrapassar 30% do valor da
aposentadoria ou penso recebida pelo beneficirio, dividida da seguinte forma: 20% da renda para emprstimos
consignados e 10% exclusivamente para o carto de crdito (ver o carto a seguir).
O nmero mximo de parcelas de 60 meses, com taxa mxima (em agosto de 2012) de 2,14% ao ms de Custo
Efetivo Total, a includo o IOF.
O depsito no poder ser efetuado em conta de terceiros.
os emprstimos devero obrigatoriamente ser contratados no estado em que o aposentado ou pensionista reside e
recebe o benefcio.
O INSS nunca entra em contato com o beneficirio por telefone para solicitar informaes pessoais nem passa
estas informaes s instituies financeiras.

3.3.5 Consignado para aposentados


O emprstimo consignado para aposentados e pensionistas do INSS um emprstimo bancrio que tem como
garantia de pagamento o prprio benefcio recebido da Previdncia Social.
Tem vantagem sobre outras formas de emprstimos bancrios devido s baixas taxas de juros, resultantes dessa
garantia. Como as parcelas de emprstimo so pagas pelo prprio INSS, reduz-se muito o custo administrativo da
cobrana do emprstimo, e elimina-se o atraso no pagamento das prestaes.
A liberao mais rpida, mediante crdito na conta bancria do beneficiado, ou liberada por Ordem de
Pagamento da instituio que realiza o emprstimo.
Cabe ao interessado a apresentao dos documentos necessrios concesso do emprstimo, os quais, na
maioria dos casos, resume-se a:
Identidade, CPF e comprovante de endereo;
Nmero do benefcio do INSS
Para efeito do clculo da margem consignvel, o solicitante do crdito deve ter em mente que, do seu benefcio,
devem ser descontados:
Imposto de renda;
Penso alimentcia
Mensalidades de associaes e outras entidades
Outras contribuies devidas Previdncia Social
Instrues do INSS especificam que:
Emprstimos e carto de crdito so operaes diferentes, portanto exigem contratos especficos.
vedada a contratao de emprstimos por telefone e tambm a cobrana da Taxa de Abertura de Crdito (TAC)
ou qualquer outra taxa ou impostos.
O banco no poder celebrar contratos com prazo de carncia, ou seja, prazo superior a 30 dias para o incio dos
descontos.
A margem consignvel, que o valor mximo da renda a ser comprometida, no pode ultrapassar 30% do valor da
aposentadoria ou penso recebida pelo beneficirio, dividida da seguinte forma: 20% da renda para emprstimos
consignados e 10% exclusivamente para o carto de crdito (ver o carto a seguir).
O nmero mximo de parcelas de 60 meses, com taxa mxima (em agosto de 2012) de 2,14% ao ms de Custo
Efetivo Total, a includo o IOF.
O depsito no poder ser efetuado em conta de terceiros.
os emprstimos devero obrigatoriamente ser contratados no estado em que o aposentado ou pensionista reside e
recebe o benefcio.
O INSS nunca entra em contato com o beneficirio por telefone para solicitar informaes pessoais nem passa
estas informaes s instituies financeiras.
4. Crime de Lavagem de Dinheiro
4.1 Crime de lavagem de dinheiro
4.1.1 As origens

Money laundering (lavagem de dinheiro) um tpico crime moderno, perto de fazer um sculo desde que a Mfia
dos Estados Unidos disfarava seus lucros em lavanderias automticas.
Mas, custou mais de 50 anos at que as leis comeassem a enquadr-lo como contraveno.
Desde ento, o crime de lavagem do dinheiro ganhou dimenso internacional, com muitos pases baixando suas
normas legais e assinando tratados de cooperao mtua, a fim de pr cobro ao trfico internacional de moeda
produzida pelo crime organizado.
No Brasil, a lei que criou o COAF - Conselho de Controle das Atividades Financeiras - inaugurou a
preocupao oficial com o combate ao crime de lavagem de dinheiro.
Desde ento, a legislao sobre a matria cresceu bastante, chegando ampliao das atividades sujeitas ao
controle das movimentaes financeiras com fins ilcitos.
Atualmente, alm das autoridades e entidades j comprometidas com o combate ao crime, as juntas comerciais,
os registros pblicos e as agncias de negociao de direitos de atletas e artistas devem comunicar seus registros de
transaes, o que embaraa diferentes atividades por onde se pode dar o desvio.
A lei abrange ainda a ocultao do produto de qualquer delito ou contraveno penal, para punir o crime
organizado.

4.1.2 O crime
O delito de ocultao ou dissimulao da natureza, origem, localizao, disposio, movimentao ou propriedade
de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infrao penal.
Nova lei de lavagem do dinheiro foi baixada em 10 de julho de 2012, complementando a lei 9.613/1998.
Entre as principais especificaes da nova lei, est a possibilidade de punio para lavagem de dinheiro
proveniente de qualquer origem ilcita.
Nos termos da lei, o crime de lavagem de dinheiro significa ocultar ou dissimular a natureza, origem, localizao,
disposio, movimentao ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infrao
penal.
A pena para o infrator lei de recluso com prazo de 3 a 10 anos, e multa.
Incorre nesta mesma pena quem utiliza, na atividade econmica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infrao penal.
A Lei altera dispositivos que criam o COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras, ampliando os tipos
de profissionais obrigados a enviar informaes sobre operaes suspeitas, alcanando doleiros, empresrios que
negociam direitos de atletas, comerciantes de artigos de luxo, pessoas fsicas que trabalham com compra e troca de
moeda estrangeira, etc.
Tambm torna-se possvel apreender bens em nomes de laranjas e vender bens apreendidos antes do final do
processo, cujos recursos ficaro depositados em juzo at o final do julgamento.
O patrimnio apreendido poder ser repassado a estados e municpios, e no apenas Unio.
No tocante "delao premiada", j prevista na Lei anterior, poder ser feita "a qualquer tempo", ou seja, mesmo
depois da condenao.
Os crimes desta categoria so inafianveis.

4.1.3 Fases da lavagem de dinheiro


Para disfarar os lucros ilcitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro realiza-se por meio de um
processo dinmico que requer:
O distanciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associao direta deles com o crime;
O disfarce de suas vrias movimentaes para dificultar o rastreamento desses recursos; e
A disponibilizao do dinheiro novamente para os criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no
ciclo de lavagem e poder ser considerado "limpo".
Os mecanismos mais utilizados no processo de lavagem de dinheiro envolvem teoricamente essas trs etapas
independentes que, com freqncia, ocorrem simultaneamente:
1. Colocao: a primeira etapa do processo a colocao do dinheiro no sistema econmico. Objetivando ocultar
sua origem, o criminoso procura movimentar o dinheiro em pases com regras mais permissivas e naqueles que
possuem um sistema financeiro liberal. A colocao se efetua por meio de depsitos, compra de instrumentos
negociveis ou compra de bens. Para dificultar a identificao da procedncia do dinheiro, os criminosos aplicam
tcnicas sofisticadas e cada vez mais dinmicas, tais como o fracionamento dos valores que transitam pelo sistema
financeiro e a utilizao de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espcie.
2. Ocultao: a segunda etapa do processo consiste em dificultar o rastreamento contbil dos recursos ilcitos. O
objetivo quebrar a cadeia de evidncias ante a possibilidade da realizao de investigaes sobre a origem do
dinheiro. Os criminosos buscam moviment-lo de forma eletrnica, transferindo os ativos para contas annimas
preferencialmente, em pases amparados por lei de sigilo bancrio ou realizando depsitos em contas "fantasmas".
3. Integrao: nesta ltima etapa, os ativos so incorporados formalmente ao sistema econmico. As organizaes
criminosas buscam investir em empreendimentos que facilitem suas atividades podendo tais sociedades prestar
servios entre si. Uma vez formada a cadeia, torna-se cada vez mais fcil legitimar o dinheiro ilegal.

Como se caracterizam as fases da lavagem de dinheiro

4.1.4 Tipificao do crime


Lei tipifica o crime de lavagem como aquele em que se oculta ou dissimula a natureza, origem, localizao,
disposio, movimentao ou propriedade de bens, direitos e valores provenientes, direta ou indiretamente, dos crimes
antecedentes.
Entre as principais atividades criminosas denominadas crimes antecedentes esto:
1. De trfico ilcito de substncias entorpecentes ou drogas afins
2. De terrorismo
3. De contrabando ou trfico de armas, munies ou material destinado sua produo;
4. De extorso mediante sequestro
5. Contra a Administrao Pblica, inclusive a exigncia, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de
qualquer vantagem, como condio ou preo para a prtica ou omisso de atos administrativos.
6. Contra o sistema financeiro nacional
7. Praticado por organizao criminosa
8. Praticado por particular contra a Administrao Pblica estrangeira
4.1.5 Setores mais visados
Alguns setores so muito visados no processo de lavagem de dinheiro.
Entre eles destacam-se
Instituies financeiras: No Brasil controladas pelo Banco Central (BACEN), compem um dos setores mais
visados pelas organizaes criminosas para realizao de operaes de lavagem de dinheiro. A razo disso que as
novas tecnologias e a globalizao dos servios financeiros imprimem uma velocidade sem precedentes circulao do
dinheiro. Recursos em busca de taxas de juros mais atraentes, compra e venda de divisas e operaes internacionais de
emprstimo e financiamento misturam-se num vasto circuito de transaes complexas. Nessas transaes, o dinheiro
sujo se mistura com quantias que essas instituies movimentam legalmente todos os dias, o que favorece o processo
de dissimulao da origem ilegal. As redes mundiais que interligam computadores, a exemplo da Internet, favorecem
amplamente este processo, ampliando as possibilidades de movimentao dos recursos, conferindo maior rapidez e
garantindo o anonimato das operaes ilegais. Este setor , portanto, o mais afetado e o mais utilizado nos processos de
lavagem de dinheiro, mesmo quando as operaes criminosas no so realizadas pelas prprias instituies financeiras.
Elas acabam sendo o "meio" por onde transitam os recursos at a chegada ao mercado ocorrendo a integrao, ltima
etapa do processo de lavagem.
Parasos fiscais e centros off-shore: tanto os parasos fiscais quanto os centros off-shore compartilham de
uma finalidade legtima e certa justificao comercial. No entanto, os principais casos de lavagem de dinheiro
descobertos nos ltimos anos envolvem organizaes criminosas que se aproveitaram, de forma generalizada, das
facilidades oferecidas por eles para realizarem manobras ilegais.
Bolsas de valores: As bolsas de valores visam a facilitar a compra e venda de aes e direitos. Para fechar
uma operao na bolsa, qualquer pessoa, banco ou empresa tem que usar os servios de uma corretora, que recebe
uma taxa de corretagem por realizar essa transao. As bolsas de valores oferecem condies propcias para se
efetuarem operaes de lavagem de dinheiro, tendo em vista que permitem a realizao de negcio com caractersticas
internacionais; possuem alto ndice de liquidez; as transaes de compra e venda podem ser efetuadas em um curto
espao de tempo; as operaes so realizadas, em sua grande maioria, por intermdio de um corretor; e existe muita
competitividade entre os corretores.
Companhias seguradoras: O mercado de seguros, capitalizao e previdncia privada aberta, fiscalizado no
Brasil pela Superintendncia de Seguros Privados (SUSEP), outro setor vulnervel lavagem de dinheiro. Quer em
relao aos acionistas, quer em relao aos segurados, subscritores, participantes e intermedirios pode haver a
tentativa de "limpeza" de recursos: os acionistas podem usar seu poder de deliberao realizando investimentos que
possibilitem a prtica de lavagem de dinheiro; os segurados, por sua vez, podem lavar recursos mediante a
apresentao de avisos de sinistros falsos ou fraudulentos, o mesmo ocorrendo com os subscritores e participantes, os
quais podem, respectivamente, transferir a propriedade de ttulos de capitalizao sorteados e inscrever pessoas
inexistentes ou falecidas em planos de previdncia privada aberta; e a intermediao, materializada na corretagem,
tambm pode ensejar a malfadada lavagem nas transaes envolvendo terceiros ou clientes no residentes.
Mercado imobilirio: A lavagem de dinheiro uma prtica muito freqente no setor imobilirio. Por meio da
transao de compra e venda de imveis e de falsas especulaes imobilirias, os agentes criminosos lavam recursos
com extrema facilidade, principalmente se eles utilizam recursos em espcie. A criatividade das organizaes criminosas
faz com que suas atuaes no setor sejam extremamente dinmicas, dificultando o trabalho de deteco das
ilegalidades. A ausncia de controle do setor imobilirio tambm facilita a ao dos criminosos.
Jogos e sorteios: So conhecidos os casos de lavagem de dinheiro por meio de jogos e sorteios, como bingos
e loterias. As principais caractersticas dos processos criminosos envolvem a manipulao das premiaes e a
realizao de alto volume de apostas em uma determinada modalidade de jogo, buscando fechar as combinaes. Em
muitos casos, o agente criminoso no se importa em perder uma parte dos recursos, contanto que consiga finalizar o
processo de lavagem com xito.
H diversas outras operaes comerciais realizadas internacionalmente que facilitam a lavagem de dinheiro e, por
essa razo, merecem exame permanente e detalhado.
Entre essas operaes esto, por exemplo, a compra e venda de jias, pedras e metais preciosos e objetos de
arte e antigidades.
Esse comrcio mostra-se muito atraente para as organizaes criminosas, principalmente por envolverem bens de
alto valor, que so comercializados com relativa facilidade.
Alm disso, essas operaes podem ser realizadas utilizando-se uma ampla gama de instrumentos financeiros,
muitos dos quais garantem inclusive o anonimato.

4.1.6 Penalidades
As pessoas sujeitas lei, bem como aos administradores das pessoas jurdicas, que deixem de cumprir as
obrigaes previstas na Lei sero aplicadas, cumulativamente ou no, pelas autoridades competentes, as seguintes
sanes:
Advertncia;
multa pecuniria varivel no superior ao dobro do valor da operao; ou ao dobro do lucro real obtido ou que
presumivelmente seria obtido pela realizao da operao; ou ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhes de reais);
Inabilitao temporria, pelo prazo de at dez anos, para o exerccio do cargo de administrador das pessoas
jurdicas sujeitas Lei;
cassao ou suspenso da autorizao para o exerccio de atividade, operao ou funcionamento.

Estas autoridades devem cuidar do crime de lavagem de dinheiro, segundo suas atribuioes e jurisdiao

4.1.7 Constataes observadas


O crime de lavagem de dinheiro , pela sua naturezaa, de difcil investigao.
Autoridades, na maioria das vezes, apuram apenas a fase de ocultao do dinueiro proveniente de crime anterior.
No vo muito alm disso.
Segundo o presidente do Supremo Tribunal Federal, os prprios bancos so "lenientes" na fiscalizao e
apurao das irregularidades.
Ao mesmo tempo, a experincia demonstrou que a maioria dos criminosos esconde o produto do crime, e s uma
minoria se dedica ao processo de lavagem.

4.1.8 Comunicao negativa


o envio de informao ao rgo regulador ou fiscalizador de determinada atividade acerca da no ocorrncia
de operaes financeiras suspeitas e demais situaes que geram a necessidade de realizar comunicaes,
relacionadas lavagem de dinheiro.
Esto sujeitas obrigao:
as pessoas que tenham, em carter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessria,
cumulativamente ou no, a custdia, emisso, distribuio, liquidao, negociao, intermediao, consultoria ou
administrao de ttulos ou valores mobilirios e a auditoria independente no mbito do mercado de valores mobilirios;
as entidades administradoras de mercados organizados; e
as demais pessoas referidas no art. 9 da Lei n 9.613, de 1998, que se encontrem sob disciplina e fiscalizao
exercidas pela CVM.

4.1.9 Glossrio legal resumido


Glossrio auxiliar
Recurso judicial previsto apenas nos regimentos internos dos tribunais para a reviso de uma
Agravo regimental
deciso, geralmente pelo prprio rgo decisrio que a prolatou.
Espcie de recurso cabvel contra sentena judicial para o seu reexame em instncia superior, de
Apelao
modo que se obtenha nova deciso que confirme ou modifique a primeira.
Ato praticado por funcionrio pblico dentro das atribuies da funo deste servidor.
O ato de oficio pressuposto do crime de corrupo ativa, crime no qual oferecida ou
Ato de ofcio prometida vantagem a funcionrio pblico encarregado de praticar ou omitir ato.
A prtica, omisso ou retardamento de ato de ofcio motivado por vantagem indevidamente
recebida tambm causa de aumento de pena do crime de corrupo passiva.
Princpio de processo penal que exige que as decises judiciais considerem apenas os
Correlao entre fatos e circunstncias expressamente descritas da denncia.
acusao e um desdobramento dos princpios do contraditrio e ampla defesa, pois limita o objeto
sentena possvel da condenao aos fatos expressamente imputados ao ru na acusao, para que ele
possa defender-se com efetividade durante o processo.
Em outras palavras, o juiz no pode prover diversamente do que lhe foi pedido e tampouco
decidir sobre questes que no foram debatidas pelas partes no processo.
A deciso da sentena no pode estar alm, aqum ou fora do pedido formulado na
denncia apresentada pela acusao.
Crime de oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionrio pblico, para faz-lo praticar, omitir
Corrupo ativa
ou retardar ato funcional
Crime usualmente cometido por funcionrio pblico ao solicitar ou receber vantagem indevida ou
Corrupo passiva
aceitar promessa de vantagem em razo da funo pblica
Crime consistente em efetuar operao de cmbio no autorizada, com efetiva sada de moeda ou
Evaso de divisas
divisas do territrio nacional
Conduta, de ao ou omisso, que contrria ordem jurdica e s normas jurdicas em
geral.
Fato Ilcito
Na esfera criminal, o fato ilcito aquele que constitui infrao penal (crime ou
contraveno).
Fase do processo penal que se inicia logo aps o recebimento da pea de acusao
(denncia ou queixa), pelo juiz ou tribunal, e antecede o julgamento da causa.
Durante a instruo, so realizadas as providncias relacionadas produo de provas que
visam a elucidar, com a maior preciso possvel, os fatos ocorridos e a efetiva conduta dos
Instruo Criminal acusados.
Na fase de instruo criminal so produzidas provas como o interrogatrio do ru, a
inquirio de testemunhas, a realizao de percias, a juntada de documentos, entre outras.
Essas provas do fundamento para que o juiz ou tribunal forme sua convico a respeito
dos fatos pertinentes acusao e defesa.
Crime cometido por funcionrio pblico que se apropria de valor ou bem de que tem posse em
Peculato
razo do cargo
Encerramento de prazo para o Estado processar ou punir o acusado de um crime.
Este prazo varia de acordo com a pena do crime previsto na lei ou daquela aplicada no
caso concreto.
Prescrio
O prazo prescricional tem incio com a ocorrncia do crime, e pode ser interrompido em
determinados momentos processuais, como o recebimento da denncia ou publicao da sentena,
por exemplo.
Quadrilha Crime de associao de mais de trs pessoas para o fim de cometer crimes

4.2 Compliance
4.2.1 Compliance
Compliance o conjunto de controles que permitem a uma empresa:
1. Cumprir normas e regulamentos;
2. Polticas e diretrizes estabelecidas para o negcio da empresa;
3. Dar transparncia s suas atividades;
4. Detectar, evitar e tratar eventuais desvios de conduta ou de procedimentos.
Como exemplo desses controles, quem determina uma poltica de financiamento no pode ser aquele que a
fiscalizar.
necessrio que haja uma segregao nas funes.
Os sistemas de controles internos tm disposies que devem ser acessveis a todos os funcionrios de uma
instituio, de forma a assegurar que sejam conhecidas a respectiva funo no processo e as responsabilidades
atribudas aos diversos nveis da organizao.
Estes controles devem prever:
a definio de responsabilidades dentro da instituio;
a segregao das atividades atribudas aos integrantes da instituio de forma a que seja evitado o conflito de
interesses, bem como meios de minimizar e monitorar adequadamente reas identificadas como de potencial conflito da
espcie;
meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a realizao dos
objetivos da instituio;
a existncia de canais de comunicao que assegurem aos funcionrios, segundo o nvel de atuao
correspondente, o acesso a informaes confiveis, tempestivas e compreensveis, consideradas relevantes para suas
tarefas e responsabilidades;
a continua avaliao dos diversos riscos associados as atividades da instituio;
o acompanhamento sistemtico das atividades desenvolvidas, de forma a que se possa avaliar se os objetivos da
instituio esto sendo alcanados, se os limites estabelecidos e as leis e regulamentos aplicveis esto sendo
cumpridos, bem como a assegurar que quaisquer desvios possam ser prontamente corrigidos;
a existncia de testes peridicos de segurana para os sistemas de informaes, em especial para os mantidos em
meio eletrnico.

4.3 Sigilo bancrio e fiscal


4.3.1 Diferentes formas de sigilo

Sigilo bancrio
Sigilo bancrio um dever legal das instituies financeiras, para manter resguardados os dados financeiros de
seus clientes.
A troca de informaes entre instituies financeiras, para fins cadastrais, inclusive por intermdio de centrais de
risco, no constitui violao do dever de manter sigilo. Outras atividades que permitem abrir o sigilo so:
o fornecimento de informaes constantes de cadastro de emitentes de cheques sem proviso de fundos e de
devedores inadimplentes, a entidades de proteo ao crdito
a comunicao, s autoridades competentes, da prtica de ilcitos penais ou administrativos, abrangendo
o fornecimento de informaes sobre operaes que envolvam recursos provenientes de qualquer prtica criminosa;
a revelao de informaes sigilosas com o consentimento expresso dos interessados;
A quebra de sigilo poder ser decretada, quando necessria para apurao de ocorrncia de qualquer ilcito, em
qualquer fase do inqurito ou do processo judicial.
O juiz para autorizar a quebra do sigilo acolhe pedido de autoridades competentes, como:
Ministrio Pblico
Polcia federal
COAF Conselho de Controle de Atividades Financeiras
CPI Comisso parlamentar de Inqurito

Sigilo fiscal
a proteo legal constitucional s informaes prestadas pelos pagadores de impostos. As reparties dos
Fiscos so impedidas de divulgar informaes que constem das declaraes fiscais dos pagadores de impostos.
O sigilo fiscal no abrange a troca de informaes entre diferentes reparties do Fisco, desde que existam
acordos formais nesse sentido. De qualquer forma, estas informaes devem manter-se sigilosas para terceiros.

Sigilo de correspondncia
Faz parte da Declarao Universal dos Direitos do Homem: "Ningum ser sujeito a interferncias na sua vida
privada, na sua famlia, no seu lar ou na sua correspondncia, nem a ataques a sua honra e reputao. Todo o homem
tem direito proteo da lei contra tais interferncias ou ataques.
Esta norma respeitada no pas, incluindo entre a correspondncia todos os modernos meios de comunicao,
como telefone.
Diz a Constituio que o segredo das correspondncias e das comunicaes telegrficas, de dados e das
comunicaes telefnicas inviolvel.
Ressalva que h hipteses em que, por ordem judicial, nas hipteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigao criminal e instruo processual penal, o sigilo das comunicaes telefnicas pode no ser obedecido.
A norma legal ainda no abrange os formatos mais recentes de comunicao, como e mails, redes sociais etc.
Estes so os trs tipos de venda conjunta. Muitos confundem "venda casada" com "venda induzida". A primeira
OK; a segunda, no.Estes so os trs tipos de venda conjunta. Muitos confundem "venda casada" com "venda induzida".
A primeira OK; a segunda, no.
5. tica nos Negcios
5.1 Cdigo de tica da ANEPS
5.1.1 Objetivos do Cdigo
A aplicao das normas estabelecidas no Cdigo visa permitir o julgamento de denncia formal, por escrito, de
qualquer pessoa fsica ou jurdica, ou por iniciativa da prpria ANEPS - quando envolva questo de ordem relevante,
quanto conduta de um agente de correspondente certificado pela Certificao ANEPS de Agentes de Correspondente.
O descumprimento dos princpios constantes no Cdigo pode interferir no processo de certificao inicial e
renovao da certificao de um agente de correspondente certificado, e a deciso tomada pela Comisso de tica.
Dentre seus princpios norteadores e que devem ser levados em conta na interpretao de sua aplicabilidade,
podem ser citados:
1. Assegurar a transparncia e confiana nas relaes entre cada um dos participantes da cadeia de negcios
envolvendo crdito (correspondentes e instituies financeiras); respeitando valores e diversidades;
2. Manter os mais elevados padres ticos e de credibilidade do Sistema Financeiro Nacional, zelando pelo
benefcio da coletividade;
3. Respeitar e cumprir a legislao vigente, agindo com decoro, responsabilidade, lealdade, dignidade e boa-f nas
relaes com clientes, correspondentes e instituies financeiras e demais parceiros participantes da cadeia de
negcios envolvendo crdito;
4. Propiciar condies para a expanso sustentvel do mercado de crdito brasileiro;
5. Estimular as boas prticas de mercado, evitando prticas que possam prejudicar a imagem dos correspondentes
e das instituies financeiras.
A ANEPS mantm ainda um regulamento de tica e de Disciplina, que tem por objetivo fazer cumprir os princpios
ticos e de auto-regulamentao em vigor, aplicvel s empresas filiadas ANEPS.

5.1.2 Princpios ticos do agente


Os princpios so:
1. Seguir sempre padres ticos na conduo de suas atividades, incluindo suas relaes com clientes e demais
participantes do mercado financeiro;
2. Empenhar-se para o aprimoramento contnuo da competncia e do prestgio da profisso de agente de
correspondente, conhecendo e observando todas as resolues, guias, normas, leis e regulamentos aplicveis ao
exerccio de suas atividades, buscando a minimizao dos riscos;
3. Negar participao em negcios ilcitos;
4. No contribuir para a divulgao de notcias ou de informaes inverdicas ou imprecisas sobre o mercado
financeiro;
5. Manter-se constantemente atualizado em relao a notcias e normas relacionadas com a sua atividade no
mercado financeiro;
6. Divulgar dados de sua Certificao ANEPS de maneira a demonstrar sua importncia e seriedade;
7. Recusar participao em qualquer negcio que envolva fraude, simulao, manipulao ou distoro de preos,
declaraes falsas ou leso aos direitos dos clientes;
8. Manter sigilo em relao a informaes confidenciais a que tenha acesso em razo de sua atividade profissional,
excetuadas as hipteses em que a sua divulgao seja exigida por lei ou tenha sido expressamente autorizada;
9. No fornecer dados imprecisos a respeito dos servios que capaz de prestar, bem como com relao s suas
qualificaes, aos seus ttulos acadmicos e experincia profissional;
10. Recusar participao em atividades independentes que concorram direta ou indiretamente com o
Correspondente com o qual possui vnculo, a no ser que obtenha autorizao expressa para tanto, evitando ao
mximo interesses conflitantes ou competitivos;
11. Informar ao Correspondente com o qual possui vnculo quaisquer valores ou benefcios adicionais que receba
em sua atividade profissional;
12. Estar sempre atento s restries impostas pelo Correspondente com o qual possui vnculo em relao a
situaes de conflito de interesses;
13. Manter permanente dilogo com o Correspondente com o qual possui vnculo, evitando comportamentos
errneos;
14. Declarar para o Correspondente com o qual possui vnculo quaisquer relacionamentos que possam influenciar
em suas decises e na qualidade do servio prestado como agente de correspondente;
15. Jamais manifestar opinio que possa denegrir ou prejudicar a imagem do Correspondente com o qual possui
vnculo;
16. Jamais manifestar opinio que possa denegrir ou prejudicar a imagem de qualquer instituio que atue no
mercado financeiro;
17. Evitar fornecer informaes ou fazer pronunciamentos a respeito de negcios sob a responsabilidade de outros
profissionais certificados, a menos que esteja obrigado a faz-lo no cumprimento de suas responsabilidades
profissionais;
18. Manter sigilo com relao s informaes confidenciais, privilegiadas e relevantes para a atividade do
Correspondente com o qual possui vnculo a que tenha acesso em razo de sua funo, exceto nos casos em que a
divulgao seja exigida por lei ou tenha sido expressamente autorizada;
19. Utilizar-se de especial diligncia na identificao e respeito aos deveres envolvidos em sua atividade
profissional, priorizando os interesses dos clientes em relao aos seus prprios;
20. No comunicar intencionalmente informao falsa ou enganosa que possa comprometer a integridade do
processo de recomendao de crdito;
21. Manter independncia e objetividade no aconselhamento de produtos e servios;
22. Utilizar diligncia e cuidado na recomendao de produtos e servios, a qual deve ser respaldada em estudos,
pesquisas e materiais adequados arquivados para futura referncia;
23. No cobrar qualquer incentivo, comisso, presente ou qualquer compensao financeira de seus clientes, que
possam interferir no fechamento do negcio;
24. Sempre considerar e observar a situao particular de cada cliente, com relao ao patrimnio, objetivos, prazos
e experincia, quando da recomendao de determinada modalidade de produto ou servio;
25. Distinguir fatos de opinies, pessoais ou de mercado, com relao aos produtos e servios aconselhados;
26. Agir profissionalmente, de forma ntegra, junto a instituies do mercado financeiro, Correspondente com o qual
possui vnculo e junto aos seus clientes de forma geral;
27. Prestar total cooperao com investigaes na eventual violao deste Cdigo;
28. Cessar imediatamente o uso do Registro ANEPS em caso de cancelamento da certificao;
29. Consultar periodicamente o site www.aneps.org.br para checagem de alteraes nos requisitos da Certificao.

5.2 Defesa do consumidor


5.2.1 Conhea seu cliente
norma tica do mercado financeiro, que pode estar expressa ou implcita nos regulamentos das entidades
reguladoras, e relacionada prtica exercida por intermedirios financeiros em geral.
A norma exige que o agente de correspondente conhea as caractersticas, os objetivos e as polticas de crdito
dos produtos que oferece a seus clientes.
O cadastro de clientes deve conter dados sobre outras operaes j realizados, conhecimentos que ele tem sobre
o mercado financeiro, situao financeira e expectativas em relao aos financiamentos que deseja solicitar.
Com estas informaes, o profissional buscar oferecer sempre operaes que atendam ao interesse, tolerncia
ao risco e s expectativas do cliente, rejeitando operaes inadequadas ou perigosas.
A norma busca proteger tanto o cliente como o profissional, evitando a ocorrncia de situaes conflitantes na
realizao de negcios.
O COAF recomenda que a identificao do cliente deve ser satisfatoriamente estabelecida antes da concretizao
da operao.
Caso o possvel cliente se recuse a fornecer as informaes requeridas, a instituio financeira no deve aceit-lo
como cliente.
Os melhores documentos de identificao so aqueles cuja obteno, de maneira lcita, seja difcil. O COAF
recomenda que se utilize um formulrio de identificao, cujo modelo pode ser elaborado pelas prprias instituies, de
acordo com as suas necessidades.
preferencial que cada setor tenha regras similares para elaborao desses formulrios.
As instituies devem ainda ter um sistema interno de controle que assegure que as regras de compliance so
obedecidas, indicando um indivduo responsvel por coordenar e monitorar este sistema.

5.2.2 Proteao ao consumidor


A Fundao de Proteo e Defesa do Consumidor Procon tem por objetivo elaborar e executar a poltica de
proteo e defesa dos consumidores do Estado de So Paulo.
Para tanto conta com o apoio de um grupo tcnico multidisciplinar que desenvolve atividades nas mais diversas
reas de atuao, tais como:
educao para o consumo;
recebimento e processamento de reclamaes administrativas, individuais e coletivas, contra fornecedores de bens
ou servios;
orientao aos consumidores e fornecedores acerca de seus direitos e obrigaes nas relaes de consumo;
fiscalizao do mercado consumidor para fazer cumprir as determinaes da legislao de defesa do consumidor;
acompanhamento e propositura de aes judiciais coletivas;
estudos e acompanhamento de legislao nacional e internacional, bem como de decises judiciais referentes aos
direitos do consumidor;
pesquisas qualitativas e quantitativas na rea de defesa do consumidor;
suporte tcnico para a implantao de Procons Municipais Conveniados;
intercmbio tcnico com entidades oficiais, organizaes privadas, e outros rgos envolvidos com a defesa do
consumidor, inclusive internacionais;
disponibilizao de uma Ouvidoria para o recebimento, encaminhamento de crticas, sugestes ou elogios feitos
pelos cidado quanto aos servios prestados pela Fundao Procon, com o objetivo de melhoria continua desses
servios.

5.2.3 Cuidados antes de contratar


A Fundao Procon sugere que os financiados tomem os seguintes cuidados antes de contratar emprstimos:
Recuse fazer emprstimos em seu nome para terceiros.
Compare entre diversas instituies financeiras as taxas de juros e outros servios contratados.
Analise se as parcelas no iro comprometer o seu oramento.
Informe-se no Banco Central, fone 0800-9792345 ou pelo site www.bcb.gov.br., se a empresa est autorizada
a realizar emprstimos.
Consulte o Cadastro de Reclamaes Fundamentadas da Fundao Procon-SP, fone 151.
Procure contratar emprstimos pessoalmente na instituio escolhida, evitando a contratao por telefone
ou pela internet .
Evite assinar contratos por impulso.
Desconfie se houver a exigncia de depsitos em contas bancrias de pessoa fsica para a aprovao do crdito.
Guarde todo material publicitrio. Ele integra o contrato e suas informaes devem ser cumpridas.

5.2.4 Outros cuidados sobre contratos


Leia o contrato e assine somente depois de tirar todas as dvidas.
Verifique se existe a cobrana de tarifa de cadastro, IOF ou IOC (Imposto de Operaes Financeiras e de
Crdito) no financiamento.
Certifique-se que o contrato de financiamento esteja devidamente preenchido com as informaes relativas ao valor
do produto ou servio, os percentuais das taxas de juros mensal e anual, acrscimos previstos, nmero e periodicidade
das prestaes e soma total a pagar , inutilizando todos os espaos em branco.
Exija a sua via do contrato.

Informaes adicionais
Algumas Instituies Financeiras concedem o emprstimo ou financiamento mediante avaliao cadastral
e aprovao do crdito.
Em caso de atraso no pagamento so cobrados multa de 2%, comisso de permanncia, juros de mora e outras
despesas
comprovadas, desde que previstos em contrato.
O consumidor que deixar de pagar as parcelas, conforme estabelecido em contrato, poder ser cobrado
judicialmente e ter seu CPF inscrito na SERASA e no SCPC.
direito do consumidor a antecipao de pagamento das parcelas, total ou parcialmente.
No existe a obrigatoriedade de contratao de seguros na assinatura de contratos de crdito.

5.2.5 Direitos do consumidor


O consumidor tem alguns direitos, a saber
O contrato deve conter informaes em lngua portuguesa e de fcil compreenso.
Proteo contra toda publicidade enganosa e prticas comerciais que induzam o consumidor em erro,
informando de modo contrrio realidade.
Proteo contra toda publicidade abusiva que explora o preconceito, a discriminao e superstio, influenciando os
valores morais e sociais da pessoa e da famlia.
proibida a imposio da venda de outro produto ou servio para que o crdito seja concedido (venda casada).
Os danos morais e patrimoniais ocorridos em razo da contratao e/ou concesso de crdito, devem ser
prevenidos e reparados pelos fornecedores
Pelo princpio da transparncia, nula a clusula que no tenha sido conhecida ou que no seja compreendida pelo
consumidor.
O consumidor inadimplente no pode ser exposto ao ridculo na cobrana de dvidas.
Qualquer inexatido ou irregularidade encontrada nos Servios de Proteo ao Crdito (SPC, SERASA, CCF) deve
ser corrigida em 05 (cinco) dias teis.

5.2.6 Relacionamento com os SACs


As informaes devem ser prestadas imediatamente:
As reclamaes devem ser resolvidas em, no mximo, 5 dias teis, a contar de seu registro.
Os pedidos de cancelamento devem ser recebidose processados imediatamente.
O consumidor poder escolher se quer receber o comprovante deste pedido por correspondncia ou meio
eletrnico. Ainda que haja prazo para que o cancelamento se efetive, ele ser considerado a partir da data de solicitao
do consumidor, independente dele estar em dia com seus pagamentos.
Quando o consumidor questionar sobre servio no solicitado ou cobrana indevida, a cobrana ser suspensa
imediatamente, exceto se o fornecedor comprovar que o valor devido.
O fornecedor deve informar ao consumidor sobre a soluo de sua demanda, no prazo de at cinco dias, com uma
resposta clara, objetiva e contendo todos os pontos ora solicitados ou questionados. O consumidor pode solicitar
qualquer comprovao pertinente a esse retorno.

Durante a ligao:
A opo para falar com um atendente deve estar j no incio do atendimento e tambm em todas as escolhas que o
consumidor
selecionar.
O tempo mximo para o contato direto com o atendente, quando essa opo for selecionada pelo consumidor,
ser de 60 segundos.
Os dados do consumidor no podem ser solicitados como condio para falar com o atendente.
Os atendentes devem realizar o atendimento adequadamente e com uma linguagem clara.
proibida a transferncia de ligao para outro setor, quando o consumidor ligar para reclamar ou cancelar o
servio.
Em outros casos, o atendente pode transferir a ligao, mas essa transferncia deve ocorrer em, no mximo, 60
(sessenta) segundos.
Um nmero de registro (protocolo), pelo qual o consumidor poder acompanhar suas solicitaes, deve ser
fornecido no incio do atendimento.
Aps o registro, no poder mais ser solicitado ao consumidor que repita a sua demanda.
A empresa no pode encerrar a ligao antes de concluir o atendimento.
Durante o tempo de espera para o atendimento no podem ser veiculadas mensagens publicitrias, exceto se o
consumidor autorizar.
O cancelamento do servio deve ser umas das opes do primeiro menu eletrnico e deve ser efetuado e
confirmado por email, carta ou telefone.

Saiba que:
Os dados pessoais do consumidor devem ser mantidos em sigilo e utilizados exclusivamente para o atendimento.
A empresa deve fornecer, no incio do atendimento, o nmero de protocolo, com data, horrio e assunto. Se o
consumidor desejar, poder solicitar que o mesmo seja enviado por correspondncia ou por meio eletrnico. O envio
deve ser efetuado em, no mximo, 72 horas. Esse registro ficar disponvel por no mnimo dois anos aps a soluo do
que foi solicitado.
O atendimento ser sempre gravado e a empresa dever guardar essa gravao por, no mnimo, 90 dias.
O mais importante que o consumidor pode solicitar que lhe seja enviada, pela empresa, a gravao de sua
conversa com o SAC, o que poder servir como prova caso pretenda adotar alguma providncia em relao mesma.
A entrega da gravao dever ocorrer por meio eletrnico, por correspondncia ou pessoalmente, a critrio do
solicitante, no prazo de 10 dias.

5.2.7 Orientaoes ao consumidor


A Fundao Procon elabora um conjunto de cadernos do consumidor consciente, com roteiro de orientaes para
que o consumidor tome cuidados quando decidir-se por compras ou operaes de crdito.
Um resumo desses cadernos, no que se refere a cartes de crdito, emprstimos bancrios, compra de terrenos
ou carros, e atrao pelos "juros zero" pode ser lida a seguir:
1. Carto de crdito: o consumidor deve conter-se quando decidir ter e utilizar cartes de crdito. O gasto mensal
no deve ultrapassar o valor que pode ser pago de uma s vez, em lugar de postergar pagamentos atravs do crdito
rotativo oferecido por quase todos os cartes.
2. Caso entre no rotativo, o portador de carto de crdito deve esforar-se por resgat-lo o quanto antes. Ou
ento recorrer ao banco, tomar um crdito pessoal e liquidar o rotativo, porque o juro do crdito pessoal
frequentemente menor do que o juro do carto de crdito.
3. Emprstimos bancrios: sempre que possvel o correntista deve recusar o conhecido crdito pr-aprovado,
que lhe permite obter um emprstimo bancrio. Embora o emprstimo tenha custos menores do que cartes de
crdito, ainda assim so muito altos, e deve ser reduzido ou recusado.
4. O consumidor deve analisar se o emprstimo representa uma vantagem comercial efetiva para ele. Caso
contrrio, recorra ao Procon ou informe-se junto ao Banco Central.
5. Na compra de lotes de terreno em lanamentos imobilirios, o consumidor deve conferir a situao legal do
loteamento e as consequncias de uma suspenso ou atraso nos pagamentos. Na cidade de So Paulo este servio
feito pela Secretaria Municipal da Habitao, por meio das subprefeituras. Na cidade de So Paulo o consumidor
dever primeiramente procurar a subprefeitura para verificar sobre a possibilidade de regularizao do loteamento.
6. O consumidor deve estar atento s consequncias da falta de pagamento de prestaes a que est obrigado por
contrato.
7. Na compra de carros usados (anunciados hoje em dia como seminovos), o consumidor deve cercar-se de
cuidados relacionados qualificao da empresa vendedora do carro e ao estado real do veculo, lembrando-se que
que, em compras de particular, no h como recorrer ao Procon. Documentos autnticos, identificao correta do
chassis e placas de identificao do veculo, situao de multas ou bloqueios pelo nmero do RENAVAM atravs do
site do DETRAN.
8. Compras com juros igual a 0%: na economia brasileira o juro igual a zero um sinal de que a compra vista
pode ser feita com desconto, que ser maior ou menor quando comparado quantidade de prestaes. Juro zero
em duas vezes resulta num desconto muito menor do que juro em 15 vezes sem entrada, quando o consumidor
pode pedir maiores descontos sobre o preo de tabela.

5.2.8 Outros lembretes do CDC


necessrio sempre repisar o Cdigo dos Direitos do Consumidor:
crime fazer afirmao falsa ou enganosa, ou omitir informaes sobre a natureza, caracterstica, quantidade,
segurana, desempenho, durabilidade, preo ou garantia de produtos e servios;
crime utilizar, na cobrana de dvidas, de ameaa, coao, constrangimento fsico ou moral, afirmaes falsas,
incorretas ou enganosas, ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, ao ridculo
ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer.
O agente deve sempre informar ao cliente, na concesso de financiamento de CDC:
Qual a soma a pagar, com e sem financiamento.
Quais os acrscimos legais previstos;
Nmero e perodos das prestaes;
Total de juros pelo atraso no pagamento
CET custo efetivo total da operao.
No caso do inadimplente, multas no podem superar 2% do valor da prestao;
Cliente tem direito a liquidar antecipadamente a dvida total ou parcial, co m reduo proporcional dos juros e
demais acrscimos;
Cliente deve receber cpia impressa do contrato;
Contrato tem que conter as remuneraes, taxas, tarifas, comisses, multas e quaisquer outras cobranas;
Toda publicidade veiculada deve ser identificvel e precisa ser cumprida;
Cliente com idade ou condio fsica preferencial deve ser atendido com prioridade.
As principais reclamaes quando a produtos financeiros so:
Problema na quitao antecipada das dvidas;
Cobrana de tarifas e taxas indevidas, que foram aceitas na assinatura do contrato por falta de informaes;
Envio de cartes de crdito sem a devida solicitao do cliente;
Juros e valor de dvida muito elevados

5.2.9 O cadastro de clientes do SFN


O Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional um sistema informatizado, centralizado no Banco
Central do Brasil, que permitir indicar onde os clientes de instituies financeiras mantm bens, direitos e valores,
diretamente ou por seus representantes legais e procuradores.
A Lei determinou ao Banco Central a manuteno de um "cadastro geral de correntistas e clientes de instituies
financeiras, bem como de seus procuradores". O legislador considerou que h dificuldades em identificar contas de
depsitos e ativos mantidos no sistema financeiro por pessoas fsicas e jurdicas, o que tem comprometido investigaes
e aes destinadas a combater a criminalidade.
O Cadastro no conter dados de valor, de movimentao financeira ou de saldos de contas/aplicaes, mas
apenas os seguintes dados de relacionamento dos clientes com as instituies do Sistema Financeiro Nacional - SFN:
A identificao do cliente, seu representante legal e procurador;
A instituio financeira onde o cliente mantm seus ativos e/ou investimentos;
As datas de incio e fim de relacionamento, se houver.
O Cadastro permitir, ainda, que sejam requisitados s instituies financeiras, por ofcio eletrnico, os dados de
agncia, nmero e tipos de contas mantidas pelo cliente.

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