Temperatura Extrema - Frio
Temperatura Extrema - Frio
Temperatura Extrema - Frio
NR 15 - ATIVIDADES E OPERAES
INSALUBRES - ANEXO N. 9 - FRIO
1. As atividades ou operaes executadas no
interior de cmaras frigorficas, ou em locais
que apresentem condies similares, que
exponham os trabalhadores ao frio, sem a
proteo adequada, sero consideradas
insalubres em decorrncia de laudo de
inspeo realizada no local de trabalho.
Conceito
A exposio ao frio pode ser observada em
vrios locais ocupacionais, principalmente em
regies de grandes altitudes e de climas frio.
Ambientes de trabalho
A exposio ocupacional ao frio dividida em
dois grupos, as atividades exercidas ao ar livre,
como: construo civil, agricultura, pesca,
explorao de petrleo, policiamento, resgate e
salvamento, vigilncia, operao porturia, nas
quais se manuseiam as cargas congeladas e
outros; e as atividades exercidas em ambientes
fechados, como: cmaras frias, cmaras
frigorficas, fabricao de gelo, fabricao de
sorvetes e outros.
Conceito
O mecanismo termorregulador, localizado no
hipotlamo, ativa os mecanismos para o
controle trmico, mantendo constante a
temperatura interna.
Procedimentos e Monitoramento do
Local de Trabalho
Em locais onde a temperatura inferior a
16C deve ser efetuada uma adequada
Termometria.
Sempre que a temperatura em um local de
trabalho for inferior a 1C, a temperatura de
bulbo seco deve ser medida e anotada a cada
4 horas.
Procedimentos e Monitoramento de
Local de Trabalho
Em locais de trabalho ao ar livre, a velocidade
do vento deve ser anotada a cada hora,
sempre que exceder a 2 metros por segundo
(5mph).
Em atividades ao ar livre, a velocidade do ar
deve ser medida e anotada juntamente com a
temperatura do ar, sempre que a temperatura
for inferior a 1C.
Procedimentos e Monitoramento de
Local de Trabalho
Em todas as situaes que forem necessrias,
a medio de movimentao do ar e a
temperatura equivalente de resfriamento
(TER) devem ser obtidas por meio da Tabela 1,
e registrada com outros dados sempre que a
resultante for inferior a -7C.
Efeitos do Frio
s baixas temperaturas o corpo perde calor, o
que eventualmente conduz a um decrscimo
na temperatura corporal, a menos que alguns
fatores compensativos entrem em jogo, tais
como, o aumento do calor metabolicamente
produzido e a diminuio da circulao
perifrica, isto , uma menor quantidade de
sangue levada para os vasos localizados logo
abaixo da epiderme.
Equilbrio Trmico
No aumento da temperatura corprea h uma
vasodilatao, mas no frio o mecanismo a
vasoconstrio, pois o objetivo reduzir as
perdas de calor e o fluxo sanguneo
diminuido
numa
razo
diretamente
proporcional queda da temperatura.
Sintomas
As doenas e ferimentos causados pelo frio
ocorrem quando a perda de calor do corpo
excede a produo do calor;
As leses produzidas pela ao do frio afetam
principalmente as extremidades e reas
salientes do corpo, como ps, mos, face e
outras.
Eritema Prnio
Prurido localizado recidivante, edema e
eritema doloroso nos dedos das mos e ps
ou orelhas, produzidos pela exposio ao frio.
tambm chamada de eritema prnio,
perniose, congelamento e geladura.
Geladura
-> Causada pela ao direta do frio
Classificam-se em 3 estgios:
ESTAGIO1: palidez/cianose
ESTAGIO 2: flictenas / flictenas sro-hemticas
com anestesia completa ->
ESTAGIO 3: Necrose
FISIOPATOLOGIA:
Fase primria: resfriamento e ao do gelo
Geladura
O organismo submetido ao frio reage com
vasoconstrio perifrica. Esta vasoconstrio
induz uma diminuio no gradiente de
perfuso capilar e aparecimento de
fenmenos locais de estagnao, de
hiperviscosidade, de hipxia e de acidose. A
formao de cristais de gelo provoca a um
aumento da osmolaridade, o que leva a uma
desidratao.
Frosbite
Ulceraes
Ocorrem quando a temperatura do tecido cai
abaixo do ponto de congelamento e resulta em
danos ao tecido. Os sintomas incluem as
mudanas de cor da pele para o branco ou
amarelo acinzentado, surgimento de dores e,
posteriormente, bolhas. Normalmente, as
pessoas acometidas por estas leses no sentem
os efeitos, at que algum as chame a ateno
pela palidez de sua pele. Geralmente, estas
ulceraes ocorrem quando o rosto ou as
extremidades so expostos ao vento frio.
P de Imerso
Ocorre em trabalhadores com os ps expostos
gua fria ou ambientes midos, sem a
proteo adequada, por longos perodos. O p
torna-se plido, mido e frio, e a circulao
diminui. Se o p-de-imerso no for tratado,
pode produzir-se uma infeco.
HIPORTERMIA
A vtima de hipotermia deve ser aquecida
imediatamente, sendo removida para
ambientes quentes ou por meio de
cobertores. O reaquecimento em gua a 4042C recomendado em casos onde a
hipotermia ocorre aps o corpo ter sido
imerso em gua fria.
Limites de Tolerncia
Os limites de tolerncia so propostos pela
ACGIH, Threshold Limit Values (TLVs), de 1999,
com o sentido de proteger os trabalhadores
dos efeitos da exposio ocupacional ao frio e
definir parmetros para esta exposio, sob os
quais a maioria dos trabalhadores possa estar
protegida dos efeitos adversos sade.
Medidas de Controle
Para trabalhos de preciso com as mos
descobertas por perodos superiores faixa de
10 a 20 minutos em um ambiente com
temperatura inferior a 16C, devem ser
adotadas medidas para manter as mos dos
trabalhadores aquecidas. Isto pode ser feito
por meio de jatos de ar quente ou placas de
contato aquecidas;
Medidas de Controle
Em temperaturas inferiores a -1C, as partes
metlicas e de controle manual devem ser
cobertas com material isolante trmico;
O uso de luvas se faz necessrio sempre que a
temperatura cair abaixo de 16C para
atividades sedentrias; 4C para trabalho leve;
-7C para trabalho moderado, quando no for
necessria destreza manual;
Medidas de Controle
Para temperaturas inferiores a 2C,
necessrio que os trabalhadores que entram
em gua ou tenham suas vestimentas
molhadas por conta da atividade, troquem as
mesmas de imediato, alm de tomarem-se os
cuidados necessrios para a no ocorrncia de
hipotermia;
Medidas de Controle
Deve-se utilizar luvas anticontato quando as
mos esto ao alcance de superfcies frias
(temperaturas inferiores a -7C);
Se a temperatura for inferior a -17,5C, as
mos devem ser protegidas com mitenes. O
controle de mquinas e ferramentas deve ser
projetado para permitir sua manipulao sem
necessidade de remover os mitenes;
Medidas de Controle
Quando o trabalho realizado em ambientes
com temperaturas abaixo de 4C, deve ser
fornecida proteo adicional de corpo inteiro. Os
trabalhadores devem utilizar roupa protetora
adequada para o nvel de frio e atividade
exercida;
No deve ser permitida a exposio continuada
de qualquer parte da pele do trabalhador quando
a velocidade e a temperatura resultarem em uma
temperatura equivalente de -32C
Medidas de controle
Se o trabalho realizado a temperaturas
abaixo de -7C e o ambiente externo tambm
apresenta baixas temperaturas, necessria a
disponibilizao
de
microambientes
aquecidos, como sala de repouso, cabines,
barracas ou outros para a recuperao trmica
destes trabalhadores.
Medidas de Controle
Os trabalhadores devem ser incentivados para
a utilizao destes locais a intervalos
regulares, com a frequncia variando
conforme a temperatura de exposio
ocupacional. O comeo de tremores,
congelamento ou queimaduras por frio,
sensao de fadiga excessiva, irritabilidade ou
euforia so indicadores que o trabalhador
deva retornar ao abrigo.
Recomendaes Adicionais
Evitar o trabalho solitrio em ambientes frios. O
trabalhador deve estar em constante observao
ou trabalhar em duplas;
Evitar sobrecarga de trabalho de forma a evitar
sudorese
intensa
que
possa
causar
umedecimento da vestimenta. Quando da
realizao de trabalho intenso, devem-se adotar
perodos de descanso em abrigos aquecidos, com
troca por vestimenta seca, sempre que
necessrio;
Referencias
FUNDACENTRO. Riscos Fsicos. SP, Fundacentro, 1991.
COUTO, Hudson de A.; A ergonomia aplicada ao trabalho,
Manual Tcnico da Mquina Humana - Belo Horizonte, Ergo
Editora Ltda, 1996, Vol. 1 e 2.
ACGIH- American Conference of Governmental Industrial
Hygienists, Traduo ABHO, Limites de Exposio para
Substncias Qumicas e Agentes Fsicos e ndices Biolgicos,
Frio, p. 155-163, Cincinnati, OH, 1999.
Revista Proteo. Agravantes: Frio, Motivo de
Preocupaes, p. 30-37, Novo Hamburgo, 2000.
Segurana e Sade no Trabalho Porturio, Fundacentro,
1998.