Aba Na Sindrome de Down
Aba Na Sindrome de Down
Aba Na Sindrome de Down
À SÍNDROME DE DOWN
Goiânia,
Maio de 2010.
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À SÍNDROME DE DOWN
Goiânia,
Maio de 2010.
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_______________________________________________
Profª Dra. Ilma A. Goulart de Souza Britto (Presidente da banca)
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
_______________________________________________
Prof. Dr. Lauro Eugênio Guimarães Nalini (Membro efetivo)
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
_______________________________________________
Prof. Dra. Elisa Tavares Sanabio Heck (Membro convidado)
Universidade Federal de Goiás
_______________________________________________
Prof. Dr. Sebastião Benício da Costa Neto (Membro suplente)
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Goiânia
Maio de 2010
i
Agradecimentos
A Deus, por estar ao meu lado e colocar pessoas maravilhosas em minha vida.
amoroso de ser e de viver dignamente, me levando a sentir a pessoa mais amada deste
mundo. Pelo seu amor incondicional. Por sonhar juntamente comigo, acreditar em mim
e ser meu maior alicerce. Também, me proporcionar acesso à educação suficiente para
Ao grande homem, Iran Vaqueiro, meu papai, a quem tenho como espelho da
segurança e da força para lidar com as adversidades. Este mestrado meu pai, tornou-se
mais brando, devido o modo, como me ensinou a lidar com situações estressantes.
À minha vovó, Amália, que não mediu esforços para estar comigo enquanto eu
precisei. Pelo zelo de sempre querer o melhor para mim. Por seu imenso amor.
tempo roubado ao nosso convívio, mas tudo nas melhores intenções, até mesmo como
maneira de ajudar e organizar nossa família, às vezes, sem o parecer. Sem deixar de
lado a mãe cuidadora que é, me deixando minimamente preocupado com nosso filho.
A toda minha família, minha maninha querida Maysa e seu esposo Leandro, primos,
tios, avós e amigos que, apesar da distância, estiveram presentes em todos os momentos,
professores doutores Lauro Eugênio e Sebastião Benício que estiveram em minha banca
iv
Comportamento.
A doutora Elisa Tavares Sanabio Heck por ter aceitado meu convite a participar da
Aos meus amigos, que me hospedaram em seu apartamento todas as vezes que
precisei, Rodolfo, Murilo, dona Cecília, Julinha e seu Reinaldo, minha eterna gratidão.
Souza Britto, pois sem ela eu não conseguiria escrever, e não teria escrito, esta
dissertação. Foi extremamente prazeroso fazer algo tão grandioso pra mim e saber que,
consegui ser melhor por estar ao seu lado. Cada momento que passamos juntos na
Finalmente, ao meu campeão e amado filho, Enzo Oliveira, com quem atravessei,
eternos 48 dias na UTI, no momento de conclusão desta dissertação. Hoje, olhando pra
ele sadio, lindo, perfeito, sorrindo e sendo um presente de Deus em nossas vidas,
Sumário
Epígrafe ______________________________________________________________ i
Dedicatória ___________________________________________________________ ii
Sumário_______________________________________________________________ v
Introdução _____________________________________________________________ 1
Método ______________________________________________________________ 18
Participante ___________________________________________________________ 18
Procedimento _________________________________________________________ 19
Resultados____________________________________________________________ 32
vi
Discussão ____________________________________________________________ 43
Referências ___________________________________________________________ 48
Anexos ______________________________________________________________ 51
Resumo
Abstract
This study aimed to investigate the problem behaviors of an individual diagnosed with
Down syndrome in a specialized treatment unit, located within the state of Tocantins.
The participant was an adult male, with 39 years of age. To intervene in the class of
problem behaviors were employed strategies of Behavior Analysis. To demonstrate the
experimental control procedures were used to design Reversal-Replication ABAB
format, followed by follow-up. The problem behaviors of the participant selected to
undergo intervention were: (a) Model with mass geometric figures, (b) Reduce the
frequency of the talks "tomorrow", (c) Correct Pronunciation, (d) Interact with peers in
the classroom and (e) Install a new activity: free drawing. The experiment was started
with data collection to form the baseline phase I. The following sessions were held in
the intervention phase I. Soon after the speech I returned to the baseline II, and then
another intervention phase II. After 30 days without contact with the participant was
performed follow-up. Phases of baseline there was the presence of reinforcement. In the
sessions of the interventions I and II we used a treatment program with positive
reinforcement procedures, modeling, modeling, fading and extinction. The results were
discussed in terms of methodology, the effects achieved and the comparison of data
with theory. Once the research phase, it can be stated that the treatment program was
responsible for the changes made in the problem behaviors of the participant of this
research.
A trissomia consiste na presença de três (e não duas, como seria normal) cromossomas
de um tipo específico num organismo. A maioria das trissomias resultam num número
poderia ser causada pelo erro cromossômico. Já em 1934, nos Estados Unidos, um
indivíduo chamado Adrian Bleyer presumiu que o erro cromossômico poderia ser uma
em vez de dois. Representa a maioria, ocorrendo aproximadamente 95% dos casos, (b) -
21 extra liga-se com outro cromossomo. Ocorre em, aproximadamente, 3% dos casos;
(c) - Mosaico: a pessoa apresenta uma mistura de células com arranjo genético normal e
células com trissomia 21. Ocorre em 2% dos casos (Pereira-Silva & Dessen, 2001;
pequenas e largas; 4) uma única prega palmar transversal; 5) a íris apresenta manchas
dedo existe um espaço excessivo; 10) as orelhas geralmente são pequenas; 11)
Desde que foi descrita, a síndrome de Down tem suscitado discussões e desafios.
De acordo com Wuo (2006), a inclusão escolar desses indivíduos vem gerando demanda
dos educadores por informações a respeito, não apenas desta síndrome, mas também de
possibilitem o seu desenvolvimento, mesmo que isso demande ação mais intensiva dos
educadores.
IBGE realizadas no censo 2000, existem 300 mil pessoas com síndrome de Down e o
(QI) inferior a 70, média apresentada pela população. Esta é uma nova classificação e
tem importantes implicações para o sistema de prestação de serviços para pessoas com
baseada no QI, que estabelecia as categorias de leve, médio, severo e profundo. Deste
modo, a pessoa era diagnosticada como deficiente mental ou não, com base no
marcos são atingidos, embora em um ritmo mais lento. Esta demora para adquirir
tenham da pessoa com síndrome de Down. Durante muito tempo, estas pessoas foram
jovens com síndrome de Down podem alcançar estágios muito mais avançados de
Dessa forma, a pessoa com a síndrome de Down deveria frequentar uma escola
de ensino regular, pois o convívio com outras crianças não portadoras da síndrome irá
favorecer o seu desenvolvimento. Ainda que o aluno seja classificado como portador de
uma deficiência intelectual, não se pode predeterminar qual será o limite de seu
desenvolvimento.
Educar uma criança com deficiência intelectual não é tarefa fácil. Nas relações
questão: a que nos referimos quando dizemos que uma pessoa é deficiente intelectual?
Uma pessoa descrita como portadora dessa deficiência apresenta problemas em termos
de déficits comportamentais, tais como, não conseguem ler ou escrever, não resolvem
indivíduos.
esquemas múltiplos em que foram combinados (a) razão fixa (50 respostas em dois
minutos) e extinção (2 minutos); (b) razão variável (25 respostas, em média) e extinção
(2 minutos); (c) razão fixa (100 respostas) e extinção (3 minutos). A resposta envolvida
nesse estudo era uma manipulação simples: responder em uma situação estimuladora na
presença de uma luz colorida brilhante, reforçada num esquema de razão enquanto que
enquanto que em outra condição era reforçado em outro esquema. Os esquemas foram
que não era permitido qualquer contato interpessoal. Noutra condição de punição foi
houve uma queda gradual nas ocorrências das automutilações. Enquanto que na
uma criança com a idade de quatro anos, que arranhava o rosto com as unhas o que
sensorial e não por reforçamento social. A participante coçava quando estava sorrindo,
eliminação das sensações táteis que tal comportamento produzia: a mão da participante
foi coberta com luvas de borracha que não a impedia de coçar, mas eliminavam a
estimulação sensorial e evitava que ela machucasse a pele. O resultado foi uma redução
de automutilação, inclusive bater a cabeça, dar tapas no próprio rosto de uma criança do
sexo feminino em uma instituição para crianças com desenvolvimento atípico, fazendo
automutilação nas condições de atenção e demanda, mas raramente os emitia nas duas
em três tipos de jogos com quatro pares, ambas as funções: de líder e de participante.
contingente aos acertos da criança nas regras exigidas pelos jogos quanto fichas para
serem trocadas ao final de cada sessão por tangíveis. Os resultados demonstraram que a
as regras dos três jogos, sendo que, estes resultados se mantiveram pelo período de três
período de 1990 até 2006, Anache e Mitjáns (2008) demonstraram que existe uma
Ainda que não haja estudos em quantidade significativa nesta área, é oportuno
abordar o trabalho realizado por Windholz (1988) que publicou o Guia - Curricular
9
com déficits comportamentais. A análise da autora foi realizada em três níveis: os das
pesquisadores, como fundamental para obtenção dos bons resultados, bem como a
indivíduo excepcional.
ser compreendido separado das características do contexto onde ele ocorre. O que um
organismo faz são suas respostas, suas ações, seus desempenhos, suas reações ou suas
muscular, glandular ou elétrica (Skinner, 1953/2003; Martin & Pear, 2007/2009). Com
uma tecnologia”, uma vez que ela aplica princípios estabelecidos por meio de pesquisa
Uma ciência que se preocupa com os modos através dos quais os organismos interagem
que ele ocorre, proporciona meios práticos para analisar e mudar o comportamento
com as relações funcionais entre o meio e o comportamento. Isto porque uma avaliação
avaliação permitem uma predição confiável das condições nas quais os comportamentos
procedimentos para coletar informações para uma avaliação funcional recaem em três
possível, e com aquelas pessoas que têm contato com o indivíduo e conhecimento sobre
classificação são úteis para a definição das variáveis que podem afetar o comportamento
em questão.
problema nas rotinas diárias. A observação direta tem sido a base do uso aplicado de
método mais preciso, rigoroso e controlado para se conduzir uma avaliação funcional.
avaliação funcional e análise funcional. “(...) uma avaliação funcional se refere a uma
problema específicos”.
sociais. Martin e Pear (2007/2009) esclarecem que estas técnicas têm sido aplicadas
Uma vez identificado que um evento funciona como reforço positivo, esse
reforçador ou não para um dado organismo, sob dadas condições, é fazer um teste
reforçado (Moreira & Medeiros, 2007; Martin & Pear 2007/2009; Catania, 1998/1999).
13
numa sequência passo a passo, onde o comportamento vai mudando de forma gradativa
até constituir-se numa nova forma diferente da original. Esse nome é empregado porque
modo que o estímulo venha gradualmente a se parecer com aquele que se quer o
controle em particular.
nome modelação participante enfatiza o fato de que tanto o cliente quanto o terapeuta
das variáveis que afetam o comportamento do organismo deve ser buscado em aspectos
14
de seu ambiente. De acordo com Chiesa (1994/2006) os organismos são dotados de uma
estrutura genética única e uma história de reforço única, a experiência de vida. Do ponto
uma questão sobre a natureza, a resposta é sempre positiva; aqui, a principal diferença
envolver mais de um sujeito, mas cada sujeito é tratado como uma replicação
Reforçando essas questões, Martin & Pear (2007/2009) esclarecem, que por uma
controle que não recebe o tratamento. Em terceiro lugar, uma vez que se baseiam numa
usam delineamentos de sujeitos únicos, não precisam localizar muitos indivíduos com o
mesmo problema para formar diferentes grupos. Por essas e outras razões, os analistas
com um conjunto de variáveis que não podem ser diretamente controladas. Em algumas
instâncias, as limitações são éticas: é preciso que se tenha o consentimento dos sujeitos
que serão participantes que não deverão correr riscos desnecessários e poderão encerrar
sua participação em qualquer momento. Algumas variáveis dificultam a análise por não
são tão menos acessíveis quantos fatores ontogenéticos tais como status social, nível
experimental se torne difícil, esforços nesta direção devem ser encorajados. A aceitação
coleta de dados durante uma fase inicial ou linha de base (A) quando a variável de
interesse não está presente; (b) condução de uma segunda fase de tratamento ou
curto. As manipulações devem ser conduzidas durante o horário rotineiro das atividades
de uma pessoa em seu ambiente natural (O’Neils & cols. 1997; Martin & Pear,
2007/2009).
17
e necessárias.
18
Método
Participante
coleta de dados, solteiro, analfabeto, de classe média baixa, caçula de uma prole de
dezesseis irmãos. Logo nos primeiros meses de vida, o participante foi diagnosticado
Tocantins. Andou com três anos e falou com cinco anos de idade. Há doze anos perdeu
O pai relatou que o participante dorme sempre com a luz do quarto acessa e com
uma lanterna ao lado. A maior parte do seu tempo livre é ocupada escutando a rádio
qualquer tipo de relacionamento afetivo e sexual, posto que o pai e a família não o
estimulavam tanto quanto não faziam qualquer esclarecimento sobre a sua sexualidade.
coleta de dados seu peso era de 87 Kg tendo 1,53m de altura, encontrando-se obeso.
indicação de fármacos.
Ambiente e Materiais
por oitenta funcionários, sendo eles: auxiliares de serviços gerais, guardas, motoristas,
pela Escola e Clínica de Reabilitação, composta por dez banheiros, uma cozinha, um
refeitório, onze salas de aula, uma dispensa, uma biblioteca, uma sala de recursos
humanos, uma secretaria para a escola e uma para a clínica de reabilitação, direção,
nove salas de atendimentos clínicos aos alunos, uma recepção e uma sala de
faturamento.
modelo SGH U600, cartão de memória de 1GB, estojo com doze lápis de giz de cera,
estojo com doze lápis de colorir, lápis preto, estojo com doze massas de modelar,
folhas de papel A4, cartões em cartolina que medem 20x10, notebook da marca HP
melão, melancia, pães de queijo, biscoito de nata, bolacha passatempo, bombons e balas
Procedimento
Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Paraíso do Tocantins, ocasião em que foi
Esclarecido (Anexo A) para ser lido, e por meio deste, obter a autorização dos
eventos científicos.
Os critérios adotados para o início dos trabalhos foram: (a) participante com o
assinado e (c) compromisso de o participante estar presente no dia e horário das sessões.
foram informados os objetivos da pesquisa e dos principais cuidados que se teria em sua
Tanto a instituição quanto o pai, foram informados que o material obtido por
meio da pesquisa seria objeto da presente investigação, bem como seus resultados
disposição de quaisquer dúvidas no que diz respeito à coleta de dados. Após todos os
esclarecimentos foi obtida da instituição e do pai por escrito, a permissão para o início
dos trabalhos.
estabelecido o dia e o horário da primeira sessão, bem como das sessões subsequentes.
de três em três. Cada grupo de três itens era apresentado ao participante por três vezes
22
marcava em uma folha de registro, o nome do item escolhido pela pessoa em cada
Após a identificação dos reforçadores com maior potência de cada grupo de três
itens, passava-se à apresentação de um novo grupo de três itens, num total de sete
com o pai. Dessa forma, foi possível estabelecer uma hierarquia de nove reforçadores
dos potencialmente mais efetivos para os menos efetivos, os quais foram hierarquizados
não seguia instruções verbais das professoras, isolava-se na sala de aula sentando de
costas para a turma e professora, a interação e comunicação verbal com os colegas era
classe.
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As sessões foram conduzidas durante quatro meses, três vezes por semana, nos
períodos matutino e vespertino, perdurando por trinta minutos cada. As sessões foram
Os dados foram coletados em 110 (cento e dez) sessões nos três ambientes,
foram coletados em quatro sessões para cada comportamento. Após a linha de base I
(LB-I), foi iniciada a intervenção I (INT-I) que durou seis sessões para cada
comportamento.
foram coletados em quatro sessões para cada comportamento. Após a linha de base I
(LB-I), foi iniciada a intervenção I (INT-I) que durou seis sessões para cada
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fase de linha de base II (LB-II) com quatro sessões. Em seguida, foi reintroduzida a fase
up foi iniciado com a coleta de dados pela ordem dos comportamentos seguintes: (a)
Modelar com massa figuras geométricas; (b) Diminuir a frequência de fala “amanhã”;
(c) Pronúncia Correta; (d) Interagir com os colegas na sala de aula; e (e) Instalando uma
Os procedimentos que foram seguidos nas fases de linha de base I e II para todos
Após a realização de todas fases de linha de base quanto a realização das fases
Modelar com
massas figuras
geométricas 4 6 4 6 2
Diminuir a
freqüência de falas
“amanhã” 4 6 4 6 2
Pronúncia correta
4 6 4 6 2
Interagir com os
colegas na sala de
aula 4 6 4 6 2
experimentador ao ensinar o participante olhar para uma figura geométrica e com uma
clínico da instituição.
olhos, solicitando: “Quero que você pegue essa massa e faça esse círculo aqui para
instruía o participante: “Quero que você pegue essa massa e faça esse círculo aqui para
mim”.
O participante recebia atenção social por parte das pessoas por exemplo: ‘pare
de falar amanhã’, ‘você só sabe falar amanhã’ ao que o participante respondia “amanhã”
e se afastava da pessoa falando “amanhã”. Este verbal foi selecionado pelo seu excesso.
minutos. Cada ocorrência da fala “amanhã, amanhã” foi anotada na folha de registro.
que falasse sobre qualquer outra palavra, por exemplo, “depois, outra hora, como vai
você” e etc.. Qualquer fala que não fosse “amanhã”, era imediatamente reforçado e
atenção para qualquer outra pessoa mais próxima e interagir com a outra pessoa por um
sua atenção para o participante após ter transcorrido esse tempo. As sessões tiveram
3 - Pronúncias Corretas
incorretamente as palavras e sentenças: “hem cá”; “dotô”; “fafavô”; “ki tem lá”; “tu
consultório.
exigia que o participante repetisse a palavra até três vezes. Após o teste, foram
palavra escrita no cartão, emitida pelo pesquisador. Assim e, após várias tentativas, o
não fazendo qualquer esforço para interagir com os colegas, seja sorrir ou mesmo
solicitar algo. Durante as sessões de observação direta o experimentador notou, uma vez
demandas, mas o participante se mantinha isolado em relação aos seus pares em sala de
grupo na sala de aula, no momento pedir e ele um lápis emprestado. Em seguida, foi
30
(apontando o colega) do grupo na sala de aula e pedisse a ele: “me empresta um lápis”.
experimentador apontava sempre outro colega e instruía o participante a lhe pedir algo
junto com os outros alunos na sala de aula e de frente ao professor. As sessões tiveram
lápis, segurá-lo e fazer movimentos com o lápis sobre o papel produzindo quaisquer
riscos na folha de papel em branco. O participante escolhia a cor e pegava com a mão
direita o lápis, levava em direção à folha de papel e iniciava a atividade (desenho livre).
emitir a nova atividade na presença do reforço fornecido pelo experimentador, uma vez
que o mesmo recusava a realizar qualquer atividade escrita sugerida pela professora em
mesmo que desenhasse algo que poderia ser um animal, uma escola ou qualquer coisa
participante não foi reforçado, mas sua resposta foi registrada na Folha de Registro.
participante a riscar o papel em branco com uma cor de sua preferência. Foi colocado à
sua frente o estojo aberto com os lápis de colorir e folhas de papel em branco. Se o
participante olhasse para o estojo ou o papel ele era imediatamente reforçado com os
manteve a mesma condição ambiental, mas suspendeu os reforçadores até que um leve
Resultados
ABAB seguido por Follow-up envolveu os seguintes quesitos: (1) coleta de dados
durante uma fase inicial ou linha de base (LB-I); (2) condução de uma segunda fase de
linha de base (LB-II) e manipulação (INT-II) para estabelecer a relação entre a variável
base I na primeira sessão. Nas demais sessões esse comportamento manteve-se com
respectivamente.
Na linha de base II, houve uma diminuição das frequências nos intervalos de
Nas sessões seguintes as freqüências dos intervalos caíram para zero na terceira e quarta
intervalos. Diminui ainda mais para 16 na quarta sessão. Nas duas últimas sessões da
sessão.
35
36
ainda mais para 15 ocorrências na terceira e 23 falas na quarta sessão durante a fase de
LB-I. Tais frequências sugerem um número elevado das frequências da fala “amanhã”,
para a fala “amanhã” foi 14. Diminui para 9 frequências na segunda sessão e 8 na
ocorrências.
Pronúncia Correta
vezes na primeira sessão, subindo para 3 vezes na segunda, caindo para 1 na terceira e
intervenção I.
de base II.
colegas na sala de aula. Observa-se que durante a fase de linha de base I a frequência do
comportamento de interação com os colegas foi 0 nas quatro sessões desta fase.
primeira sessão. Aumentou para 6 vezes na segunda sessão. Recaiu para 5 intervalos na
Figura 4.
colegas na sala de aula, tendo 6 ocorrência tanto na primeira quando na segunda sessão.
41
42
atividade que possa fazer para ocupar-se durante o tempo livre – desenho livre.
intervalos obtidos foram 12. Subiu para 16 na segunda e alcançou 23 na terceira sessão.
Já na quarta diminuiu para 21, na quinta continuou com 21 intervalos. Já na sexta sessão
Discussão
participante cuja finalidade era que ele se comportasse em seu próprio proveito.
frequentemente para abordar comportamentos que tem uma etiologia médica (Martin &
participante. Há riscos de se fazer uma intervenção sem uma avaliação funcional: ela
Através das entrevistas com o pai e professoras e das observações diretas foi
dentre eles: não seguia instruções verbais das professoras, isolava-se na sala de aula
sentando de costas para a turma e professora, a interação verbal com os colegas era
As observações diretas foram registradas em vídeo, o que de certo modo, trouxe alguns
pessoas, impondo algumas dificuldades quando da realização dos registros, até que as
intervenção da fala “amanhã” não tiveram os dados registrados em vídeo, mas nas
folhas de registro.
figuras geométricas, (2) Diminuir a frequência da fala “amanhã”, (3) Pronúncia correta,
(4) Interagir com os colegas na sala de aula e (5) Instalar a atividade de desenho livre.
Um aspecto notado foi que até o momento da coleta de dados, o participante não
conhecia as letras, não sabia assinar o próprio nome tão pouco dizer sua idade, inclusive
olhar e falar as horas num relógio que encontrava em seu pulso esquerdo.
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programa especial que lhe ensinasse atividades básicas e, paradoxalmente é uma pessoa
(2007/2009) esclarecem que o esvanecimento deve ser utilizado para ensinar a traçar,
os dados da Figura 2 durante a fase de linha de base. A extinção se mostrou eficaz para
a redução deste verbal, pois a ocorrência desta resposta diminuiu como resultado dessa
(2001) apontam a língua protrusa, devido à pequena cavidade oral, ou seja, um órgão
que, por efeito do crescimento, normal ou anormal, se estabelece na frente de outro que
demonstram que dar modelo foi primordial para a imitação da pronúncia correta do
participante. Esse procedimento ao vivo e também por meio de cartão com palavras
escritas e figura, ainda que o participante tenha essa deficiência, mostrou-se efetivo.
apontam zero ocorrência nas fases de linha de base. Entretanto, sobre o efeito do
reforçamento social, como por exemplo, olhar nos olhos, elogiar e sorrir para o
comportamentos. Segundo Martin e Pear (2007/2009), a atenção social por parte dos
participante deveria escolher uma entre as cores disponibilizadas e fazer riscos que se
modelagem do desenho livre ocorria pelo reforçamento sucessivo dos riscos cada vez
mais próximo de uma figura final desejada. De acordo com Matos e Tomanari (2002), a
modelagem deve ser utilizada para pessoas que apresentem dificuldades especiais, como
requisitos necessários para aquilo que se pretende ensinar estão ausentes no repertório
comportamental do indivíduo.
48
num dos cantos da sala de aula, não interagia com os pares e pouco respondia as
ensina a fazer isso” ou “que fonte você buscou para fazer isso” etc.
importância desta empreitada, pois estudos desta natureza em nosso contexto são
escassos. Justifica-se a sua relevância por ter sido aplicado um programa experimental
Down.
49
Referências
Baron, A & Perone, M. (1998). Experimental design and analysis in the laboratory
study of human operant behavior. In Handbook of Research Methods in Human
Operant Behavior, edited by K. Lattal & M. Perone, (pp. 45-91). Plenum Press:
New York.
Iwata, B. A., Pace, G. M., Kalsher, M. J., Cowdery, G. E. & Cataldo, M. F. (1990).
Experimental analysis and extinction of self-injurius escape Behavior. Journal of
Applied Behavior Analysis, 23, 11-27.
Kozma, C. (2007). O que é Síndrome de Down? Em: K. Stray-Gundersen (Org.),
Crianças com Síndrome de Down: guia para pais e educadores. (pp. 15-42). Porto
Alegre: Artmed.
Lattal, K. A. (2005). Ciência, tecnologia e análise do comportamento. Em: J. Abreu-
Rodrigues & M . R. Ribeiro (Orgs.), Análise do Comportamento: pesquisa, teoria e
aplicação. Porto Alegre: Artmed.
Lovaas, O. I. & Simmons, J. Q. (1969). Manipulation of self-destruction in three
retarded children. Journal of Applied Behavior Analysis, 2(3), 143-157.
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Anexos
53
Anexo A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Assinatura da Orientadora
________________________________________________________________
Assinatura do Pesquisador
Anexo B
Eu,____________________________RG:______________CPF:______________
e _______________________________________RG:______________________
Down, abaixo assinamos, concordando com a inclusão de nosso (a) filho (a) como
Down”.
momento, podemos retirar nosso consentimento, sem que isto nos exponha a qualquer
penalidade.
Por meio desta, afirmamos que o mestrando Iran Johnathan Silva Oliveira
Goiás, tem a autorização que o nosso filho participe da pesquisa, sob a orientação da
Profª. Dra. Ilma A. Goulart de Souza Britto. Damos também a autorização para o
especializados.
Nome do responsável:_________________________________________________
Assinatura:__________________________________________________________
Local e data:_________________________________________________________.
56
Anexo C
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
57
Menor probabilidade___________________________________________________
Menor probabilidade___________________________________________________
Menor probabilidade___________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
58
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
6.1 Comestíveis:
7) O que você sabe sobre a história dos comportamentos indesejáveis dessa pessoa?
__________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
__________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
__________________________________________________
Anexo D
Pesquisador: ________________________________________________________
Participante: _________________________________________________________
% de escolhas: _______________________________________________________
01
02
03
04
05
grupo de três itens era apresentado ao participante, três vezes consecutivas, com a
instrução “escolha o que você mais gosta”. O pesquisador marcava em uma folha de
Anexo E
Pesquisador: ________________________________________________________
Participante: _________________________________________________________
% de escolhas: _______________________________________________________
|Item % de escolha
01
02
03
04
05
06
07
08
09
62
Anexo F
1” 2” 3” 4” 5” 6” 7” 8” 9” 10” 11” 12” 13” 14” 15” 16” 17” 18” 19” 20” 21” 22” 23” 24” 25” 26” 27” 28” 29” 30”
1” 2” 3” 4” 5” 6” 7” 8” 9” 10” 11” 12” 13” 14” 15” 16” 17” 18” 19” 20” 21” 22” 23” 24” 25” 26” 27” 28” 29” 30”
1” 2” 3” 4” 5” 6” 7” 8” 9” 10” 11” 12” 13” 14” 15” 16” 17” 18” 19” 20” 21” 22” 23” 24” 25” 26” 27” 28” 29” 30”
63
Anexo G
Nome:__________________________________________________________________________________________________________
Data:______________________________ Registro:________________________________
Comportamento Observado:_________________________________________________________________________________________
Duração:___________________________________________
Registro: (*) Ocorrências (X) Não Ocorrências
1’ 2’ 3’ 4’ 5’ 6’ 7’ 8’ 9’ 10’ 11’ 12’ 13’ 14’ 15’ 16’ 17’ 18’ 19’ 20’ 21’ 22’ 23’ 24’ 25’ 26’ 27’ 28’ 29’ 30’