Turismo Activo em Portugal Um Retrato Do Sector PDF
Turismo Activo em Portugal Um Retrato Do Sector PDF
Turismo Activo em Portugal Um Retrato Do Sector PDF
Um retrato do sector
Porto, 2006
Porto, 2006
ndice
ndice de Figuras ...................................................................................................................................II
Resumo ................................................................................................................................................III
Abtract .................................................................................................................................................. V
Rsum .............................................................................................................................................. VII
Introduo.............................................................................................................................................. 1
I Reviso da Literatura - Turismo: da Grand Tour s experincias radicais ........................................ 5
1. Desenvolvimento histrico do conceito de Turismo ....................................................................... 5
2. Tipos de Turismo........................................................................................................................... 9
3. Animao Turstica: O Turismo Activo......................................................................................... 12
3.1. O Turismo Activo como produto da ps-modernidade.......................................................... 14
3.2. Acessibilidade das actividades ............................................................................................. 16
3.3. O factor risco........................................................................................................................ 17
3.4. Impactos no meio ambiente ................................................................................................. 20
II Enquadramento Legal da Animao Turstica, Ambiental e Turismo Activo .................................. 25
1. Decreto-Lei n. 204/2000 de 1 de Setembro, Regula o acesso e o exerccio da actividade das
empresas de animao turstica...................................................................................................... 25
Definio ..................................................................................................................................... 26
Licenciamento ............................................................................................................................. 28
Registo........................................................................................................................................ 30
Garantias e seguros .................................................................................................................... 31
Fiscalizao e sanes ............................................................................................................... 32
2. Decreto-Lei n. 108/2002 de 16 de Abril, Altera o Decreto-Lei n 204/2000 de 1 de Setembro ... 34
Seguros....................................................................................................................................... 35
3. Decreto Regulamentar n. 18/99 de 27 de Agosto, Regula a animao ambiental nas
modalidades de animao, interpretao ambiental e desporto de natureza nas reas protegidas,
bem como o processo de licenciamento das iniciativas e projectos de actividades, servios e
instalaes de animao ambiental................................................................................................. 36
Definio ..................................................................................................................................... 37
Requisitos ................................................................................................................................... 39
Carta de Desporto de Natureza................................................................................................... 41
Licena........................................................................................................................................ 42
Fiscalizao e sanes ............................................................................................................... 44
III Metodologia .................................................................................................................................. 45
IV Retrato do sector do Turismo Activo em Portugal ........................................................................ 47
V Concluses.................................................................................................................................... 57
Referncias bibliogrficas.................................................................................................................... 61
ndice de Figuras
Figura n 1 Evoluo dos licenciamentos emitidos pela D. G. Turismo ............................................ 48
Figura n 2 Distribuio geogrfica das empresas em Portugal Continental..................................... 49
Figura n 3 Tipo de empresas licenciadas ........................................................................................ 50
Figura n 4 Nmero de funcionrios ................................................................................................. 50
Figura n 5 Nmero anual de clientes ............................................................................................... 51
Figura n 6 Facturao anual............................................................................................................ 52
Figura n 7 Forma Jurdica ............................................................................................................... 52
Figura n 8 Faixa etria dos scios das empresas............................................................................ 53
Figura n 9 Origem dos clientes........................................................................................................ 54
Figura n 10 mbito geogrfico de actuao .................................................................................... 55
Figura n 11 Canais de venda dos servios...................................................................................... 55
II
Resumo
De uma situao em que apenas uma elite restrita tinha acesso a actividades
tursticas passou-se nas ltimas dcadas para uma exploso de oferta e procura de
todo o gnero de propostas no sector.
Nos ltimos anos, a animao turstica no mbito do turismo activo tem-se
expandido largamente no nosso pas, com as actividades ditas radicais a servirem
para preencher os tempos de cio, combater o stress e rotinas da vida moderna e
at para estabelecer laos entre membros de organizaes e empresas.
Tal popularidade implica dois aspectos fundamentais: que as empresas
fornecedoras de servios na rea se qualifiquem para gerir eficazmente os riscos e
colmatar a falta de habilidades especficas dos praticantes e que as actividades
sejam exercidas de forma sustentvel e com respeito pelo meio natural em que
decorrem sob pena de os ambientes onde se levam a cabo as actividades
desaparecerem.
O facto de a maioria das empresas deste sector ser de reduzida dimenso, e
ter mesmo um carcter familiar, tem contribudo para uma maior eficcia perante os
dois aspectos enumerados: as actividades so espordicas; os grupos so
pequenos; os meios so diminutos.
O sector torna-se assim menos atractivo para mentalidades e prticas
tradicionais do turismo nacional, o que ajuda a explicar a tendencial juventude tanto
dos que procuram como dos que oferecem servios nesta rea.
III
IV
Abtract
From a situation that just a strict elite had access to touristic activities, there
has recently been an explosion of supply and demand in this sector.
Last years the touristic animation within the active tourism has been largely
expanding in our country through the radical activities to occupy the leisure times, to
fight the stress and modern lifes routine and also to enter into links among members
of organizations and companies.
Such popularity requires two basic points: that the service supplying
companies are qualified to manage efficiently the risks and to fill in poor specific
abilities of the assistants and the activities may be exercised in sustainable manner
and complying with the environment where these are occurring under penalty of the
environments (where the activities are performed) disappear.
As the majority of the Companies in this sector is small, and has family nature,
this has contributed to the biggest efficiency facing the two points indicated: the
activities are sporadic, the groups are small and the means are poor.
The sector is therefore less attractive for traditional mentalities and practices of
the national tourism; with this situation it is possible to verify the tendentious youth
both in the demand and supply of services within this area.
VI
Rsum
Prcdemment seule une lite restreinte avait accs aux activits touristiques,
cette situation s'est transforme ces dernires dcennies par une explosion de loffre
et de la demande de tout type de propositions dans le secteur.
Ces dernires annes, l'animation touristique s'est trs largement dveloppe
dans notre pays dans un contexte de tourisme actif avec des activits dites radicales,
afin de remplir les temps libres, combattre le stress et la routine de la vie moderne.
Elle permet mme dtablir des liens entre les diffrents membres d'une organisation
ou dune entreprise.
Une telle popularit implique deux aspects essentiels: il faut que les socits
de services dans le secteur se qualifient au mieux pour grer les risques et prendre
en compte le manque de capacits des pratiquants des activits spcifiques. De
plus, il faut quelles soient exerces dans le respect du milieu naturel dans lequel
elles s'coulent, sous peine de voir les environnements o se pratiquent ces activits
disparatre.
Le fait que la majorit des socits de ce secteur soient de tailles rduites,
voir mmes entreprises familiales, cela a contribu une plus grande efficacit sur
les deux aspects prcits. Du coup, les activits sont sporadiques, les groupes sont
plus petits et les moyens amoindris.
Le secteur se rend ainsi moins attrayant pour les mentalits et les pratiques
traditionnelles du tourisme national, ce qui tend expliquer la relative jeunesse des
personnes qui demandent ou offrent des services dans ce secteur.
VII
VIII
Introduo
O presente trabalho tem como objectivo estabelecer o perfil do sector da
animao turstica em Portugal, mais concretamente no mbito do turismo activo.
A actividade turstica posiciona-se hoje no s como uma das principais
actividades econmicas a nvel nacional, mas tambm como uma actividade
estratgica na induo do desenvolvimento regional, na manuteno da coeso
social, na preservao da identidade cultural e do ambiente, em suma, na edificao
de um modelo de desenvolvimento sustentvel.
Com efeito, ao longo dos ltimos dez anos, o sector do Turismo tem vindo a
expandir-se a um ritmo de tal forma acelerado que se tornou j um fenmeno de
sucesso a nvel mundial, dado o acrscimo de volume das actividades tursticas
desenvolvidas em cada pas, face ao volume das restantes actividades econmicas.
Por conseguinte, este sector tornou-se um foco de atraco quer para o
investimento de capitais, quer para os prprios mercados de emprego, que vem no
Turismo uma sada para a resoluo de questes do desemprego relacionadas com
o declnio de outros sectores da economia (Plano Estratgico do Instituto de
Formao Turstica 2002-2006)
O aumento do tempo de lazer, o incremento do poder de compra, a
popularizao das frias e do turismo, foram alargando e diversificando os mercados
tursticos ao longo das ltimas dcadas. Mas se, no incio deste processo de
democratizao, os perodos de frias eram encarados como momentos de repouso
e cio, os estilos de vida contemporneos encarregaram-se de incutir junto de
camadas cada vez mais vastas da populao uma abordagem mais activa desses
perodos.
O turismo activo, desportivo ou de aventura, como tambm designado,
surge como resposta a um quotidiano feito de rotinas, tdio, sedentarismo e stress e
representa uma oportunidade de se testar e desenvolver fisicamente, desafiando os
prprios limites. tambm simblico de um retorno do Homem ao meio natural de
que foi afastado pela vida urbana o que pode explicar porque razo a maioria dos
praticantes destas actividades oriunda dos meios citadinos.
Por outro lado, dada a oferta de servios no sector, existe hoje um acesso
facilitado a certas prticas na natureza, j que deixaram de exigir do praticante a
aquisio prvia de conhecimentos. Em muitos casos, os praticantes/clientes
1
dos scios das empresas de turismo activo e origem dos seus clientes, entre outros
elementos do perfil do sector.
Os dados apresentados e comentados no captulo IV so depois relacionados
com os conceitos tericos e as leis aplicveis s actividades em causa no captulo
final, onde se apresentam concluses. Fornecemos algumas tentativas de explicao
do perfil apresentado para o sector, indo desde as condies em que a actividade
pode ser exercida at s motivaes subjacentes escolha da actividade pelos
profissionais do ramo.
I Reviso da Literatura
Turismo: da Grand Tour s experincias radicais
No presente trabalho procuramos retratar o sector da animao turstica em
Portugal, com especial ateno para aquilo que podemos designar por turismo
activo. Mas, primeiro, teremos de atentar nos conceitos que sero utilizados ao longo
do estudo, at porque se trata de um sector onde abundam expresses sinnimas
ou aproximadas. Como exemplo, recordemos que o turismo activo, enquanto
actividade de animao turstica, tambm denominado turismo aventura;
ecoturismo; turismo desportivo ou turismo outdoor, entre outras designaes mais
ambguas, e as actividades fsicas desenvolvidas no mbito do turismo activo tanto
so chamadas desporto de natureza como desportos de aventura ou desportos
radicais, entre outros nomes.
Todavia, antes de tentarmos destrinar o nosso percurso conceptual, iremos
debruar-nos sobre a definio do conceito que comum a todas estas designaes:
o de turismo, como conceito fundador da actividade que queremos descrever.
1793, por exemplo, editou-se o Guide dEspagne et Portugal. Por outro lado, a
presena destes viajantes em grande nmero no continente europeu estimulou
profundamente o desenvolvimento dos servios de restaurao e hotelaria.
No sculo seguinte, a incidncia da modificao ainda mais acentuada dos
meios de transporte, o aumento generalizado dos rendimentos e a modificao das
mentalidades tornaram as viagens acessveis e populares.
O ritmo de crescimento do turismo tornou-se imparvel. No sculo XX, o
reconhecimento da importncia do turismo leva a que quase todos os pases da
Europa criem instituies governamentais com o fim de o promover e organizar,
sendo a ustria o primeiro pas a faz-lo, seguida da Frana [que criou o] Office
National du Tourisme em 1910 (IPV, 2005b, p. 13). No nosso pas, a Repartio de
Turismo de Portugal viu a luz do dia em 1911.
Hunziker e Krapf foram os primeiros a apresentar, em 1942, um conceito de
turismo. Na sua definio, que viria mais tarde a ser adoptada pela Association
Internationale des Experts Cientifiques du Tourisme, o turismo tido como o
conjunto das relaes e fenmenos originados pela deslocao e permanncia de
pessoas fora do seu local habitual de residncia, desde que tais deslocaes e
permanncia no sejam utilizadas para o exerccio de uma actividade lucrativa
principal, permanente ou temporria (cit. em IPV, 2005a, p. 16).
Todavia, esta definio que agora vemos como arcaica, ignora vrios
aspectos sociolgicos do turismo, razo pela qual a maioria dos socilogos tende a
consider-la incompleta. Porque, como lembrado nos textos de apoio do Instituto
Politcnico de Viseu, do ponto de vista da sociologia, o turista , antes de mais, a
pessoa que se desloca para satisfazer a sua curiosidade, o desejo de conhecer,
para se cultivar e evadir, para repousar ou se divertir num meio diferente do que lhe
habitual (2005a, p. 17).
Em 1991, a Organizao Mundial de Turismo adoptou a seguinte definio do
mesmo conceito: O turismo compreende as actividades desenvolvidas por pessoas
ao longo de viagens e estadas em locais situados fora do seu enquadramento
habitual por um perodo consecutivo que no ultrapasse um ano, para fins
recreativos, de negcios e outros (IPV, 2005a, p. 17). Mas tambm esta no satisfaz
todos os acadmicos uma vez que volta a ignorar alguns aspectos importantes do
fenmeno turstico, como, por exemplo, a oferta dessas actividades (uma vez que
aquela definio se focaliza na procura ou no consumo) e a realizao dessas
6
actividades num espao que pode ser considerado como o enquadramento habitual
de certos turistas.
Deste modo, IPV sublinha a preferncia pela definio que atribui a Mathieson
e Wall e de acordo com a qual o turismo consiste no movimento temporrio de
pessoas para destinos fora dos seus locais normais de trabalho e de residncia; as
actividades desenvolvidas durante a sua permanncia nesses destinos e as
instalaes criadas para satisfazer as suas necessidades (IPV, 2005a, p. 18).
O turismo consiste numa actividade ou conjunto de actividades muito
complexo e multidisciplinar, visto como uma das maiores indstrias do mundo e,
por isso, foi integrando diversos conceitos distintos. Almeida et al (2005) elencam
alguns deles, citando, por exemplo, Pearce, para quem o turismo pode ser pensado
com as inter-relaes e fenmenos resultantes de viagens e estadias temporrias de
pessoas com o objectivo primordial de lazer ou recreao (p. 16). Segundo Leiper, o
turismo pode ser definido como as teorias e a prtica de viajar e visitar lugares para
propsitos relacionados com o prazer (idem, p. 17).
Em 1998, Andrade props a seguinte definio, bastante ampla: O turismo
o complexo de actividades e servios relativos s deslocaes, transportes,
alojamentos, alimentao, circulao de produtos tpicos, actividades relacionadas
com os movimentos culturais, visitas, lazer e entretenimento, [bem como] o conjunto
de servios que tem por objectivo o planeamento, a promoo e a execuo de
viagens e os servios de recepo, hospedagem e atendimento aos indivduos e aos
grupos, fora das suas residncias habituais (cit. por Almeida et al, 2005, p. 16).
Para Cunha (2001), por um lado, o turismo pode ser encarado sob um ponto
de vista conceptual e, neste caso, o objectivo encontrar uma definio capaz de
fornecer um instrumento terico que permita identificar as caractersticas essenciais
do turismo e distingui-lo das restantes actividades, e, por outro lado, sob um ponto
de vista tcnico, por forma a permitir obter informaes para fins estatsticos e
legislativos.
Do ponto de vista conceptual, o autor supracitado, considera que a definio
mais esclarecedora a apresentada em 1992 por Mathienson e Wall que entende o
turismo como o movimento temporrio de pessoas para destinos fora dos seus
locais de trabalho e de residncia, as actividades desenvolvidas durante a sua
permanncia nesses destinos e as facilidades criadas para satisfazer as suas
necessidades.
7
as
actividades
econmicas,
culturais
recreativas
que
sejam
2. Tipos de Turismo
Existem diferentes formas de classificar o turismo, consoante o ponto de vista
que sobre ele adoptarmos, isto , podemos classific-lo conforme a origem dos
visitantes; a durao da sua permanncia; a origem da viagem; a natureza dos
meios utilizados nessa viagem ou as repercusses dessas visitas na balana de
pagamentos, por exemplo.
Contudo, interessa-nos mais para este estudo a classificao que respeita ao
tipo de turismo, por se tratar de uma classificao resultante das motivaes e
intenes dos visitantes, dando conta das experincias que os turistas esto
dispostos a ter e as actividades em que querem participar. Essas motivaes so
variadas e um mesmo turista pode ter diversos estmulos distintos quando
empreende uma viagem, mas se agruparmos por afinidade certos conjuntos de
motivaes tursticas, obtemos uma listagem dos tipos de turismo disponveis.
nesta categoria de classificaes que est inserido, lado a lado com outros tipos de
turismo, o turismo activo, tambm dito desportivo, fruto de projectos de animao
turstica. Mas vejamos primeiro uma resumida lista dos principais tipos de turismo
praticados, descrevendo sucintamente o que ajuda a distingui-los uns dos outros1,
embora as suas fronteiras raramente sejam estanques:
a) Turismo de Recreio
O turismo de recreio aquele em que os viajantes so motivados pela
curiosidade e pela mudana de ambiente. A noo de prazer varia de pessoa para
pessoa, mas, normalmente, estes turistas apreciam ver coisas novas, desfrutam de
Dada a grande variedade de classificaes umas de natureza econmica; outras de natureza legal ou ainda
acadmica , optmos por considerar apenas os tipos de turismo descritos no livro Princpios Gerais de Turismo
1 Ano . Textos de Apoio I (pgs. 51-66), editado pelo Instituto Politcnico de Viseu.
social e ainda as viagens de npcias. o caso, por exemplo, de jovens que integram
temporariamente certas organizaes. IPV (2005a) considera ainda, neste grupo, as
viagens realizadas ao pas de origem pelos nacionais de um pas e seus familiares
residentes no estrangeiro.
h) Turismo Activo-Desportivo
Standeven e De Knop (1999) definem turismo desportivo como todas as
formas de envolvimento activo ou passivo em actividades desportivas, participadas
de maneira casual ou organizada, por razes comerciais ou no, em que seja
necessrio realizar uma viagem para fora do ambiente habitual.
Assim, o turismo desportivo, ou activo, inclui, genericamente, os visitantes que
se deslocam para acompanhar, como espectadores ou participantes, um evento
desportivo e tambm aqueles que viajam com o intuito de dedicar-se a actividades
fsicas em determinados locais, como o caso do montanhismo, do golfe ou do ski,
por exemplo.
Pereira (2006) entende o Desporto e Turismo como as dinmicas que se
estabelecem entre as prticas desportivas, tanto nas vertentes do lazer como da
competio, e o sistema turstico onde invariavelmente se deve equacionar as
prticas (pratice), as pessoas (people) e os locais (Place).
13
questo
de
necessidade
sobrevivncia
para
se
converterem
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Definio
De acordo com o artigo 2 deste diploma, so empresas de animao
turstica as que tenham por objecto a explorao de actividades ldicas, culturais,
desportivas ou de lazer, que contribuam para o desenvolvimento turstico de uma
determinada regio e no se configurem como empreendimentos tursticos,
estabelecimentos de restaurao e de bebidas, casas e empreendimentos de
turismo no espao rural, casas de natureza e agncias de viagens e turismo.
O nmero 2 deste artigo, contudo, ressalva a possibilidade de estas ltimas
empresas exercerem actividades de animao turstica, desde que cumpram os
requisitos previstos no presente diploma.
No nmero 5, o artigo sublinha que, para uma empresa ser licenciada como
empresa de animao turstica necessrio que, alm de se destinar
predominantemente a turistas nacionais e estrangeiros, contribua decisivamente
para a ocupao dos seus tempos livres ou para satisfazer as necessidades e
expectativas decorrentes da sua permanncia.
O artigo 3 explicita que so consideradas actividades prprias das empresas
de animao turstica as actividades de animao previstas no n. 1 do artigo
anterior desenvolvidas nos seguintes locais ou infra-estruturas:
a) Marinas, portos de recreio e docas de recreio, predominantemente
destinados ao turismo e desporto;
b) Autdromos e kartdromos;
c) Balnerios termais e teraputicos;
d) Parques temticos;
e) Campos de golfe;
f) Embarcaes com e sem motor, destinadas a passeios martimos e fluviais
de natureza turstica;
g) Aeronaves com e sem motor, destinadas a passeios de natureza turstica,
desde que a sua capacidade no exceda um mximo de seis tripulantes e
passageiros;
h) Instalaes e equipamentos para salas de congressos, seminrios,
colquios e conferncias, quando no sejam partes integrantes de empreendimentos
tursticos e se situem em zonas em que a procura desse tipo de instalaes o
justifique;
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servios pelos
Licenciamento
Para obter a licena concedida pela Direco Geral de Turismo, e que deve
constar de um alvar, devem ser observados pelo requerente os seguintes
requisitos, enumerados no artigo 6.:
a) Ser uma cooperativa, estabelecimento individual de responsabilidade
limitada ou sociedade comercial que tenha por objecto o exerccio daquela
actividade e um capital social mnimo realizado de 2 500 000$002
b) Prestao das garantias exigidas por este diploma;
c) Comprovao da idoneidade comercial do titular do estabelecimento em
nome individual de responsabilidade limitada, dos directores ou gerentes da
cooperativa e dos administradores ou gerentes da sociedade requerente.
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Registo
A Direco-Geral do Turismo deve organizar e manter actualizado um registo
das empresas de animao turstica licenciadas. Segundo o artigo 12, o registo das
empresas de animao turstica deve conter:
a) A identificao do requerente;
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Garantias e seguros
No artigo 18, sublinha-se que, para garantia da responsabilidade perante os
clientes emergente das suas actividades, as empresas de animao turstica devem
prestar obrigatoriamente um seguro de responsabilidade civil.
Alis, o artigo seguinte diz mesmo que nenhuma empresa de animao
turstica pode iniciar ou exercer a sua actividade sem fazer prova junto da DirecoGeral do Turismo de que as garantias exigidas foram regularmente contratadas e se
encontram em vigor.
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Fiscalizao e sanes
Diz o artigo 22 que compete Direco-Geral do Turismo:
a) Fiscalizar a observncia do disposto no presente diploma;
b) Conhecer das reclamaes apresentadas;
c) Instruir os processos por infraces ao disposto no presente diploma.
Segundo o artigo 24, constituem contra-ordenaes neste sector as
seguintes situaes:
a) O exerccio das actividades de animao turstica sem a licena para o
exerccio da actividade concedida pela Direco-Geral do Turismo;
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do
Decreto-Lei
n.
204/2000,
que
acabamos
de
descrever,
deve
ser
prestado
um
seguro
de
responsabilidade
civil,
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Seguros
1 - Sem prejuzo do disposto no n. 5, as empresas de animao turstica
esto obrigadas a celebrar, nos termos estabelecidos no nmero seguinte, um
seguro adequado a garantir os riscos decorrentes das actividades que pretendam
exercer.
2 - O capital mnimo, consoante o contrato de seguro a celebrar, deve ser o
seguinte:
a) Seguro de acidentes pessoais garantindo:
i) Pagamento das despesas de tratamentos, incluindo internamento hospitalar,
e medicamentos, at ao montante anual de (euro) 3500;
ii) Pagamento de um capital de (euro) 20000, em caso de morte ou invalidez
permanente dos seus clientes, reduzindo-se o capital por morte ao reembolso das
despesas de funeral at ao montante de (euro) 3000, quando estes tiverem idade
inferior a 14 anos;
b) Seguro de assistncia s pessoas, vlido exclusivamente no estrangeiro,
garantindo:
i) Pagamento do repatriamento sanitrio e do corpo;
ii) Pagamento de despesas de hospitalizao, mdicas e farmacuticas, at
ao montante anual de (euro) 3000;
c) Seguro de responsabilidade civil, garantindo (euro) 50000 por sinistro, e
anuidade que garanta os danos causados por sinistros ocorridos durante a vigncia
da aplice, desde que reclamados at um ano aps a cessao do contrato.
3 - O contrato de seguro pode incluir uma franquia no oponvel ao lesado.
4 - Os montantes mnimos fixados no n. 2 so actualizados anualmente por
portaria conjunta dos Ministros das Finanas e da Economia.
5 - Em caso de actividades de reduzido risco, a Direco-Geral do Turismo
pode dispensar a celebrao de seguro.
Todavia, segundo o artigo 21, so consideradas algumas excluses ao
seguro, nomeadamente: os danos causados aos agentes ou representantes legais
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Definio
No seu artigo 2, o diploma em apreo trata de definir um conjunto de
conceitos relativos s actividades em causa, e que sero utilizados ao longo da lei. A
designao rea protegida, ou reas protegidas, foi substituda pela sigla AP. Os
conceitos apresentados so os seguintes:
a) Plo de recepo - local devidamente equipado destinado recepo de
visitantes e prestao de informao sobre a AP, podendo dispor de servios
especficos da animao ambiental;
b) Plo de animao - local onde se renem uma ou mais ocorrncias de
animao, podendo integrar valncias da interpretao e do desporto de natureza;
c) Interpretao ambiental - tcnica multidisciplinar de traduo da paisagem,
do patrimnio natural e cultural;
d) Centro de interpretao - infra-estrutura destinada a proporcionar ao
visitante o conhecimento global e integrado da AP de forma comparativa e evolutiva,
com recurso a uma base cientfica que, para alm da simples descrio dos
fenmenos, permite a sua compreenso no tempo e no espao;
e) Percurso interpretativo - caminho ou trilho devidamente sinalizado que tem
como finalidade proporcionar ao visitante, atravs do contacto com a natureza, o
conhecimento dos valores naturais e culturais da AP;
f) Ncleo ecomuseolgico - local ou instalao onde atravs da interpretao
se remete o visitante para a compreenso de determinados fenmenos culturais,
sociais e naturais, atravs do seu contacto directo e ou da recriao dos mesmos;
g) Observatrio - local ou instalao destinado observao da avifauna;
h) Cdigo de conduta - manual contendo as principais regras e orientaes de
visitao e fruio das AP;
i) Guia de natureza - profissional com formao especfica cuja prestao de
servios tem como funo proporcionar aos visitantes, de forma adequada, o
conhecimento e fruio da AP;
j) Estabelecimento tradicional de convvio e de comrcio - estabelecimentos
comerciais onde se consomem e transaccionam produtos resultantes das actividades
ligadas s artes e ofcios tradicionais;
l) Desporto de natureza - aquele cuja prtica aproxima o homem da natureza
de uma forma saudvel e seja enquadrvel na gesto das reas protegidas e numa
poltica de desenvolvimento sustentvel;
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b) O montanhismo;
c) A orientao;
d) A escalada;
e) O rappel;
f) A espeleologia;
g) O balonismo;
h) O parapente;
i) A asa delta sem motor;
j) A bicicleta todo o terreno (BTT);
l) O hipismo;
m) A canoagem;
n) O remo;
o) A vela;
p) O surf;
q) O windsurf;
r) O mergulho;
s) O rafting;
t) O hidrospeed;
u) Outros desportos e actividades de lazer cuja prtica no se mostre nociva
para a conservao da natureza.
Requisitos
O artigo 4 estabelece os requisitos gerais a que devem obedecer a prtica
das actividades e as iniciativas e projectos de animao ambiental:
a) Contribuir para a descoberta e fruio dos valores naturais e culturais das
AP;
b) Contribuir para a revitalizao e divulgao dos produtos artesanais
tradicionais, em particular os produtos de qualidade legalmente reconhecida e das
manifestaes scio-culturais caractersticas das AP, bem como do seu meio rural
envolvente;
c) Contribuir para a realizao de tarefas ligadas s actividades econmicas
tradicionais ou conservao da natureza;
d) Contribuir para a promoo do recreio e lazer;
39
Garantir
manuteno dos
equipamentos,
sinalizao,
acessos,
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Licena
O n. 1 do artigo 8 refere que sem prejuzo de outras autorizaes ou
licenas exigveis por lei, as iniciativas ou projectos que integrem as actividades,
servios e instalaes de animao previstos no artigo 3. carecem de licena,
titulada por documento a emitir pelo ICN aps parecer prvio da Direco-Geral do
Turismo (DGT) ou do Instituto Nacional do Desporto (IND), nas situaes previstas
no n. 3 do mesmo artigo, quando realizadas por um comerciante em nome
individual, um estabelecimento individual de responsabilidade limitada, uma
sociedade comercial, uma cooperativa ou uma associao de desenvolvimento
local.
O n. 2 do mesmo artigo estabelece que sem prejuzo do regime legal
especfico a que devem obedecer os empreendimentos de animao turstica, as
entidades referidas no nmero anterior devem ter por objecto o exerccio de
actividades de animao turstica ou ambiental e o n. 3 que sem prejuzo do
disposto no n. 1, as actividades, servios e instalaes de animao ambiental
devem satisfazer os requisitos gerais previstos no artigo 4. e os requisitos
especficos previstos no artigo 5. de acordo com a tipologia da iniciativa ou do
projecto, bem como as disposies constantes dos diplomas de criao ou de
reclassificao das AP e os respectivos planos de ordenamento.
Do pedido de licena, a apresentar no Instituto de Conservao da Natureza,
deve constar, conforme indica o n. 1 do artigo 9:
a) A identificao do requerente;
b) A localizao dos estabelecimentos, quando existirem;
c) A finalidade da actividade, iniciativa ou projecto de animao ambiental;
d) As actividades desenvolvidas pelo requerente.
O pedido deve ser instrudo com os seguintes documentos, listados no n. 2:
a) Certido da escritura pblica de constituio da sociedade e certido do
respectivo registo comercial definitivo, quando a natureza jurdica do requerente o
justifique;
b) Declarao comprovativa de que as instalaes satisfazem os requisitos
exigidos por lei;
42
43
Fiscalizao e sanes
Sem prejuzo das competncias atribudas por lei a outras entidades, a
fiscalizao do cumprimento do disposto no presente diploma compete tambm ela
ao ICN.
O artigo 18 elenca as contra-ordenaes sujeitas a coima pelo ICN. Assim,
sem prejuzo das contra-ordenaes aplicveis por fora do regime de criao e
reclassificao das reas protegidas e respectivos planos de ordenamento,
constituem contra-ordenaes as seguintes:
a) O no acompanhamento das actividades e servios de animao ambiental
por guias da natureza;
b) O exerccio das actividades sem licena;
c) A utilizao da licena para fim diverso do concedido pelo ICN;
d) O incumprimento das obrigaes de comunicao.
Alm das coimas a que esto sujeitos, as organizaes e empresrios que
violem esta regulamentao podem ainda incorrer nas seguintes sanes
acessrias, descritas no artigo 19, quando a gravidade da situao assim o
justifique:
a) A privao do direito a subsdios outorgados por entidades ou servios
pblicos, por um perodo mximo de dois anos;
b) A interdio do exerccio de actividade por um perodo mximo de dois
anos;
c) A privao do direito de participar em feiras ou mercados;
d) O encerramento do estabelecimento cujo funcionamento esteja sujeito a
autorizao ou licena de autoridade administrativa;
e) A suspenso de autorizaes, licenas e alvars.
44
III Metodologia
O universo deste estudo constitudo pelas empresas de animao turstica
licenciadas pela Direco Geral de Turismo, no Pas.
Os dados apresentados no captulo seguinte foram recolhidos junto da
Direco Geral de Turismo, com a sua ltima publicao em Novembro do corrente
ano permitindo-nos actualizar o nmero de empresas de animao turstica
licenciadas e a sua distribuio geogrfica por distritos.
Os restantes dados apresentados foram recolhidos no 2 Congresso
Internacional de Montanha, organizado pela Associao Desnvel e pela Escola
Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril realizado na Escola Superior de Hotelaria
e Turismo do Estoril em Outubro de 2004, em comunicaes oficiais apresentadas
pela Dr Catarina Zogreb representando a Direco Geral de Turismo.
Complementando a comunicao referida anteriormente, compilamos os
dados apresentados pela Associao Nacional de Empresas de Turismo Activo
representada pelo seu presidente no 1 Congresso Nacional de Empresas de
Turismo Activo realizado em Viana do Castelo em Janeiro de 2005.
Com os dados disponveis efectuou-se uma anlise, relacionando-os e
comparando-os sempre que possvel, para deste modo, atingir-se o objectivo
proposto.
45
46
47
100
95
80
70
60
69
56
40
20
0
25
24
2001
2002 2003
2004 2005
2006
48
que existe uma grande procura destes servios nos grandes centros tursticos do
pas. Verifica-se assim que o Algarve continua a demarcar-se pela grande oferta (56
empresas), principalmente para o cliente que est de frias e procura divertimento e
ocupao dos seus tempos livres.
Fig. 2 Distribuio geogrfica das empresas em Portugal Continental
Aveiro
Beja
Braga
Bragana
Castelo Branco
Coimbra
vora
Faro
Guarda
Leiria
Lisboa
Portalegre
Porto
Santarm
Setbal
Viana do Castelo
Vila Real
Viseu
9
11
17
8
11
16
10
56
10
11
68
5
29
15
16
10
11
14
Vila Real
4%
Viana do Castelo
4%
Setbal
5%
Viseu
3%
Aveiro
3%
Beja
2%
Santarm
5%
Braga
5%
Bragana
2%
Castelo Branco
3%
Coimbra
4%
vora
3%
Porto
8%
Portalegre
2%
Leiria
3%
Lisboa
21%
Faro
18%
Guarda
3%
49
Empresas
61%
6%
26%
7%
26%
6%
61%
7%
N empregados
De 1 a 3
Empresas
101
120
21
7
80
De 3 a 5
Mais de 5
1a3
100
60
40
3a5
20
>5
Empregados
50
de turismo activo que estavam licenciadas junto daquele organismo, 101 tinham mais
de trs postos de trabalho. Ou seja, 78 por cento daquelas empresas funcionavam
com um, dois ou trs empregados. Apenas cinco por cento do conjunto, isto , sete
das empresas tinham mais de cinco trabalhadores.
O volume de clientes tambm por sua vez de reduzida dimenso como se
pode constatar na figura 5.
Fig. 5 Nmero anual de clientes
N clientes
Empresas
At 1000
De 1000 a 2000
De 2000 a 3000
Mais de 3000
22
53
36
18
60
53
50
36
40
30
22
18
20
10
0
Clientes
A maioria destas empresas (58 por cento) lidam anualmente com menos de
2000 clientes,
A figura mostra que apenas 18, correspondente a 14 por cento do total das
empresas consideradas, registam mais de 3000 clientes em cada ano. A maior fatia
situa-se no intervalo de 1000 a 2000 clientes: 53 das empresas, que equivalem a 41
por cento do conjunto, esto nesta faixa, seguida do intervalo entre 2000 e 3000
clientes anualmente, que contabiliza 36 empresas.
Esta situao reflecte-se no volume da facturao anual das empresas
consideradas, e cujos valores, em euros, se encontram distribudos da forma
constante na figura 6.
Observamos que a maioria das empresas (65 por cento) no ultrapassa os
100 mil euros de facturao anual, consequncia da dimenso circunscrita da
actividade e das sociedades que a promovem.
51
Facturao Anual
Empresas
em euros
At 50 000
De 50000 a 100000
De 100000 a 250000
Mais de 250000
50
43
42
37
7
43
42
37
40
30
20
10
0
Apenas sete das empresas do sector facturam mais de 250 mil euros por ano,
o que perfaz apenas 5 por cento do total. De notar todavia que quase um tero das
empresas de turismo activo, ou seja, 37, obtm facturaes que se situam entre os
100 mil e os 250 mil euros anuais.
Quanto forma jurdica de constituio dessas empresas, elas distribuem-se
do modo que podemos observar na figura 7:
Fig. 7 Forma jurdica
Forma Jurdica
Empresas
100
Sociedade Unipessoal
Sociedade por quotas
34
93
80
Sociedade Annima
Cooperativa
1
1
93
60
40
34
20
0
Forma Jurdica
Como podemos observar, a maioria (72 por cento) das empresas de turismo
activo gerida por sociedades por quotas. No 1 Congresso de Estudos Rurais,
Jacinto e Ribeiro (2003) apresentaram um estudo descritivo das empresas de
Turismo Activo na regio do Douro, e que, para muitos dos participantes,
pertencentes a organizaes do sector, reflectia a realidade nacional. Os autores
52
Faixa etrias
95
Menos de 25 anos
25 a 45 anos
12
35
100
Mais de 45 anos
22
70
90
80
60
50
40
30
22
12
20
10
0
Faixa Etria
53
Origem Clientes
Portugal
Espanha
96%
1%
Resto da Europa
3%
1% 3%
96%
54
Vejamos agora (fig. 10), ainda com base em dados fornecidos pela Anetura,
qual o mbito geogrfico em que as empresas de turismo activo desenvolvem as
suas actividades:
Fig. 10 mbito geogrfico de actuao
6
73
47
Internacional
80
70
60
50
40
30
20
10
0
73
47
mbito Geogrfico
Canais de Venda
Empresas
Internet
Contacto directo
Operadores tursticos
Outros
118
105
14
63
120
118
105
100
80
63
60
40
20
0
55
14
Canais de Venda dos Servios
56
V Concluses
Como pudemos constatar ao longo deste trabalho, a oferta de actividades
genericamente designadas como turismo activo, desportos de natureza, desportos
de aventura ou desportos radicais tem vindo a aumentar consideravelmente um
pouco por todo o mundo e Portugal no excepo.
Essa expanso da oferta revelou-se em termos de quantidade e de
diversidade, mas podemos acreditar que tambm em termos de qualidade e
sofisticao, j que a actividade foi sendo, por um lado, objecto de iniciativas
legislativas e regulamentaes e, por outro, viu crescer a oferta de formao de alto
nvel focalizada nestas prticas mesmo se tambm proliferam cursos e ofertas de
formao no recomendveis.
Com a elaborao e implementao de regulamentos procurou-se criar
alguma garantia de qualidade e segurana nos servios prestados nesta rea do
turismo e, particularmente, assegurar que as actividades so praticadas de uma
forma no nociva para a natureza mas antes vocacionada para a sustentabilidade
dos projectos.
O praticante contemporneo destas modalidades consiste, muitas vezes,
numa pessoa que no tem qualquer experincia da actividade e que nem sequer tem
as caractersticas fsicas ou habilidades mais adequadas ao exerccio. Como vimos
no primeiro captulo deste trabalho, salvo algumas modalidades mais arriscadas ou
que exigem maior nvel de domnio de certas prticas, muitas actividades que se
inserem no mbito do turismo activo ou desportos de natureza so usadas para
convvios e encaradas como uma forma de preencher o cio algo que hoje j no
visto como um mero momento de repouso e descanso.
Ora, isto significa que a uma menor habilidade e destreza do praticante tem
de estar associada uma maior capacidade, experincia e segurana da parte dos
fornecedores de servios nesta rea. Os promotores, organizadores, monitores,
guias destas actividades tratam assim de, por um lado, minimizar os riscos reais e
objectivos a que estaro submetidos os praticantes leigos enquanto, por outro,
promovem o factor risco, aquele que subjectivamente sentido pelos clientes,
como instrumento de valorizao e marketing da prpria actividade.
57
58
59
60
Referncias bibliogrficas
1 Congresso Internacional de Montanha, organizado pela Associao Desnvel e
pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril realizado pela Escola Superior
de Hotelaria e Turismo do Estoril. Novembro de 2002.
1 Congresso Nacional de Empresas de Turismo Activo, Viana do Castelo. Janeiro
de 2005.
2 Congresso Internacional de Montanha, organizado pela Associao Desnvel e
pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril realizado pela Escola Superior
de Hotelaria e Turismo do Estoril. Outubro de 2004.
Almeida, R.; Cunha, T.; Valois, T. (2005). Gerenciamento de Riscos no Turismo de
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www.dgturismo.pt
www.icn.pt
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