A Revolução Brasileira e Os Intelectuais - Florestan.

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

A revoluo brasileira e os intelectuais Florestan.

(Completo)
Para o autor, colocar uma classe como vtima no vai melhorar em nada a situao
social do pas. Para que isso ocorra, deve-se lutar contra as causas que tornaram isso
possvel e definitivo, lutar contra os fatores que desequilibram e perturbam a ordem
social e o desenvolvimento nacional. Ou seja, deve-se tirar lies de situaes que j
foram vividas, e no fazer dela a sua realidade.
Para o autor, em sua sociedade democrtica, os homens devem estar preparados para
cumprir seus deveres e usufruir seus direitos. E devem lutar consigo e com os outros
para que as prerrogativas que fundem a dignidade humana, e a vida, sobrevivam. Para
isso, preciso que todos saibam o porqu de lutarem, tendo uma viso clara desse
objetivo, a fim de protegerem sua segurana.
O autor separa trs temas para debater quais so as contribuies positivas, que a
sociedade brasileira pode esperar dos seus intelectuais.
O primeiro acerca da chamada revoluo brasileira. O autor vai afirma que o Brasil
se encontra em uma revoluo social, porm, ele vai dizer que preciso
principalmente para os pesquisadores e professores - examinar de forma fria os aspectos
e o sentido dessa revoluo. Ou seja, preciso encarar a natureza e o alcance da
revoluo de modo mais imparcial possvel.
O autor vai falar que na concepo convencional dessa revoluo, existia um vicio de
datao, e ignorava-se as suas origens, assim como a continuidade do processo. Para
exemplificar isso o autor mostra como a revoluo brasileira ficou conhecida como a
revoluo de 1930.
O segundo ponto envolve um erro de perspectiva e uma falsificao da interpretao
objetiva dos processos histrico-sociais. O autor com isso quer dizer que o que foi
escrito na poca, foi feito ou por agentes do drama histrico, ou foram influenciados
pelas ideologias que eles seguiam.
Sobre o terceiro ponto: devido aos pontos citados acima, estabeleceu-se uma
propenso a encarar-se esta revoluo como um produto puro e simples da atividade de
uma gerao, ou de parte de uma gerao que representasse os atores.
O autor vai concluir essa parte falando que foi perdido de vista o encadeamento das
diversas fases da revoluo social brasileira, assim como os caracteres que ela assumia
na durao histrica, que diferenciam o padro de desenvolvimento histrico-social do
nosso pas. Lentido, irregularidade, falta de homogeneidade, isso foi negligenciado.
O suporte sociolgico da revoluo brasileira consiste em uma relao de influncias
histrico-sociais, imanentes organizao da nossa sociedade. No sculo XIX essa
revoluo eclodiu/surgiu e evoluiu como se fosse um equivalente brasileira da
revoluo burguesa na Europa e nos EUA.

A revoluo brasileira foi lenta, descontnuo, e apenas atingiu quase todas as esferas da
vida social organizada nos centros urbanos industriais. Esse ltimo ponto ocorreu
porque as foras sociais ligadas ao antigo regime encontraram condies de
hegemonia na transio do trabalho escravo para o livre, ou seja, da Monarquia para a
Repblica.
Apesar de que uma revoluo deva ser algo universal, o grosso da sociedade brasileira
continuou com seu pensamento mergulhado nas ideias histricas anteriores. Como
consequncia, a I Repblica aparece como uma fase de ligao com o antigo regime, de
to forma que no contribuiu, de fato, para a consolidao do estilo democrtico no
pas.
A revoluo de 1930 e a revoluo constitucionalista de 1932, respondem
necessidade de implantar novas formas de organizao do poder na sociedade brasileira,
capazes de expandir e de acelerar as transformaes requeridas pela revoluo burguesa.
Porm, em algumas regies, a sociedade brasileira continuou presa ao antigo regime,
deixando de oferecer cenrios apropriados para uma economia de mercado integrada, a
diferenciao das classes sociais e as formas democrticas de organizao do poder que
ambas exigiam. Como produto dessa situao, o Brasil deve um fraco desenvolvimento
industrial e tornou-se impossvel romper a crosta do patrimonialismo. (wtf). Alm de
que o Estado, e a prpria dinmica das instituies jurdico-polticas, permaneceram sob
a tutela de grandes eleitores de mentalidade tradicionalista.
Os processos econmicos, gerados atravs da revoluo burguesa, revelaram-se
fracos para o objetivo de atingir uma rpida desagregao dos resduos do antigo regime
e, principalmente, para ordenar as novas bases das relaes humanas em escala
nacional.
Porm alguns pontos sobre essa revoluo brasileira devem ser expostas: ela contm
novas dimenses de organizao da economia, do Estado e da sociedade. Que podero
engendrar/gerar a diferenciao das estruturas sociais, a difuso e o fortalecimento de
tcnicas democrticas de organizao do poder e da vida social, novas bases da
integrao da sociedade nacional.
Segundo tema proposto pela autor posio do intelectual diante do processo
histrico-social.
Desde 1930 at os dias atuais, o alcance qualitativo da contribuio dos intelectuais
aumentou cada vez mais.
Quando os intelectuais vencem o tradicionalismo e se incorporam s tendncias
dinmicas de diferenciao da sociedade brasileira, propendem a admitir que ela
representa um avano necessrio, valioso e desejvel. So nesses intelectuais que se
encontra o suporte para o salto histrico que poder facilitar a modernizao da
tecnologia, do ensino, da pesquisa, do Estado, enfim, de todas as esferas da vida.

Florestan acredita que os intelectuais brasileiros devem fazer da instaurao da


democracia, o seu maior objetivo histrico. Para realizar tal objetivo, no devesse temer
incompreenses, represlias ou o perigo de sermos silenciados.
O intelectual deve ser o primeiro a compreender a natureza das exigncias do estilo
democrtico de vida. Assim como deve ser o primeiro a propagar essa verdade e o
ltimo a consentir em que ela seja trada ou pervertida.
democrata aquele quem sabe tomar o poder e dispe, em consequncia, de meios para
proclamar-se e impor-se como tal. A democracia autntica nasce, se manifesta e se
mantm atravs de um estado de equidade social que confere, a cada cidado, o dever
da solidariedade de acordo com as determinaes de sua prpria conscincia cvica.
A prepotncia e a intolerncia so, vezes, usadas com a justificativa de salvar a
democracia. O autor diz que elas apenas servem a elas mesmas, e que no servem
como meios para alcanar outros fins, muito menos para salvar a democracia. 6 do pdf
197 livro.

Você também pode gostar