Uma Revolução No Cotidiano

Uma revoluo no cotidiano?
Os novos movimentos sociais na Amrica

Latina.
Movimentos sociais: algumas discusses conceituais Daniel Camacho
Fichamento: Caetano Pires Tossulino turma A

Explicao prvia: O autor Daniel Camacho inicia seu texto explicando
quando foi escrito e qual a sua funo, que a de iniciar uma atividade de
investigao sobre os movimentos sociais, organizada pelo Instituto de
Investigaes Sociais da Universidade de Costa Rica. Tambm o contedo de
tal trabalho coincide com a introduo do livro Movimentos Populares na
Amrica Latina (segunda publicao do projeto Perspectivas da Amrica
Latina, que por sua vez parte do programa de trabalho da Universidade das
Naes Unidas). Camacho ressalta tambm que alm da contribuio ao meio
acadmico espera que tal trabalho possa tambm contribuir para o
desenvolvimentos dos movimentos sociais, que seu trabalho possa aperfeioar
seu prprio objeto, existe um imperativo tico em seu trabalho, afirma ele, mas
tal imperativo no lhe tira a objetividade.
Que entendemos por movimentos populares? Aps essa breve
explicao o texto parte para a explicao do que se entende por movimentos
populares, e a distino entre movimentos populares e movimentos sociais.
Movimentos sociais so, afirma o autor, um produto da sociedade civil, no
necessariamente organizado, que busca o questionamento parcial ou integral
das estruturas de dominao, e h movimentos sociais que defendem os
interesses do povo, e outros que defendem os interesses dos setores
dominantes, obviamente os que defendem os interesses do povo tero
questionamentos mais radicais, e so esses os que so considerados
movimentos populares. Para acrescentar ao argumento Camacho apresenta a
definio de povo, que uma categoria que se modifica na histria, e que na
proposta de Marx so os setores da sociedade que sofrem dominao e
explorao, diferenciando-se do conceito de classe, mas que no pode ser
entendida sem a referncia a este termo.
Movimentos sociais, sociedade civil e sociedade poltica: Logo mais
passa-se a analisar o elemento comum que os movimentos populares tm com
os demais que a sua caracterstica de manifestao da sociedade civil frente
sociedade poltica, tal distino meramente abstrata e se refere a duas
dimenses da mesma realidade ressalta o autor. A diferena entre as duas
esferas que na sociedade poltica os homens se relacionam com o exerccio
coercitivo do poder e as contradies se resolvem atravs de uma lei de
acatamento obrigatrio, enquanto na civil os homens interagem de modo no
coativo e os conflitos tendem a ser resolvidos atravs do consenso, sendo os
movimentos sociais a expresso dos conflitos existentes nessa sociedade que
anseiam uma mudana na sociedade poltica, logo a sua existncia como
expresso da sociedade civil no lhe tira o direito reinvindicaes polticas,
pelo contrrio.
Por esse motivo tambm que, tanto em regimes autoritrios como em
de consenso, busca-se a dominao ideolgica do povo, para que no haja o
questionamento do Estado na esfera da sociedade civil.
No devemos pensar, afirma o autor, que os movimentos sociais, mais
especificamente o movimento popular, so uma alternativa para a tomada do
poder, isso porque para que tais movimentos assumam o poder necessrio
tambm uma vanguarda poltica.
O momento constitutivo do movimento popular: Tal momento, para
o autor, representa uma etapa superior nas lutas do povo. Os movimentos
sociais podem ser locais, regionais, classistas, pluriclassistas ou por demandas
especficas. J o movimento popular a articulao dos diversos movimentos,
com uma ao permanente, estruturada e com objetivos polticos prprios,
neste momento a reivindicao poltica deixa de ser parcial e passa a ser total,
ou seja tende a uma transformao total do Estado.
O autor afirma que tal momento de constituio do movimento popular
frequente na histria e que acontece s vsperas da revoluo, e apresenta
alguns casos na histria recente da Amrica Latina, como Cuba, 1959;
Nicargua, 1979; Bolvia, 1952; Guatemala, 1954; Chile, 1973.
A radicalidade do movimento vai depender principalmente da classe que
o controla e do tipo de vanguarda que ele possui, igualmente importante a
recuperao da memria coletiva do movimento popular, pois assim ele
poder ganhar fora na construo de uma unidade e um projeto comum.
Movimento popular e classes sociais: Nesta parte do texto o autor
afirma que muitos utilizaram os movimentos populares como categoria geral de
explicao, chegando at mesmo que a concepo da luta de classes chegou
a ser uma renncia da compreenso total do fenmeno, porm o autor no
adepto dessa ideia. Ele considera sim que uma viso simplista da teoria de
classes acaba reduzindo a complexidade da explicao da sociedade, mas os
movimentos sociais sozinho no seriam capazes de explicar a fora motriz da
sociedade, ento a concepo mais plausvel considerar os movimentos
populares com referncia s classes sociais, porque o antagonismo que
enfrenta os movimentos populares representa necessariamente uma
antagonismo de classes.
A dinmica do movimento popular: Camacho afirma que h uma
relao ntima entre os momentos de constituio do movimento popular e a s
crises politicas, e de acordo com as particularidades de cada caso os
movimentos podem assumir: um carter antineocolonia; anticolonial clssico;
anti-imperialista. Em casa um desses casos as classes constitutivas do
movimento se alteraro nos anticoloniais podem aparecer uma certa parcela da
burguesia, o que j no acontece com os de carter anti-imperialista.
O movimento popular, a questo nacional e a democracia: Aqui se
divide em dois casos, aqueles em que a construo nacional j est avanada,
e nos quais ela ainda est pendente, e em cada um desses casos o movimento
popular ter tarefas diferentes, no primeiro dever disputar a definio do
nacional com aqueles que sempre a construram, e no segundo dever ele
mesmo construir tal identidade.
Para uma tipologia dos movimentos populares: levando em
considerao as classes os movimentos podem ser divididos em classistas e
pluriclassistas. H tambm a diviso entre movimentos tradicionais e os novo
movimentos sociais, os quais so pluriclassistas. Se utilizando de outros
critrios se distinguem tambm os movimentos urbanos, dos rurais.
Concluso: Aqui o autor ressalta que ainda existem tarefas pendentes
sobre o assunto, tal como realizar um estudo cronolgico e analisar se existe
um movimento popular a nvel latino-americano, e tambm desenvolver uma
tipologia que facilite a compreenso dos movimentos populares, sempre tendo
em vista a construo de nossos pases em busca de mais justia e liberdade.

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