Este documento fornece instruções sobre segurança no laboratório de química, materiais de laboratório e diretrizes para preparação de relatórios. Ele destaca a importância da segurança no trabalho com substâncias químicas e fornece regras gerais e pessoais para minimizar riscos.
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Uni ver si dade Feder al de Per nambuc o
Cent r o de Tec nol ogi a e Geoc i nc i as
Depar t ament o de Engenhar i a Qumi c a
Anlise Ognica
Caderno de Prticas
Pr of essor a Yda Medei r os Bast os de Al mei da Pr of essor Maur c i o Sant os
Tc ni c a r esponsvel : Ll i an Ar aj o
Moni t or a: Pul k r a Si l va
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Algumas palavras sobre a Anlise Orgnica
O curso de Anlise Orgnica para alunos de Qumica Industrial foi introduzido em 2007 e, desde ento, tem sofrido constantes alteraes em seu contedo. Normalmente, tais mudanas visaram a enquadrar a disciplina nas limitaes de ordem prtica existentes, como disponibilidade de reagentes e demanda de vagas pelos alunos. Assim, ao longo desses anos, constante reformulaes nos roteiros prticos foram feitos, impossibilitando a preparao de um material definitivo que servisse de base para os estudantes e para ns, professores e tcnicos envolvidos nesse processo. Aps sucessivas conversas e diante de uma situao geral mais favorvel ao ensino, resolvemos implementar a primeira verso desta apostila. Dez experimentos foram includos nessa primeira verso. Entretanto, planejamos expandir este nmero, mesmo que nem sempre seja possvel realizar todos eles. Parte do material dedicada s tcnicas de laboratrio comuns em Qumica Orgnica, essenciais ao isolamento e purificao de compostos orgnicos. Outra parte se ocupa das tcnicas clssicas de anlise de compostos orgnicos, as quais, embora menos solicitadas na rotina do qumico orgnico, ainda desempenham papel fundamental na caracterizao estrutural de muitos compostos. Atualmente, quando se questiona como identificar e caracteriar substncias desconhecidas, invariavelmente as tcnicas espectroscpicas de ressonncia magntica nuclear (RMN), espectroscopia no infravermelho (IV) e espectrometria de massa (EM) se impem como resposta mais rpida, prtica e segura. E, realmente, parte do curso de Anlise Orgnica est centrada no estudo dessas tcnicas, ainda que apenas no mbito terico. Contudo, nosso objetivo ao formular a disciplina foi oferecer aos estudantes da rea tecnolgica a oportunidade de entrar em contato com os processos bsicos da Qumica Orgnica, bem como com algumas reaes aplicadas elucidao da estrutura quimica das molculas. Esse o contedo que o estudante vai encontrar nesse trabalho. E certamente, nos prximos anos, esse contedo ser acrescido ou modificado, sempre no intuito de adaptar a disciplina Anlise Orgnica s contigncias prticas que surjam e susgestes e crticas daqueles para quem ela foi elaborada. Bem-vindos ao nosso laboratrio e sucesso ao longo desse semestre. Esperamos que cada um realize seu trabalho de forma concreta e consciente e, ainda mais, que cada um possa expressar sua opinio acerca do trabalho da equipe do Laboratrio de Materiais Polimricos, a fim de que as novas verses dessa apostila possam satisfazer as expectativas dos futuros estudantes, contribuindo para sua formao acadmica e profissional.
Professora Yda Medeiros Professor Maurcio Santos Llian Arajo
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Agradecimentos
Ao longo desses 11 anos da disciplina Anlise Orgnica, muitos estudantes deram sua contribuio para melhorar o contedo de nossa disciplina. Boa parte deles foram monitores, os quais nos ajudaram a testar os experimentos escolhidos. A eles, nossos agradecomentos. Agradecemos em especial a Estela Eullia de Albuquerque e Tiago Lopes de Arajo, estudantes do curso de qumia Industrial, pela seu empenho na elucidao dos mecanismos envolvidos no teste para identificao de cidos sulfnicos.
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Sumrio
Segurana no laboratrio de Qumica..................................................................................................... 05 Materiais de laboratrio de Qumica...................................................................................................... 08 Instrues para preparao de relatrios................................................................................................. 11 Prtica 1: Tcnicas de cristalizao........................................................................................................ 13 Prtica 2: Tcnicas de separao de misturas......................................................................................... 16 Prtica 3: Tcnicas de extrao............................................................................................................... 18 Prtica 4: Cromatografia em coluna....................................................................................................... 20 Prtica 5: Destilao por arraste de vapor.............................................................................................. 22 Prtica 6: Derivados cristalinos.............................................................................................................. 24 Prtica 7: Anlise elementar qualitativa................................................................................................. 27 Prtica 8: Grupos de solubilidade........................................................................................................... 29 Prtica 9: Anlise de grupos funcionais 1............................................................................................... 33 Prtica 10: Anlise de grupos funcionais 2............................................................................................. 36
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Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geocincias Departamento de Engenharia Qumica Anlise Orgnica Prof a Yda M. B. de Almeida Prof. Maurcio Santos
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SEGURANA NO LABORATRIO DE QUMICA
Trabalhar num laboratrio qumico envolve freqentemente o contato com materiais potencialmente perigosos e, por isso, exige que se respeitem as regras ou normas da sua utilizao, a fim minimizar a probabilidade de acidentes e suas conseqncias. Quem utiliza freqentemente o laboratrio deve ser treinado para ser cuidadoso tanto no manuseio de equipamentos como na utilizao e armazenagem de produtos qumicos. A segurana no laboratrio deve ser uma preocupao constante e prioritria dos seus usurios: alunos, professores e funcionrios. Embora o trabalho em laboratrio seja potencialmente perigoso, esta realidade no dever, de modo algum, ser motivo para um trabalho tenso e desconfortvel. Antes, a prtica qumica deve ser uma constante descoberta, feita com ateno e responsabilidade. Por isso, o aluno qumico dever desenvolver atitudes de preveno e confiana. Apesar disso, acidentes podem ocorrer e requerem de cada um dos usurios uma atitude de solidariedade e presteza. Para tanto, preciso ter conscincia da natureza dos riscos envolvidos, das tcnicas de segurana e alguma familiaridade com os reagentes e solventes que eventualmente sero usados na prtica.
REGRAS DE SEGURANA GERAIS E PESSOAIS
1. Ter sempre em mente que o laboratrio um local de trabalho srio e de risco potencial. 2. Evitar brincadeiras, conversas desnecessrias e movimentaes bruscas dentro do laboratrio. 3. Conhecer a localizao das sadas de emergncia, dos extintores, da caixa de primeiros socorros e demais equipamentos de proteo. 4. Conservar as bancadas arrumadas e limpas e o cho limpo e seco. 5. No obstruir os locais destinados livre circulao. 6. Bolsas, objetos pessoais e papis avulsos devem ser guardados em local adequado. Na bancada devem permanecer apenas o caderno de laboratrio e uma caneta ou lpis. 7. Verificar, antes do incio da prtica, se todo o material necessrio est em perfeitas condies de uso. 8. Trabalhar em p e sempre acompanhado de outra pessoa. Evitar obstruir o laboratrio com bancos e cadeiras. 9. Usar sempre culos de proteo. Luvas apropriadas, mscara e avental devem ser usados em situaes que assim os requeiram. 6 10. Usar sempre bata limpa e justa, calado fechado e o cabelo, quando comprido, devidamente amarrado.
Figura 1. Medidas bsicas de segurana em laboratrio qumico.
11. Antes de se manusear qualquer substncia, deve-se ler atentamente o rtulo, tomar conhecimento dos riscos possveis e cuidados na sua utilizao. 12. Antes de comear qualquer trabalho laboratorial, deve-se ter o cuidado de fazer uma preparao correta, lendo os procedimentos e protocolos referentes prtica. 13. Lavar as mos com freqncia durante e no fim do trabalho laboratorial; proteger feridas expostas e evitar o manuseio de aparelhos eltricos com as mos molhadas. 14. Trabalhar atentamente, a fim de perceber evetuais respingos de reagentes ou cidos sobre as bancadas ou a pele. 15. Qualquer respingo deve ser removido imediatamente. Em caso de contato com a pele, deve ser removido com gua e sabo em abundncia. 16. Nunca colocar a boca em contato com qualquer equipamento de laboratrio. 17. Nunca provar ou cheirar diretamente solues ou produtos qumicos. 18. Sempre que trabalhar com produtos volteis ou reaes que liberem gases, usar a capela. 19. Nunca comer, beber ou fumar no laboratrio. Evitar levar as mos boca.
Figura 2. Proibies fundamentais em laboratrio qumico.
20. No final do trabalho, todos os reagentes e equipamentos devem ser deixados organizados. O material usado deve estar lavado e depositado sobre a bancada. 21. Em caso de acidentes, todos os que no puderem ou no estiverem aptos a ajudar devem deixar o laboratrio calmamente. Pnico deve ser evitado em caso de fogo. 22. Familiarizar-se com a simbologia de segurana para reagentes exposta no laboratrio.
DESCARTE DE RESDUOS
O trabalho num laboratrio de Qumica Orgnica gera sempre resduos, a maioria dos quais so txicos e nocivos para o meio ambiente e os seres vivos. Embora em nossas prticas, busquemos reduzir ao mximo a produo de resduos, ainda assim muitos rejeitos contendo solventes halogenados ou solues orgnicas se formam e precisam ter uma destinao adequada. Alguns solventes, quando misturados exclusivamente com slidos dissolvidos, podem 7 ser facilmente recuperados. o caso do etanol de lavagem das vidrarias. Mais difcil de se recuperar so misturas de solventes, as quais, em geral, so descartadas em recipientes apropriados. Cabe a cada usurio observar que tipo de resduo est sendo produzindo e dar-lhe a destinao correta. H no laboratrio diversos recipientes rotulados com indicaes do tipo de resduos a eles destinados. importante observar cuidadosamente onde cada tipo de resduo ser despejado, a fim de evitar problemas no seu tratamento ou reaes indesejveis que possam levar a acidentes. Algumas regras devem ser observadas:
1. Salvo raras excees, nenhum resduo deve ser desprezado na pia. Solues de sais de sdio e cidos orgnicos de cadeia curta so permitidos. Porm, qualquer slido ou solvente orgnico devem ser rigorosamente evitados. 2. Cada tipo de resduo deve ser transferido para o recipiente adequado, usando um funil. Os recipientes que os contm devem ser lavados com etanol antes de serem lavados com gua.
Figura 3. Procedimento adequado para transferncias de lquidos.
3. Resduos aquosos devem ser desprezados em separado. 4. Solues de cidos ou bases devem ser antes diludos e neutralizados. 5. Caso se tenha uma mistura de slidos e lquidos, o ideal filtrar o materia, a fim de que o slido seja armazenado em separado. No nosso caso, isso no ser normalmente necessrio, pois as quantidades so pequenas.
Figura 4. Procedimento adequado para separao de resduos slidos e lquidos.
6. Slidos orgnicos no devem ser desprezados no mesmo recipiente de slidos inorgnicos. H alto risco de combusto espontnea.
A conduo cuidadosa dos trabalhos parte da prtica em laboratrio e ser observada na avaliao de cada grupo. Especialmente em nosso laboratrio faz-se necessrio um certo rigor nas regras de segurana, uma vez que normalmente temos grandes grupos trabalhando e isso aumenta a probabilidade de se ter acidentes. Para evit-los, contamos com a ajuda de todos.
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MATERIAIS DE LABORATRIO DE QUMICA
Uma das condies fundamentais para um bom desempenho em laboratrio ter familiaridade com os equipamentos e vidrarias que geralmente so empregados. A seguir, so dados alguns desses equipamentos com uma breve descrio de sua funo.
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1. Tubo de ensaio: usado em testes de reaes qumicas. 2. Bquer: usado no aquecimento de lquidos, reaes de precipitao, etc. 3. Erlenmeyer: usado em titulaes e aquecimentos de lquidos. 4. Balo de fundo de redondo: usado em aquecimento de lquidos e para reaes com desprendimento de gases. 5. Pipeta graduada: usada na medida de volumes variveis de lquidos. 6. Proveta: usada na medida de volumes aproximados de lquidos. 7. Trip de ferro: usado no suporte da tela de amianto ou de frascos durante o aquecimento no bico de Bunsen. 8. Funil de vidro: usado nas transferncias de lquidos e nas filtraes simples. 9. Bico de Bunsen: usado nos aquecimentos em geral. 10. Estante para tubos de ensaio: serve para suportar tubos de ensaio. 11. Almofariz e pistilo: usados na triturao e pulverizao de slidos. 12. Vidro de relgio: usado para cobrir bqueres durante a evaporao de lquidos ou para guardar amostras. 13. Pina de madeira: usada na sustentao de tubos de ensaio durante o aquecimento no bico de Bunsen. 14. Dessecador: usado para retirar umidade de amostras. 15. Bureta: usada na titulao em anlises volumtricas. 16. Pisseta: usada com gua destilada ou solventes para lavagem de materiais, remoo de slidos e outros fins. 17. Placa de Petri: empregada para armazenar amostras e outros fins. 18. Funil de separao: usado na separao de lquidos imiscveis. 10 19. Suporte universal: usado para nas diversas montagens de laboratrio. 20. Basto de vidro: usado na agitao de misturas e solues, transfercias de lquidos e outros fins. 21. Funil de Bchner: usado em filtraes a vcuo. 22. Kitassato: empregado nas filtraes a vcuo. 23. Mufa: para a montagem de aparelhagem em geral. 24. Condensador de Liebig: usado em destilaes e reaes qumicas. 25. Esptulas: usadas na transferncia de substncias slidas. 26. Garra para condensador: usada na sustentao de condensadores. 27. Anel de metal: usado para suportar o funil de separao. 28. Pina de Mohr: usada para reduzir ou interromper o fluxo de lquidos e gases.
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INSTRUES PARA PREPARAO DE RELATRIOS
PR-RELATRIO
1. O pr-relatrio deve conter uma descrio resumida do procedimento prtico a ser executado, dada em tpicos ou fluxograma. Alm disso, deve trazer uma lista de todos os reagentes e solventes envolvidos na prtica, segundo o modelo abaixo:
Etanol Frmula molecular: C 2 H 5 OH Peso molar: 46,08 g/mol Ponto de fuso: -114 C Ponto de ebulio: 78 C Densidade: 0,79 g/cm 3 (20 C) Solubilidade em gua: completamente solvel
Manuseio e armazenagem: Descrio curta e concisa. Riscos: Normalmente descreve os riscos de contato com pele, olhos e ingesto Primeiros socorros: Descrio dos procedimentos a serem adotados em caso de acidente.
Estas informaes podem ser obtidas num CD disponvel em nosso lagboratrio, em sites de firmas especializadas na internet ou em catlogos de produtos. Alguns sites disponveis: www.chemdat.info http://www.cetesb.sp.gov.br/
2. O caderno de laboratrio deve ser exclusivo para a disciplina de Anlise Orgnica, pois permanecer por alguns dias retido para sua correo. 3. O caderno deve ser do tipo brochura e ter suas pginas numeradas seqenciadamente. Caso o aluno precise mudar de caderno, a numerao deve ser continuada. 4. Evitar deixar espaos e folhas em branco no caderno. 5. Substncias que j foram descritas em uma prtica no precisam ser novamente descritas. Basta indicar a pgina em que esto.
RELATRIO
O relatrio destinado a descrever todas as atividades executadas e os resultados obtidos durante a prtica. Ele deve seguir um modelo bsico, conforme mostrado a seguir. Alm disso, alguns pontos devem ser observados:
1. Escrever o relatrio a mo, usando tempos verbais no pretrito. 2. Empregar preferencialmente a voz passiva, quer sinttica, quer analtica. 12
Ttulo da Prtica
Nome dos alunos Nomes dos professores Disciplina
Resumo Deve dar uma viso geral da prtica em, no mximo, 5 linhas.
Palavras-chave: No mximo 3 diretamente relacionadas com os experimentos.
1. Introduo
Deve ser sucinta e conter uma viso geral da teoria envolvida, bem como os objetivos. Pode conter figuras e/ou grficos e tabelas.
2. Materiais
Detalhamento de todos os materiais, equipamentos, reagentes e solventes utilizados.
3. Procedimentos
Descrio do que realmente foi feito em aula, de forma direta e clara.
4. Resultados e discusso
Parte mais importante do relatrio, este item deve expor o que realmente foi observado no experimento e analisar a concordncia entre o real e o esperado. Resultados que se desviam muito do previsto devem ser interpretados e, se possvel, explicados. Tabelas, figuras, reaes e esquemas pertencem a esta parte do relatrio.
5. Concluses
Avaliao sucinta da prtica e de seus resultados. Sugestes e crticas para melhorias futuras so bem-vindas.
6. Respostas s perguntas
Sempre que houver perguntas tericas propostas no roteiro da prtica, elas devem ser respondidas neste item. Por favor, transcrevam as perguntas, numerando-as.
7. Bibliografia
Todas as fontes bibliogrficas consultadas devem ser citadas, inclusive aquelas oriundas da internet. Porm, ateno: fontes exclusivamente da internet nao so vlidas.
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PRTICA 1: TCNICAS DE CRISTALIZAO
1. Teoria geral da cristalizao
Os compostos orgnicos slidos, quando isolados de reaes orgnicas, raramente so puros. A purificao de compostos cristalinos impuros geralmente levada a efeito por cristalizao a partir de um solvente apropriado ou por misturas de solventes. A purificao de slidos por cristalizao consiste em:
1. Solubilizar a substncia impura em um determinado solvente no ponto ou prximo ao ponto de ebulio. 2. Filtrar a soluo quente para separar partculas de material insolvel e poeira. Deve-se usar papel de filtro pregueado (Figura 1).
Figura 1
3. Deixar a soluo quente esfriar, produzindo assim a cristalizao da substncia dissolvida. 4. Separar os cristais da gua-me por filtrao a vcuo, usando funil de Bchner o ou de Hirsh (Figura 2).
Figura 2
5. Aps a secagem, testar a pureza do slido resultante e, se no estiver puro, recristalizar. Os cristais devem ser secos em dessecadores ou na pistola de secagem de Abderhalden (Figuras 3 e 4).
Figura 3
Figura 4
14 2. Cristalizao por solventes mistos
Caso se descubra que a substncia muito solvel em um solvente e muito insolvel em outro, o que no permite uma recristalizao satisfatria, e se os dois solventes forem completamente miscveis, a recristalizao pode ser feita a partir de uma mistura dos dois solventes em questo. Nesse caso, o composto dissolvido no solvente em que muito solvel e o solvente em que ela pouco solvel acrescentado gota a gota at que uma ligeira turvao seja observada. A turvao , ento, apenas tornada clara pela adio de uma pequena quantidade do primeiro solvente e a mistura deixada em repouso em banho de gelo para que os cristais se formem. Os pares de solventes mais comumente usados so:
lcool e gua lcool e benzeno Benzeno e ter de petrleo Clorofrmio e hexano Clorofrmio e ter de petrleo Acetona e ter de petrleo
3. Uso de carvo ativo
O produto de uma reao orgnica pode conter impurezas coloridas ou resinosas, que no so removidas por simples cristalizao. Assim, torna-se necessrio o uso de carvo ativo, que adsorve a impureza. O carvo ativo deve ser adicionado ao solvente com o qual est sendo feita a cristalizao, a mistura deve ser aquecida at a ebulio e filtrada ainda quente. Dessa forma so eliminadas impurezas coloridas ou resinosas que no faam parte do produto desejado.
4. Dificuldades na cristalizao
Ocasionalmente, as substncias formam solues saturadas, nas quais os primeiros cristais se separam com dificuldade. Deve-se tentar os seguintes mtodos:
1. Arranhar o interior do recipiente com um basto de vidro. 2. Inocular (semeadura) a soluo com um cristal da substncia, caso seja possvel. 3. Resfriar a soluo numa mistura congelante que no seja capaz de atingir o ponto de congelao do solvente. 4. Colocar a soluo em geladeira por algum tempo.
5. Secagem do material recristalizado
O melhor mtodo de secagem colocar os cristais num dessecador contendo uma substncia apropriada, como cloreto de clcio anidro, slica gel, cido sulfrico concentrado ou pentxido de fsforo. A escolha do dessecante esta condicionada natureza da substncia que se quer secar.
6. Determinao do ponto de fuso
Para um slido, o ponto de fuso de grande importncia. Se a recristalizao for eficiente, o ponto de fuso final bastante definido e, se o produto for conhecido, seu valor pode ser comparado com aquele encontrado em tabelas. A tcnica mais comum de determinao do ponto de fuso consiste em empregar um tubo capilar de cerca de 1mm de dimetro, no qual se introduz um pouco do material slido, conforme a Figura 5. Em seguida, o capilar introduzido no fusimetro e a temperatura acompanhada at que se observe a fuso do material. Em geral, um bom resultado implica numa faixa de fuso de, no mximo, 2 C.
Figura 5
7. Procedimento prtico
1. Dois frascos contendo uma amostra desconhecida sero fornecidos a cada grupo: um deles ter uma massa definida do material a recristalizar e s dever ser usado aps se definir o solvente (ou mistura de solventes) apropriado. O outro, sem massa definida, deve ser usado para os testes iniciais. 2. Empregando o eluente adequado e seguindo a explicao dada em aula, realizar uma cromatografia em camada fina (CCF), a fim de 15 estabelecer o nmero de substcias na sua amostra. 3. Copiar a placa em seu caderno de laboratrio, aps mostr-la pessoa responsvel pela prtica. A cpia deve ser feita na proporo exata da real e deve ser reproduzida no relatrio. 4. Em tubos de ensaio, determinar o solvente de recristalizao mais adequado para a substncia- problema, entre aqueles disponveis para teste. Realizar os testes na ordem crescente de volatilidade dos solventes. Testar todos os solventes, mesmo que um deles j se mostre adequado e apenas ao final decidir qual deles o mais indicado. 5. Aps definido o solvente ou par de solventes de recristalizao apropriado, proceder a purificao da amostra de massa definida. 6. Em erlenmeyer, solubilizar a substncia no solvente ou par de solventes estabelecido. 7. Filtrar a soluo a quente. Deve-se usar papel de filtro pregueado. Lavar o papel com pequenas pores do solvente a quente. importante evitar excesso de solvente, principalmente se seu ponto de ebulio for alto. 8. Deixar a soluo quente esfriar, produzindo assim a cristalizao da substncia dissolvida. Em seguinda, dar prosseguimento cristalizao em banho de gelo. 9. Separar os cristais da gua-me por filtrao a vcuo e lav-los com um pouco do solvente de recristalizao gelado. 10. Repetir a CCF para verificar a eficincia da recristalizao e novamente mostrar o resultado aos responsveis pelo laboratrio. Copiar tambm esta placa. 11. Depois de secar a amostra em dessecador, determinar o ponto de fuso da substncia obtida. Calcular a frmula molecular da substncia com os dados fornecidos em sala e, usando um Handbook ou catlogo, determinar sua frmula estrutural e nome.
8. Descarte de resduos
Durante esta e outras prticas, sero produzidos resduos de solventes orgnicos, os quais devem ser desprezados nos recipientes adequados, conforme indicados nos rtulos. Os solventes sero: diclorometano, hexano, etanol, acetona, acetato de etila, metanol e benzeno. O pr-relatrio deve trazer as medidas de segurana no manuneio dos mesmos.
9. Quetes
1. Por que se usa papel de filtro pregueado na fitrao a quente? 2. Qual a importncia do resfriamento espontneo da soluo aps seu aquecimento para dissolver o slido a cristalizar? 3. Quando se usa funil de Bchner? E em que situao o funil de Hirsh recomendado? 4. Em que situao se usa a pistola de secagem de Abderhalden e quais as condies adequadas? 5. Quais as caractersticas fsicas do carvo ativo que o tornam to teis na remoo de impurezas coloridas e resinosas? 6. Qual o maior inconveniente da tcnica de inoculao para induzir a cristalizao? 7. Quais os principais agentes secantes? 8. Por que se realizam os testes de solubilidade da amostra na ordem crescente de polaridade dos solventes (etapa 4 do procedimento)?
10. Bibliografia
1. Harwood, L. M. & Moody, C. J ., Experimental Organic Chemistry Principles and Practice, Blackwell Scientific Publications, 1992.
2. Soares, B. G., De Souza, N. A. e Pires, D. X., Qumica Orgnica Teoria e Tcnicas de Preparao, Purificao e Identificao de Compostos Orgnicos, Rio de J aneiro, Editora Guanabara, 1988.
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PRTICA 2: TCNICAS DE SEPARAO DE MISTURAS
1. Introduo
A maior parte dos produtos naturais e muitas preparaes comerciais so misturas de diferentes compostos qumicos. Para se obter um composto puro de uma mistura, utilizam-se geralmente as diferenas de suas propriedades fsicas e qumicas. Lquidos com pontos de ebulio diferentes so separados por destilao. Substncias que possuem grandes diferenas de solubilidade podem ser separadas por extrao ou por filtrao. Compostos que apresentam propriedades cidas ou bsicas so convertidos em seus sais, os quais so solveis em gua e podem ser isolados dos outros compostos insolveis em gua, pela tcnica de extrao. Entretanto, nem sempre a separao dos componentes de uma mistura real pode ser realizada por procedimentos to simples. No raro necessrio submeter a mistura a tcnicas cromatogrficas mais complexas, como a cromatografia em coluna ou a cromatografia lquida de alta performance (HPLC), de modo a se obter os constituintes individuais puros. A deciso de que metodologia aplicar a cada caso uma questo a ser resolvida pela experincia do qumico orgnico, o qual pode, muitas vezes, deparar-se com casos rduos. Neste experimento, ser feita a separao dos componentes de uma mistura farmacutica simulada, usando as tcnicas de dissoluo seletiva, de filtrao e de extrao por solventes quimicamente reativos. Esta ltima se baseia nas propriedades de acidez, basicidade e solubilidade dos componentes que sero separados. Nenhuma separao perfeita. Traos de impurezas quase sempre permanecem no composto que foi separado da mistura. Portanto, algum tipo de purificao posterior se faz necessria para a remoo das impurezas. Slidos so purificados por tcnicas de recristalizao, cromatografia ou sublimao. Aps o composto ter sido purificado pode-se determinar o grau de sua pureza e sua estrutura, utilizando-se tcnicas sofisticadas como ressonncia magntica nuclear (RMN), infravermelho (IV) e espectrometria de massa (EM). Contudo, uma simples determinao do ponto de fuso pode ajudar muito na identificao do composto. A mistura a ser separada contm trs componentes. Estes compostos tm as seguintes caractersticas de solubilidade: 1- O primeiro solvel em gua e insolvel em diclorometano (CH 2 Cl 2 ); 2- O segundo composto solvel em diclorometano e praticamente insolvel em gua. O hidrxido de sdio o converte ao sal correspondente, que solvel em gua; 3- O terceiro constituinte da mistura solvel em diclorometano e insolvel em gua e permanece inerte em presena de bases.
2. Procedimento experimental
1. Sero fornecidos trs fracos contendo amostras puras dos componentes da mistura e um quarto frasco com uma massa determinada da mistura propriamente dita, na proporo 1:1:1. 2. Realizar uma cromatografia em camada fina (CCF) da mistura dada, usando os componentes puros como padres de comparao. Os trs componentes podem ser dissolvidos em etanol e acetato de etila deve ser usados como eluente na CCF. 3. Copiar a placa em seu caderno de laboratrio com as propores exatas da placa real. Desenhar cada mancha observada com a mxima fidelidade possvel. Por fim, calcular o R f para cada amostra visvel em UV e/ou iodo. 4. Transferir a mistura a ser fracionada para um erlenmeyer de 125 mL e adicionar 20 mL de 17 CH 2 Cl 2 . Agitar usando basto de vidro para dissolver o slido tanto quanto possvel. 5. Filtrar em papel de filtro previamente tarado, lavar o slido com um mnimo de CH 2 Cl 2 e deix- lo secar ao ar, a fim de determinar seu peso e pureza. 6. Verter o filtrado em um funil de separao e juntar 7,0 mL de NaOH. Extrair, observando a tcnica correta. 7. Aps a separao das fases aquosa e orgnica, verificar, pelo teste da gota de gua, qual das duas fases a aquosa e recolh-la em um erlenmeyer. Ateno nesta etapa! 8. Extrair a fase orgnica mais uma vez com 7,0 mL de NaOH, repetindo os procedimentos 6-7. J untar a frao aquosa desta etapa com a separada anteriormente. A frao orgnica deve ser deixada reservada no funil de separao. 9. Adicionar HCl 6M lentamente e sob agitao aos extratos aquosos combinados at a formao de precipitado. Testar o pH com papel indicador para ter se certificar de que a soluo est cida (pH =2 ou menor). 10. Resfriar a mistura num banho de gelo e observar a formao de cristais. Filtrar sob vcuo, usando papel filtro previamente pesado. Lavar o precipitado com pequena quantidade de gua destilada gelada, deixar secar ao ar e depois em dessecador. 11. Retomar a fase orgnica reservada no funil e sec-la sobre algodo, recolhendo-a em um balo de fundo redondo previmente tarado. Evaporar o CH 2 Cl 2 em rota-evaporador. Assim, a terceira substcia ser isolada. Deix-la secar em dessecador para determinar seu peso e pureza. 12. Preparar uma CCF com as trs substncias isoladas por este procedimento e comparar com os padres iniciais. Verificar a qualidade das separaes conduzidas neste experimento. 13. Caso possvel, determinar o ponto de fuso de cada produto isolado e, dadas as informaes sobre as amostras, determinar suas frmulas molecular e estrutural com ajuda de um Handbook of Organic Chemistry.
3. Questes
1. Aps determinar as estruturas dos compostos isolados no experiemento, usar este conhecimento para dar uma explicao qumica ou fsica para o comportamento de cada uma ante os solventes usados. Descrever as reaes qumicas envolvidas, quando houver, ou as interaes fsicas em cada caso. Essa questo deve ser respondida na parte Resultados e discusso do relatrio. 2. Por que a reao do HCl com a soluo aquosa exotrmica? 3. Por que se deve resfriar a mistura antes de filtrar o componente 2 obtido na etapa 10 do procedimento? 4. Sugira uma rota para a separao dos seguintes compostos: p-nitro-anilina, cloreto de sdio, o- cresol e naftaleno. Ela deve ser baseada no que se aprendeu na prtica e para isso preciso consultar as solubilidades de todas as substncias no Handbook.
4. Bibliografia
1. Harwood, L. M. & Moody, C. J ., Experimental Organic Chemistry Principles and Practice, Blackwell Scientific Publications, 1992.
2. Soares, B. G., De Souza, N. A. e Pires, D. X., Qumica Orgnica Teoria e Tcnicas de Preparao, Purificao e Identificao de Compostos Orgnicos, Rio de J aneiro, Editora Guanabara, 1988.
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PRTICA 3: TCNICAS DE EXTRAO
EXTRAO LQUIDO/LQUIDO
1. Introduo
O processo de extrao lquido/lquido uma operao unitria que consiste na distribuio ou partio de um ou mais solutos entre duas fases lquidas imiscveis. O soluto deve ser mais solvel no solvente de extrao, geralmente um solvente orgnico de baixo ponto de ebulio. A extrao lquido/lquido pode ocorrer por simples diferena de solubilidade do soluto a ser extrado entre os dois solventes usados ou de forma ativa por meio de uma reao qumica, a qual torna o produto mais solvel no solvente extrator. Na prtica Separao de Misturas foi usado justamente o princpio da extrao por solvente ativo para modificar a estrutura do componente cido dissolvido em diclorometano, tornando-o solvel na fase aquosa contendo uma base forte. A quantidade de substncia P que se distribui entre os dois solventes imiscveis usados funo da temperatura e representa um valor constante para cada par de solventes S 1 e S 2
empregado. Este valor chamado coeficiente de partio K e resulta do equilbrio:
P (S1) P (S2)
Esta constante de equilbrio dada pela expresso:
P (S2)
P (S1)
K =
Onde, [P (S1) ] concentrao de P no solvente S 1 . [P (S2) ] concentrao de P no solvente S 2 .
O clculo desta constante uma tarefa relativamente fcil e pode ser feita rapidamente.
2. Objetivos:
Ao final da prtica o aluno dever ser capaz de: 1. Listar todo o material utilizado na tcnica de extrao por solventes imiscveis; 2. Manipular corretamente o funil de separao, promovendo o escape de gases durante o processo de extrao para evitar acidentes; 3. Identificar corretamente, pela diferena de densidade a camada onde se encontra o material extrado a ser coletado; 4. Selecionar frente a uma situao anloga da prtica, o solvente mais adequado ao processo de extrao de modo a assegurar rendimento satisfatrio. 5. Calcular o rendimento da extrao e o coeficiente de partio.
3. Aparelhagem
Uma extrao lquido/lquido emprega o funil de separao como equipamento fundamental. Deve-se selecionar um funil de separao com cerca de duas vezes o volume do lquido a ser extrado e coloc-lo num anel montado num suporte com uma base firme (Figura 1).
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Figura 1. Aparelhagem para extrao lquido- lquido.
4. Procedimento Experimental 1: Extrao do iodo utilizando uma nica poro do extrator
1. Transferir 10,0mL da soluo de iodo 0,05 molar para um funil de separao de 125mL; 2. J untar 30,0mL de diclorometano soluo do funil de separao e agitar vigorosamente, liberando a presso interna a cada agitao; 3. Aps vrias agitaes, deixar a mistura em repouso at que as duas fases se separem nitidamente; 4. Recolher a fase orgnica em um erlenmeyer, tomando o cuidado de evitar ao mximo que a soluo aquosa passe junto. Caso haja dvida sobre qual das fases a orgnica, aplique o teste da gota de gua para ter certeza; 5. Transferir a fase aquosa para um outro erlenmeyer e, lentamente, gotejar uma soluo 1,0M de sulfito de sdio sobre a mesma, at que ela se torne incolor. Adicionar 2 gotas em excesso e anotar o volume usado; 6. J untar 2-3 gotas de fenolftalena e titular a soluo com NaOH 0,2M cuidadosamente; 7. Calcular a concentrao do iodo restante na soluo aquosa, o rendimento da extrao e a quantidade de iodo extrado para a fase orgnica com base nos valores obtidos na titulao. Calcular tambm coeficiente de partio (K) para o par diclorometano/gua neste caso e dar as reaes qumicas do processo; 8. Comparar os resultados com aqueles obtidos pelos outros grupos usando o Procedimento 2. Discutir os dados de forma clara e concisa no relatrio final, analisando qual dos dois procedimentos mais eficiente.
5. Procedimento experimental 2: Extrao do iodo utilizando vrias pores do extrator
1. Transferir 10,0mL da soluo de iodo para um funil de separao de 125mL; 2. J untar 10,0mL de diclorometano soluo do funil de separao e agitar vigorosamente, liberando a presso interna a cada agitao; 3. Aps vrias agitaes, deixar a mistura em repouso at que as duas fases se separem nitidamente; 4. Recolher a fase ognica em um erlenmeyer, tomando o cuidado de evitar ao mximo que a soluo aquosa passe junto. Caso haja dvida sobre qual das fases a orgnica, aplique o teste da gota de gua para ter certeza; 5. Repetir as etapas 2-4 mais duas vezes, dando um total de 30 mL de diclorometano usado; 6. Transferir a fase aquosa para um outro erlenmeyer e, lentamente, gotejar uma soluo 1,0M de sulfito de sdio sobre a mesma, at que ela se torne incolor. Adicionar 2 gotas em excesso e anotar o volume usado; 7. J untar 2-3 gotas de fenolftalena e titular a soluo com NaOH 0,2M cuidadosamente; 8. Calcular a concentrao do iodo restante na soluo aquosa, o rendimento da extrao e a quantidade de iodo extrado para a fase orgnica com base nos valores obtidos na titulao. Dar as reaes qumicas do processo. ATENO: Explicar por que o coeficiente de partio no pode ser calculado neste procedimento; 9. Comparar os resultados com aqueles obtidos pelos outros grupos usando o Procedimento 1. Discutir os dados de forma clara e concisa no relatrio final, analisando qual dos dois procedimentos mais eficiente.
6. Bibliografia
1. Harwood, L. M. & Moody, C. J ., Experimental Organic Chemistry Principles and Practice, Blackwell Scientific Publications, 1992.
2. Soares, B. G., De Souza, N. A. e Pires, D. X., Qumica Orgnica Teoria e Tcnicas de Preparao, Purificao e Identificao de Compostos Orgnicos, Rio de J aneiro, Editora Guanabara, 1988.
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PRTICA 4: CROMATOGRAFIA EM COLUNA
1. Introduo:
A cromatografia , talvez, a tcnica mais importante usada para separao e putificao de compostos orgnicos. Esta tcnica envolve a distribuio dos diferentes compostos ou ons de uma mistura entre duas fases, uma das quais estacionria e a outra mvel. A cromatografia funciona baseada nas interaes existentes entre as partculas das substncias a serem separadas com o material adsorvente e com as molculas da fase mvel. De acordo com com a natureza dessas interaes, os diferentes tipos de molculas podem ser fracionados at que se separem completamente. H muitos tipos de tcnicas cromatogrficas, desde a cromatografia em camada fina, bastante simples, at a cromatografia lquida de alta perfomance (HPLC), que complexa e dispendiosa. A cromatografia em coluna, estudada nessa prtica, aplicvel diretamente a separaes e purificaes tanto em escala analtica como preparativa. Pelo menos em princpio, a quantidade de material a ser separado no tem um limite determinado, pois sempre possvel escolher as dimenses da coluna e a quantidade de adsorvente, de modo a proporcion-los s dimenses da amostra a ser fracionada. indispensvel conhecer as caractersticas da amostra na cromatografia em camada fina antes de aplicar a cromatografia em coluna. Normalmente, os eluentes usados em CCF podem ser repetidos na cromatografia em coluna, de modo que a separao ocorre de forma relativamente fcil. Porm, quando no, diferentes tcnicas de eluio podem ser aplicadas at se obter a separao desejada. Nesta prtica, vamos aprender como preparar uma coluna, realizar a eluio, identificar e recuperar o(s) produto(s) desejado(s). A execuo adequada de cada etapa do trabalho determinante para o bom resultado final e deve ser feita com ateno.
2. Procedimento experimental
2.1. Determinao do sistema de eluio
Antes de preparar a coluna, preciso verificar o comportamento da mistura a ser cromatografada por CCF para definir o sistema eluente mais adequado. Isto ser feito sob orientao dos instrutores.
2.2- Preparao da coluna
A escolha do dimetro da coluna feita com base na quantidade de material a ser cromatografado. Procura-se, ento, a melhor combinao entre dimetro-altura de adsorvente e vazo de eluente. A escolha da coluna adequada para determinada quantidade de material advm muito mais da prtica do analista com o composto a ser purificado que de conceitos tericos. Em geral a relao entre material a ser cromatografado e material adsorvente deve ser 1:15. O empacotamento da coluna feito seguindo os seguintes passos:
1. Um pequeno chumao de algodo deve ser posto sobre a parte superior da vlvula da coluna para cromatografia. Apertar moderadamente. 2. Adicionar o adsorvente a um becker, misturar com o solvente adequado at se obter uma mistura fluida. 3. Verter o contedo do becker na coluna com a torneira aberta, coletando o solvente em erlenmeyer. 4. Com auxlio de um pedao de borracha rgida, aplicar leves pancadas na lateral da coluna para melhor acomodao dos slidos. 21 5. O solvente que passou deve ento ser readicionado coluna, repetindo-se o procedimento de acomodao. Importante: evitar que solvente atinja um nvel inferior ao do adsorvente, para que a coluna no sofra rachaduras. 6. Aps o empacotamento, deixar, ento, o nvel de sovente chegar a cerca de 0,3cm do topo da camada adsorvente. Fechar a coluna.
2.3. Preparao do topo
O topo da coluna preparado pela diluio da amostra em pequena quantidade do solvente usado para empacotar a coluna. Caso a amostra seja insolvel, ento, necessrio preparar um topo seco, situao no ideal, porm, bastante til nesses casos. A tcnica usada dada a seguir:
1. Transfirir o material a ser cromatografado para uma cpsula de porcelana. 2. Dissolver a amostra em alguns mililitros de um solvente voltil e adicion-la, ento, a uma pequena poro do material utilizado como adsorvente. Com auxlio de um basto de vidro proceder homogeneizao da mistura at a secagem do solvente. 3. Com auxlio de um pequeno funil, transfirir o slido ao topo da coluna. de adsorvente. 4. Iniciar a eluio.
2.4. Eluio
1. A eluio deve ser feita utilizando o solvente que ser definido pela CCF no momento da prtica. Para cada amostra h um sistema adequado de solventes. 2. O controle da separao deve ser feito por CCF das amostras eludas, conforme as instrues dadas. 3. Fraes contendo produto puro devem ser juntadas, concentradas em rota-vapor e identificadas. 4. Aps isolar o primeiro produto, alterar o sistema de eluio para recuperar o segundo produto. Aqui sero feitas algumas consideraes prticas. OBS: anote todos os desenhos das placas. 5. Verificar a pureza dos produtos por CCF e ponto de fuso.
3. Questes
1. Nesse experimento, qual das duas amostras mais polar? Explique sua resposta com base nas suas observaes prticas. 2. Caso o comportamento da amostra na coluna no seja semelhante ao observado na CCF, como deve ser feita a eluio da coluna? 3. A slica para cromatografia contm gesso. Qual sua funo? 4. Que outros mtodos de revelao da CCF so posiveis? Explique seu funcionamento e d exemplos. 5. Que tcnica usada para cromatografar amostras pouco estveis? Explique em linhas gerais como ela funciona.
2. Soares, B.G.; De Souza, N.A.; Pires, D.X.; Qumica Orgnica: teoria e tcnicas de preparao, purificao e identificao de compostos orgnicos, Rio de J aneiro Editora Guanabara., 1988, 322 pp.
3. Shriner, R.L, Fuson, R.C.; Curtin, D.Y.; Morrill, T.C.; Identificao Sistemtica de Compostos Orgnicos, 6 edio. Rio de J aneiro, Editora Guanabara Dois, 1983.
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PRTICA 5: DESTILAO POR ARRASTE DE VAPOR
1. Introduo
As essncias ou aromas das plantas devem-se principalmente aos leos essenciais, so usados, principalmente por seus aromas agradveis, em perfumes, incensos, temperos e como agentes flavorizantes em alimentos. Alguns leos essenciais so tambm conhecidos por sua ao antibacteriana e antifngica. Outros so usados na medicina, como a cnfora e o eucalipto. Alm dos steres, os leos essenciais so compostos por uma mistura complexa de hidrocarbonetos, lcoois e compostos carbonlicos, geralmente pertencentes a um grupo de produtos naturais chamados terpenos. Muitos componentes dos leos essenciais so substncias de alto ponto de ebulio e podem ser isolados atravs de destilao por arraste a vapor. A destilao por arraste de vapor uma destilao de misturas imiscveis de compostos orgnicos e gua (vapor). Misturas imiscveis no se comportam como solues. Os componentes de uma mistura imiscvel "fervem" a temperaturas menores do que os pontos de ebulio dos componentes individuais. Assim, uma mistura de compostos de alto ponto de ebulio e gua pode ser destilada temperatura menor que 100C, que o ponto de ebulio da gua. O princpio da destilao por arraste de vapor baseia-se no fato de que a presso total de vapor de uma mistura de lquidos imiscveis igual a soma da presso de vapor dos componentes puros individuais. A presso total de vapor da mistura torna-se igual a presso atmosfrica e a mistura ferve numa temperatura menor que o ponto de ebulio de qualquer um dos componentes. A destilao por arraste a vapor pode ser utilizada nos seguintes casos: 1. Quando se deseja separar ou purificar uma substncia cujo ponto de ebulio alto e/ou apresente risco de decomposio; 2. Para separar ou purificar substncias contaminadas com impurezas resinosas; 3. Para retirar solventes com elevado ponto de ebulio, quando em soluo existe uma substncia no voltil; 4. Para separar substncias pouco miscveis em gua cuja presso de vapor seja prxima da gua a 100C.
2. Objetivo
Neste experimento ser isolado o cinamaldedo a partir do leo de canela, empregando-se a tcnica de destilao por arraste a vapor. Como difcil purificar o composto original ou caracteriz-lo atravs de suas propriedades fsicas, pode-se convert-lo a um derivado. Este derivado ser obtido atravs da reao do cinamaldedo com 2,4-dinitrofenil- hidrazina. O produto formado uma hidrazona de cor intensa e ponto de fuso bem definido.
3. Procedimento experimental
1. Montar a aparelhagem para destilao conforme a Figura 1, usando um balo de trs bocas (500 mL). O frasco coletor (125 mL) pode ser um erlenmeyer; a fonte de calor pode ser uma manta eltrica ou um bico de Bunsen. 2. Colocar 10 g de pedaos de canela macerados no balo de trs bocas e adicionar 150 mL de gua. 3. Iniciar o aquecimento de modo a ter uma velocidade lenta, mas constante, de destilao.
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Figura 1. Montagem geral para destilao por arraste de vapor.
4. Durante a destilao continuar a adicionar gua atravs do funil de separao, numa velocidade que mantenha o nvel original de gua no frasco de destilao. 5. Concluir a destilao ao coletar cerca de 100 mL do destilado. 6. Tirar a gua do funil de separao e colocar o destilado nele. Extrair o destilado com 4 pores de 10 mL cada de cloreto de metileno. 7. Separar as camadas e desprezar a fase aquosa. Secar a fase orgnica sobre algodo e, em seguida, retirar o solvente no evaporador rotativo. Opcionalmente, aps a filtrao, concentrar a mistura utilizando um banho de vapor na capela. 8. Transfirir o lquido restante para um balo de fundo redondo previamente tarado e concentrar o contedo novamente no rota-vapor at que somente um resduo oleoso permanea. 9. Transferir uma pequena alquota do leo para um tubo de ensaio e dissov-lo num mnimo de etanol. Em seguida, juntar algumas gostas de soluo de 2,4-dintrofenil-hidrazina e observar. 10. Aps secar o leo em dessecador sob vcuo, determinar seu peso e calcular o rendimento da extrao em funo da quantidade de canela usada.
4. Questes
1. Por que o ponto de ebulio de misturas em uma destilao a vapor menor que o ponto de ebulio de cada componente puro? Explique claramente. 2. Quais as vantagens da destilao a vapor? 3. D no seu relatrio, na parte Resultados e discusso, a reao de caracterizao do cinamaldedo isolado na destilao. 4. Por que o cinamaldedo difcil de purificar? 5. Qual o produto de degradao oxidativa dos aldedos em geral? Descreva a reao envolvida.
5. Bibliografia
1. Harwood, L. M. & Moody, C. J ., Experimental Organic Chemistry Principles and Practice, Blackwell Scientific Publications, 1992.
2. Soares, B. G., De Souza, N. A. e Pires, D. X., Qumica Orgnica Teoria e Tcnicas de Preparao, Purificao e Identificao de Compostos Orgnicos, Rio de J aneiro, Editora Guanabara, 1988.
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PRTICA 6: DERIVADOS CRISTALINOS
1. Introduo
Em muitas situaes, no fcil nem conveniente medir todas as propriedades fsicas de alguns compostos. Lquidos, por exemplo, no tm seus pontos de ebulio facilmente determinados. Outras substncias possuem grupos funcionais muito reativos, como o caso dos aldedos, que se oxidam facilmente. Alm disso, quando se trabalha com substncias desconhecidas, invariavelmente se faz necessrio medir mais que um valor de propriedade fsica, pois muito comum vrias substncias possurem pontos de ebulio ou fuso iguais. Para garantir que a substncia sob anlise seja realmente o que aparenta ser, podemos fazer um derivado da mesma. O derivado, em geral, mais estvel e, sobretudo no caso de lquidos, se for um slido cristalino, ento, ser ainda mais til no apoio identificao da substncia desconhecida. Para se aplicar a tcnica de derivao de forma bem sucedida, algumas regras devem ser obedecidas: a) O derivado deve ser facilmente sintetizvel e purificvel; b) O derivado deve ser preferencialmente um slido, pois esses so mais facilmente manipulveies e seus pontos de fuso podem ser determinados com exatido; c) A reao de formao do derivado deve ser preferencialmente quantitativa e no levar a rearranjos ou produtos secundrios; d) A identificao do derivado deve ser inequvoca, sem margem para dvidas entre outros derivados possveis. Muitos compostos podem ser convenientemente transformados em derivados por diferentes tipos de reaes e a escolha deste ou daquele mtodo uma questo a ser definida pela disponibilidade de reagentes ou facilidade de manuseio do produto final. 2. Objetivo
Nesta prtica, buscaremos identificar sete substncias diferentes, lquidos ou slidos em soluo, para as quais apenas sero fornecidos seus pontos de ebulio e a natureza de seus grupos funcionais. Os pontos de fuso dos derivados cristalinos obtidos por reao com 2,4- dinitrofenilhidrazina (2,4-DNFH) sero determinados experimentalmente. As substncias desconhecidas so aldedos ou cetonas, os quais reagem com 2,4-DNFH dando hidrazonas slidas e coloridas, com pontos de fuso bem definidos.
3. Procedimento
1. Cada grupo deve receber uma amostra, cujas propriedades so dadas abaixo:
2. Em um tubo de ensaio, colocar 0,5mL da amostra em soluo 0,1M e adicionar cuidadosamente 0,5mL de soluo de 2,4- dinitrofenilhidrazina. Observar a formao imediata de um precipitado colorido. 3. Caso o precipitado no se forme aps 15 minutos, aquecer o tubo levemente em banho- maria por 5 minutos. 4. Deixar o tubo em repouso num banho de gelo por cinco minutos e, em seguida, adicionar 1,0mL de gua gelada. O precipitado deve, ento, ser filtrado e lavado com bastante gua gelada e deixado secar por alguns minutos. 25 5. A fim de determinar o grau de pureza do produto, realizar uma anlise por CCF. Os eluentes devem ser determinados em sala. 6. Aps secagem do produto sob vcuo, determinar seu ponto de fuso e, por comparao em tebelas fornecidas a seguir, determinar a substncia presente na amostra analisada.
4. Questes
01. Aps determinar qual a substncia desconhecida, fornecer no relatrio a reao envolvida. 02. Propor um mtodo eficiente de derivao para as substncias seguintes, indicando as reaes envolvidas, o nome do derivado em cada caso e seu ponto de fuso.
a) cido actico b) butilamina c) etanol
5. Bibliografia
1. Pavia, L. D., Lampman, G.M., Kriz, G.S., Introduction to Organic Laboratory Techniques. 3 a edio, Saunders College Publishing, USA, 1999.
26 Tabelas de compostos desconhecidos e derivados
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PRTICA 7: ANLISE ELEMENTAR QUALITATIVA
1. Introduo
O conhecimento dos elementos que constituem um composto orgnico desconhecido essencial no processo de caracterizao. Este tipo de anlise feito transformando-se inicialmente os compostos orgnicos com ligaes basicamente covalentes em compostos inicos ou em derivados que possam ser analisados atravs de anlises qualitativas de rotina. Os elementos normalmente presentes nos compostos orgnicos, alm de carbono, hidrognio e oxignio, so o enxofre, o nitrognio e halognios. Os ensaios de caracterizao de elementos devem obedecer a dois requisitos importantes:
a) devem dar resposta positiva sempre que o elemento estiver presente, independentemente do grupo funcional a que pertena. b) devem dar resposta negativa na ausncia do elemento, ou seja, no deve haver interferncia de outros elementos.
Os ensaios de anlise elementar so degradativos e, por isso, sua sensibilidade deve ser alta, a fim de evitar a necesidade de grandes quantidades de substncia, o que normalmente no possvel.
2. Objetivo
O objetivo desta prtica levar ao conhecimento do aluno as tcnicas de anlise elementar qualitativa para compostos orgnicos e o emprego desses conhecimentos para identificar um composto orgnico desconhecido. Cada grupo receber uma amostra desconhecida para ser testada, a qual ser submetida a outros testes ao longo das atividades prticas. Com base nos dados obtidos e nos espectros posteriormente fornecidos, cada equipe dever propor uma estrutura para sua amostra e analisar as concordncias e discordncias enre a estrutura proposta e os resultados prticos.
3. Procedimentos
3.1. Ensaio para hidrognio Observao: Cada experimento deve ser conduzido em um tubo de ensaio limpo. No reutilizar o mesmo tubo ou amostra.
1. Colocar rapidamente em um tubo de ensaio uma pequena poro da amostra desconhecida, isenta de umidade. 2. Fechar a sada do tubo com um pedao de papel de filtro embebido com soluo de acetato de chumbo a 10% e levar o conjunto ao aquecimento direto na chama de um bico de Bunsen at a decomposio do material. Observar o resultado. 3. Repetir os procedimentos anteriores, desta vez usando uma mistura da amostra desconhecida com uma pequena quantidade de enxofre em p. Observar o resultado. 4. A formao de um composto negro no papel de filtro indica a presena de hidrognio na estrutura da substncia desconhecida.
3.2. Ensaio para carbono
1. Em tubo de ensaio, misturar cerca de 0,1g da amostra desconhecida juntamente com aproximadamente 0,5 g de xido de cobre (CuO). 2. Uma rolha perfurada com um tubo de vidro conectado a ela deve ser adaptada ao tubo, de modo que os vapores formados durante a combusto sejam recolhidos numa soluo saturada de Ba(OH) 2 . 3. Aquecer o sistema contendo a amostra e o xido diretamente na chama e observar o que 28 ocorre. A formao de um precipitado branco na soluo bsica indica a presena de carbono na amostra.
3.3. Ensaio para nitrognio
1. Em um tubo, juntar cerca de 0,1g de amostra e cerca de 0,2-0,3g de uma mistura de CaO/MnO 2
10:1 e homogeneizar com o basto de vidro. 2. Em seguida, vedar a sada do tubo com um pedao de papel de filtro e aquecer a mistura na chama cuidadosamente. 3. Quando se iniciar a formao de vapores no tubo, umedecer o papel de filtro com de soluo de fenolftalena a 1% e observar o que ocorre. 4. A presena de nitrognio indicada pelo surgimento de colorao rsea a vermelha no papel. 5. Reservar o tubo com os resduos para a prxima etapa.
3.4. Ensaio para enxofre
1. Adicionar aos resduos slidos da parte 3 (Teste para nitrognio) cerca de 2ml de gua destilada, agitar cuidadosamente com o basto e filtrar a suspenso para um erlenmeyer. 2. Lavar o resduo restante com 1ml de gua. A soluo final deve ser lmpida. 3. Em tubo limpo, adicionar 0,5ml da soluo obtida e acidificar com 3-4 gotas de cido actico glacial. ATENO: no usar toda a soluo de uma s vez. Parte dela ser necessria para o prximo teste. 4. Em seguida, juntar 3 gotas de Pb(CH 3 CO 2 ) 2
10% soluo e observar. 5. A formao de um precipitado negro indica a presena de enxofre com nmero de oxidao -2 na amostra. possvel tambm a formao de precipitado branco devido a enxofre +4 ou +6.
3.5. Ensaio para halognios
1. Transferir 0,5ml da soluo lmpida obtida no item 4 (identificao de enxofre) para um tubo de ensaio e acidificar com 4 gotas de HNO 3 P.A. (CUIDADO! Corrosivo!). 2. Em seguida, aquecer a soluo at a ebulio por 30-60 segundos, tendo o cuidado de evitar ebulio muito violenta. 3. Deixar a soluo esfriar e adicionar 3 gotas de AgNO 3 2%. 4. A formao de um precipitado branco ou amarelo que escurece rapidamente na presena de luz indica o halognio na amostra. Precipitado branco indica a presena de ons Cl - e o amarelo, a presena de ons Br - .
4. Questes
1. Analisar e interpretar os resultados obtidos no teste para hidrognio com e sem enxofre. Qual o objetivo de realizar o experimento inicialmente sem enxofre? Descreva suas concluses na parte Resultados e discusso do relatrio. 2. O teste para hidrognio passvel de erro. Explique o porqu e como fazer para evitar esse erro. 3. O ensaio para nitrognio seria eficiente para um composto como a N,N-dicloro-ciano-amina (CN 2 Cl 2 )? 4. Qual a reao responsvel pela mudana de cor da fenolftalena? Em que faixas de pH o indicador incolor ou vermelho? 5. No ensaio para enxofre, qual a funo da acidificao do meio com cido actico glacial? 6. No ensaio para halognios, qual a funo da adio do cido ntrico e do aquecimento da soluo?
5. Orientao para preparao do relattio
Descrever todas as reaes gerais envolvidas em cada uma das etapas do procedimento. Isto deve ser feito na parte de Resultados e discusso. Mesmo quando a amostra no der reao positiva para um determinado teste, tambm para esse teste devem ser descritas as reaes que deveriam ter sido observadas.
2. Shriner, R., Fuson, R.C., Curtin, D.Y., Morrill, T.C.W., Identificao sistemtica dos compostos orgnicos, 6 edio, Guanabara Dois, 1983.
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PRTICA 8: GRUPOS DE SOLUBILIDADE
1. Introduo
Quando uma mistura de uma certa quantidade de um dado soluto e uma certa quantidade de um dado solvente formam um lquido homogneo, diz-se que o primeiro solvel no ltimo. Essa definio essencialmente prtica de solubilidade forma a base dos vrios modelos que tm sido propostos para empregar a solubilidade como mtodo de classificao dos compostos orgnicos. A solubilidade uma propriedade fsica que depende essencialmente da natureza dos solutos e dos solventes. Na maioria dos casos, apenas interaes intermoleculares entre solutos e solventes so responsveis pela solubilizao. Porm, reaes envolvendo duas ou mais substncias podem alterar a estrutura qumica de um soluto, tornando-o solvel em um dado solvente. Chegou-se concluso de que conveniente distribuir os compostos orgnicos em sete grupos de solubilidade, com base em sua solubilidade em gua, ter, soluo aquosa de hidrxido de sdio a 5%, bicarbonato de sdio a 5%, cido clordrico a 5%, cido sulfrico concentrado frio, cido fosfrico a 85% e nos elementos que eles contm alm do carbono e hidrognio. Todos os testes so rpidos e muito simples, requerendo apenas pequenas quantidades do composto desconhecido. Alm disso, eles permitem inferir sobre a natureza cida, bsica ou neutra de cada amostra em funo do solvente onde ocorre a dissoluo. Naturalmente, este teste qualitativo depende muito da habilidade e acuracidade de cada indivduo e no pode ser usado isoladamente na identificao do composto em questo.
2. Objetivo
Introduzir o estudante s tcnicas de anlise por solubilidade. Para esta prtica, as amostras devem ser testadas e classificadas seguindo o Esquema 1 anexo. Os resultados obtidos devem ser avaliados levando em considerao tambm os resultados dos testes de anlise elementar e devem ser posteriormente comparados com os resultados obtidos nos testes de anlise de grupos funcionais.
3. Quantidade de amostra
Se a amostra for slida, pesar 0,10g da mesma para o teste e observar o volume aproximado do material. A partir da, os ensaios subseqentes com o mesmo composto devem ser estimados. Para amostras lquidas usar 0,20 0,30mL da amostra.
4. Procedimento
1. Cada grupo far o teste para duas amostras de referncia e para sua amostra desconhecida. 2. Transferir a quantidade adequada de cada amostra para um tubo de ensaio e adicionar o solvente at um volume mximo de 3,0mL. 3. A mistura deve ser agitada vigorosamente ou homogeneizada com basto de vidro por alguns segundos, a fim de verificar se a amostra solvel ou no. 4. Para alguns grupos de solubilidade, observaes especiais devem ser feitas:
GRUPO I caso o composto se enquadre no grupo I, o pH da soluo aquosa deve ser testado usando papel indicador, a fim de verificar sua natureza cida, bsica ou neutra.
30 GRUPOS IIIA e B durante a dissoluo da amostra em NaOH 5%, observar se ocorre variao de temperatura. J no teste com NaHCO 3
a 5%, importante verificar se h evoluo de gases, o que pode dar indicaes da natureza da amostra.
GRUPO VII para se enquadrar nesse grupo a amostra deve conter nitrognio e/ou enxofre, portanto , preciso fazer ensaio para estes dois elementos usando a tcnica j estudada. Quando for trabalhar com sua amostra-problema, basta consultar os dados j obtidos anteriormente para essas anlises.
GRUPO VB no teste com H 2 SO 4 concentrado, importante verificar se ocorrem variaes de cor da mistura, carbonizao ou desprendimento de gases.
GRUPO VA neste ensaio, caso no ocorra solubilizao imediata em H 3 PO 4 concentrado, aquecer a mistura em banho-maria, sem, no entanto, deix-la entrar em ebulio. Este o nico teste que deve ser feito com aquecimento.
5. Aps os testes, os resultados devem ser compilados na Tabela I anexa. 6. Ateno: Para cada teste deve ser usado um tubo de ensaio limpo. 7. Cada equipe deve indicar o grupo de solubilidade a que pertencem as amostras de referncia e verificar na Tabela 2 se seu resultado est de acordo com a estrutura da substncia. 8. Enquadrar sua amostra-problema em um grupo de solubilidade e sugerir os possveis grupos funcionais presentes. Estes resultados devem ser reanalisados no final da disciplina, aps a elucidao da estrutura do composto.
9. Referncias
1. Shriner, R., Fucson, R.C., Curtin, D.Y., Morrill, T.C.W. Identificao sistemtica dos compostos orgnicos 6 edio. Rio de J aneiro: Guanabara Dois, 1983.
2. Vogel, A.I. Anlise orgnica qualitativa. Rio de J aneiro: Livro tcnico S.A., 1978.
31 Esquema 1
Composto H 2 O Insolvel Solvel Solvel Insolvel Grupo I Grupo II Solvel Insolvel Grupo III A Grupo III B Solvel Insolvel Insolvel Solvel Grupo IV Ausncia de Nitrognio e Enxofre Solvel Insolvel Insolvel Solvel Grupo V A Grupo VI H 2 SO 4 H 3 PO 4 85% Fazer Anlise para Nitrognio e Enxofre NaHCO 3 5% NaOH 5% ter HCl 5% Conc. Grupo V B Grupo VII Presena de Nitrognio e/ou Enxofre
Tabela 1 SOLUBILIDADE EM Amostra H 2 O (C 2 H 5 ) 2 O NaOH 5% NaHCO 3 5% HCl 5% H 2 SO 4
conc. H 3 PO 4
85% Grupo de solubilidade Amostra 1 Amostra 2 Amostra- problema
32 Tabela 2. Diviso dos compostos orgnicos em grupos de solubilidade.
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PRTICA 9: ANLISE DE GRUPOS FUNCIONAIS 1
1. Introduo
Existem inmeras razes para se determinar a identidade de um composto orgnico. Por exemplo, na rea de produtos naturais, podemos encontrar determinadas ervas exticas que contenham alguma substncia com poder teraputico. A anlise orgnica tambm muito usada na indstria de cosmticos, indstria petrolfera, de alimentos, etc. Na qumica de feromnios, tm sido estudadas as substncias responsveis pela comunicao e reproduo de insetos, de forma que este estudo tem auxiliado bastante no controle de pragas ocasionadas principalmente pelo desequilbrio ecolgico. A anlise orgnica tambm tem sido bastante empregada na identificao de drogas ilegais, sejam estas apreendidas em alfndegas, com traficantes, ou com usurios que ingeriram overdoses ou mesmo em exames de rotina realizados em atletas no sentido de identificar substncias proibidas pelos seus comits. Alm disso, a identificao de poluentes em guas, solos e na atmosfera requer freqentemente metodologias da anlise orgnica para levar a resultados seguros. A identificao de um componente em uma mistura natural ou sinttica complexa no fcil de ser realizada. Primeiro o composto dever ser isolado da mistura at a forma pura, de modo que, dependendo da sua complexidade, o processo completo poder levar de alguns dias at anos para ser atingido. Este tipo de anlise poder ser feita quimicamente atravs de reaes especficas dos chamados grupos funcionais, associados a medidas de propriedades fsico-qumicas como ponto de fuso ou ebulio, ndice de refrao, densidade, etc., ou atravs de tcnicas mais sofisticadas como medidas espectroscpicas. Tcnicas de RMN (ressonncia magntica nuclear), infravermelho, espectrometria de massas e cromatografia so rotineiras, enquanto anlises qumicas esto mais associadas sntese total. Estas ltimas envolvem tcnicas laboriosas e nem sempre to precisas quanto as tcnicas espectroscpicas, porm, seu conhecimento deve fazer parte do arcabouo terico de qualquer qumico orgnico.
2. Objetivo
O objetivo desta prtica levar ao conhecimento do aluno alguns mtodos qumicos qualitativos para anlise de compostos orgnicos.
3. Procedimentos
3.1. Teste para cidos carboxlicos
Haletos alcalinos, quando aquecidos entre 140-160C em presena de cidos carboxlicos, liberam os haletos de hidrognio correspondentes. Esta reao especfica para cidos carboxlicos e pode ser facilmente observada pela reao do haleto de hidrognio formado com o papel indicador. Entretanto, a reao tem limitaes, pois nem todos os cidos carboxlicos do resultado positivo.
1. Colocar em um tubo de ensaio de cano curto uma pequena poro da sua amostra desconhecida. 2. J untar uma poro de cloreto de sdio seco, homogeneizar a mistura e lev-la ao aquecimento direto no bico de Bunsen. 3. Cuidadosamente, aquecer a mistura at a fuso. Simultaneamente, manter uma faixa de papel indicador umedecido com gua entrada do tubo. 4. Normalmente so necessrio 2 a 3 minutos para se observar possveis variaes de cor do papel 34 indicador. Resultado positivo dado pela virada da cor do papel indicador.
3.2. Teste para amidas primrias
Amidas primrias reagem com solues aquosas de NaOH para liberar amnia, que pode ser detectada pela reao com fenolftalena, dando colorao rosa a vermelha. Nitrilas interferem, pois reagem com NaOH liberando tambm amnia.
1. Colocar uma pequena quantidade da amostra em um tubo de ensaio limpo e seco e adicionar 15 gotas de NaOH 15%. 2. Agitar at a homogeneizao e em seguida aquecer ebulio por alguns segundos. Cuidado: Evitar ebulio violenta e respingos. 3. Manter a sada do tubo de ensaio vedada por um papel de filtro umedecido com soluo de fenolftalena, observar e anotar o resultado.
3.3. Teste para aldedos e cetonas
Estes compostos reagem com 2,4- dinitrofenilhidrazina (2,4-DNFH) produzindo 2,4- dinitrofenilhidrazonas, compostos coloridos insolveis, que podem ser identificadas por ponto de fuso. A reao rpida e especfica.
1. Dissolver uma pequena quantidade da amostra em uma quantidade mnima de etanol ou outro solvente adequado, evitando usar solvente em excesso. importante se obter uma soluo lmpida e transparente. 2. J untar soluo obtida algumas gotas de soluo de 2,4-DNFH e observar o resultado. 3. Caso no se forme um precipitado imediato, aquecer a mistura em banho-maria em ebulio suavemente por cerca de 1 minuto. Deixar esfriar e levar a um banho de gelo. Observar.
3.4. Teste de Tollens para aldedos
Aldedos reagem com solues amoniacais de AgNO 3 a quente, reduzindo ons prata a prata metlica, a qual se deposita nas paredes do tubo na forma de um espelho brilhante. Quanto mais reativo for o grupo aldedo, maior a quantidade de prata reduzida. Em alguns casos, a baixa reatividade produz apenas um precipitado negro.
Obs: O teste para aldedos s deve ser feito para as amostras-problema que deram resultado positivo no teste com 2,4-dinitrofenilhidrazina.
1. Em um tubo de ensaio, colocar 0,5ml de soluo de AgNO 3 2% e juntar 4 gotas de NH 4 OH P.A. Evitar excesso, pois a reao no ocorre em meio fortemente alcalino. 2. Em seguida juntar uma pequena poro da amostra dissolvida em pouco etanol ou THF, agitar e aquecer a mistura suavemente at a ebulio. 3. Resultado positivo indicado pela formao de um espelho de prata ou de um escurecimento das paredes do tubo, de acordo com a reatividade do aldedo presente.
3.5. Teste para lcoois
lcoois primrios e secundrios reagem com dissulfeto de carbono e hidrxido de sdio dando origem a xantatos, os quais produzem solues de cor vinho na presena de molibdato de amnio. Aminas podem interferir no teste, dando resultados semelhantes.
1. Em um tubo de ensaio, adicionar a mostra- problema, pura (caso lquida) ou dissolvida em um solvente adequado, a 0,2ml de dissulfeto de carbono. 2. Pulverizar rapidamente num almofariz lentilha de NaOH e transferi-la para o tubo contendo a mistura. Limpar o almofariz e o pistilo imediatamente. 3. Durante 5 minutos, agitar a mistura formada no tubo, anotando todas as alteraes ocorridas a cada minuto. 4. Aps este tempo adicionar 0,2ml da soluo de (NH 4 ) 2 MoO 4 1% e agitar a mistura por mais 1 minuto. Acidificar a soluo com 2 gotas de H 2 SO 4 P.A. e observar. Teste positivo apenas se a cor final for vinho.
3.6. Teste para anidridos
Anidridos de cidos mono- ou dicarboxlicos reagem com hidroxilamina para dar cidos hidroxmicos, os quais formam complexos coloridos com o on Fe(III). A colorao varia de rosa a violeta, dependendo do anidrido e da quantidade presente na amostra. Compostos contendo grupos tioamida, tiouria ou tiocetona, assim como cidos carboxlicos e seus derivados, tambm podem produzir complexos violeta nesse teste. 35
1. Em um tubo de ensaio, colocar 2 gotas ou uma pequena poro da amostra-problema e juntar uma pequena poro de cloridrato de hidroxilamina. 2. Homogeneizar a mistura cuidadosamente e, em seguida, aquecer diretamente na chama, at a formao de fumos brancos. ATENO: Evitar aquecimento excessivo para no carbonizar a amostra. 3. Deixar esfriar, adicionar 1,0ml de gua e 1 gota de FeCl 3 1%. O aparecimento de colorao que varia do rosa ao violeta indica a presena do anidrido.
4. Orientao para a preparao do relatrio
Descrever todas as reaes envolvidas em cada uma das etapas do procedimento. Mesmo que a sua amostra no d o resultado positivo para alguns testes ou algum no seja realizado, a anlise das reaes esperadas deve ser feita. As reaes devem ser descritas na parte Resultados e discusso e ser analisadas de acoro com os resultados obtidos.
2. Pavia, L. D., Lampman, G.M., Kriz, G.S., Introduction to Organic Laboratory Techniques, 3 a edio, Saunders College Publishing, USA, 1999, 448-449.
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PRTICA 10: ANLISE DE GRUPOS FUNCIONAIS 2
1. Teste de Liebermann para fenis
Muitos fenis reagem com cido nitroso, dando nitroso-derivados, os quais condensam com o excesso de fenol no meio, originando produtos de cor intensa caracterstica.
1. Tranferir para um tubo de ensaio uma pequena quantidade da amostra-problema e reservar. 2. Em um segundo tubo, colocar uma pequena poro de NaNO 2 e juntar 1ml de H 2 SO 4 P.A., em capela, agitando at dissolver o sal por completo. 3. Transferir 1-2 gotas da soluo cida de NaNO 2
para o tubo contendo a amostra e deixar em repouso por 3 minutos. 4. Em seguida, adicionar 3 gotas de gua destilada mistura e alcalinizar com 0,1-0,5ml de NaOH 4M. 5. Mudana de cor da mistura, geralmente para vermelho ou verde intenso, indica a presena de fenol na estrutura.
2. Teste para steres
steres de cidos carboxlicos podem ser convertidos a sais alcalinos do cido hidroxmico correspondente, os quais, em meio cido, do complexos coloridos com o on Fe 3+ .
1. Em um tubo de ensaio, colocar uma pequena quantidade da amostra e, em seguida, juntar uma pequena poro de cloridrato de hidroxilamina e 3 gotas de KOH alcolico saturado. 2. Aquecer diretamente no bico, cuidadosamente, at o desprendimento de bolhas. 3. Resfriar a mistura, acidificar com 5 gotas de HCl 5% e juntar 3 gotas de FeCl 3 1%. 4. Observar possveis mudanas de colorao, variando entre rseo a violeta, que indicam a presena do grupo ster.
Obs 1: Excesso de cido inibe o complexo. Obs 2: Derivados de cidos carboxlicos podem interferir no teste.
3- Teste para nitrocompostos
Nitrocompostos reagem com difenilamina, dando compostos de adio coloridos (geralmente laranja ou vermelho). Esses compostos de adio comumente perdem sua cor quando resfriados, o que ajuda a caracterizar a funo nitro. Uma outra reao caracterstica de nitro- compostos a oxidao do hidrxido ferroso a hidrxido frrico, o qual um slido marrom- avermelhado. Infelizmente, este teste sofre interferncia de outros grupos funcionais fortemente oxidantes.
Obs: Caso a amostra tenha dado teste positivo na anlise para nitrognio, ela deve ser submetida a este teste.
Procedimento A
1. Em um tubo de ensaio, misturar uma pequena poro da mostra desconhecida com uma pequena quantidade de difenilamina e homogeneizar. 2. Observar. Caso ocorra a formao de um produto laranja intenso ou vermelho, que funde a temperatura ambiente, fica caracterizado o grupo nitro na amostra. 3. Caso o composto no se forme imediatamente, aquecer o tubo em banho-maria em ebulio por alguns minutos e observar o resultado. 4. Colocar o tubo em banho de gelo e observar se ocorre mudana de colorao do produto.
37 Procedimento B
1. Colocar 1,5 mL de soluo recm-preparada de sulfato ferroso amoniacal a 5% em um tubo de ensaio e juntar uma pequena quantidade da substncia-problema. 3.2. Adicionar 1 gota de soluo de cido sulfrico 2M, seguida de 1,0 mL de soluo metanlica de hidrxido de potssio 2M. 3.3. Vedar o tubo com uma rolha e agitar vigorosamente em capela. 3.4. A mudana de cor de azul para marrom indica possvel presena de grupos nitro na amostra.
4. Teste para cidos sulfnicos
cido succnico fundido produz anidrido succnico e vapor dgua superaquecido, o qual capaz de levar a clivagens hidrolticas (piro- hidrlise) de certos grupos funcionais, sobretudo o sulfnico. Nessas condies, forma-se cido sulfrico, o qual reduzido a cido sulfuroso, que, por sua vez, atua sobre o ferricianeto frrico, dando o azul da Prssia, uma substncia de cor azul intensa.
Obs: Caso a amostra tenha dado teste positivo na anlise para enxofre, ela deve ser submetida a este teste.
1. Misturar uma pequena poro da amostra diretamente com uma quantidade semelhante de cido succnico num tubo de ensaio. 2. Homogeneizar a mistura e, com papel de filtro, vedar a sada do tubo. Umedecer o papel com soluo de ferricianeto frrico recm-preparada. 3. Aquecer o tubo diretamente na chama at a fuso da mistura e observar se ocorre mudana da colorao do papel de filtro.
Obs 1: Compostos contendo enxofre em grupos funcionais hidrolisveis interferem dando tambm resultado positivo. Obs 2: A soluo de ferricianeto frrico preparada colocando uma pequena poro de ferricianeto de potssio num tubo e juntando a ela 5mL de soluo de cloreto frrico a 1%. Basta um grupo preparar a soluo para todos.
5. Teste para aminas primrias e secundrias
Alquilaminas primrias e secundrias reagem prontamente com dissulfeto de carbono, formando ditiocarbamatos ou derivados tiouria, os quais so identificados por hidrlise de grupos tio, formando sulfeto de hidrognio. O H 2 S detectado facilmente na presena de AgNO 3 em meio cido. A reao no eficiente para arilaminas. Por isso, necessrio executar uma reao especfica para elas com p- dimetilaminobenzaldedo, levando formao de bases de Schiff coloridas.
Procedimento A
Obs: As amostras que deram resultado negativo na anlise elementar de nitrognio no precisam normalmente ser testadas.
1. Em um tubo de ensaio, adicionar uma pequena poro da amostra e juntar 2 gotas de etanol e 2 gotas de dissulfeto de carbono, deixando em repouso por 5 minutos. 2. Em seguida, evaporar o excesso de CS 2 em banho-maria e adicionar 3 a 4 gotas de gua. 3. Por fim, juntar mistura no tubo uma gota de soluo de AgNO 3 em cido ntrico, a qual preparada no momento do teste. Observar o resultado. A formao imediata de um precipitado negro indica a presena de alquilaminas primrias ou secundrias.
Obs 1: A soluo do reagente deve ser preparada em um tubo de ensaio pela mistura de 3 gotas de HNO 3 P.A. com 1,0ml de AgNO 3 2% e usada rapidamente. Basta que um grupo prepare a mistura para todos usarem. Obs 2: Grupos tioamida, tiouria ou qualquer outro grupo contendo enxofre hidrolisvel podem interferir em meio predominantemente aquoso.
Procedimento B
Obs: Mesmo para amostras-problema que dem resultado positivo na parte A, realizar o teste para arilamina.
1. Numerar dois tubos de ensaio. 2. No tubo 1, colocar cerca de 1,0 mL de cido actico glacial e vedar a sada do mesmo com um pequeno crculo de papel de filtro. 3. No tubo 2, dissolver uma pequena quantidade da amostra desconhecida em solvente adequado. 4. Com ajuda de uma pipeta de Pasteur, umedecer o papel de filtro do tubo 1 com algumas gotas da soluo da amostra-problema e com a soluo do reagente p-dimetilaminobenzaldedo, previamente preparada em um terceiro tubo. 5. Caso no haja formao de colorao imediata no papel, aquecer o tubo 1 cuidadosamente na 38 chama do bico de Bunsen, evitando ebulio violenta. 6. Colorao amarela ou laranja indica resultado positivo.
Obs: A soluo de p-dimetilaminobenzaldedo deve ser preparada no momento do teste pela dissoluo de alguns miligramas do reagente slido em cerca de 0,2-0,5 mL de etanol em um terceiro tubo. Um grupo pode preparar a soluo para todos.
6. Teste para tioamidas.
As tioamidas sofrem hidrlise cida, produzindo gs sulfdrico, o qual pode ser detectado por reaes com ons de metais pesados. Como a hidrlise exclusiva para a tioamida, outros compostos com enxofre no interferem nas condies do teste.
Obs: Caso a amostra tenha dado teste positivo na anlise para enxofre, ela deve ser submetida a este teste.
1. Em um tubo de ensaio, dissolver uma pequena poro de amostra em 0,5ml de soluo de HCl 5% e vedar a sada do tubo com um pedao de papel de filtro umedecido com Pb(CH 3 CO 2 ) 2
10%. 2. Aquecer a mistura em banho-maria. O escurecimento do papel de filtro indica a presena do grupo tioamida.
7. Quetes
1. Fenis p-substitudos no so sensveis ao teste de Liebermann. Por qu? Explique a resposta no tpico Resultados e discusso do relatrio, durante a anlise dos resultados e mecanismos para a reao. 2. No teste para cidos sulfnicos formado o azul da Prssia na etapa final. H uma substncia anloga conhecida como azul de Turnbulls. Descreva as caractersticas e estrutura desse composto. 3. No procedimento B do teste para aminas, d a reao no caso de aminas secundrias.
8. Orientao para preparao do relatrio
Descreva todas as reaes envolvidas em cada uma das etapas do procedimento durante a anlise dos resultados. Discusses detalhadas sobre as reaes envolvidas so encontradas na literatura disponvel em nosso laboratrio ou na biblioteca setorial do CCEN.