Quimica Inorganica Experimental-II
Quimica Inorganica Experimental-II
Quimica Inorganica Experimental-II
PROFESSORES ORGANIZADORES:
NATAL, RN
QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 03
DINÂMICA E CONTEÚDO DAS AULAS PRÁTICAS................................................................ 03
RECOMENDAÇÕES AOS ALUNOS ............................................................................................ 04
NORMAS DE SEGURANÇA ..........................................................................................................04
MODELO DE RELATÓRIO ............................................................................................................05
EXPERIMENTOS................................................................................................................................07
EXPERIMENTO I – Reações envolvendo Compostos de Coordenação...........................................08
EXPERIMENTO II – Influência do centro metálico e dos ligantes nas reações envolvendo metais
de transição.........................................................................................................................................12
EXPERIMENTO III – Sínteses de compostos de coordenação.........................................................16
EXPERIMENTO IV – Caracterização de complexos........................................................................21
EXPERIMENTO V- Síntese e reatividade fotoquímica de complexo de ferro com oxalato.............25
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Informações Gerais
INTRODUÇÃO
A disciplina de Química Inorgânica Experimental visa proporcionar ao aluno a oportunidade de
desenvolver suas habilidades práticas através do manuseio de reagentes e equipamentos, estimular o
desenvolvimento do raciocínio lógico, integrando os conteúdos abordados em sala de aula com os
desenvolvidos no laboratório.
O desenvolvimento de atividades de caráter experimental é importante para o desenvolvimento
de profissionais de qualquer área de estudo, pois é neste ambiente que são observados na prática os
conhecimentos teóricos estudados.
Observação: A realização dos experimentos aqui indicados não deve ser entendida como um trabalho
mecânico. O aproveitamento para efeito de aprendizagem será consequência da
interpretação dos fatos observados.
O desenvolvimento das aulas práticas será em grupos e cabe ao professor limitar o número de
alunos por grupo e supervisionar os alunos durante a realização das aulas práticas, o qual pode contar
com o auxílio de monitores. O aluno terá tolerância de 10 minutos do horário marcado para o início da
aula. Passado este tempo ele não mais poderá ingressar no laboratório. A data, aplicação e o tipo de
avaliação são determinados pelo professor ministrante da disciplina. A utilização de bata ou jaleco,
óculos de segurança e o manual das aulas práticas são pré-requisitos para o ingresso dos alunos nos
laboratórios em que serão ministradas as aulas.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
NORMAS DE SEGURANÇA
É muito importante que todas as pessoas que desenvolvem atividades em laboratório tenham
uma noção bastante clara dos riscos existentes e de como diminuí-los. Nunca é demais lembrar que o
melhor combate aos acidentes é a sua prevenção e que o descuido de uma única pessoa pode colocar
em risco todos que estão no laboratório. Por esta razão, é necessário o conhecimento e o cumprimento
destas normas de segurança. É importante ressaltar que o laboratório não é o local para brincadeiras,
pois estas podem causar graves prejuízos à saúde de todos. Segue abaixo algumas normas que serão
rigorosamente seguidas:
1. Será exigido de todos os estudantes e professores o uso de bata ou jaleco no laboratório. A não
observância desta norma pode acarretar em danos as roupas provocadas por agentes corrosivos,
além de queimaduras, etc.
2. Os alunos não devem realizar reações químicas que não sejam especificadas pelo professor.
Reações desconhecidas podem causar resultados indesejados.
3. É terminantemente proibido fumar em qualquer laboratório.
4. É proibido trazer comida ou bebida para o laboratório, por razões óbvias. Da mesma forma, não
se deve ingerir qualquer substância do laboratório, mesmo que inofensiva.
5. Não se deve cheirar um reagente químico diretamente.
6. Não usar sandálias no laboratório. Usar sempre algum tipo de calçado que cubra todo o pé.
7. Nunca acender um bico de gás quando alguém no laboratório estiver usando algum solvente
orgânico. Os vapores de solventes voláteis, como éter etílico, podem se deslocar através de
longas distâncias e se inflamar facilmente.
8. Não deixar nas bancadas livros, blusas e outros objetos desnecessários à aula prática.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
9. Nunca despejar água em um ácido, mas sim o ácido sobre a água. Além disso, o ácido deve ser
adicionado lentamente, com agitação constante.
10. Aprender a localização e a utilização do extintor de incêndio existente no laboratório ou
corredor.
11. Não descartar absolutamente nada nas pias do laboratório.
12. Cabelo comprido deve ser preso atrás da nuca para evitar acidentes.
13. Evitar utilizar lentes de contato, mesmo com os óculos de segurança, pois a existência de
vapores de solventes e ácidos pode danificar a lente.
14. Procure identificar os frascos para descarte dos reagentes utilizados na prática.
15. Finalmente, lembrar que a atenção adequada ao trabalho evita a grande maioria dos acidentes.
É muito importante ter a certeza de que se sabe perfeitamente bem o que se está fazendo.
16. Produtos voláteis e/ ou tóxicos devem sempre ser manipulados na capela e em casos especiais,
com máscaras de proteção adequadas a cada caso.
17. Comunicar imediatamente ao professor qualquer acidente ou imprevisto ocorrido.
MODELO DE RELATÓRIO
Os relatórios devem ser redigidos pelos alunos considerando que outras pessoas, além do
professor, possam estar interessadas em obter informações sobre os fatos observados durante o
experimento. Por isso sua elaboração deve apresentar uma linguagem clara, objetiva e devem
apresentar bons argumentos sobre a validade das conclusões tiradas. O relatório deverá ser entregue
obrigatoriamente no prazo estipulado pelo professor. Em caso de atraso poderá acarretar perda de
pontuação ou da nota do relatório.
O relatório deve apresentar os seguintes itens:
a) Capa.
Deve conter a identificação do(s) aluno(s) e o título da aula experimental.
b) Introdução.
Deve conter a apresentação do assunto de forma clara, abordando a fundamentação teórica
necessária para o entendimento do assunto a ser discutido no relatório, bem com sua importância e
possíveis aplicações. Não deve ser copiada do manual, assim como não deve ser copiado integralmente
de livros e páginas da internet.
c) Objetivo.
Descrição sucinta dos objetivos centrais do experimento. (Não deve ser copiado do manual)
d) Parte Experimental.
Nesta etapa, devem ser descritos os reagentes e materiais utilizados na aula prática, bem como
os procedimentos experimentais. Portanto, deve conter dois subitens, sendo o primeiro deles referente
à Reagentes e Materiais, onde devem ser listados todos os materiais (reagentes, vidrarias, etc.)
necessários para a execução do experimento e Procedimento Experimental, onde os procedimentos
experimentais devem ser descritos de forma sucinta.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
e) Resultados e Discussão.
Apresentação dos resultados obtidos nas etapas do experimento com a devida discussão dos
mesmos, baseando-se na fundamentação teórica e apresentando as equações químicas devidamente
balanceadas para todas as reações realizadas.
f) Conclusão geral.
Deverá expressar a conclusão do experimento e apresentar relação direta com os objetivos.
g) Referências Bibliográficas
Relação de todas as fontes (artigos, livros, apostilas, páginas na internet) consultadas para
elaboração do relatório.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Experimento I:
Reações envolvendo
Compostos de coordenação
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
I – Objetivos
- Observar reações que envolvem a formação de compostos de coordenação;
- Saber diferenciar entre sais duplos e sais complexos
II - Introdução
O desenvolvimento da teoria da química dos compostos de coordenação remonta ao final do
século XIX e início do século XX com os trabalhos Alfred Werner e Sophus Mads Jörgensen. A
motivação que tiveram estes pesquisadores deveu-se ao fato de ter-se detectado naquela época
compostos que formalmente tinham características dos então conhecidos sais duplos. Ao serem
analisadas, porém, algumas propriedades bem simples, como a solubilidade, apresentavam
propriedades diferentes. Vejamos o comportamento de ambos os sais duplos e os compostos de
coordenação quanto à solubilidade.
Sal duplo
NaKSO4(s) ⇒ Na+(aq) + K+(aq) + SO42-(aq)
Composto de Coordenação
CoCl3.6NH3(s) ⇒ [Co(NH3)6]3+(aq) + 3Cl-
Podemos observar que, em solução, todos os íons do sal duplo dissociam-se enquanto que, nos
compostos de coordenação, algumas moléculas neutras ou mesmo ânions permanecem ligados, ou
seja, temos menos espécies em solução. Outras características, tais como condutividade, cor,
compostos com a mesma composição molecular, mas com cor e momento de dipolo diferentes foram
observadas nesta nova classe de compostos. Dentre as divergências encontradas, destaca-se o fato de
que as regras de valência não eram respeitadas.
Por todos os motivos citados, estes compostos foram chamados de complexos. Atualmente,
muitas vezes nos referimos a eles como complexos, mas é melhor denominá-los de compostos de
coordenação.
Um composto de coordenação consiste, sobretudo, em um átomo central, rodeado por certo
número de outros átomos, íons ou moléculas, que têm a propriedade de doar elétrons ao átomo central,
e são chamados de ligantes. O número de átomos doadores é denominado número de coordenação
(NC). A fórmula de um complexo é representada considerando o centro metálico e os ligantes escritos
entre colchetes. O balanço de carga é escrito fora dos colchetes. Por exemplo:
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
O íon Cu2+ age como um ácido de Lewis, aceitando 1 par de elétrons de cada molécula de NH3,
o qual atua como base de Lewis. Em outro exemplo, o íon Ag+ tem seus dois orbitais preenchidos com
o Cl-.
Ag+ (aq) + 2Cl- (aq) [Ag(Cl)2]1-(aq)
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Antes da realização dos experimentos, estude todas as reações que irá realizar. Procure
conhecer as características de cada reagente e dos produtos que deverão se formar durante as reações a
serem realizadas. Equacione as reações previstas para acontecer bem como os processos de
dissociação dos reagentes quando dissolvidos em água.
Durante os trabalhos de laboratório, descreva completamente tudo que for observado, e nunca
passe de um item para outro antes de interpretar as transformações verificadas em cada reação.
III – Pré-laboratório
1 - Em que os sais duplos se diferenciam dos sais complexos?
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2 – O que são complexos de Coordenação?
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IV – Procedimento Experimental
Etapa I: Íons em solução de um sal duplo
1.1 - Tome 3 tubos de ensaio e, em cada um, coloque 2,0 ml de solução de KAl(SO4)2.
1.2 - Ao Primeiro adicione algumas gotas de solução de NaOH.
1.3 - Ao segundo junte 0,5 ml de solução de BaCl2.
1.4 Ao terceiro tubo adicione 2,0 ml de solução de Ácido tartárico
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
V – Pós-Laboratório
1 - Qual a razão de uma solução de CdCl2 reagir com uma solução diluída de KOH formando um
precipitado de Cd(OH)2, enquanto que com uma solução de Cd(NH3)4Cl2 essa reação não acontece?
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2 - Escreva as equações para as reações ocorridas durante a realização da prática, discutindo os resultados
obtidos.
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V-Bibliografia
[1] COTTON, S. A. & Wilkinson, G., Química Inorgânica, 1ª edição, livros técnicos e científicos.
Editora S. A.
[2] Vogel, A.; Química analítica qualitativa; Editora Mestre Jou, São Paulo-SP, 1981
[3] Laboratory Exercises in General Chemistry- V. SEMISHIN
[4] Introdução a Química Experimental- R.R.SILVA, N. BOCCHI e R. C. R. FILHO.
[6] Laboratory Manual – Inorganic Chemistry CM 2006
[7] Modern Inorganic Chemistry – An Intermediate text – ed. Butterworth & Co Ltd – London.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Experimento II:
Influência do centro metálico e
dos ligantes nas reações
envolvendo metais de transição
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
EXPERIMENTO II: Influência do centro metálico e dos ligantes nas reações envolvendo metais de
transição
I - Objetivo:
- Observar a complexação de um mesmo metal de transição com vários ligantes.
- Estudar reações envolvendo compostos de coordenação.
II – Considerações Gerais
Muitos dos metais utilizados pela indústria moderna são metais de transição. A localização dos
metais de transição na tabela periódica está determinada pela ocupação das subniveis de energia “d” e
“f”. Os elementos que possuem subnível “d” incompletos são chamados de metais de transição interna,
já os com subnível “f” incompletos de transição externa. Os metais de transição como o ferro (Z = 26)
possui a seguinte configuração eletrônica: 1s22s22p63s23p63d64s2. Ao ser oxidado os metais de
transição interna perderão elétrons do seu subnível eletrônico mais externo, “s”, antes de perderem
elétrons do orbital “d”, como observado para o Fe2+. Para a formação do íon Fe3+ ocorre a perda de um
elétron 3d, ficando com a seguinte configuração:1s22s22p63s23p63d5. A maioria dos íons de metais de
transição possuem subníveis “d” parcialmente ocupados e por conta disto observam-se algumas
características:
Existência de mais de um estado de oxidação estável;
A maioria dos compostos formados por estes metais são coloridos;
Apresentam propriedades magnéticas.
Devido à característica dos metais de transição em apresentar cor, alguns deles são utilizados
como componentes de pigmentos de tintas, ou contribuindo na coloração de vidros e a pedras
preciosas.
A formação de um complexo pode ser vista, em muitos casos, como uma reação ácido/base de
Lewis, em que os ligantes são doadores de pares de elétrons e o centro metálico é a receptora de
elétrons. Desta forma, os ligantes são bases de Lewis e a espécie central um ácido.
O parâmetro de desdobramento de campo ligante varia sistematicamente de acordo com a
identidade do ligante. A evidência empírica para esta tendência foi observação, pelo o químico japonês
R. Tsuchida, que há certas regularidades no espectro de absorção à medida que os ligantes de um
complexo são variados. Por exemplo, nas séries de complexos [CoX(NH3)5]n+ com X = I-, Br-, Cl-,
H2O e NH3, as cores mudam de púrpura intenso (para X = I-) para rosa (para Cl-) e para amarelo (com
NH3). Esta observação indica que há um aumento na energia da transição eletrônica (e deste modo em
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
O) à medida que os ligantes variam ao longo da série. Entretanto, esta observação é bastante geral,
sendo seguida para a mesma ordem de ligantes indiferentemente da identidade do íon metálico.
Baseado nestas observações, Tsuchida propôs que os ligantes poderiam ser arranjados em uma
série espectroquímica, onde os membros estão organizados em ordem crescente de energia das
transições que ocorrem quando eles estão presentes no complexo:
I- < Br- < SCN - < Cl - < NO3- < F- < OH- < Ox2- < H2O < NCS- < CH3CN < NH3 < en <
bpy < phen < NO2- < CN- < CO.
III – Pré-laboratório
1. Pesquise na literatura sobre a absorção de cores por complexos de metais de transição.
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IV - Procedimento Experimental
1.1 Coloque 1,0 mL de uma solução aquosa de NiSO4 0,1 Mol/L em quatro tubos de ensaio.
1.2 Ao primeiro tubo de ensaio adicione 1,0 mL de NH3 6 Mol/L, agite e anote a coloração.
1.3 Ao segundo adicione 1,0 mL de etilenodiamina (en) 0,3 Mol/L, agite e anote a coloração.
1.4 Ao terceiro adicione 1,0 mL de fenantrolina (phen) 0,1 Mol/L, agite e anote a coloração.
1.5 O quarto tubo serve como comparação da coloração inicial.
1.6 Arrume os complexos na seqüência: verde, azul claro, azul escuro, violeta, vermelho, laranja e
amarelo. Faça a relação entre a cor observada e o ligante usado.
Observações: _______________________________________________________________________
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
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Questões
VI - Bibliografia
[1] Lee, J. D., “Química Inorgânica”, Edgar Blucher, São Paulo, SP, 1980.
[2] Cotton, F. A e Wilkin Son, G., Química Inorgânica Concisa, Editora Livros Técnicos e
Cientificos, São Paulo, 1996.
[3] Huhey, J. E., “Inorganic Chemistry”, Harper & Row, New York, NY, Si Unite Edition,
1965.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Experimento III:
Sínteses de composto de
coordenação.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
I - Objetivo:
- Realizar sínteses de complexos de coordenação com dois tipos de metais.
II – Considerações Gerais
Compostos de cobalto têm sido usados há séculos, como pigmentos (azul cobalto) em vidro e
porcelana (um silicato duplo de cobalto e potássio), o metal em si foi produzido em escala industrial
somente no século XX. O cobalto é um metal duro, branco-azulado e dissolve-se em ácidos minerais
diluídos. Os estados de oxidação mais importantes são +2 e +3.
O íon [Co(H2O)6]2+ é estável em solução, mas a adição de outros ligantes facilita a oxidação a
Co3+. Por outro lado, o íon [Co(H2O)6]3+ é um agente oxidante forte oxidando H2O a oxigênio e sendo
reduzido a Co2+. Contudo, ligantes contendo átomos de nitrogênio (como NH3 e etilenodiamina =
NH2CH2CH2NH2) estabilizam o estado de oxidação +3 em solução aquosa.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
IV - Procedimento Experimental
1a Etapa: Síntese do complexo cloreto de pentaminclorocobalto (III)
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
5. Quais as quantidades mínimas de CoCl2.6H2O 100 % puro e NH3 15 mol/L necessárias para se
obter exatamente 20,0 g do composto?
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6. Na obtenção do [Co(NH3)5Cl]Cl2 o procedimento manda usar cloreto de cobalto(II) e NH3
conc. Os frascos disponíveis estavam rotulados: cloreto cobaltoso hexaidratado e hidróxido de
amônio concentrado. Os conteúdos destes frascos servem para esta reação? Em caso
afirmativo, escrever a equação correspondente.
________________________________________________________________________________
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VI – Referências Bibliográficas
[1] Laboratory Manual – Inorganic Chemistry CM 2006
[2] Modern Inorganic Chemistry – An Intermediate text – ed. Butterworth & Co Ltd – London.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Experimento IV:
Caracterização de compostos
de coordenação
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
I - Objetivos
Analisar algumas propriedades dos complexos de coordenação formados e aprender a utilizar o
equipamento de UV-Visível.
II – Considerações Gerais
Existem vários métodos de caracterização de uma substância. Eles se complementam de forma
que se deve fazer uso do maior número possível de técnicas para se obter uma caracterização
adequada. Entre esses métodos podem ser citadas as diversas técnicas de análise elementar e as
espectroscopias: eletrônica, de ressonância magnética nuclear, Mössbauer, vibracional, dentre outras.
A energia (E), o comprimento de onda (λ) e a frequência (ν) da radiação são relacionados pela
equação:
E = hc/ = h
onde h é a constante de Plank (6,626 x 10-34 J.s) e c é a velocidade da luz no vácuo (2,998 x 108 m s-1).
Pode-se concluir, então, que para um dado átomo ou uma dada molécula, apenas certos
comprimentos de onda podem ser absorvidos provocando a excitação dos elétrons. Os
espectrofotômetros visível e ultravioleta são aparelhos que medem a quantidade de luz absorvida por
uma amostra do composto em estudo para cada comprimento de onda. O resultado é registrado em um
papel móvel. Deste modo obtém-se um gráfico de absorção versus comprimento de onda que é o
espectro na região do visível (ou do ultravioleta) da amostra. A maioria das aplicações da
espectroscopia nas regiões do visível ou do ultravioleta é para fins quantitativos: na determinação da
concentração de dada substância, em medidas de velocidade de reação, etc.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Cloreto de pentaminclorocobalto(III);
a) Separe três tubos de ensaio e a cada um deles adicione pequenas porções do primeiro complexo
obtido;
b) Adicione no primeiro tubo 2 mL de metanol e agite um pouco.
c) Ao segundo tubo de ensaio adicione 2 mL de dimetilsulfóxido e agite um pouco.
d) No terceiro tubo 2 mL de água e agite um pouco.
e) Observe e faça anotações sobre a solubilidade do complexo nestes solventes.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
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Cloreto de pentaminitritocobalto(III)
a) Separe três tubos de ensaio e a cada um deles adicione pequenas porções dos complexos
obtidos;
b) Adicione no primeiro tubo 2 mL de metanol e agite um pouco.
c) Ao segundo tubo de ensaio adicione 2 mL de dimetilsulfóxido e agite um pouco.
d) No terceiro tubo 2 mL de água e agite um pouco.
e) Observe e faça anotações sobre a solubilidade do complexo nestes solventes.
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tris(etilenodiamino)cobalto (III):
a) Separe três tubos de ensaio e a cada um deles adicione pequenas porções dos complexos
obtidos;
b) Adicione no primeiro tubo 2 mL de metanol e agite um pouco.
c) Ao segundo tubo de ensaio adicione 2 mL de dimetilsulfóxido e agite um pouco.
d) No terceiro tubo 2 mL de água e agite um pouco.
e) Observe e faça anotações sobre a solubilidade do complexo nestes solventes.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
IV - Questionário
1. Descreva algumas diferenças existentes entre o Cloreto de pentaminclorocobalto(III) e o Cloreto
de hexaminíquel (II);
2. Faça uma breve análise sobre a solubilidade dos compostos.
V - Bibliografia
[1] Shriver, D. F., Atkins, P. W. “Química Inorgânica”, 4a ed., Bookman, Porto Alegre, 2003.
[2] Miessler G. L., Fischer P. J., Tarr D. A., “Química Inorgânica”, 5a ed., Pearson, 2014.
[3] Huhey, J. E., “Inorganic Chemistry”, Harper & Row, New York, NY, Si Unite Edition,
1965.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Experimento V:
Síntese e reatividade
fotoquímica de complexo de
ferro com oxalato.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
I - Objetivo:
- Síntese de complexo de ferro com oxalato.
- Observar a cinética da reação de oxidação e redução entre o íon Fe (III) e o íon oxalato.
- Estudar a cinética fotoquímica do complexo de K3[Fe(C2O4)3].3H2O.
II – Considerações Gerais
O íon Fe3+ forma um grande número de complexos ligados a átomos de oxigênio como
ligantes, formando complexos na sua grande maioria octaédricos. A dissolução de soluções de sais de
ferro (III) em meio ácido produz [Fe(OH2)6]3+ com uma coloração violeta, em soluções cujo pH > 1
aparecem espécies como [Fe(OH)(OH2)5]2+ de cor amarelada devido a banda de transferência de carga.
Neste experimento ocorre a formação do complexo octaédrico: Fe(C2O4)3]3- , onde o íon oxalato atua
como um ligante bidentado quelato, mostrado na figura abaixo
Um processo fotoquímico ocorre sob a influência da luz. Por luz entendemos a radiação
essencialmente visível, o ultravioleta próximo e o infravermelho próximo. A limitação na faixa de
comprimentos de onda é dada pelo tipo de excitação requerida para que ocorra uma reação. A
excitação rotacional requer uma energia muito pequena, da ordem de 102 cm-1, a excitação vibracional
ocorrerá em energias maiores, da ordem de 103 cm-1 e na faixa de 104 a 105 cm-1, a molécula será
excitada eletronicamente. As reações fotoquímicas ocorrem nesta faixa de energia.
Para a fotoquímica a luz é considerara como sendo constituída de fótons individuais de energia,
E = h . , onde h é a constante de Planck e é a freqüência da luz. A excitação de uma molécula por
um fóton pode ser esquematizada como:
A + h. A*
Onde “A” representa a molécula no seu estado fundamental e “A*” no estado excitado e h. o
quantum de luz. A primeira lei da fotoquímica estabelece que somente a luz absorvida possa produzir
um efeito fotoquímico. A segunda lei estabelece que cada fóton ou quantum absorvido ativa uma única
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
molécula no passo inicial de excitação de uma seqüência fotoquímica. Uma reação fotoquímica
apresenta um rendimento quântico, que depende da energia do quanta de luz absorvido, que por sua
vez depende do comprimento de onda.
O rendimento quântico será dado pela relação quantitativa entre o número de moléculas que
reagiram ou que se formam em uma unidade de tempo e volume e o número de fótons absorvidos em
uma unidade de tempo e volume, ou seja:
= número de moléculas reagentes (ou formadas) / número de fótons absorvidos.
O número de moléculas que reagem ou que se formam por unidade de tempo e volume é
medida por técnicas analíticas convencionais e o número de fótons absorvidos por unidade de tempo e
volume pode ser medido por um sistema químico de contagem de fótons. Assim, se para cada fóton
absorvido, apenas uma molécula sofre um processo fotoquímico, o rendimento fotoquímico, o
rendimento quântico será no máximo igual a um.
Quando uma solução de trioxalato ferriato de potássio (K3[Fe(C2O4)3].3H2O) é irradiada com
luz, ocorre a redução do Fe 3+ e uma oxidação do íon oxalato:
Fe3+ (aq) + ½ C2O4 2- (aq) Fe2+ (aq) + CO2 (g)
III – Pré-laboratório
1. Pesquise sobre as reações de redução de ferro (III) a ferro (II).
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2. Escreva a reação que ocorre entre o Ferro (III) e o oxalato para a síntese do complexo. Qual a
estequiometria da reação?
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
IV - Procedimento Experimental
1a Etapa: Síntese do Complexo de K3[Fe(C2O4)3].3H2O
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Amostra
g) Com os dados na tabela construa o gráfico de absorbância versus concentração. Com estes
dados faça trace a equação da reta.
h) Após a exposição à luz da solução por 1hora e meia adicione 1 mL de solução tampão 2 mol/L
de ácido acético/acetato (pH = 4,5) e 1 mL de solução de fenantrolina (1% m/v).
i) Faça a leitura de absorbância em 510 nm.
j) Com este valor utilize a equação da reta obtida da curva de calibração para obter a
concentração de ferro II na amostra.
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QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL II
V – Pós-Laboratório:
1. Por que o complexo formado e suas soluções devem ser protegidos da luz.
3. Construa o gráfico com os resultados obtidos na segunda etapa e o que pode observar?
VI – Bibliografia
[1] - De Paoli, M. A. e Jorge, R. A. Uma experiência de cinética fotoquímica para o aluno de
Graduação: A fotobromação do ácido cinâmico; Química Nova, 38-41, Jan. 1980.
[2] - Simoni, D. A., Andrade, J.C., Faigle, J.F.G., Simoni, J.A Um experimento com propostas
múltiplas para um laboratório de química geral, Química Nova, Vol. 25, no 6, 1034-1039, 2002.
[3] - COTTON, F. A., WILKINSON G. e MURILO, C. A., Advanced Inorganic Chemistry, 6th
Edition (Hardcover).
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