Livro Toxicologia

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Toxicologia

Edilmere Sprada

PARAN

Curitiba-PR 2013

Presidncia da Repblica Federativa do Brasil Ministrio da Educao Secretaria de Educao Prossional e Tecnolgica INSTITUTO FEDERAL DO PARAN EDUCAO A DISTNCIA Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paran para a rede e-Tec Brasil.

Prof. Irineu Mario Colombo Reitor Prof. Joelson Juk Chefe de Gabinete Prof. Ezequiel Westphal Pr-Reitor de Ensino PROENS Gilmar Jos Ferreira dos Santos Pr-Reitor de Administrao PROAD Prof. Silvestre Labiak Pr-Reitor de Extenso, Pesquisa e Inovao PROEPI Neide Alves Pr-Reitor de Gesto de Pessoas PROGEPE Bruno Pereira Faraco Pr-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional PROPLAN Prof. Marcelo Camilo Pedra Diretor Geral do Cmpus EaD Prof. Clio Alves Tibes Junior Diretor de Ensino, Pesquisa e Extenso DEPE/EaD Coordenador Geral da Rede e-Tec Brasil IFPR Thiago da Costa Florencio Diretor Substituto de Planejamento e Administrao do Cmpus EaD

Prof. Patrcia de Souza Machado Coordenadora de Ensino Mdio e Tcnico do Cmpus EaD Prof. Monica Beltrami Coordenadora do Curso Jessica Brisola Stori Assistente Pedaggica Prof. Ester dos Santos Oliveira Coordenadora de Design Instrucional Prof. Sheila Cristina Mocellin Ldia Emi Ogura Fujikawa Designers Instrucionais Slvia Kasprzak Iara Penkal Revisores Editoriais Aline Kavinski Diagramadora Linda Abou Rejeili de March Revisora Ricardo Meira Ilustrador e-Tec/MEC Projeto Grco

Catalogao na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paran

Apresentao e-Tec Brasil


Prezado estudante, Bem-vindo Rede e-Tec Brasil! Voc faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das aes do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego. O Pronatec, institudo pela Lei n 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educao Prossional e Tecnolgica (EPT) para a populao brasileira propiciando caminho de o acesso mais rpido ao emprego. neste mbito que as aes da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria de Educao Prossional e Tecnolgica (SETEC) e as instncias promotoras de ensino tcnico como os Institutos Federais, as Secretarias de Educao dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colgios Tecnolgicos e o Sistema S. A Educao a Distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimento da formao de jovens moradores de regies distantes, geogracamente ou economicamente, dos grandes centros. A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos tcnicos a todas as regies do pas, incentivando os estudantes a concluir o Ensino Mdio e realizar uma formao e atualizao contnuas. Os cursos so ofertados pelas instituies de educao prossional e o atendimento ao estudante realizado tanto nas sedes das instituies quanto em suas unidades remotas, os polos. Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educao prossional qualicada integradora do ensino mdio e educao tcnica, capaz de promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com autonomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, poltica e tica. Ns acreditamos em voc! Desejamos sucesso na sua formao prossional! Ministrio da Educao Novembro de 2011
Nosso contato etecbrasil@mec.gov.br

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Indicao de cones
Os cones so elementos grcos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual. Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.

Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossrio: indica a denio de um termo, palavra ou expresso utilizada no texto. Mdias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos, lmes, jornais, ambiente AVA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.

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Sumrio
Palavra da professora-autora Aula 1  Histria e conceitos gerais em toxicologia 1.1 Histria da toxicologia 1.2 Conceitos de toxicologia 11 13 13 16

Aula 2  Aspectos, divises e reas da toxicologia 19 2.1  Aspectos que determinam a nalidade da toxicologia 19 2.2 Divises da toxicologia Aula 3  Classicao das substncias txicas 3.1 Quanto s caractersticas fsicas 3.1.1 Quanto s caractersticas qumicas Aula 4  Intoxicao 4.1 Conceito de intoxicao 4.2 Fases da intoxicao 4.3 Sintomas comuns de intoxicao Aula 5  Vias de absoro dos agentes txicos e susceptibilidade individual 5.1  Principais vias de absoro de agentes txicos 5.2 Suscetibilidade individual Aula 6  Relaes dose-efeito e dose-resposta 6.1 Conceitos de dose, efeito e resposta 6.2 Limite de tolerncia e razo de perigo Aula 7  Mecanismos dos efeitos toxicolgicos 7.1 Caractersticas dos efeitos txicos 20 23 23 23 27 27 28 29 31 31 34 37 37 38 41 41

7.2  Efeitos resultantes da interao de agentes qumicos 42 Aula 8  Avaliaes toxicolgicas 8.1 Ensaios ou testes toxicolgicos 8.2 Principais formas de avaliao toxicolgica 45 45 46

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Aula 9  Princpio da precauo 9.1 Toxicologia por analogia 9.2  Princpio da precauo e os riscos qumicos 9.3 Preveno da intoxicao ocupacional Aula 10  Monitorizao ambiental 10.1 Conceito de monitorizao ambiental 10.2  Finalidades da monitorizao ambiental Aula 11  Monitorizao biolgica 11.1  Vantagens da monitorizao biolgica 11.2  Monitorizao biolgica de susceptibilidade Aula 12  Indicadores biolgicos ou biomarcadores 12.1  Conceito e objetivos dos indicadores biolgicos

49 49 50 51 53 53 54 57 57 58 59 59

12.2  Caractersticas de alguns compostos qumicos e seus indicadores biolgicos 59 Aula 13  Vigilncia em Sade do Trabalhador (VISAT) 63 13.1  Sistema de vigilncia em sade do trabalhador 63 13.2  Vigilncia de base laboratorial para toxicologia ocupacional 64 13.3  Alteraes que podem ocorrer na sade do trabalhador exposto 65 Aula 14  Doenas ocupacionais 67 14.1  Conceitos de sade, doena e doena ocupacional 67 14.2  Doenas ocupacionais mais comuns envolvendo substncias qumicas 68 14.3  Distrbios mentais, trabalho e a toxicologia Aula 15  Principais contaminantes para os trabalhadores 15.1  Contaminantes ambientais que afetam os trabalhadores 71 73 73

15.2  Contaminantes ocupacionais que afetam os trabalhadores 74

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Aula 16  Intoxicaes exgenas de importncia ao trabalhador 16.1 Amianto 16.2 Chumbo 16.3 Cromo 16.4  Solventes orgnicos benzeno, tolueno e xileno 16.5 Radiaes Aula 17  Intoxicao por mercrio nos trabalhadores 17.1  Riscos ocupacionais ocasionados pelo mercrio

77 77 78 80 81 84 87 87

17.2  Medidas de preveno da contaminao por mercrio 89 17.3 Ao global do mercrio Aula 18  Intoxicaes por agrotxicos no ambiente rural 18.1 Agrotxicos no Brasil e no mundo Aula 19  Simbologias de risco txico 19.1 Diagrama de Hommel 19.2  Smbolos de risco sade Aula 20  Normas regulamentadoras de segurana e sade do trabalho ligado toxicologia 20.1 NR 7 PCMSO 20.2  NR15 Atividades e operaes insalubres 90 93 93 97 97 98 103 103 103

20.3  NR 32 Segurana e sade do trabalhador em servios de sade 104 Referncias Atividades autointrutivas Currculo da professora-autora 107 115 139

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Palavra da professora-autora
Seja bem-vindo ao estudo da disciplina de Toxicologia. Este livro oferecer a voc conhecimentos sobre um dos temas de grande relevncia para Segurana do Trabalho. Todas as aulas foram desenvolvidas para o melhor entendimento sobre os aspectos toxicolgicos, e assim estimular para o desenvolvimento de um trabalho conciso e de valor prossional. Este mdulo vem com o propsito de apresentar as principais reas da toxicologia e os agentes txicos, tanto ocupacionais quanto ambientais, este ltimo, devido aos grandes contaminantes existentes no meio ambiente em que vivemos. Tambm visa alertar a todos sobre a importncia da sade e da segurana para que possamos ter melhor qualidade de vida, sem muita consequncia toxicolgica a si prpria. Vamos compreender sobre os limites de tolerncia e as vias de absoro, importantssimos para que possamos entender os fatores de risco que podem acometer o trabalhador. O organismo humano suporta determinados limites de agentes txicos, e entender isso essencial para segurar os trabalhadores em seu ambiente de trabalho. Se seguir atentamente os passos da busca do conhecimento toxicolgico, certamente voc no s ampliar seus objetivos, como adquirir muitas informaes adicionais para seu futuro, sua vida pessoal e prossional.

Bom estudo!

Profa. Me. Edilmere Sprada

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Aula 1  Histria e conceitos gerais em toxicologia


Veremos nesta aula, uma viso panormica da evoluo histrica mundial da toxicologia, tendo como objetivo principal compreender o surgimento desta disciplina no contexto cientco, seu signicado, e sua importncia para a segurana do trabalho. Ao longo da histria diferentes teorias, histrias e conceitos foram sendo construdo, resultado do trabalho de vrios cientistas que escreveram a toxicologia, ento, vamos agora conhecer as trs principais fases na sua histria.

1.1 Histria da toxicologia


A primeira fase desta histria a do descobrimento, que comeou com o primeiro contato do homem com a natureza e a descoberta de substncias que podem ser prejudiciais; depois veio a fase primitiva, onde se passaram a estudar as substncias txicas, na poca denominada de venenos. Na fase moderna, foi onde praticamente identicaram-se quimicamente cada uma destas substncias, aumentando o conhecimento e a sua utilizao cientca, alm de destacar algumas formas de preveno por intoxicaes acidentais, por exemplo. Veja que a toxicologia iniciou praticamente com a histria da humanidade, mas vamos comear esta histria pelo Egito, com um dos manuscritos mais antigos, chamado Papiro de Ebers (1500 a.C.) que contm o registro de cerca de 7.000 substncias medicinais em mais de 800 frmulas, ou seja, remdios feitos base de plantas e outras substncias, algumas venenosas como o chumbo, cobre, pio, etc. Do ponto de vista da sade do trabalhador, a toxicologia apresenta grandes eventos histricos, alguns citados no Quadro 1.1 durante a idade moderna. Existem tambm referncias encontradas em papiros egpcios, quando da construo das pirmides e explorao de minas de cobre e turquesa. Observe ento o Quadro 1.1, ele apresenta uma sequncia resumida das descobertas histricas desde a idade antiga at alguns eventos importantes que ocorreram a partir da idade mdia, como fatos de intoxicaes ocupacionais at acidentes qumicos.

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Quadro 1.1: Viso histrica da evoluo da toxicologia no mundo.


Registros Egpcios de 110 pginas sobre Anatomia e siologia, toxicologia, magias e tratamentos.

1500 a.C. Papiro de Ebers

850 a.C. Homero

Escreveu sobre uso de echas envenenadas nos poemas picos Ilada e Odisseia.

IDADE ANTIGA (Perodo Primitivo)

470 a 399 a.C Scrates

Condenado a morrer bebendo a amarga cicuta alcaloide vegetal com grande poder txico.

131 a 63 a.C. Mitrdates VI

Testou antdotos a venenos em si mesmo e usou prisioneiros como cobaias.

82 a.C - Lucius Cornelius Sulla

Lei contra o envenenamento de pessoas ou prisioneiros.

1135 a 1204 Moiss Maimnides

Escreveu: Tratado dos Venenos e seus Antdotos.

IDADE MDIA (Sculo V-XV)

1250 Alberto Magno

Descobriu e isolou o Arsnico.

1250 a 1315 Pietro dAbano

Escreveu o livro sobre venenos Tratado sobre Venenos (Liber De Venenis) cuja traduo francesa foi publicada em Lyon, em 1593.

1493 a 1541 Paracelsus

Frase clssica: Todas as substncias so venenos, no existe nada que no seja veneno. Somente a dose correta diferencia o veneno do remdio.

IDADE MODERNA (Sculos XV-XVIII)

1633 Bernardino Ramazzini

Mdico, um dos primeiros a fazer a ligao entre a ocupao do trabalhador e sade, ele documentou em seu livro De Morbis Articum Diatriba (As Doenas dos Trabalhadores).

1813 Matthieu J.B. Orla

Pai da toxicologia moderna; publicou Traite des Poisons, demonstrou o efeito dos venenos em rgos especcos, descrevendo os sintomas txicos.

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Continuao do Quadro 1.1: Viso histrica da evoluo da toxicologia no mundo.

1908 Alice Hamilton

Professora em Harvard que associou os riscos qumicos do local de trabalho com as doenas. Publicou o primeiro livro sobre medicina industrial. Publicada a primeira lista ocial de doenas prossionais devido a intoxicaes por diversas substncias. Limitava-se ao saturnismo (chumbo), hidrargirismo (mercrio) e carbnculo (contaminao biolgica). Centenas de trabalhadores negros morreram de silicose aguda, enquanto cavavam um tnel para um projeto hidreltrico para a Union Carbide.

1925 Lista de Doenas Prossionais

1927 a 1935 Desastre do Hawk's Nest

Veja mais detalhes deste panorama histrico da toxicologia no pster criado por Steven G. Gilbert e Toni Hayes em 2006, traduzido por Juliana P. de Carvalho. Disponvel no link: http://toxipedia.org/download/ attachments/10191993/ portuguese_milestones.p1.sm. pdf?version=1&modicationDa te=1339892639000

IDADE CONTEMPORNEA (Sculo XIX-XXI)


1950 - Minamata Japo

Baa de Minamata contaminada com mercrio pela indstria qumica. Milhares de pessoas foram envenenados ao comer peixe contaminado com mercrio metilado.

1970 Lei de Segurana e Sade Ocupacional

Lei aprovada em 29 de dezembro de 1970 para garantir que cada trabalhador tenha um ambiente de trabalho seguro e saudvel.

1984 Desastre de Bhopal (ndia)

40 toneladas de gases txicos vazaram na fbrica de pesticidas da empresa norte-americana Union Carbide, resultando em milhares de mortes.

Fonte: Gilbert e Hayes, 2006; Klaassen e Watkins III, 2010.

Veja que com o tempo, claramente a toxicologia foi crescendo cienticamente, mas de forma muito lenta, pois at o sculo XVIIe o XVIII tudo ainda era muito emprico. Podemos dizer que as to famosas poes mgicas foram perdendo seu domnio conceitual, e com isso em meados do sculo XVIII esta cincia passou a se congurar como moderna, principalmente devido ao desenvolvimento na rea da qumica. Um fato que me vem mente quando se fala da histria da toxicologia para a segurana do trabalho o livro As Doenas dos Trabalhadores, publicado por Bernardino Ramazzini (Figura 1.1) em 1700, onde descreve

Emprico: Que se guia s pela experincia. Fonte: http://www.dicionarioweb.com.br/empirico.html

Figura 1.1: Bernardino Ramazzini, autor do livro De Morbis Articum Diatriba As Doenas dos Trabalhadores. Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons

Aula 1 Histria e conceitos gerais em toxicologia

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pela primeira vez cinquenta prosses distintas e suas respectivas doenas. Foi atravs desta publicao que cou conhecida a famosa frase: Digas qual o seu trabalho, que direis os riscos que ests sujeito. Lembre-se disso quando estiver estudando as doenas ocupacionais.

1.2 Conceitos de toxicologia


Voc saberia dizer quais so os venenos mais perigosos do mundo? Leia a matria e descubra esses venenos. Para sua segurana mantenha distncia deles. Disponvel no link: http:// mundoestranho.abril.com.br/ materia/qual-e-o-veneno-maisvenenoso-do-mundo

Toxicologia est associada palavra veneno, que vem do grego toxikon ou txico e a palavra logos que quer dizer estudo ou tratado. Isso nos leva a um conceito bsico que a cincia que estuda os venenos. Mas voc sabe o que veneno? Veneno uma substncia que ocasiona danos ou alteraes biolgicas no organismo. Somente possvel estabelecer o que venenoso e o que no venenoso, atravs da dosagem ou quantidade da substncia, o veneno perigoso e, muitas vezes, mortal. A partir deste conceito bsico, poderemos entender mais sobre a toxicologia, e vale ressaltar que ela se ocupa da natureza, dos mecanismos das aes txicas e da avaliao das alteraes biolgicas produzidos pela exposio s substncias qumicas. Simplicando, poderamos dizer que seria ento, uma cincia que se ocupa das intoxicaes e das substncias qumicas que a provocam. Observe que nesse sentido, o conceito se orienta atravs dos efeitos txicos que uma substncia qumica capaz de provocar em um organismo vivo, ou seja, a toxicologia tem como nalidade principal, prevenir o aparecimento de efeitos indesejveis ao organismo, estabelecendo assim o uso seguro das substncias qumicas. Veja que a toxicologia no se limitou s constataes dos efeitos txicos somente, ela procurou tambm o enfoque da preveno. A toxicologia no Brasil passou a ser congurada como disciplina a partir de 1950. Hoje, reconhecida como cincia e desenvolvida por pesquisadores e prossionais que trabalham em prol a promoo, a proteo e recuperao da sade de trabalhadores e da populao em geral. Atravs desta aula, voc conclui que a toxicologia historicamente teve sua importncia nas grandes descobertas feitas pelo homem junto natureza e que o seu conceito baseia-se em uma cincia fundamental que abrange a sade, a doena e, tambm, o trabalho.

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Toxicologia

Resumo
A toxicologia, conforme visto nesta aula, apresenta uma evoluo importante para o conhecimento cientco das aes de substncias qumicas e seus efeitos, muitas delas prejudiciais a sade do trabalhador. Apresentamos o conceito de toxicologia como sendo uma cincia multidisciplinar, que estuda principalmente os danos causados pelos agentes txicos sobre o organismo vivo e sua preveno.

Atividades de aprendizagem
De acordo com a questo base do livro de Bernardino Ramazzini, pai da toxicologia ocupacional que correlaciona o trabalho com as doenas, busque um exemplo de prosso que mais causa doena pelo trabalho atualmente, e reita sobre o que poderia ser mudado para melhorar a sade dos trabalhadores.

Anotaes

Aula 1 Histria e conceitos gerais em toxicologia

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Aula 2  Aspectos, divises e reas da toxicologia


Por ser a toxicologia uma cincia multidisciplinar, vamos abordar nesta aula seus aspectos e divises permitindo com isso, um amplo conhecimento sobre as diversas reas que abrange, destacando a toxicologia ocupacional que de grande importncia para a Segurana do Trabalho. A toxicologia possui vrios aspectos onde atravs do seu risco possvel encontrar uma soluo ou uma resoluo para o problema. Vamos iniciar conhecendo qual a nalidade da toxicologia para os trabalhadores.

2.1 A  spectos que determinam a nalidade da toxicologia


Devemos compreender que nosso organismo ca exposto facilmente s substncias qumicas e a toxicologia, neste sentido, pode ser preventiva, curativa e repressiva. Para entender o aspecto preventivo, que aquele que oferece padres de segurana, exemplicamos com uma lavoura, onde os alimentos recebem substncias qumicas, neste caso, agrotxicos. Mas para que esses alimentos possam estar em nossas mesas e serem consumidos, necessrio um determinado perodo de segurana. J em relao ao aspecto curativo, direcionamos para as intoxicaes ocasionadas aps um diagnstico clnico ou laboratorial realizado. Neste caso, a toxicologia proporciona meios de recuperao atravs da observao de sinais, sintomas ou alteraes ocorridas no organismo, podendo ser siolgicas ou bioqumicas. Veja o caso tpico do pintor Cndido Portinari, que por anos trabalhou com tinta leo txica, e teve com o tempo a doena denominada saturnismo, devido exposio ao chumbo, uma intoxicao crnica. O aspecto repressivo se refere ao fator de responsabilidade das pessoas que se envolvem em crimes, ou melhor, em situaes ilegais envolvendo substncias qumicas. Para compreender melhor, citamos o caso de esportistas que utilizam substncias em competies ou de indstrias que utilizam substncias qumicas em nveis acima do limite permitido, intoxicando os funcionrios e o meio ambiente.
Voc sabia que Portinari e Marie Curie foram vtimas de doenas ocupacionais? Para saber mais acesse: http:// www.engeaudi.com.br/ noticiasportinarimariecurie.html

Aumente seu conhecimento sobre a biograa de Cndido Portinari, acessando http://www. pinturabrasileira.com/artistas_ bio.asp?cod=93&in=1, e descubra como foi sua prosso e quando iniciou o processo de sua doena.

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2.2 Divises da toxicologia


As divises da toxicologia dependem do tipo de substncia a ser analisada e da sua ao. Vejamos no Quadro 2.1, algumas das divises encontradas na toxicologia, em face da natureza e da ao da substncia.
Quadro 2.1: Divises da toxicologia e suas aes.

Diviso Toxicologia Clnica

Baseada em
Preveno e diagnstico da intoxicao por agentes qumicos.

Ao
Acompanhamento e controle da evoluo: proteo, diagnstico e tratamento. Finalidade de diagnosticar a intoxicao, qualicar e quanticar a ao da substncia qumica txica, auxiliando no tratamento. Complementar dados de toxicologia individualizada e manuteno da sade, atravs de estudos de interaes. Esclarecer justia o crime por substncias qumicas.

Toxicologia Qumica ou Analtica

Processo de separao, identicao e quanticao da substncia qumica ambiental ou biolgica. Experimentos animais que resultam na avaliao de riscos da exposio a um agente txico. Na parte jurdica, estuda os aspectos mdico-legais na investigao da causa-mortis por intoxicaes Efeitos adversos causados por substncias qumicas utilizadas com repercusses individuais, sanitrias e sociais. No cuidado do ar, gua, solo, alimentos ou at mesmo medicamentos.

Toxicologia Experimental

Toxicologia Forense

Toxicologia Social

rea estreitamente ligada a Toxicologia Forense.

Toxicologia Proltica

Estabelecer formas de evitar que as substncias txicas sejam ingeridas podendo colocar em risco a sade. (MIDIO e MARTINS, 2000) Controlar as substncias qumicas utilizadas na indstria que podem causar doenas ocupacionais e problemas ambientais. Diagnosticar e controlar os efeitos txicos dos produtos expostos no meio ambiente.

Toxicologia Industrial

No estudo das enfermidades ocupacionais na indstria.

Toxicologia Ambiental

Dano causado ao organismo pela exposio a agentes txicos encontrados no meio ambiente. (PEA, CARTER e AYALA-FIERRO, 2001)

Fonte: adaptado de Deus (2013). Disponvel em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABTVIAL/toxicologia

Voc sabe por que so necessrios conhecimentos bsicos de toxicologia? Para atender os objetivos da avaliao para a sade das emergncias qumicas, em relao a: conrmar a existncia de uma emergncia qumica; identicar as caractersticas das substncias qumicas e identicar a fonte de liberao. Observe que as divises da toxicologia so bem amplas, mas vamos dar mais ateno a uma que no foi colocada no quadro acima, a Toxicologia Ocupacional. Com certeza voc j ouviu falar dela, pois uma das reas mais importantes para voc prossional de Segurana do Trabalho. Fique atento!

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Toxicologia

Vale lembrar que a toxicologia ocupacional foi denida por um comit misto constitudo pela Comisso da Comunidade Europeia (CCE), pela OSHA (Occupational Safety and Health Administration - USA) e pela NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health - USA), como sendo uma atividade sistmica, contnua ou repetitiva, relacionada sade e desenvolvida para implantar medidas corretivas sempre que se faam necessrias (DEUS, 2013). No ambiente do trabalho encontramos muitas substncias qumicas isoladas ou compostas, e estas substncias devem ser controladas em relao exposio aos trabalhadores, onde exatamente a toxicologia ocupacional atua. Voc sabia que na indstria existem mais de 60 mil substncias qumicas diferentes? Imagine agora que isso s aumenta a cada ano, e que ns trabalhadores estamos diariamente expostos a elas. Pois bem, a toxicologia ocupacional que tem a nalidade de controlar essas substncias qumicas no ambiente ocupacional. A legislao brasileira determina limites de tolerncia, que l na frente iremos falar sobre isso, mas somente para que voc saiba, existe uma Norma Regulamentadora, a NR-15 para esses casos. Nesta aula, voc conseguiu diferenciar as divises de atuao da toxicologia separadas por reas e suas aes, em especial, a toxicologia ocupacional que se destaca por abranger os efeitos ocasionados pelos contaminantes, encontrados no trabalho com o indivduo exposto, e tambm com o impacto sobre a sade.

Assista ao vdeo Planto Mdico Homeoptico e sorria; mas tambm, perceba quantas substncias podemos estar em contato todos os dias, principalmente medicamentoso. Acesse o link: http://www.youtube. com/watch?feature=player_ embedded&v=gRxk-UuQUqc

Toxinologia o termo que implica no estudo de tratamentos de emergncias e complicaes por toxinas de micro-organismos, de plantas ou de animais, buscando neutralizar os efeitos locais provocados pelo envenenamento. Distinguese da toxicologia por abordar um segmento especco dos venenos ou dos txicos, isto , de substncias que produzem um efeito nocivo sobre os organismos vivos, por exemplo, veneno de serpentes. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ Toxinologia

Resumo
Nesta aula, estudamos os aspectos que envolvem os efeitos nocivos na toxicologia e tambm vimos algumas divises da toxicologia. No esquea que com isso, podemos avaliar o risco de intoxicaes nas diversas reas do conhecimento, assim como, as medidas de segurana, prevenindo alteraes no agradveis ou at problemticas em nossa sade. Por isso, foi dado relevncia na toxicologia ocupacional, de muita importncia para a segurana do trabalho.

Aula 2 Aspectos, divises e reas da toxicologia

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Atividades de aprendizagem
Pesquise o endereo mais perto possvel de onde voc se encontra, do Centro de Informao e Assistncia Toxicolgica. Existem vrios centros distribudos pelo Brasil e de extrema importncia para minimizarem os agravos sade e ao meio ambiente provocado por produtos txicos. Vou dar uma dica: http://www.abracit.org.br/.

Anotaes

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Toxicologia

Aula 3  Classicao das substncias txicas


Nesta aula vamos conhecer e classicar as substncias txicas ou agentes txicos (AT) de acordo com suas caractersticas especcas, seguindo as denies adotadas pela Associao de Padres Americanos. Como voc j estudou o conceito de toxicologia e sua abrangncia, podemos aprofundar nossos estudos nas substncias qumicas que podem ocasionar srios problemas sade do trabalhador e, entender como elas interagem com o organismo produzindo um efeito, que pode ser uma simples alterao biolgica ou, algo mais grave.

3.1 Quanto s caractersticas fsicas


Determinadas substncias possuem mecanismos de ataque ao organismo onde ocasionam leses atravs de vrias fontes fsicas que so: os gases, os vapores e as partculas ou aerodispersoides. Vamos junto observar o Quadro 3.1 que apresenta um resumo dessas substncias que atuam como txicas devido as suas caractersticas fsicas.
Quadro 3.1 Classicao quanto s caractersticas fsicas. Aerodispersoides: substncias que podem ser conduzidas pelo ar e se dispersarem em reas onde a corrente de ar se deslocar. Fonte: http://www.tecnologistica.com.br/dicionario-deengenharia

Tipo
Gases

Atuao
Fluidos sem forma, que permanecem no estado gasoso em condies normais de presso e temperatura. Forma gasosa de substncias normalmente slidas ou lquidas nas condies ambientais. Partculas microscpicas em estado slido ou lquido.

Exemplo
Monxido de Carbono (CO), Monxido de Nitrognio (NO), Oznio (O3).

Vapores (ver Figura 3.1)

Benzeno, Tolueno, Xileno.

Partculas ou Aerodispersoides

Poeira, fumaa, moagem, detonao, neblina e nvoas.

Fonte: Leite e Amorim, 2012.

3.1.1 Quanto s caractersticas qumicas


Observe que as substncias qumicas podem atuar no organismo de diversas formas, algumas vezes isoladas, outras combinadas. Os produtos qumicos podem ser facilmente absorvidos pelo organismo e quando isso ocorre, sofrem modicaes antes de serem eliminados do corpo.

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Existe um livro de suspense chamado Veneno das Veias que revive a histria da Famlia Brgia atravs das memrias de Lucrcia, que cou famosa por sua beleza, sua sexualidade e seus crimes, nos quais utilizava poes venenosas. Se quiser saber um pouco mais, leia o release no link: http:// bloggeracaoeditorial. com/2012/02/28/releaseveneno-nas-veias-memoriade-lucrecia-borgia-de-m-gscarsbrook

Mas voc saberia dizer qual a capacidade de uma substncia qumica, por exemplo, de causar danos ao nosso corpo? Vamos lembrar aqui um pouco dos modelos de anis com porta veneno, onde escondiam ali pequenas quantidades de substncias letais. Existe uma histria clssica da Lucrcia Brgia (1480-1519); contam nestas histrias que ela enterrou maridos e acabou com a fama de envenenar homens com um p venenoso que guardava em um compartimento secreto em seu anel. Na verdade, nunca houve evidncias que comprovassem isso! Ainda bem! No Quadro 3.2, temos a classicao de toxicidade dos produtos qumicos. Essa classicao utilizada para se obter informaes rpidas e relativas sobre o grau de toxicidade de um produto.
Quadro 3.2: Classicao de toxicidade segundo a severidade do produto.

Classicao
Leve Moderada Severa Fonte: TOX_LETAL (2012).

Toxicidade
aquela em que os efeitos produzidos no corpo humano so rapidamente reversveis, e desaparecem com o trmino da exposio ou sem interveno mdica. aquela em que os efeitos produzidos no organismo so reversveis, e no so sucientes para provocar danos fsicos srios ou prejuzos sade. aquela em que ocorrem mudanas irreversveis no organismo humano, sucientemente severo para produzir leses graves ou a morte.

Leia sobre um estudo de caso da dioxina, uma substncia qumica considerada txica para nosso organismo, no link: http://www. nossofuturoroubado.com.br/ old/dioxinacaso.htm. Acesso em 03 mar 2012. Este texto alerta para os perigos danosos da dioxina sade

Voc j deve ter visto isso em algum frasco ou embalagem contendo produto qumico perigoso. Se ainda no viu, passe ento a observar os rtulos dos produtos, alguns apresentam sua classicao de periculosidade em forma de smbolos. Nos rtulos, pode aparecer uma classicao de categoria txica da forma como foi apresentado no Quadro 3.2 ou da seguinte forma: Super Txico, Extremamente Txico; Muito Txico; Moderadamente Txico; Ligeiramente Txico e Praticamente No Txico (KLAASSEN; AMDUR e DOULL, 2001). Entenda que essa classicao varivel, pois existem muitos fatores relacionados composio da substncia qumica, ao organismo e tambm ao tempo de exposio.

3.1.2 Quanto ao tipo de ao txica


Quando falamos sobre a ao txica, entendemos que as substncias qumicas agem em um determinado local no organismo provocando assim uma alterao, neste caso, as substncias podem ser classicadas principalmente como: Neurotxicas: quando atuam no sistema nervoso; Hepatotxicas: quando atuam no fgado; Nefrotxicas: quando atuam nos rins.
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Toxicologia

Ento um alerta: No deixe os produtos txicos vista de crianas e idosos, os acidentes so muito comuns e podem ser evitados. E no guarde nenhum produto qumico fora da embalagem original, isso pode ocasionar um acidente. Como ento devemos associar uma substncia qumica a um risco para nosso organismo? Um caminho estabelecer condies de segurana, neste caso, segurana a certeza de que a substncia no vai causar danos ou efeitos Figura 3.1: Cuidado! Afaste o perigo das crianas. Fonte: IFPR (2013) contrrios para o indivduo exposto a uma determinada dose ou quantidade recomendada para seu uso. Mas, se algum sinal ou sintoma ocorrer no organismo estaremos falando das intoxicaes. Desenvolveremos este tema na prxima aula. Conclumos nesta aula que existem diversas substncias ou agentes txicos que so classicados de acordo com as suas caractersticas e aes sobre o organismo quanto ao grau de toxicidade.

Resumo
Vimos que existem agentes txicos que atuam no organismo, e so classicados de acordo com suas caractersticas, que podem ser fsicas, qumicas ou atravs do rgo que atuam. Abordamos tambm a classicao do grau de toxicidade das substncias qumicas, que, alis, importante para a determinao do risco aceitvel e da segurana de uso.

Atividades de aprendizagem
Quando voc utiliza uma substncia qumica qualquer, voc procura o grau de toxicidade no rtulo? Procure em sua casa dois produtos qumicos de uso pblico, e veja qual o risco aceitvel e, se em contato com o corpo, o que pode provocar?

Aula 3 Classicao das substncias txicas

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Aula 4  Intoxicao
Nesta aula, voc ver como os efeitos txicos so representados e como levam o organismo a um desequilbrio ou processo patolgico denominado intoxicao. Vimos que existem muitas substncias, as quais podem provocar intoxicaes ou envenenamento, e que esto ao nosso alcance diariamente e de diversas formas. A toxicologia est relacionada ao tempo, s vias de exposio, quantidade (dose) absorvida, entre outras possibilidades. Boa aula!

4.1 Conceito de intoxicao


Queiroz (2010) comenta que a intoxicao seria o ato ou o efeito de intoxicar, e intoxicar seria envenenar. Veja que os riscos de uma pessoa se envenenar ou se intoxicar so grandes, necessitando segurana para que as consequncias no sejam srias. E, conhecer as substncias qumicas, ou saber com o que se est lidando ou manuseando importantssimo. Por isso, cuidado com qualquer tipo de produto qumico! A intoxicao um processo patolgico que pode ser causado por uma substncia exgena (de contato externo) ou endgena (de contato interno: ingerido), causando um desequilbrio siolgico no organismo e consequentemente alteraes bioqumicas. Todo esse processo se evidencia atravs de alguns sinais e sintomas que voc j deve ter ouvido, ou at mesmo sentido. Esses sinais e sintomas podem ser classicados basicamente de duas formas: 1. Intoxicao aguda quando ocorre um nico contato com o agente txico. Pode acontecer, um nico contato ou vrios (efeitos cumulativos) com o agente txico, mas por um perodo curto de tempo, aproximadamente 24 horas. Os efeitos acontecem de imediato ou em alguns dias, no mximo duas semanas. Sabe aquele efeito quando se come um alimento vencido? bem esse e voc deve lembrar que o resultado muitas vezes imediato e nada confortvel. 2. Intoxicao crnica quando ocorrem exposies prolongadas a um produto txico, neste caso, por um perodo mais prolongado, de 3 meses ou at anos.

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Reita sobre a frase: O nico sinal seguro de intoxicao a identicao da substncia no corpo Plenk (Elementa Medicine et Chirurgiae, 1781). Silva (2012) destaca o conceito de intoxicao prossional sobre o ponto de vista didtico, que resulta da exposio do trabalhador, no exerccio de sua atividade, ao de agentes qumicos diversos. Veja a histria do Chapeleiro Maluco no lme Alice no Pas das Maravilhas.

Louco como um Chapeleiro A intoxicao por origem ocupacional bem ilustrada pela gura do chapeleiro maluco em Alice no Pas das Maravilhas. Dana de So Vtor uma sndrome caracterizada por movimentos involuntrios contnuos dos msculos da face e das extremidades, alm de distrbios psiquitricos, que afetou muitos trabalhadores expostos ao processo de feltrao, nas ocinas de confeco de chapus, na Inglaterra do Rei Eduardo VII (1902). Os operrios expostos continuamente ao nitrato de mercrio utilizado na feltrao apresentaram a doena, que cou conhecida como loucura dos chapeleiros, origem da expresso mad as a hatter; ou seja, to louco quanto um chapeleiro.
Fonte: http://www.sergioprata.com.br/cursosweb/toxicologia/chapeleiro.html

Veja o lme Alice no Pas das Maravilhas, e perceba os sinais e sintomas do Chapeleiro Maluco interpretado pelo ator Johnny Depp. Filme de 2010 dirigido por Tim Burton.

4.2 Fases da intoxicao


Todo processo de intoxicao envolve algumas fases, e simplesmente poderamos dividir como sendo a primeira fase, o contato com o agente txico e depois o aparecimento dos sinais ou sintomas clnicos. Mas se voc analisar mais profundamente, vai entender que so as quatro as fases da intoxicao: Fase de exposio contato da substncia com o organismo por um determinado tempo. So caractersticas fundamentais da exposio: (i) o quanto de um toxicante atinge o indivduo; (ii) o quanto chega ao rgo alvo; (iii) como o toxicante atinge o indivduo; (iv) quanto tempo dura a exposio; (v) quo frequente a exposio; (vi) quantas pessoas esto expostas (AZEVEDO, 2010).

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Toxicologia

Fase da toxicocintica onde cintica o movimento; ento, o movimento dos agentes txicos dentro de nosso organismo, desde a sua absoro at a sua eliminao. Fase da toxicodinmica onde dinmica a ao dos agentes txicos dentro do organismo. Fase clnica corresponde aos efeitos ou a manifestao da ao txica. So aqueles sinais e sintomas que denem a intoxicao. Estas fases so importantes para que possamos entender como funciona o agente txico em contato com o nosso organismo, e jamais vamos ento esquecer que, os acidentes em geral ocorrem com a ingesto, por exemplo, de uma ou mais substncias qumicas. Muitas pessoas creem que exista um antdoto para a maioria dos produtos qumicos, mas isso no verdade. O que existe so apenas alguns produtos especcos para certos casos e que, mesmo assim, necessitam de orientao mdica para serem usados (FIOCRUZ, 2012).

No link http://www. napolm.net/pt/napos-lms/ napoepisode?lmid=napo012-danger-chemicals voc encontra vrios vdeos do NAPO bem interessantes.Nesta seo so apresentados os vdeos com temas sobre Perigos Qumicos, apresentando uma srie de pequenos lmes como: Substncias Qumicas, Nocivas, Irritantes, Inamveis, Corrosivas, Txicas, Perigosas para o Ambiente e Fim. Cada lme apresenta formas de como evitar acidentes atravs de prticas seguras no trabalho. No perca! Veja calmamente cada um deles e reita sobre se voc est tomando as aes corretas e seguras.

4.3 Sintomas comuns de intoxicao


Vamos relembrar agora alguns dos sintomas de intoxicaes, pois existe muita facilidade de exposio a muitas substncias qumicas e inmeras podem ser as formas de intoxicao. Qualquer que seja a reao, quer seja no trabalho ou no, o indvduo deve se afastar, repousar ao ar livre e manter-se calmo, depois procurar rapidamente uma assistncia mdica. Deve tambm vericar no rtulo ou na bula do produto qumico o que o intoxicou, e se h antdotos e medidas emergenciais para o atendimento. Nunca use medicamentos sem orientao mdica, nem tome bebidas alcolicas ou leite aps uma intoxicao. Ah! Tambm no se deve provocar vmitos. Os sintomas mais comuns de intoxicao so: erupes na pele, pode aparecer pus ou bolhas no local; febre acima de 37,7 graus; inchao na garganta, lngua ou lbios e/ou diculdade de engolir; fraqueza; diculdade de respirar; tontura; lbios azulados.

Leia a reportagem: O perigo mora em casa. Acesse o texto e veja quantos cuidados voc teve ter em sua prpria casa. Acesso: Jornal da Tarde e Rede Bom Dia/Adaptado pela Unimed Curitiba http://www. unimedcuritiba.com.br/wps/ wcm/connect/Portal/perl/ noticias_home_page/54aeb380 46e7481f94c19681ee43af19 Aumente seu conhecimento lendo sobre os principais sinais e sintomas de envenenamento por agrotxicos no link: http:// www.ufrrj.br/institutos/it/de/ acidentes/vene3.htm. Depois faa o download da Cartilha de intoxicao no trabalho, no link: http://www.ebah.com. br/content/ABAAAA1LMAI/ cartilha-intoxicacao-notrabalho. Leia, pois um material de grande importncia para a rea de Segurana do Trabalho. Aprenda que as intoxicaes qumicas podem ocorrer durante um determinado tempo de nossas vidas, mas a doena pode vir a se manifestar somente aps 10 a 20 anos depois. Ento, aproveite bem essas informaes!

Aula 4 Intoxicao

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Quando o trabalhador sofre uma intoxicao, informar aos Centros de Controle de Intoxicaes que so vinculados ao Sistema Nacional de Informaes Txico-Farmacolgicas, e estar atento para que seja emitida a Comunicao de Acidente do Trabalho (CAT). Conclumos que a intoxicao pode ser ocasionada por um ou vrios agentes txicos, e que podem entrar em Figura 4.1: Intoxicao qumica. contato com o nosso orga- Fonte: IFPR (2013) nismo de vrias formas e durao. Por esse motivo, foi importante conhecer os principais sintomas da intoxicao.

Resumo
Estudamos o que uma intoxicao, suas principais fases e complementamos com os principais sintomas de uma intoxicao. Apresentamos algumas dicas de cuidados com produtos qumicos que mais temos contato durante nossa vida diria e prossional.

Atividades de aprendizagem
Faa uma relao de cinco tipos de intoxicaes comuns que voc pode ter no seu dia a dia, dentro de sua prpria casa ou no trabalho, e correlacione com as atitudes que voc adota ao ter conhecimento do produto como segurana/precauo.

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Toxicologia

Aula 5 Vias de absoro dos agentes txicos e susceptibilidade individual


Voc ir conhecer nesta aula o que vem a ser suscetibilidade individual e aprender que existem trs principais vias de absoro em que as substncias txicas podem atingir nosso organismo. Boa leitura! Quando um agente txico entra em contato com o organismo, este pode ser de forma lquida, slida ou gasosa. Nas diversas formas, essas substncias podem oferecer riscos a sade, tanto por inalao, ingesto ou atravs do contato com a pele. Na forma gasosa (nvoas e vapores) o perigo por inalao somente. Vamos conhecer melhor como so essas vias de absoro?

5.1 P  rincipais vias de absoro de agentes txicos


Ento, vamos ver quais so as vias de absoro responsveis pelas intoxicaes, que normalmente advm do manuseio e/ou uso errado das substncias qumicas durante o trabalho. Dentro da siologia, fala-se que toda substncia absorvida somente quando entra em contato com a corrente sangunea. Voc deve entender que se algo ingerido e depois excretado (sai do organismo), essa substncia pode sofrer mudanas ou no, isto , pode ser absorvida na sua totalidade ou parcialmente, e pode at permanecer no sistema gastrointestinal por horas ou dias (MUNHOZ, 2012). Na toxicologia ocupacional existem trs vias de exposio de grande importnFigura 5.1: Locais de ao txica no organismo. cia, que so a porta de entrada das Fonte: IFPR (2013) substncias qumicas para chegar at a corrente sangunea: a pele (contato), os pulmes (inalao) e o sistema gastrointestinal (ingesto) (RIVALDO, 2011).

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Assista ao vdeo que mostra mais detalhadamente as situaes que podem ocorrem com o contato de uma substncia qumica na pele, e veja como melhor proteger a sua pele. Acesse o link: https://www.youtube.com/ watch?v=H5wkitGxBKY

s vezes ouvimos dizer que h uma relao entre a ao da substncia qumica com as vias de exposio e as reas toxicolgicas. Veja bem, se a via for pulmonar e drmica, isso nos leva ao estudo atravs das reas de Toxicologia Ocupacional e Ambiental; j quando atravs da via gastrointestinal a Toxicologia de Alimentos e/ou Medicamentos que esto coligadas. Veja que as reas da toxicologia so extensas, como j vimos na aula 2, mas as vias principais de absoro ou exposio aos qumicos so somente trs. Vamos conhec-las melhor?

5.1.1 Absoro pela pele


Vamos ver inicialmente que a pele se constitui numa importante camada protetora do nosso organismo; mas, muitas vezes, ela no protege contra alguns riscos presentes no ambiente de trabalho, por exemplo. Muitas substncias qumicas podem ser absorvidas diretamente pelo organismo atravs de uma pele saudvel (por contato). Lembre que uma vez que a substncia for absorvida pela pele, ela vai parar na circulao sangunea e ser transportada para um ou vrios rgos, onde produz ento os efeitos txicos (Figura 5.2).
Figura 5.2: Permeabilidade cutnea Fonte: IFPR (2013)

pH: Med. Indica o grau de acidez ou de alcalinidade de uma soluo. Diz-se que uma soluo cida quando seu pH menor que 7; alcalina quando o pH for maior que 7 e at 14. Quando o pH = 7, a soluo neutra (no nem cida, nem alcalina). Fonte: http://www. dicio.com.br/ph

As substncias de maior reao com a via drmica so os solventes orgnicos, que agem por contaminao acidental diretamente em contato com a pele ou quando aderidos s roupas, por exemplo. Qualquer respingo, nvoa de pulverizao ou tambm pelo uso de roupas contaminadas, a absoro ocorre exatamente no momento do contato com o produto. Saiba que essa absoro vai depender do tempo de exposio, da formulao do produto, do pH da pele (derme e epiderme), da umidade ambiental, da luz solar, entre outros fatores.

Voc sabia que a classicao da pele de quatro tipos: normal, seca, oleosa e mista, e que foi desenvolvida por Helena Rubinstein, a inventora da indstria cosmtica, no incio do sculo XX? Pois sim, leia mais sobre o assunto no link da Revista Veja: http://veja.abril.com. br/050706/p_096.html Imagine, ns temos 16 tipos de pele!

preciso estar atento, que exatamente no momento em que uma substncia txica entra em contato com a pele, esta pode ser barrada pelo suor, e reagir com a pele produzindo uma irritao primria ou sensibilizao. Mas veja tambm que pode penetrar atravs da pele e ingressar na corrente sangunea. Sempre que o corpo transpira, aumenta a absoro pela pele. Neste caso, tome muito cuidado com os dias quentes.

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Observe que existem vrios tipos de substncias qumicas que podem danicar a pele. Vejamos alguns exemplos: nquel que encontramos em bijuterias e jias; os perfumes, os corantes, borracha, cosmticos, detergentes; no trabalho podemos ter diesel, lubricantes, diluentes, desengraxante, etc. Algumas substncias podem deixar a pele enrijecida (grossa), produzir bolhas ou escamas, dependendo da concentrao e do tempo de exposio, isto chamamos de dermatites.

5.1.2 Absoro pelos pulmes inalao


A absoro via pulmonar realizada pela inalao de substncias qumicas atravs do ar, que pode ou no estar contaminado com outras substncias. J foi constatado por pesquisadores que mais ou menos 90% de toda intoxicao em indstrias pela via pulmonar. Vrias substncias qumicas se encontram no ar na forma de p, aerodispersoides, fumaa, nvoa, vapores, e facilmente se misturam no ar que respiramos. Lembre-se que um trabalhador sob as condies de exerccio moderado, respira cerca de 10 metros cbicos de ar durante as 8 horas de jornada de trabalho por dia, entendemos com isso que, h uma ameaa do produto qumico presente no ar que respirado. Sorte para ns seres humanos que nem tudo o que inalamos, absorvido pelo sangue. Uma parte do material inalado captada pelo sistema de ltrao do nariz (pelos) e pelo trato respiratrio superior (mucosa, clios vibrteis) que impedem que grandes partculas penetrem no organismo e atinjam os pulmes. Quando as partculas so pequenas, estas so inaladas, e podem ser depositadas em vrios tecidos ou rgos, algumas captadas pelas clulas e enviadas para a corrente sangunea, produzindo efeitos adversos sade. Alguns gases passam diretamente pelos pulmes e vo at o sangue, semelhante ao oxignio quando temos o ar inspirado. importante entender que o organismo dispe de vrios mecanismos que podem emitir sinais de alarme quando ocorrem riscos que so: odor, tosse, irritao no nariz. So sinais que algo no est de acordo no organismo, e algumas substncias no tm cheiro e podem causar riscos.

Dermatite (s.f.): Inamao da pele acompanhada de prurido ou dor. A parte doente apresenta vermelhido, inchao, bolhas, exsudao, formao de crostas ou escamas. A dermatite pode ser provocada por atrito, calor, frio, ou pela ao dos raios solares. Entretanto, entre as causas mais frequentes de dermatite esto os agentes qumicos. Estes agentes qumicos podem ser venenos fortes que afetam a pele de qualquer pessoa ou substncias qumicas que irritam a pele de pessoas especialmente sensveis a estas substncias. Tais substncias qumicas podem ser encontradas em certas plantas, alimentos, tecidos, corantes, cosmticos e medicamentos. Fonte: http://www.dicio.com.br/ dermatite

5.1.3 A  bsoro pelo sistema gastrointestinal ingesto


Para que ocorra esse tipo de absoro no organismo, algo tem que ser colocado na boca e engolido, neste caso simplesmente, no signica que a substncia j tenha sido absorvida.

Aula 5 Vias de absoro dos agentes txicos e susceptibilidade individual

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bvio que quanto menos solvel o material for, menor ser a possibilidade de absoro. Na indstria, ocorrem muitos casos de envenenamento ocupacional por via oral, muitas vezes por falta de higiene das mos antes da alimentao. Um exemplo que ocorreu no Brasil, em Franca (SP), onde teve como via de penetrao de um agente txico (chumbo) o trato gastrintestinal. Foi constatado que havia vrias vtimas, algumas fatais, isso porque os trabalhadores colocavam pregos utilizados na fabricao de sapatos nos lbios, estando desta maneira ingerindo quantidades muito elevadas de chumbo que se encontravam presente nos pregos (RIVALDO, 2011). So poucas as substncias que sofrem a absoro na mucosa da boca, at porque o tempo de contato muito pequeno. Mas assim, que a substncia passa a ser absorvida no trato gastrointestinal em maior quantidade. Cuide com o que voc coloca na sua boca! Acima foi citado o exemplo do chumbo, importante que voc saiba que o chumbo uma substncia txica, que pode ser retida ou acumulada no corpo por tempo indenido. Ele excretado muito devagar, podendo levar meses ou at anos para sair totalmente do corpo. O chumbo se acumula principalmente nos ossos e em outros rgos ou tecidos. A excreo das substncias txicas do organismo acontece semelhante absoro, pelos mesmos canais, isto , pela pele (suor), pulmes (exalao) e intestino (fezes), sendo claro, pela urina (rins) a maior quantidade excretada. Agora vamos ver o que estas vias de absoro tm a ver com a susceptibilidade de cada indivduo

5.2 Suscetibilidade individual


Esta palavra suscetibilidade usada na toxicologia para expressar as condies de exposio s substncias txicas, que pode ocorrer de maneira individual, por isso chama-se suscetibilidade individual. Quer dizer que, cada organismo pode reagir de maneira diferente, frente a uma substncia, variando de acordo com as condies siolgicas de cada um. Algumas pessoas podem no mostrar que esto intoxicadas, outros indicam sinais leves de envenenamento, e outros podem ter sintomas severos ou at mesmo letais. Interessante isso, no mesmo?

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Toxicologia

O que acondiciona uma pessoa a ter essas variaes, ainda pouco conhecido. A toxicologia pode avaliar se um trabalhador possui uma velocidade de trabalho distinta do outro, isso, pode resultar em uma variao na respirao. Outro fator tambm considerado na suscetibilidade individual a nutrio, fator esse ainda muito estudado. No existem muitas evidncias que a adio do leite, de vitaminas ou determinados alimentos, forneam algo protetor para casos de envenenamento. Mas se o trabalhador tiver uma dieta deciente nutricionalmente falando, o envenenamento mais grave. No podemos esquecer que nenhuma pessoa igual a outra, portanto, as respostas txicas podem variar de um indivduo ao outro. Pode acontecer de duas pessoas trabalharem por 20 anos no mesmo local, expostos as mesmas substncias, e uma somente desenvolve uma doena diagnosticada pela exposio ao txico do ambiente de trabalho. Essa diferena que ocorre de organismo para organismo, explica-se devido ao metabolismo ser diferente em cada pessoa, alm de seu estado siolgico ou mesmo pela gentica. Ento, entendeu o que vem a ser suscetibilidade individual? Conclumos nesta aula que existem trs vias, que so as mais importantes na absoro de substncias txicas no organismo e que, cada indivduo reage de uma forma diferente do outro, isso devido ao metabolismo ser diferente em cada pessoa.

Leia mais sobre esse assunto no texto de CATAI et al. A segurana a favor da sade dos trabalhadores envolvidos com agentes qumicos dentro das indstrias, no link: http://www. higieneocupacional.com.br/ download/agentes-catai.pdf

Resumo
Nesta aula voc conheceu fatores importantssimos relacionados ao que os trabalhadores enfrentam no dia a dia. Pois estamos expostos a toda substncia qumica existente e sua absoro pode ser por trs vias principais: a pele, os pulmes e o trato gastrointestinal. Vimos tambm que essa absoro depende da nossa suscetibilidade individual.

Atividades de aprendizagem
Com base no que vimos nesta aula, voc poderia realizar com seus colegas uma lista de principais agentes qumicos que entram em contato com a via respiratria, que de fundamental importncia na toxicologia ocupacional. Com isso voc poder estar aumentando seu conhecimento. Bom trabalho!

Aula 5 Vias de absoro dos agentes txicos e susceptibilidade individual

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Aula 6  Relaes dose-efeito e dose-resposta


Nesta aula, veremos o estudo de alguns instrumentos toxicolgicos importantes que fundamentam a avaliao do risco sade, causadas pelas substncias qumicas. Existem relaes especcas que atuam como medidas de preveno dos efeitos txicos relativos exposio qumica, o tipo e grau de resposta para uma populao, por exemplo, de trabalhadores rurais. Aps conhecer essas relaes, poderemos ento utilizar seguramente uma substncia qumica, dentro de uma dose tolervel ao organismo. Boa leitura!

6.1 Conceitos de dose, efeito e resposta


Para que voc melhor compreenda o tema desta aula, importante que saiba o que signica cada uma dessas palavras. Ento vamos ver o que signica a palavra dose? Dose se emprega para a quantidade ou concentrao de uma substncia a ser administrada que atinge um ponto sensvel do organismo, em um dado tempo. A dose contida nos rgos e tecidos, por exemplo, baseada na quantidade de substncia ingerida ou administrada. O termo efeito utilizado para denominar uma alterao biolgica ocasionada em uma pessoa ou uma populao, em relao exposio ou dose de uma substncia. Resposta na toxicologia a incidncia de certo efeito sobre uma pessoa ou populao, em relao a uma determinada dose administrada. Podemos entender tambm que, resposta proporo de uma populao que ter um efeito toxicolgico. Ento, os efeitos podem ser medidos atravs de uma escala de valores, onde se coloca a intensidade ou gravidade (efeito) versus a dose administrada. A isto, chamamos de dose-efeito. Veja que esses dados podem ser colocados em um grco, onde uma curva dose-efeito demonstrar a relao da dose e dos sinais e sintomas da intoxicao de um trabalhador ou de uma populao.

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Quando falamos de dose-resposta estamos colocando a proporo de uma populao que cou exposta por certo tempo, a determinadas doses de uma substncia. A resposta pode ser varivel devido ao metabolismo de cada indivduo. Para cada efeito, h uma curva dose-resposta diferente. Veja o esquema no Grco 6.1, um exemplo prtico.

Aproveite e veja o lme Erin Brockovich: uma mulher de talento. Mostra um caso de contaminao txica ambiental provocada por uma empresa, que acaba por atingir a sade dos trabalhadores e de moradores da redondeza. Vale muito a pena assistir, reserve uma bacia de pipoca e juntamente amplie seus conhecimentos!.

Grco 6.1: Relao dose-resposta para uma substncia qumica. Fonte: Kamrin (1989).

Observe que o conhecimento da relao dose-resposta visto no grco 6.1, estabelece a menor dose, como no tendo nenhum efeito, posteriormente, quanto maior a dose, os efeitos aumentam, e passam para efeito leve, moderado, grave e efeito letal (morte). Isto quando dentro de uma populao de trabalhadores pode haver uma variao nestas respostas, alguns com maior susceptibilidade, outros com mais resistncia a tal substncia qumica.

6.2 Limite de tolerncia e razo de perigo


Nos ensaios que determinam as curvas dose-efeito e dose-resposta, podem ser identicados os valores do limite de tolerncia e a razo de perigo. Quando falamos em tolerncia a uma determinada substncia, entendemos que cada vez mais se requer certa dose para responder a um efeito. So valores que representam as condies sob as quais os trabalhadores podem car expostos, dia aps dia, sem efeitos adversos. O valor do limite de tolerncia (VLT) se refere praticamente concentrao mdia ponderada no tempo para um dia normal de trabalho, entendendo que alguns nveis jamais podero ser excedidos em nenhum momento, seno poder ocasionar efeitos graves de sade no trabalhador.

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A razo de perigo, normalmente identicada no material ou substncia utilizada, dada como levemente, moderadamente, severamente txico ou quando no txica indicada pela letra U. Lembre aqui do que falamos na aula 3 sobre a classicao toxicolgica. Existe uma razo de perigo nas substncias qumicas, e est relacionada a todas as informaes disponveis nos rtulos dos produtos e so resultados de estudos realizados nas curvas dose-efeito e dose-resposta, efetuados atravs dos bioensaios. Silva (2012) comenta que o Limite de Tolerncia, tambm denominado de Limites de Exposio Ocupacional, para ns legais, est na NR-15 da Portaria 3214/78 e Anexos, que determina os trabalhos insalubres baseando-se apenas nos aspectos qualitativos da exposio aos agentes qumicos. Esses limites tm por objetivo garantir a proteo da sade, reetindo, unicamente, o estado em que se encontram os conhecimentos em um dado momento. Quando se determina a possibilidade de uma substncia provocar cncer, por exemplo, (substncia cancergena), no h mais sentido em falar-se em "Limites de Tolerncia", uma vez que qualquer exposio dever ser evitada, como o caso do Benzeno, que tem seu Limite de Tolerncia denido internacionalmente. No Brasil, at o ano de 1978, no havia tabelas de limites de tolerncia para substncias qumicas. Segundo DIAGNSTICOS DO BRASIL (2012), a Norma Regulamentadora n. 7 Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional (NR-7/PCMSO) e a Portaria n. 24, da Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho, de 29 de dezembro de 1994, estabelecem os parmetros biolgicos para controle da exposio a agentes qumicos. Nesta aula pudemos concluir que existe uma relao entre dose-efeito e dose-resposta das substncias com o organismo. Esta relao pode ser visualizada atravs de curvas correspondentes, as quais representam um indivduo ou uma populao que cou exposta por um determinado tempo a um agente. O valor de limite de tolerncia e a razo de perigo esto intimamente ligados a esta relao dose-efeito-resposta.

Bioensaios: so procedimentos para avaliar a resposta biolgica de determinada substncia qumica ou de poluentes sobre organismos vivos e em condies padronizadas. Fonte: http:// www.cimm.com.br/portal/verbetes/exibir/31-bioensaio

Aula 6 Relaes dose-efeito e dose-resposta

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Resumo
Voc aprendeu nesta aula a importncia da relao que existe entre a dose-efeito e a dose-resposta. Esta compreenso leva a entender que uma determinada populao gera respostas a partir de doses administradas calculado atravs de um tempo determinado de exposio. Tambm vericou que todo organismo responde a um valor de limite de tolerncia e que todos os produtos qumicos devem apresentar sua razo de perigo, o que garante o uso adequado de uma determinada dose exposta a um indivduo ou populao.

Atividades de aprendizagem
Reita sobre a frase: Concentraes de materiais txicos ou perigosos, em qualquer ambiente de trabalho, raramente permanecem constante durante um dia de trabalho. Quais suas manifestaes a respeito de limite de tolerncia?

Anotaes

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Aula 7  Mecanismos dos efeitos toxicolgicos


Esta aula tem como objetivo apresentar a voc os vrios efeitos caracterizados por diferentes tipos de reao toxicolgica. O tema desta aula est ligado aos efeitos causados pelas substncias no organismo. Estes efeitos so conhecidos por efeitos adversos ou anormais, que alteram biologicamente o organismo. Vamos conhec-los?

7.1 Caractersticas dos efeitos txicos


Os efeitos txicos so justamente os efeitos adversos causados pelas substncias qumicas. Observe que os efeitos txicos so classicados de acordo com as reaes ocasionadas no organismo. Vamos juntos vericar o Quadro 7.1 que apresenta os principais efeitos ocasionados pelas substncias txicas e seus exemplos.
Quadro 7.1: Abordagens dos efeitos txicos sobre o organismo.

Efeito
Local Sistmico Imediato ou agudo

Causa
Os efeitos se manifestam no local do primeiro contato entre a substncia e o organismo. O efeito se manifesta distncia do local onde se deu o contato inicial entre o agente txico e o organismo. Efeitos que aparecem imediatamente aps uma exposio aguda, nica ou no mximo aps 24 horas.

Exemplo
Contato do cimento e a pele = dermatose ocupacional. Benzeno X danos celulares na medula ssea. Dermatite alrgica de contato devido aos cosmticos pela fabricao ou manipulao. Metais pesados como o mercrio e chumbo produzem seus efeitos crnicos perigosos atravs do que conhecido como ao cumulativa. Efeitos cancergenos que cam latentes por 20-30 anos aps exposies ao agente txico. Leses hepticas so geralmente reversveis. Leses no sistema nervoso central so irreversveis. Amnia, cloro, soda custica, cido sulfrico. Monxido de carbono que um asxiante qumico, assim como o cianeto de hidrognio que impedem o transporte de oxignio no organismo. Alcois, ter, clorofrmio, etc.

Crnico

Efeitos resultantes de uma exposio a pequenas doses, durante vrios meses ou anos.

Retardado

Efeitos que ocorrem aps um perodo de latncia, mesmo quando j no existe mais a exposio. Efeitos que podem ser reversveis aps uma exposio do agente txico durante um determinado tempo. Efeitos que tm a capacidade de lesionar um tecido sem condies de se recuperar. Efeitos produzidos por substncias que produzem inamao dos tecidos com que entram em contato, tais como a pele, conjuntiva ocular, tecidos de revestimento das vias respiratrias, etc. Efeitos que exercem sua ao no organismo, interferindo com o oxignio disponvel. Efeitos que interagem com o organismo, atuando em nvel do sistema nervoso central.

Reversvel Irreversvel

Irritante

Asxiante

Anestsicos

Fonte: Silva (2012); Leite e Amorim (2012); Munhoz (2012).

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Voc saiba que alguns efeitos podem ser resultantes da interao de uma ou mais substncias qumicas? Vamos aprender mais sobre isso? Mas antes, na Figura 7.1, veja quantos problemas podem ocorrer com substncias qumicas que so colocadas em contato com nosso organismo em uma ida ao salo de beleza.

Leia o artigo que fala mais detalhadamente sobre a Figura 7.1, publicado no Jornal Folha de So Paulo, com o tema: Alisador de cabelos brasileiro est sob suspeita de causar efeito txico. Disponvel no link: http://www1.folha.uol.com. br/equilibrioesaude/814390alisador-de-cabelos-brasileiroesta-sob-suspeita-de-causarefeito-toxico.shtml

Figura 7.1: Efeitos txicos de produtos qumicos utilizados no trabalho em um salo de beleza. Fonte: IFPR (2013) adaptado ANVISA.

7.2 E  feitos resultantes da interao de agentes qumicos


Veja que quando uma substncia altera o efeito da outra, utilizamos a denominao de interao. Esse fator pode ocorrer em qualquer das fases de exposio da substncia no nosso organismo e o resultado so alguns efeitos especcos. Leite e Amorim (2012) dividiram em:

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1. Adio ocorre quando o efeito nal de duas ou mais substncias, igual a soma dos efeitos produzidos individualmente. 2. Sinergismo ocorre quando o efeito de duas ou mais substncias qumicas combinadas, maior do que a soma dos efeitos individuais. 3. Potenciao ocorre quando uma substncia txica tem seu efeito aumentado por outra no txica. 4. Antagonismo ocorre quando duas substncias qumicas interferem uma com a ao da outra, diminuindo o efeito nal. Conclumos que as substncias qumicas podem causar diferentes efeitos no organismo, isto, dependendo de certas condies de exposio. Este fato importante principalmente durante a exposio do trabalhador a diferentes produtos no mesmo local, podendo a interao de duas ou mais substncia causar efeitos graves ou letais.
Assista ao vdeo Toxicologia Ocupacional e veja o conceito de toxicologia e suas aplicaes. Aproveite para tirar suas dvidas quanto absoro de substncias qumicas que causam intoxicaes no organismo. Acesse o link: https://www.youtube.com/ watch?v=zyUzivGnkeY

Resumo
Nesta aula, pudemos vericar a diversidade de efeitos que podem ocorrer no organismo devido exposio de substncias por um determinado tempo. Voc aprendeu que efeitos podem ocorrer imediatamente ou aps longos perodos mesmo cessando a exposio ao produto. Tambm compreendeu que a soma de alguns produtos pode piorar ou danicar mais rapidamente um rgo em uma pessoa.

Atividades de aprendizagem
Realize uma lista de substncias que voc encontra no seu trabalho que podem provocar alguns dos efeitos relacionados nesta aula. Analise depois o grau de envolvimento de todos os trabalhadores do setor com essas substncias qumicas, e busque uma forma de prevenir qualquer interao que possa ocorrer entre duas ou mais substncias.

Aula 7 Mecanismos dos efeitos toxicolgicos

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Aula 8  Avaliaes toxicolgicas


Voc deve estar se perguntando: Anal, como so avaliados esses efeitos toxicolgicos? Nesta aula vamos ver que existem ensaios toxicolgicos que foram elaborados para proteger os consumidores acidentais de substncias qumicas atravs de testes padres, cujos resultados cam expostos nos rtulos, etiquetas ou bulas. Cada substncia qumica apresenta suas aes txicas, dependendo da sua dose e do tempo de exposio. Ao entender isso, paramos para pensar justamente como so avaliadas essas toxicidades, visto que, sabemos existir certo parmetro de segurana sade humana para o uso das substncias qumicas, com exceo claro, de algumas substncias que por natureza so carcinognicas e/ou mutagnicas. Vamos conhecer quais so esses testes!

8.1 Ensaios ou testes toxicolgicos


Ensaios ou testes toxicolgicos so sinnimos de ferramentas utilizadas para detectar a toxicidade de uma determinada substncia. Vale lembrar aqui, que quando no se encontra um limite mximo permitido para uso, a pessoa deve evitar car exposto substncia qumica. E como se faz com as substncias novas que no tm esses testes realizados? Ou quando no rtulo no traz essas informaes? Neste caso, temos sim algumas substncias recm-descobertas ou novas, que no possuem as avaliaes toxicolgicas realizadas nem em animais experimentais e nem em ensaios in vitro (ensaios realizados em condies laboratoriais, em cultivo de clulas, por exemplo, ver Figura 8.1).

Figura 8.1: Avaliao toxicolgica realizada in vitro. Fonte: Jim Watson/Wikimedia Commons

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Essas substncias podem causar srios danos ao ser humano, pois podem ser potencialmente perigosas. Somente utilize produtos que possuem no seu rtulo o grau de conabilidade. atravs destas informaes que podemos ter uma ideia dos riscos para a nossa sade e a do trabalhador que por vezes ca exposto a um ou mais produtos qumicos. Vamos conhecer o que vem a ser Ensaio ou Teste Toxicolgico? Um ensaio compreende uma anlise completa de todos os dados possveis para que uma substncia qumica possa vir a causar alguma toxicidade no organismo. Tem como objetivo, segundo Leite e Amorim (2012), classicar atravs de categorias ou indicaes de toxicidade, assim como fornecer informaes sobre seu uso correto e oferecer medidas de preveno e tratamento.

8.2 P  rincipais formas de avaliao toxicolgica


Domissanitrios: entende-se por saneante domissanitrio as substncias destinadas higienizao, desinfeco domiciliar, em ambientes coletivos ou pblicos, em lugares de uso comum e no tratamento de gua. Fonte: http://www. dicionarioinformal.com.br/ domissanit%C3%A1rio

Todas as substncias antes de serem colocadas no mercado para uso devem ser testadas em todos seus nveis de toxicidade e segurana, principalmente as novas substncias como j falamos. Esses testes so priorizados para aquelas substncias que esto em contato direto com o organismo, como os medicamentos, os domissanitrios, praguicidas, aditivos alimentares, produtos industriais, etc. No Brasil, existe a Resoluo Normativa n 1/78 (D. O. 17/10/78) do Conselho Nacional de Sade que exige 5 tipos de ensaios de toxicidade. So elas: aguda, subaguda, crnica, embriotoxicidade, teratogenicidade, e tambm alguns estudos especiais que so a carcinogenicidade, os testes comportamentais e outros. Estes estudos so realizados em animais experimentais em condies ticas, segundo as indicaes dos Comits de tica de Animais Experimentais. Observe que no Quadro 8.1 apresentamos alguns dos testes mais comuns realizados para um ensaio toxicolgico. Lembre que em uma das aulas passadas falamos das intoxicaes e dos efeitos toxicolgicos, veja agora que tem muita relao com os testes aqui apresentados. Venha conhecer!

Aproveite e leia a Resoluo Normativa n. 1/78, que est na sua ntegra no link: http:// www.anvisa.gov.br/anvisalegis/ resol/01_78.htm

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Quadro 8.1: Tipos de testes ou ensaios toxicolgicos.

Tipos de teste/ensaio
Dose Letal 50% aguda oral

Descrio
Dose que causar uma resposta de 50% em uma populao em que se estuda o efeito letal de uma substncia qumica. Este ensaio determinado pela relao dose-resposta. Aguda a administrao ou exposio de uma substncia qumica em uma nica dose no tempo de 24 horas. semelhante ao teste subcrnico, somente o perodo maior, de 2 anos, utilizando 3 nveis de doses da via de administrao usada pela substncia qumica. Estuda o potencial de uma substncia qumica em causar cncer. So realizados em pelo menos duas espcies animais com durao mxima de 130 semanas para ratos, e 120 para camundongos, com no mnimo 2 doses da substncia. O resultado deste teste agregado a outros ensaios para obter a avaliao nal do risco de carcinogenicidade para o homem. Avalia os efeitos mutagnicos das substancias qumicas, so realizados em microrganismos in vitro, e em organismos superiores. Estes ensaios avaliam o dano provocado na molcula de DNA pela substncia qumica. So ensaios realizados atravs de um protocolo em 3 fases: avaliao do potencial txico da substncia sobre a fertilidade e o desempenho reprodutivo, outra atravs de doses dirias da substncia qumica na dieta de fmeas grvidas e a terceira sobre o desenvolvimento peri e ps natal, com administrao da substncia qumica no ltimo tero da gestao at o desmame, onde se avalia o desenvolvimento somtico, neuromotor, sensorial e de comportamento dos lhotes. So ensaios realizados para buscar algumas alteraes neuro-comportamentais, devido s preocupaes que algumas substncias causam nas populaes por contaminaes ambientais, Veja o exemplo: Chumbo acrescentado na gasolina foi proibido no pela incidncia de encefalopatias (dores de cabea), mas pelos resultados com estudos de comportamento nas pessoas. So estudos que necessitam de aprovao pelo Conselho Nacional da Sade, atravs dos Comits de tica em Pesquisa envolvendo Seres Humanos e outros documentos nacionais e internacionais. Estes ensaios so relacionados a uma simulao de exposio ocupacional a substncias qumicas.

Toxicidade Aguda Toxicidade Crnica

In vitro ("em vidro") uma expresso latina que designa todos os processos biolgicos que tm lugar fora dos sistemas vivos, no ambiente controlado e fechado de um laboratrio, e que so feitos normalmente em recipientes de vidro. Fonte: http://dicionario. babylon.com/in_vitro
DNA - cido desoxirribonucleico (ADN, em portugus: cido desoxirribonucleico; ou DNA, em ingls: deoxyribonucleic acid) um composto orgnico cujas molculas contm as instrues genticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e alguns vrus. Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/dna

Teste de Carcinogenicidade

Teste de Mutagenicidade

Teste de Teratogenicidade

Testes Comportamentais

Testes clnicos

Fonte: Silva (2012); Leite e Amorim (2012); Munhoz (2012); Valadares (2006).

Conclumos nesta aula que a nalidade dos ensaios toxicolgicos fornecer dados que possam dar segurana e eccia no uso das substncias qumicas, estabelecendo os limites, dando os prognsticos dos efeitos txicos e possveis tratamentos em casos de intoxicaes.

Resumo
Nesta aula, abordamos os principais ensaios ou testes toxicolgicos realizados experimentalmente em animais de laboratrio, na sua maioria, todas com o objetivo de dar segurana no uso das substncias qumicas. Vimos tambm que estas avaliaes toxicolgicas so necessrias para caracterizar todas as substncias que entram em contato com o organismo, ou seja, substncias que tem indicao ou suspeita de perigo para a sade humana e at mesmo que possam vir a contaminar o meio ambiente.

Aula 8 Avaliaes toxicolgicas

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Atividades de aprendizagem
Faa uma pesquisa e destaque 5 substncias que so carcinognicas (causam cncer) com uso contnuo no trabalho. Reita sobre os cuidados que se deve ter no uso seguro destas substncias.

Anotaes

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Aula 9  Princpio da precauo


Vamos viajar nesta aula atravs das responsabilidades prossionais e reetir sobre as perspectivas de superao das tradicionais prticas em sade do trabalhador, alm de tomar todos os cuidados em relao toxicologia por analogia. O tema desta aula de extrema importncia, pois nos leva ao princpio de preveno ou precauo aos acidentes toxicolgicos, sua aplicao e necessidades de interveno. Boa leitura!

9.1 Toxicologia por analogia


A questo que muitas vezes achamos que uma substncia qumica pode agir como outra substncia, devido as suas caractersticas qumicas serem parecidas. Veja que isso tudo muito delicado e perigoso na toxicologia, pois sabemos que existem milhares de substncias qumicas utilizadas no mercado para o consumo, na indstria, no meio ambiente, enm, em todos os lugares. Entendemos que as substncias qumicas quando entram em contato com nosso organismo podem provocar determinados efeitos, ou at serem letais, ento, ser que poderamos generalizar os sinais e sintomas de uma intoxicao, por exemplo, que ocorrem com benzeno e com tolueno que so muito utilizadas na indstria? As avaliaes toxicolgicas para essas duas substncias seriam iguais? Veja que, muitas vezes, por falta de informao dos compostos qumicos utilizados na indstria principalmente, ocorre uma tendncia em assumir que os compostos com caractersticas qumicas semelhantes tm as mesmas propriedades txicas. Vale aqui lembrar a vocs que, muitas substncias que entram em contato com nosso organismo, sofrem vrias mudanas antes mesmo de serem excretadas do corpo, a isso denominado de processo de desintoxicao. S que, alm disso, estes compostos podem tambm se combinarem com outros e sofrerem alteraes bioqumicas. A analogia justamente quando igualamos duas substncias, por exemplo, como falamos acima, sobre o benzeno e o tolueno, mas cuidem, elas so duas substncias qumicas, com caractersticas semelhantes. No entanto, possuem
Analogia a semelhana entre coisas diferentes. Fonte: http://www.dicionarioinformal. com.br/analogia

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aes diferentes quando em contato com o corpo ou inaladas, e ainda tm grau de toxicidade diferente. Viu que no podemos achar que benzeno e tolueno so parecidos, e nem uma ou outra substncia qumica.

9.2 P  rincpio da precauo e os riscos qumicos


Acesse o site da Anvisa e conhea as medidas de precauo padro para gotculas do Ministrio da Sade utilizada para prossionais que entram em contato com pacientes contaminados. Fonte: http://www.anvisa. gov.br/servicosaude/controle/ precaucoes_goticulas.pdf

Todo nosso organismo, inclusive o meio ambiente esto sujeitos a riscos que determinadas substncias qumicas podem causar. Com o aumento da tecnologia e o avano da cincia, o aparecimento dos riscos gerado constantemente, principalmente quando relacionados aos compostos qumicos. J vimos que a exposio humana s substncias qumicas ca sujeita diariamente aos efeitos txicos ou doenas especcas. Em 1997, Porto e Freitas comentaram que vinham sendo colocados no mercado, a cada ano, entre mil e duas mil novas substncias, e que este quadro tenderia a crescer devido as inovaes tecnolgicas na rea qumica. Novos mtodos foram elaborados de avaliao de risco para prevenir, planejar e alertar quanto aos provveis riscos existentes. por esse caminho que compreendemos a importncia da toxicologia atualmente e do princpio da precauo. O conceito de princpio da precauo foi desenvolvido na Alemanha, e de acordo com Wayne (1992) como uma forma de justicar a interveno regulamentadora para restringir descargas de poluio marinha na ausncia de provas concretas quanto a danos ambientais (AUGUSTO e FREITAS, 1998). Vamos entender primeiramente o conceito de risco dito por Augusto e Freitas (1998), onde supe que as chances de diferentes resultados aos eventuais efeitos das substncias txicas podem ser denidas e quanticadas por meio de anlises e probabilidades. O princpio da precauo gera exatamente a necessidade de parar a produo e o manuseio da substncia at que se tenha a segurana de uso do produto. Eis o problema, muitas substncias qumicas ainda no possuem as propriedades toxicolgicas conhecidas. Existe na formulao de um produto, vrios compostos e impurezas, isso pode alterar quantitativa e qualitativamente a especicao do produto, tornando-o ameaador para a sade.

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Quando j se conhece o risco pela exposio e a toxicidade do produto no se necessita quanticar, somente tomar conscincia do controle imediato de preveno. Vejamos como isso acontece para os trabalhadores. Precauo substantivo do verbo precaver-se (do latim prae = antes, e cavere = tomar cuidado), e sugere cuidados antecipados, cautela para que uma atitude ou ao no venha a concretizar-se ou a resultar em efeitos indesejveis. Preveno substantivo do verbo prevenir, e signica ato ou efeito de antecipar-se, chegar antes; induz uma conotao de generalidade, simples antecipao no tempo. A diferena etimolgica e semntica (estabelecida pelo uso) sugere que a preveno mais ampla do que precauo e que, por seu turno, precauo atitude ou medida antecipatria voltada preferencialmente para casos concretos (MILAR, 2005, p. 165). Vamos agora entender o que vem a ser preveno da intoxicao ocupacional.

Veja a notcia sobre a substncia qumica denominada Bisfenol A, que est contida na confeco de mamadeiras de plstico. A Anvisa (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria) determinou que a partir de 2012 a venda de mamadeiras com Bisfenol A est proibida. Acesse o link: https://www.youtube.com/ watch?v=c2RxogtVPkg e entenda melhor sobre esse assunto. Lembre-se que existem vrios trabalhadores que esto na produo de muitos produtos derivados do plstico, e que inclusive ns temos contato direto com esse material em nosso dia a dia. Toda precauo essencial!

9.3 Preveno da intoxicao ocupacional


Observe que aps reconhecer o risco no local do trabalho, a preveno de provveis intoxicaes ocupacionais deve ser iniciada. Segundo o mdico do trabalho Airton Marinho da Silva (2012), alguns pequenos conselhos de preveno de acidente com produtos qumicos so essenciais, como: Evite recipientes abertos sobre uma bancada; Organize melhor seu espao de trabalho e limpe constantemente o local; Observe bem a rotulagem evitando trocas de produtos; Cuide de contaminao por evaporao; Armazene e feche os produtos corretamente; Utilize pipetagem mecnica, luvas impermeveis adequadas, etc.

Estes entre muitos outros conselhos e o uso de Equipamentos de Proteo Individual (EPI) podem reduzir os riscos quanto ao uso de produtos qumicos no trabalho. O controle a medida inicial de uma exposio, sendo necessrio controlar a preveno em longo prazo, catalogando cada produto qumico do local do trabalho, reconhecendo a dose txica, a relao dose-resposta e dose-efeito, e com isso, j se tem o risco aceitvel, ou seja, uma exposio admissvel no local dos trabalhadores.

Aula 9 Princpio da precauo

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Leia mais sobre o princpio de precauo e a identicao dos riscos associados aos produtos das novas tecnologias no artigo de Rubens Onofri Nodari, no link: http://www.ghente.org/etica/ principio_da_precaucao.pdf . Boa leitura!

Cada prossional deve conhecer seus riscos e realizar capacitaes rotineiras para que no se esquea dos excelentes resultados com o Princpio da Preveno. A monitorizao tambm muito importante para os trabalhadores, no sentido de sempre estar rastreando efeitos das substncias txicas para o organismo. Desenvolveremos esse tema nas prximas aulas. Conclumos nesta aula que devemos estar atentos para as medidas de controle e preveno, reconhecendo os fatores de risco no local de trabalho e a realidade com que os trabalhadores cam expostos s substncias qumicas do local, buscando sempre o limite de tolerncia legalizado e admissvel para a sade.

Resumo
Vimos nesta aula que podemos aplicar o princpio de preveno no local de trabalho, visando o controle dos riscos qumicos que podem vir a ocorrer com os trabalhadores. Abordamos alguns conselhos, como medidas de controle inicial de exposio aos produtos qumicos, e que devem ser seguidos pelos trabalhadores a m de evitar uma intoxicao. Alertamos para uma capacitao constante dos trabalhadores, fazendo com que se evitem provveis efeitos txicos para organismo.

Atividades de aprendizagem
Aproveite agora para fazer uma relao de todos os produtos qumicos existentes no seu local de trabalho e relacionar as principais medidas de controle e preveno para cada um deles, que devem ser seguidas corretamente por todos os trabalhadores. Compartilhe com seus colegas essas medidas de controle, e lembre-se que voc estar contribuindo com o princpio de preveno.

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Toxicologia

Aula 10  Monitorizao ambiental


Nesta aula, voc vai conhecer o conceito de monitorizao ambiental e uma srie de nalidades e limitaes na busca por possveis efeitos txicos relacionados a uma exposio dos trabalhadores e mediante a determinao de substncias txicas presentes na atmosfera de trabalho, comparando com resultados de referncias apropriadas. A monitorizao nada mais do que uma medida ou uma avaliao continuada das substncias que possuem um potencial txico, existente no ambiente ocupacional comparando, por exemplo, com os limites de tolerncia ou os padres exigidos legalmente.

10.1 Conceito de monitorizao ambiental


Conceituando monitorizao ambiental temos como: Medida e avaliao, qualitativa e quantitativa, de agentes qumicos no ambiente ocupacional para estimar a exposio ambiental e o risco sade, comparando os resultados com referncias apropriadas (DEUS, 2012). Com os resultados de uma monitorizao ambiental podemos evitar uma maior contaminao local, para isso, deve haver um controle rigoroso do ambiente interno de trabalho evitando graves acidentes industriais. O controle ou monitorizao ambiental considera somente as substncias txicas que entram em contato com o organismo atravs do ar que respiramos (inalao). Sabemos que existe uma concentrao alta de substncias qumicas no meio ambiente e que no deveriam ter nenhum efeito para a nossa sade, se estivessem dentro dos limites normais para exposio (KOHLER, 2001). Para serem estabelecidas as concentraes mximas das substncias qumicas expostas para o trabalhador, so necessrias informaes das quais j estudamos aqui, como os ensaios toxicolgicos, as propriedades qumicas e fsicas e as observaes clnicas prvias. Silva (2012) comenta que para realizao do monitoramento exige-se uma medio instrumental ou laboratorial da substncia qumica com a comparao
O controle ambiental de substncias txicas deve ser constante para garantir que possamos respirar com tranquilidade em qualquer ambiente. Assista ao vdeo sobre os dois grandes acidentes, Middletown (Pensilvnia) e Chernobyl (Ucrnia), as maiores tragdias nucleares registradas que trouxeram uma contaminao ambiental de vasto monitoramento. Analise esse tema e veja o grau de importncia que existe em estarmos controlando os nveis de substncias qumicas, radiaes, etc., encontrados em nosso meio ambiente. Link de acesso: http://www.youtube. com/watch?v=f-i8h5qoc_I&pla ynext=1&list=PL146BC25F858 AD34F&feature=results_main

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Acidente de Bhopal em dezembro de 1985: Acidente ocasionado pela exploso de uma fbrica na ndia, onde uma nuvem de 40 toneladas de isocianato de metila, um composto utilizado no processo de fabricao do produto Sevin, um substituto do DDT, um praguicida organoclorado. Essa nuvem do agente txico atingiu 200 mil pessoas expostas durante 90 minutos, tendo sido registrado na poca cerca de 8.000 mortos, e muitas outras pessoas com sintomas de intoxicao que foram: irritao dos olhos, nariz e garganta, edema pulmonar e ulcerao da crnea. Os sobreviventes apresentaram efeitos crnicos, aps 1 ano do acidente, nas regies dos pulmes e nos olhos. Assista ao vdeo Um jardim curativo, no link: http://www.youtube. com/watch?feature=player_ embedded&v=U1zILP5qcYs, e veja como essa populao sobreviveu a contaminao industrial, que por anos ainda deixa rastros.

cientca dos resultados atravs dos limites padres. Estes procedimentos podem ter variaes e erros que devem ser levados em conta, como: nmero de trabalhadores expostos, rotatividade, condies de ventilao, ritmo da produo, funes desenvolvidas no local, etc.

10.2 F  inalidades da monitorizao ambiental


Ao executar um monitoramento, estamos tendo a responsabilidade de vericar dentro dos parmetros legais de segurana, ou mesmo recomendados cienticamente, as concentraes das substncias qumicas que podem apresentar toxicidade aps um tempo de exposio naquele ambiente. Outra nalidade determinar as fontes de exposio e as medidas de controle das substncias qumicas, alm de detalhar os problemas gerados pela contaminao txica no local. Com a industrializao, as grandes tecnologias, o desenvolvimento urbano populacional e a poluio tm sido as causas de problemas toxicolgicos. J comentamos do desastre de Bhopal, outros esto no Quadro 10.1, todos eles causados por agentes txicos, sejam qumicos ou por radiao como Chernobyl. Infelizmente todos estes desastres afetaram centenas de pessoas que trabalhavam dentro das empresas e que moravam perto do local da tragdia. Voc j pensou em quantos contaminantes respiramos dia a dia? So muitos e nem percebemos. Esse processo vai da inalao at aos efeitos na sade, e podem gerar desde pequenos problemas respiratrios at m formao fetal ou serem letais.
Quadro 10.1: Relao de desastres industriais mundiais que causaram srios danos ambientais, ocupacionais e populacionais.

Ano
1921

Desastre ambiental
Exploso na fbrica BASF, em Oppau na Alemanha. Morreram entre 500 a 600 pessoas e cerca de 2.000 caram feridas. Desastre de Minamata no Japo. Estima-se que mais de 3.000 pessoas sofreram vrias deformidades. Acidente de Flixborough Inglaterra, na fbrica Nypro Ltda. 28 trabalhadores morreram e 36 gravemente feridos. Ocorreram ainda impactos nas vilas situadas nas proximidades da planta, afetando 1.821 residncias e 167 estabelecimentos comerciais.

Substncia qumica envolvida


4.500 toneladas de uma mistura de sulfato de amniae fertilizante de nitrato de amnia. Derramamento de componentes com mercrio durante dcadas pela Corporao Chisso, uma empresa de fertilizantes.

1956

1974

Vazamento de 30 toneladas de ciclohexano, causado pelo rompimento de uma tubulao temporria causando exploso.

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Continuao do quadro 10.1: Relao de desastres industriais mundiais que causaram srios danos ambientais, ocupacionais e populacionais.

Ano

Desastre ambiental
Acidente de Seveso na Itlia pela Empresa ICMESA: 3.000 animais morreram e depois 70.000 animais foram sacricados para evitar a entrada da dioxina na cadeia alimentar e mais 193 pessoas tiveram intoxicaes. Desastre de Bhopal na ndia pela empresa Union Carbide: morte de 8 mil pessoas e muitas intoxicadas. Acidente nuclear de Chernobyl (Pensilvnia): causou a morte de 56 pessoas, e estima-se que 4.000 outras pessoas venham a morrer de cncer relacionado contaminao.

Substncia qumica envolvida


Vazamento de dioxina na atmosfera.

1976

1984

Exploso e vazamento de isocianato de metila. Radioatividade.

1986

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Desastre_industrial

Ento, vamos cuidar bem do nosso meio ambiente, para que possamos viver, trabalhar e respirar com qualidade! Podemos concluir que nesta aula tivemos a oportunidade de conhecer e compreender sobre a importncia dos monitoramentos ambientais, os quais devem ser realizados constantemente para diminuir no mximo a probabilidade de estarmos suscetveis exposio de contaminantes no meio ambiente. Tambm foi possvel conhecer mais sobre alguns dos acidentes industriais que acometeram trabalhadores e populaes locais.
Veja o vdeo que traz uma viso dos grandes desastres industriais e os cuidados em relao segurana no trabalho para evitar tais acidentes. Link de acesso: http://www.youtube. com/watch?v=slidO8bSK3g

Resumo
Nesta aula vimos sobre o conceito de monitorizao ambiental, suas limitaes e nalidades. Importante entender que as substncias qumicas presentes no meio ambiente podem interferir na sade dependendo da dose e do tempo de exposio, alm da suscetibilidade individual. Abordamos a questo dos desastres industriais mundiais que causaram srios problemas ambientais, e muitos deles at hoje necessitam de monitorizao ambiental constante para segurana da populao da regio afetada.

Atividades de aprendizagem
Leia atentamente o Quadro 10.1, e faa uma reexo sobre os desastres industriais que aconteceram no mundo. Veja o vdeo relacionado ao tema, e elabore uma relao de 5 fatores de segurana qumica que devem ser observados diariamente no ambiente de trabalho, para evitar acidentes por inalao de substncias qumicas.

Aula 10 Monitorizao ambiental

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Aula 11  Monitorizao biolgica


Nesta aula, voc vai compreender o que vem a ser monitorizao biolgica de exposio ocupacional, suas vantagens e objetivos, alm de vericar que existem duas formas de controle, a de quantidade biodisponvel (dose interna) e a de efeito. Boa leitura! Quando se realiza uma monitorizao biolgica, considera-se que o homem a melhor indicao de como est o ambiente de trabalho, e neste controle que se avaliam os riscos da exposio s substncias qumicas.

11.1 V  antagens da monitorizao biolgica


Na aula 10 falamos sobre a monitorizao ambiental, agora vamos ver o que vem a ser monitorizao biolgica. Neste caso, uma das vantagens o fato de que ocorre uma exposio substncia qumica, como resultado de uma circulao do trabalhador no ambiente e uma absoro atravs de vrias vias, no somente por inalao como da monitorizao ambiental. Assim entende-se que esse controle biolgico est relacionado com o risco ocupacional dos trabalhadores de carem sujeitos a uma substncia qumica com base na exposio interna do organismo. Os trabalhadores so examinados individualmente com o intuito de detectar alguma alterao biolgica ou, qualquer sinal ou sintoma que possa ser, em tempo, reversvel, no causando prejuzos sade. Consiste em uma medio e avaliao peridica da substncia ou de seus metablitos, que podem ser realizadas em meios biolgicos, como a urina, o sangue, o ar exalado. Com o objetivo de buscar resultados quanto ao tempo de exposio ou risco sade, sendo comparado com referncias determinadas pela Medicina do Trabalho. No Brasil segue-se a NR-7, Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional, que dene o ndice Biolgico Mximo Permitido (IBMP). Este ndice o valor mximo dado como indicador biolgico, e onde se entende que, uma maioria de trabalhadores expostos no corre risco de adquirir doena ocupacional. O Valor de Referncia da Normalidade, que consta tambm da NR-7, delimita um valor possvel de ser encontrado em populaes no expostas ocupacionalmente.

Metablito: produzido e excretado pelo organismo. Fonte: http://www.babylon.com/denition/Metab%C3%B3litos

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Leia o artigo que fala sobre a avaliao da exposio ocupacional ao chumbo que ocorreu em 1992 por trabalhadores e a monitorizao biolgica da comunidade do entorno de uma renaria primria de chumbo em Santo Amaro, Bahia. Autores: Jos A. Menezes Filho e Vanesca Luana Silva. Acesse o link: http://www.cetem.gov.br/ santo_amaro/pdf/cap9.pdf

Quando se encontra um caso isolado de um trabalhador com qualquer sinal ou sintoma de intoxicao, a monitorizao biolgica dever se referir apenas a este indivduo, mas ser preventivo aos demais trabalhadores, isto , busca-se neste caso um histrico do indivduo e avalia-se frente ao agente txico do ambiente de trabalho, passando a ser um instrumento de controle da empresa, para que outras intoxicaes ou doenas no venham a surgir. Neste sentido, a monitorizao biolgica passa a complementar a monitorizao ambiental e a vigilncia sade.

11.2 M  onitorizao biolgica de susceptibilidade


Por que nem todos os trabalhadores adoecem? Exatamente porque no somos todos organicamente iguais, temos predisposies genticas diferentes, idade, alimentao, modo de viver, de pensar, de agir. Isso tudo acaba por inuenciar na suscetibilidade individual como j vimos, lembra? J que compreendemos que a monitorizao biolgica, ou tambm denominada na cincia como biomonitorizao humana, uma medida peridica de um biomarcador. Na prxima aula vamos saber um pouco sobre o que vem a ser esses indicadores biolgicos ou biomarcadores. Vamos l! Conclumos que a monitorizao biolgica de extrema importncia para a medio e avaliao de substncias qumicas como preveno sade de trabalhadores expostos, e que as empresas devem empregar esse controle rotineiramente e implantar medidas corretivas sempre que haja necessidade.

Resumo
Nesta aula, entendemos que o monitoramento biolgico, tanto de dose quanto de efeito, tem como objetivo a preveno frente exposio exagerada aos agentes txicos existentes em um ambiente de trabalho. Nestes casos mede-se o risco qumico que pode ocasionar sade do trabalhador comparando sempre com um padro de segurana biolgico ou biomarcador/indicador biolgico.

Atividades de aprendizagem
Voc j realizou exames laboratoriais para averiguao de substncias qumicas no organismo? Pois ento, esses exames so denominados exames toxicolgicos, exatamente para deteco de ingesto ou exposio s substncias qumicas no organismo. Convido voc a acessar o link: http://www.infoescola.com/drogas/exame-toxicologico/ e com um colega de turma, dialogarem sobre as tcnicas de exames toxicolgicos. Vamos l!
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Toxicologia

Aula 12  Indicadores biolgicos ou biomarcadores


Nas aulas anteriores, conhecemos o que vem a ser a monitorizao ambiental e biolgica, e aqui discutiremos sobre os padres de vericao denominados indicadores biolgicos ou biomarcadores. O tema desta aula est ligado aos valores de referncia que so utilizados como guias para avaliao e medio de riscos sade dos trabalhadores e populao em geral, quando expostos s substncias qumicas.

12.1 C  onceito e objetivos dos indicadores biolgicos


Indicadores biolgicos ou biomarcadores so substncias ou metablitos ou ainda produtos de interao entre um agente txico e uma molcula-alvo ou clula, medidos em um compartimento do organismo (National Research Council, 1987, apud MUTTI, 1999). Vale ressaltar que em uma condio de exposio ocupacional, esses indicadores biolgicos no indicam distino entre uma exposio que seja perigosa de outra no perigosa. Tudo depende tambm a suscetibilidade individual, sendo possvel ocorrer em alguns casos que se ultrapasse o limite seguro dado pelo ndice Biolgico Mximo Permitido (IBMP), sem que haja nenhum dano ou risco sade do trabalhador. O objetivo destes indicadores basicamente determinar se uma substncia foi absorvida, transformada em um metablito ativo, ou acumulada em rgos, tecidos ou clulas, como consequncia da exposio ocupacional ou ambiental. Esses indicadores complementam as monitorizaes, e so utilizados para vericar a adequao com os padres legais (KUNO, ROQUETTI e UMBUZEIRO, 2009).

12.2 C  aractersticas de alguns compostos qumicos e seus indicadores biolgicos


Veremos abaixo alguns dos principais compostos qumicos utilizados nas indstrias que podem afetar o trabalhador. Estes qumicos apresentam o

O Fundacentro possui um manual para interpretao de informaes sobre substncias qumicas dos autores Jos Tarcsio Buschinelli e Mina Kato, editada em 2011. Aproveite e d uma olhada no contedo deste manual e preste ateno ao tpico sobre como encontrar as informaes sobre produtos qumicos. Acesse o link: http://pt.scribd. com/doc/102172557/36/ Monitoramento-biologico

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ndice Biolgico Mximo Permitido (IBMP) para exposio segundo as orientaes da NR-7, e os indicadores biolgicos que podem ser encontrados no sangue e na urina (BRASIL, 1994; 2001). 1. Monxido de carbono: encontrado no meio ambiente, mas tambm em indstrias metalrgicas, siderrgicas, petroqumica, laboratrios de pesquisa e ensino, em cervejarias, mineradoras, em locais de operadores de motores base de combusto e soldas. Veja que so inmeros riscos para os trabalhadores, mas esse qumico possui um IBMP = a 3,5% para trabalhadores no fumantes (NR-7), e o indicador biolgico a carboxihemoglobina encontrada no sangue. 2. Chumbo: encontrado em indstrias de plsticos, tintas, borrachas, baterias, lubricantes, fsforos, inseticidas, vidros, cermica, fundies, grcas, soldadores, pintores, em universidades, etc. Apresenta um IBMP de 100g/g creatinina na urina, 60-g/100 ml de chumbo no sangue, entre outros parmetros, e seus indicadores biolgicos so: cido delta aminolevulnico na urina (ALA-U): indicador de efeito mais apropriado; Chumbo na urina e no sangue, Zincoprotoporrina (ZnPP) que correlaciona-se com o efeito txico e demora a retornar aos valores normais, aps cessada em exposio e exame ALA-U em urina coletada a partir de um ms de exposio. 3. Flor e uoretos que podem ser encontrados em prossionais que trabalham no tratamento de gua, na fabricao de vidros, ao, inseticidas, fertilizantes, cermica, lmpadas, borrachas, soldadores, pesquisadores de universidades, metalrgicas, mineradores, etc. Seu IBMP de 3-mg/g creatinina (NR-7), no incio da sua jornada de trabalho. E 10mg/g creatinina (NR-7) no nal da jornada de trabalho. O indicador biolgico o uoreto na urina. 4. Metanol encontrado em trabalhadores da indstria de calados, petroqumica, de esmaltes, de corantes, de tintas e vernizes, materiais fotogrcos, frentistas, etc. O IBMP de at 15 mg/l (NR-7) e o indicador biolgico o metanol na urina do indivduo, onde coleta-se amostra da urina no nal da jornada do trabalho.

Se voc tiver curiosidade para ver outros produtos qumicos que so de acesso aos trabalhadores, com seus respectivos IBMP e indicadores biolgicos, leia a NR-7 ou veja o artigo de Pimenta, disponvel no link: http://www.ebah.com. br/content/ABAAABDW8AK/ monitorizacao-biologicaagentes-quimicos-pauloroberto-pimenta#

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Figura 12.1: Incidncia de uma monitorizao biolgica.


Fonte: adaptada de Lauwerys e Hoet (2001) apud Prista e Uva (2006).

Aps ter sido visualizada a Figura 12.1, vamos agora entender como isso acontece na prtica. Toda essa vigilncia biolgica vista dentro do que j falamos em uma das aulas sobre toxicocintica, que o movimento de uma substncia dentro do nosso organismo (cintica). Ento se ocorrer absoro, por exemplo, via oral, de uma substncia, esta distribuda pelos compartimentos orgnicos, depois metabolizada geralmente no fgado; aps, a substncia qumica sofre biotransformao em metablitos com maior grau de hidrossolubilidade, que passam a ser excretadas mais facilmente. Desta ligao resultam efeitos adversos ou no, onde a doena pode vir a ser reversvel ou no. Quando resulta em efeitos adversos, dependendo da concentrao da substncia qumica no organismo, e se no houve resposta de reparao do organismo, acaba ocorrendo danos ou leses, que geram manifestaes clnicas no indivduo (LAUWERYS e HOET, 2001). Interessante lembrar que os meios biolgicos para esse dosamento dos indicadores biolgicos so o sangue, a urina e o ar. Deve-se tambm observar

Aula 12 Indicadores biolgicos ou biomarcadores

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algumas caractersticas desse meio biolgico, como o momento da colheita dos indicadores, o tipo de teste, as condies do trabalhador, elementos que requerem critrios rigorosos para dar valor aos resultados obtidos. Prista e Uva (2006) dizem que o recurso utilizado com os indicadores biolgicos permite um conjunto de informaes de valor e signicado para essa interao que ocorre entre o agente qumico e o trabalhador exposto. Importante entender que os resultados que derem abaixo do limite biolgico, no invalida que alguns dos trabalhadores possam apresentar alguns efeitos por acumulao da exposio substncia, e com isso agravar a sua sade. Conclumos, nesta aula, que existe uma grande importncia no conhecimento dos indicadores biolgicos ou biomarcadores para a deteco precoce de uma doena do trabalhador, atravs dos efeitos adversos que o indivduo pode apresentar aps ser exposto a uma ou mais substncias qumicas. Como j vimos, essa monitorizao permite a implantao de medidas de preveno e controle no ambiente de trabalho.
Assista ao lme Safe (A Salvo, no Brasil), um drama de Todd Haynes (1995) que trata de fatos sobre toxicologia e doenas provocadas por agentes txicos.

Resumo
Vimos nesta aula o conceito e os objetivos dos indicadores biolgicos ou biomarcadores para a deteco de provveis efeitos ocasionados aos prossionais expostos s substncias. Estudamos que esses indicadores so importantes como parmetros biolgicos e, como estimativa de risco a nossa sade.

Atividades de aprendizagem
Sugiro que voc observe atentamente o contedo desta aula devido importncia que existe na deteco de limites padres de monitorizao atravs dos indicadores biolgicos. Reita se em algum momento j trabalhou frente a alguma provvel substncia qumica ou conhece pessoas que trabalham com alguma das atividades expostas na NR-7. Discuta com seus colegas, coloque sua opinio em relao a medidas de preveno e controle.

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Toxicologia

Aula 13  Vigilncia em Sade do Trabalhador (VISAT)


At aqui discutimos amplamente os vrios aspectos da toxicologia, desde sua histria at a monitorizao ambiental e biolgica, bem como seus indicadores biolgicos. Nesta aula, voc vai realizar reexes sobre estas exposies ocupacionais substncias txicas que acabam por resultar em problemas de sade para o trabalhador e, consequentemente problema de sade pblica. Vigilncia signica precauo, preveno, cuidado, e segundo o Ministrio da Sade e a Organizao Pan-Americana da Sade (OPAS) visualizada dentro da informao para a ao,Vamos observar a viabilidade de sistemas de vigilncia em sade ocupacional, vista no desenvolvimento de aes de controle. Vamos l!

13.1 S  istema de vigilncia em sade do trabalhador


A vigilncia em sade depende da obteno de informaes a partir de uma base de dados j consolidados e de outras que devero ser criadas no local, como cadastros de trabalhadores de uma empresa, a relao das atividades executadas e dos processos produtivos, identicando a cada passo os riscos ou fatores que podem levar a um problema de sade no trabalho, alm, claro, das informaes sobre a produo dos servios, os relatrios de inspeo, as noticaes, as chas de investigao, as instituies mdicas, as seguradoras, os sindicatos, entre outros, identicados pela empresa como estratgicas de controle e segurana (BRASIL, 2001). importantssimo que a empresa tenha esse perl do trabalhador. Veja que com isso possibilita a construo de indicadores que podem servir para um diagnstico da situao do local e estabelecer estratgias de interveno em vigilncia, antes mesmo de ocorrer um problema de intoxicao ou at mesmo uma doena ocupacional provocada por substncias qumicas. Agora, voc entende que isso tudo pode ser um problema de sade pblica tambm? No podemos deixar de associar esses fatores aos limites seguros e as intervenes para que nossos conhecimentos possam ajudar a proteger a populao aos riscos qumicos (AMORIM, 2003).

Relaxe agora e assista Pato Donald e suas artimanhas em casa e no trabalho. Veja como evitar acidentes tanto qumicos quanto fsicos. Fique vigilante sempre! Acesse o link: http://www.youtube.com/ watch?v=Jc7WU9ku8Ko

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13.2 V  igilncia de base laboratorial para toxicologia ocupacional


Veremos agora que o sistema de vigilncia pode ser de base laboratorial que, segundo Neves (1999, p. 36), serve para:
[...] o reconhecimento da realidade, possibilitando identicar empresas e ramos de atividade onde ocorrem exposies elevadas a determinadas substncias, indivduos ou grupos de indivduos expostos, monitorizar tendncias na ocorrncia destas exposies, desencadear aes de controle e avaliar sua eccia e efetividade.

Atente-se para o fato de que so desenvolvidos parmetros de controle para as doenas que podem ser ou no infectocontagiosas, sendo aplicado na sade do trabalhador, em acidentes de trabalho, em doenas ocupacionais e nas condies de risco. Existe para isso um comit misto composto pela Comisso da Comunidade Europeia (CCE), pela Occupational Safety and Health Administration (USA) e pelo National Institute for Occupational Safety Health (USA). Eles relatam que a vigilncia em sade baseada especicamente em exames mdicos, siolgicos que devem ser realizados periodicamente em todos os trabalhadores expostos a substncias qumicas, para que com isso se proteja a sade e detecte precocemente a doena. Agora, volte l na Figura 12.1 e veja onde se encontra a vigilncia em sade. Observe que exatamente onde se tem as leses e as manifestaes pr-clnicas. Ento, agora voc compreende que a vigilncia um procedimento mdico, onde se obtm resultados biolgicos atravs de exames laboratoriais, relacionando isso com a funo no trabalho posteriormente. Perfeito! Mas, fcil entender isso com um exemplo clssico, que so aqueles indivduos que aps ingerir grande quantidade de lcool, passam a ter com o tempo uma disfuno heptica, o que se comprova atravs de exames mdicos. Veja neste caso que a vigilncia d nfase dose e tempo de exposio ao qumico (lcool), e pode ser associada tambm a suscetibilidade individual. Destacamos aqui que a VISAT essencial na sua estrutura como um modelo de Ateno Integral em Sade do Trabalhador, assim denido pela Portaria GM/MS n. 3252/2009 (CEREST, 2013). A Portaria GM/MS n 4.279, de 30 de dezembro de 2010, traz o conceito de Rede de Ateno Sade (RAS) e

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Toxicologia

estabelece diretrizes para sua organizao, no mbito do Sistema nico de Sade (BRASIL, 2010). Tambm essencial destacar a Portaria n. 1823 de 23 de agosto de 2012 que institui a Poltica Nacional de Sade do Trabalhador e da Trabalhadora (BRASIL 2012).

13.3 A  lteraes que podem ocorrer na sade do trabalhador exposto


Um trabalhador exposto passa por duas fases de alteraes na sade, uma delas quando se aguarda um tempo certo para dar os primeiros sinais ou sintomas da intoxicao, denominado fase de induo. Outra quando ocorrem os efeitos adversos depois de um perodo que vai do incio dos sinais e sintomas at as primeiras alteraes funcionais no organismo, chamado fase de latncia, que chega a durar anos. Se detectada precocemente estas alteraes, podem ser prevenidas de maiores consequncias, afastando o trabalhador do local exposto. Nem sempre vista a postura das indstrias em relao vigilncia na sade ocupacional, ou seja, nem sempre abrange total responsabilidade em realizar as monitorizaes necessrias devido aos custos. Esse um excelente tema para discusso, no acha? Como voc observa a participao das indstrias quanto realizao destes controles? Bom reetir sobre isso sempre, e vericar se o local onde est trabalhando tem essa preocupao. Com essa aula podemos concluir que a vigilncia em sade ocupacional ainda na rea toxicolgica exige maior empenho das indstrias na monitorizao e que a informao destes resultados proporcionar sade em geral um maior respeito aos problemas no meio ambiente do trabalhador, promovendo intervenes mais abrangentes.

Acesse o link http:// www.renastonline.org/ recursos/diretrizesimplanta%C3%A7%C3%A3ovigil%C3%A2nciasa%C3%BAde-trabalhador-sus e saiba mais sobre o assunto lendo as Diretrizes de implantao da Vigilncia em Sade do Trabalhador no Sistema nico de Sade.

Resumo
Vimos nesta aula um apanhado geral sobre o sistema de vigilncia em sade do trabalhador, dando maior nfase a base laboratorial que identica atravs de exames especcos e peridicos as condies de sade dos trabalhadores, garantindo maior segurana, tanto para eles quanto para a empresa/indstria.

Aula 13 Vigilncia em Sade do Trabalhador (VISAT)

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Atividades de aprendizagem
Faa uma pesquisa sobre as caractersticas da Rede de Ateno Primria da Sade do Trabalhador, e indique os aspectos que trazem diculdades na aplicao da vigilncia em sade do trabalhador em nosso pas. j trabalhou frente a alguma provvel substncia qumica ou conhece pessoas que trabalham com alguma das atividades expostas na NR-7. Discuta com seus colegas, coloque sua opinio em relao a medidas de preveno e controle.

Anotaes

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Toxicologia

Aula 14  Doenas ocupacionais


Doenas ocupacionais um tema relevante e de grande importncia dentro da toxicologia. Voc ir saber conceitu-la, diferenciar de um acidente de trabalho e conhecer alguns grupos de doenas que mais afetam os trabalhadores. Imagine que at a dcada de 90, tnhamos cerca de 10.000.000 substncias qumicas catalogadas, destas mais de 100 mil causam efeitos negativos sade humana, e a cada ano, milhares de trabalhadores adoecem devido exposio s substncias qumicas. Um nmero muito grande no mesmo? Que tal entendermos primeiro a diferena entre sade e doena?

14.1 C  onceitos de sade, doena e doena ocupacional


Sade o que todos ns queremos, mas muitas vezes no a temos dentro do seu conceito total. A Organizao Mundial de Sade (1946) conceituou sade como um estado de completo bem-estar fsico, mental e social, no sendo apenas a ausncia de doena. Na 8 Conferncia Nacional de Sade (1986), foi formulado um novo conceito de sade, sendo esta resultante das condies alimentares, de educao, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, entre outros fatores, resultantes de formas de organizao social e de produo. Observe agora que doena conceituada como sendo qualquer alterao da sade, no equilbrio existente entre o homem e o meio ambiente (DICIONRIO DO AURLIO, 2013), estatisticamente relevante e precocemente calculvel, produzida pelas transformaes produtivas, territoriais, demogrcas e culturais. Ento, veja quantos itens podem inuenciar uma pessoa a adquirir uma doena qualquer. Agora que voc aprendeu o que vem a ser sade e doena, ca fcil entender o que vem a ser doena ocupacional. Adoecer tem muitas variveis e nem sempre um trabalhador ca doente por causa de fatores comuns, s vezes existem muitos outros problemas adicionais. Segundo a norma OHSAS (18001:2007) doena uma condio fsica ou mental adversa e/ou piorada por uma atividade de trabalho e/ou situao relacionada ao trabalho.

OHSAS - Occupational Health and Safety Assessment Services, cuja melhor traduo Srie de Avaliao da Segurana e Sade no Trabalho. uma ferramenta que fornece orientaes sobre as quais uma organizao pode implantar e ser avaliada, com relao aos procedimentos de sade e segurana do trabalho. Fonte: http://pt.wikipedia.org/ wiki/Ohsas

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A doena ocupacional vista como uma alterao na sade do trabalhador, que pode ser adquirida pela exposio aos fatores que podem ser qumicos, fsicos, biolgicos ou radioativos. Em nossas aulas estaremos abordando os fatores qumicos especicamente. A doena ocupacional ocorre quando o trabalhador permanece por determinado tempo em locais contendo os agentes qumicos acima do limite permitido por lei, muitas vezes sem o uso de equipamentos de proteo (EPI). Cada prosso pode gerar uma patologia especca, mas como j vimos, muitas so as prevenes existentes, por isso os cuidados at ento estudados. A diferena entre doena ocupacional e acidente de trabalho est justamente no tempo, pois as doenas levam um tempo maior para serem detectadas e os acidentes de trabalho possuem ao imediata, como por exemplo: cortes, queimaduras, quedas, etc. Segundo Dembe (1996), existe uma relao entre a doena diagnosticada ou suspeita e uma situao de trabalho ou ambiental. Neste caso sempre muito bom ter a noo do grau ou intensidade de exposio, o tempo que o trabalhador cou exposto, registros anteriores da sade do trabalhador, etc. Fatos importantes para entender como e por que iniciou a doena. No Brasil, foi apresentada uma lista de doenas prossionais nos Anexos do Decreto 3048/1999. Posteriormente, o Ministrio da Sade publicou outra lista de doenas relacionadas com o trabalho, atravs da Portaria 1.339/GM de 18/11/99, contendo aproximadamente 200 (duzentas) patologias que so relacionadas a diversos agentes txicos encontrados nos ambientes de trabalho (SILVA, 2012, p.3).

Assista os noticirios que falam sobre a doena SILICOSE em trabalhadores expostos aos ps de mrmore, granito e vidro. Acesse o link: http://www.youtube.com/ watch?v=kUZ8OP-QLgM. E no perca o documentrio sobre o AMIANTO que causa a ASBESTOSE nos links: http://www.youtube.com/ watch?v=pgBLTRabGR8 (Parte 1) e http://www.youtube. com/watch?v=IZ1xX1w2hPQ (Parte 2).

14.2 D  oenas ocupacionais mais comuns envolvendo substncias qumicas


Estaremos aqui abordando as principais doenas ocupacionais, mas lembrando que so muitas as substncias qumicas e muitas tambm as doenas que podem afetar os trabalhadores. Veja que praticamente impossvel comentar todas, mas sugerimos que busque sempre informaes sobre uma ou outra substncia ou produtos que esteja sendo utilizado no dia a dia do trabalho e como se proteger, para no ocasionar maiores consequncias no futuro para a sade. Vamos agora conhecer alguns grupos destas doenas ocupacionais que mais atingem os trabalhadores.

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1. Doenas das vias areas: neste grupo podemos citar as pneumoconioses, termo designado por Zenker (1866-1940) que dene um grupo de doenas crnicas do pulmo, originada pelo acmulo de poeiras atravs da inalao em um local de trabalho, por exemplo, poeira da slica (p de mrmore), provocando o que conhecemos por silicose; a asbestose provocada pela poeira do amianto (asbesto); beriliose, causada pela inalao de poeira ou vapor de berlio (utilizada na indstria aeroespacial) e pneumoconiose dos carvoeiros, provocada pelo acmulo do p do carvo no pulmo. Estas doenas so brognicas, ou seja, que provocam brose pulmonar. Existe outra doena que causada por partculas orgnicas como o algodo, o linho ou o cnhamo, denominado Bissinose, que provoca efeitos pulmonares agudos e crnicos. O controle da poeira a melhor forma de preveno da doena (MERCK, 2013). 2. Doenas da Pele ou Dermatoses Ocupacionais J estudamos na aula 5 como ocorre a absoro de substncias qumicas atravs da pele, agora vamos conhecer algumas doenas que afetam os trabalhadores quando entram em contato com alguma substncia txica. Para o escritor Ali (2009), dermatose ocupacional : Toda alterao de mucosas, pele e seus anexos que seja direta ou indiretamente causada, condicionada, mantida ou agravada por agentes presentes na atividade prossional ou no ambiente de trabalho. Isto mostra que um trabalhador pode ter contato direto ou indireto ocasionado por algum tipo de fator predisponente que se encontra acima do limite de tolerncia, podendo ser por agentes fsicos como slidos (metais aquecidos, resinas, piche, asfalto, massa de cimento, borracha/ltex, plstico, etc.); lquidos (leos, cidos, gorduras, etc.), material inamvel (petrleo e derivados, lcool, solventes, tintas, vernizes, etc.). Podem ocorrer queimaduras, dermatite alrgica de contato (Figura 14.1 e 14.2) e dermatite de contato irritativa como cncer de pele ocupacional.

Fibrose pulmonar: termo mdico usado para descrever o espessamento e cicatrizes profundas no interior dos pulmes. Fonte: http://www.pneumo. com.br/brose-pulmonar.shtml

O Instituto Nacional do Cncer (Inca) identica 19 tipos de cncer que podem estar relacionados ao trabalho. Veja a notcia no link: http://www. oncoguia.org.br/conteudo/incaidentica-19-tipos-de-cancerque-podem-estar-relacionadosao-trabalho/1349/7/. Complemente seu conhecimento com mais esta informao: Brasil ter aumento de 38% em novos casos de cncer at 2020, no link: http://www.oncoguia. org.br/conteudo/brasil-teraaumento-de-38-em-novoscasos-de-cancer-ate-2020dizem-especialistas/3179/7/

Figura 14.1: Dermatite alrgica em trabalhador ocasionada por contato com querosene. Fonte: National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH)/Wikimedia Commons.

Figura 14.2: Dermatite de contato em trabalhador pelo uso de sapato de borracha. Fonte: National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH)/Wikimedia Commons.

Aula 14 Doenas ocupacionais

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3. Neoplasias (Cncer) relacionadas ao trabalho


No deixe de ler Dermatoses Ocupacionais, do autor Salim Amed Ali, 2009, disponvel no link: http://www.prevenirseg. com.br/biblioteca/Dermatose.pdf Verique as vrias doenas que afetam os trabalhadores que utilizam cimento, borracha/ltex, solventes, cromo, cdmio, cobalto, cobre, estanho, zinco, madeira, resina, bra de vidro, entre outras atividades.

Neste tpico, apresentaremos rapidamente alguns casos de exposio do trabalhador frente a agentes que causam cncer, denominados de carcinognicos. Estes agentes podem ser encontrados no ambiente onde se vive ou onde se trabalha, e podem ser produzidos pela atividade humana ou industrializados. Existem vrios tipos de cncer que podem ser adquiridos devido exposio ocupacional, e tambm devido aos fatores ambientais. Muitos no tm uma causa certa, podendo ser genticos; outros esto ligados a outros fatores, como por exemplo: produtos industrializados, cosmticos, agrotxicos, meio ambiente e diretamente ao trabalho (INCA, 2012; QUEIROZ, 2010). Segundo dados publicados por Ferlay et al. (2010), cinco so os tipos de cncer de maior incidncia: pulmo, mama, clon e reto, estmago e prstata. Os ensaios toxicolgicos so importantes, pois, permitem que sejam identicadas as substncias que podem ser cancergenas, e com isso implantar medidas de preveno no trabalho, reduzindo a exposio. Dentre os componentes mais perigosos como compostos cancergenos esto os metais pesados, os agrotxicos, os solventes e as poeiras (INCA, 2012, p. 28). Perceba atentamente o Quadro 14.1 publicado pelo INCA (2012) onde apresenta os principais fatores de risco, por exemplo, para cncer de pulmo, relacionando a ocupao e as principais atividades econmicas.
Quadro 14.1: Fatores de risco para cncer do pulmo.
Asbesto, arsnico, asfalto, alcatro, cido inorgnico forte, acrilonitrila, berlio e compostos, bisclorometil-ter, clorometilmeti-ter, cdmio, chumbo, cloreto de vinil, cromo, DDT, drogas antineoplsicas, emisso de forno de coque, emisso de gases combustveis, fuligem, fumos qumicos, gases (amnia, xido de nitrognio, dixido de cloro e enxofre), HPA, inseticidas no arsenicais, mangans, nquel, slica livre cristalina Poeiras: de carvo, madeira, rocha/ quartzo e de cimento, radnio, slica, urnio, radiao ionizante. Bombeiro hidrulico, encanador, eletricista, mecnico de automvel, mineiro, pintor, soldador, trabalho com isolamento, trabalho em navios e docas, trabalho na conservao do couro, soprador de vidro, limpeza e manuteno, mecnico. Construo, curtume, fundio de metais: cobre, ferro e ao; indstrias: alumnio, borracha, cimento e gesso, grca e fbrica de papel, txtil, metalrgica, de metal pesado, indstria nuclear, de eletroeletrnicos, de aeronaves e de aparelhos mdicos, de vidro; produo de fertilizantes, coque e negro de fumo, minerao, trabalho rural; fbrica de baterias, produo de pigmentos.

Agente

Ocupao

Atividade econmica

Fonte: INCA (2012, p.51).

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Toxicologia

Ribeiro e Wnsch Filho (2004) comentam que a proporo de casos de cncer atribuda a exposies ocupacionais varivel e que, nos pases industrializados, a exposio a cancergenos parece ser maior nos trabalhadores dos pases em desenvolvimento, como decorrncia dos procedimentos precrios de segurana e do uso de tecnologia obsoleta. Vale prestar ateno neste assunto, e reetir em como estamos utilizando os equipamentos de proteo no dia a dia de trabalho. Nas prximas aulas estaremos abordando algumas substncias em especial, que so importantes e esto diretamente ligadas a esse contedo, como o uso do mercrio, dos agrotxicos e de algumas substncias que causam intoxicaes exgenas. Mas antes vamos ver um grupo de doenas que tambm afetam os trabalhadores e que no podemos deixar de citar em nossas aulas, voc saberia dizer qual ? Sim, so os distrbios mentais, que muitas vezes esto ligados a alguns produtos qumicos que utilizamos no dia a dia, tanto no trabalho quanto no meio em que vivemos. Vamos estudar mais um pouco?

Diretrizes para a vigilncia do cncer relacionado ao trabalho. Acesse o link: http://www1. inca.gov.br/inca/Arquivos/ diretrizes_cancer_ocupa.pdf , e conhea os mais variados tipos de cnceres que afetam os trabalhadores.

Para evitar problemas na sade, como cncer ou outros tipos de doena, assista ao vdeo que fala sobre a importncia da preveno para o trabalhador de EPIs. Acesse o link: http://www.youtube.com/ watch?v=2ljwD9NjHnM

14.3 D  istrbios mentais, trabalho e a toxicologia


Embora seja ainda pouco comentado, existe uma rea da toxicologia que agrega inmeros estudos em relao s alteraes neurolgicas e psiquitricas decorrentes de exposies ocupacionais: as substncias txicas. Os chamados distrbios ou transtornos mentais so devidamente ressaltados em muitos casos de anamnese ocupacional. Vale ressaltar a importncia de conhecer a Portaria MS n 1.339/1999 onde esto listadas as doenas relacionadas ao trabalho, e o Decreto n 3.048/99 pelo Ministrio da Previdncia e Assistncia Social que dispe sobre a regulamentao a respeito das doenas prossionais e do trabalho. Observe tambm sobre a descrio de doenas mentais e do comportamento fundamentadas no Cdigo Internacional de Doenas, na dcima reviso (CID-10). Dentre as doenas mais comuns provocadas por substncias txicas encontramos a demncia, o delrio, transtorno cognitivo leve, transtorno de personalidade e comportamento, depresso, sndrome da fadiga. Todas esto relacionadas exposio de produtos qumicos.

Anamnese Conjunto de informaes recolhidas pelo mdico a respeito de um doente. Fonte: http://www.dicionariodoaurelio. com/Anamnese.html

No link http://dtr2004.saude.gov. br/susdeaz/legislacao/ arquivo/Portaria_1339_ de_18_11_1999, voc tem acesso a Portaria do Ministrio da Sade n 1339/1999 onde conhecer a lista de transtornos mentais e do comportamento que esto relacionados ao trabalho, assim como todas as demais listas de doenas relacionadas ao trabalho. Estas listas foram adotadas como referncia dos agravos originados no processo de trabalho no Sistema nico de Sade.

Aula 14 Doenas ocupacionais

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Nesta aula, vimos que ao conhecer o foco das intoxicaes por substncias txicas que afetam o trabalhador, pode-se evitar a exposio e prevenir ao mximo as doenas ocupacionais, assim como cuidar para no se expor as substncias txicas tambm encontradas no meio ambiente.

Resumo
Perceba que voc aprendeu no somente o que signica sade e doena, mas conheceu as doenas que mais afetam os trabalhadores mundialmente e no Brasil. Vimos que os fatores de risco para doenas como o cncer so variveis e que tambm existe na toxicologia, doenas mentais e de comportamento que so afetadas pela intoxicao de substncias das mais diversas encontradas no trabalho.

Atividades de aprendizagem
Leia a Portaria MS n. 1.339/99 e veja a relao de agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional com os respectivos transtornos mentais e do comportamento relacionados com o trabalho. Relacione os vrios tipos de doenas mentais e do comportamento que so provocadas pelo contato com o mercrio e com o tolueno.

Anotaes

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Toxicologia

Aula 15  Principais contaminantes para os trabalhadores


Nesta aula, vamos ver como o meio em que vivemos tambm pode inuenciar toxicologicamente, pois estamos frente a milhares de produtos de consumo que so constitudos de uma ou vrias substncias qumicas. Algumas substncias qumicas afetam os trabalhadores atravs do meio ambiente em que vivem e outras so encontradas dentro do prprio ambiente de trabalho Vamos conhecer algumas delas?

15.1 C  ontaminantes ambientais que afetam os trabalhadores


Desde a expanso da Revoluo Industrial no Brasil intensicado na dcada de 40 e 50, os problemas comearam a surgir e a questo ambiental iniciou ento um processo de reexo. O que estamos fazendo com o planeta Terra e com nossa sade? Observe que com surgimento das tecnologias que levou o aparecimento de mais e mais indstrias no Brasil, alm de causar um impacto no setor produtivo tanto econmico como social, aumentou a quantidade dos poluentes qumicos. Chamins passaram a lanar quantidades cada vez maiores de poluentes, dentre eles, o monxido de carbono e o metano, substncias que atacam principalmente o sistema respiratrio. A biota (animais e plantas) passou a ser atingida a cada ano, assim como o solo, os rios e o ar. Encontramos rios contaminados pelas indstrias devido descarga de resduos qumicos, provocando mais doenas e no somente nos trabalhadores, agora nas comunidades do entorno e na populao em geral. A gua um bem a ser preservado, mas cada vez mais agentes poluidores so encontrados no seu interior, como o mercrio, os agrotxicos, os plsticos que constam da substncia denominada dioxina, o leo de cozinha despejado pelas residncias, os leos de navios, entre muitos outros.

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Uma excelente dica para voc assistir a Histria dos Cosmticos no link: http://www.youtube.com/ watch?v=bMko68fLM-A. Pare, pense, repense e faa uma reexo sobre tudo que voc est usando em contato com seu corpo no dia a dia e o quanto isso pode ser prejudicial a sua sade.

O desenvolvimento continuou, e contaminantes mais poderosos apareceram como a radioatividade e os gases automotivos, no contando aqui todos os produtos de consumo pessoal e o lixo em geral. Observe que o organismo de um trabalhador tem que dar conta dos poluentes qumicos do meio ambiente (externo) e do meio ambiente interno (casa e trabalho), isso quer dizer, que alm dos contaminantes do meio em que vivemos, somamos com os contaminantes provveis do local de trabalho. O corpo algo fenomenal, no mesmo? Mas segurana o que devemos colocar em primeiro lugar. Cuidar muito do que comemos, do que usamos em contato direto com a pele, como e o que estamos respirando, e como estamos trabalhando dia aps dia. Se o trabalhador tiver uma sobrecarga de exposio a vrias substncias ao mesmo tempo, os efeitos so os mesmos ou at mais perigosos.

Aproveite e veja agora um vdeo bem interessante sobre o ciclo e a importncia da gua para nossa sade e para nosso planeta. Acesse o link http://www.youtube.com/ watch?v=g41TJlvNq6U e boa reexo!

Nas prximas aulas veremos alguns destes contaminantes ambientais mais detalhadamente. No poderemos dar ateno a todos, pois so milhares, os maiores e que esto sendo mais combatidos mundialmente so o monxido de carbono, o chumbo e o mercrio. Talvez futuramente outros compostos apaream na lista, e novos cuidados e prevenes sejam aplicados. Cuide bem do nosso planeta, cuide de sua sade, cuide da segurana do trabalhador. Chamo sua ateno para mais um fato importante: observe que muitos dos contaminantes ambientais externos so tambm potentes contaminantes ocupacionais.

15.2 C  ontaminantes ocupacionais que afetam os trabalhadores


Nos dados histricos, existe uma viso do poeta romano Titus Lucretius Carus (Lucrcio, 98 a 55 a.C.) que diz: No viste ou ouviste como morrem em to pouco tempo, quando ainda tinham tanta vida pela frente. Excelente frase para se iniciar um tema quando falamos justamente de inmeros contaminantes que existem ocupacionalmente, e o quanto devemos pensar na segurana e na preveno destes locais para que possamos ter mais qualidade de vida e vida pela frente. Tm-se tantas tecnologias, mas em alguns ambientes de trabalho s vezes encontramos muita precariedade. Importante no esquecer as trs palavras que

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Toxicologia

envolvem a toxicologia ocupacional: informao, treinamento e regulamentao. No esquea que vamos falar delas futuramente. Os contaminantes dos ambientes de trabalho afetam no somente o trabalhador, mas tambm um grupo maior de pessoas, que so: a famlia, os colegas, os empregadores, entre tantos outros. Isso quer dizer que os contaminantes industriais podem tambm intoxicar quem est fora deste contexto, por isso toda informao sobre sade ocupacional bem vinda. Vamos falar sobre um contaminante que tambm ocupacional, o monxido de carbono, e o destacamos, por se tratar justamente de um gs nocivo que afeta o ambiente de trabalho e a rea domstica e ambiental, causando srias intoxicaes. Existem as fontes naturais de monxido de carbono, que so, por exemplo, as atividades vulcnicas e as oxidaes do metano. Mas acredite toxicologicamente, a queima de gasolina pelos veculos automotores e a fumaa do cigarro so as maiores fontes resultantes pelos humanos. Sintomas comuns de intoxicao pelo monxido de carbono so: nuseas, tonturas, dor de cabea, fraqueza em geral, vmitos e confuso mental. Por isso muita ateno ao uso de equipamentos de segurana, pois quando o trabalhador afetado por excesso de exposio ao gs, problemas neurolgicos tambm podem aparecer. Existe no Brasil a NR-33 (2012), uma norma regulamentadora que orienta para os procedimentos obrigatrios em espaos connados, promovendo segurana e sade ao trabalhador. Falamos, nesta aula, sobre o monxido de carbono, um exemplo entre tantos outros gases txicos, como: metano, cloro, amnia, gs sulfdrico, gs ciandrico, dixido de enxofre, etc. Observe que alm dos gases, temos outros contaminantes ocupacionais importantes que so facilmente encontrados em indstrias: amianto, chumbo, mercrio, slica, hidrocarbonetos BTX (benzeno, tolueno e xileno), etc. Sugiro que pesquise na internet mais informaes sobre estes agentes txicos, e aumente seu conhecimento, principalmente se voc tiver contato com algum deles no seu trabalho. Existem aquelas trs palavras que falamos a pouco para voc no esquecer, lembra quais eram? Vou dar uma ajudinha: informao, treinamento e
Aula 15 Principais contaminantes para os trabalhadores

Conhea melhor a NR-33 que fala sobre o novo padro de segurana e sade nos trabalhos em espaos connados, atualizada em 2012. Leia na ntegra no link: http://portal.mte.gov.br/data/ les/8A7C816A39E4F614013 A0CC54B5B4E31/NR-33%20 (Atualizada%202012).pdf Acesse: http://pron.com.br/ media/uploads/2010/maio/0805-10/monoxido080510.jpg E leia as dicas do que fazer em casos de intoxicao ou envenenamento por monxido de carbono.

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regulamentao. Pois bem, busque informaes para PREVENIR; atravs de treinamentos para poder DIAGNOSTICAR, e de regulamentaes para poder TRATAR melhor os casos de intoxicaes por estes compostos. Observe que foram colocadas vrias dicas aqui para voc entender que conhecimento sobre esses compostos qumicos e suas aes toxicolgicas tudo para prevenir um acidente qualquer, seja ele ocupacional ou at mesmo ambiental. Conclumos, nesta aula, que existem muitos contaminantes do meio ambiente que podem provocar intoxicaes na populao em geral, e que esta populao pode tambm estar sendo exposta a outras substncias qumicas no ambiente de trabalho. Tambm foram relevantes as informaes sobre o monxido de carbono, um exemplo importante para chamar a ateno de que so muitos outros gases e produtos qumicos industriais que podem car expostos ao trabalhador, enm, todo conhecimento que adquirimos na toxicologia ocupacional segurana para uma sade mais equilibrada.

Resumo
Nesta aula, vimos que existem inmeras substncias qumicas industriais, e que muitas contaminam o meio ambiente, afetando sobremaneira a biota, promovendo intoxicaes graves, como o caso do monxido de carbono. Mas viu-se que existem outros componentes qumicos que so do ambiente de trabalho e que o indivduo pode estar exposto tambm. Importante lembrar que nesta aula foram comentadas trs palavrinhas chaves para evitar qualquer tipo de problemas com contaminaes: informao, treinamento e regulamentaes, ou ento outras trs: preveno, diagnstico e tratamento.

Atividades de aprendizagem
Realize uma pesquisa sobre agentes qumicos que podem ser txicos em altas concentraes ou em exposies longas no local de seu trabalho. Informe-se sobre os riscos e aes toxicolgicas do metanol e do cromo. E que tal vericar se alguma destas substncias qumicas est atingindo o meio ambiente?

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Toxicologia

Aula 16  Intoxicaes exgenas de importncia ao trabalhador


Nesta aula, veremos as principais intoxicaes exgenas, ou seja, que ocorrem por produtos externos encontrados no ambiente de trabalho. Vamos conhecer algumas destas substncias encontradas em uso industrial pelos trabalhadores. A intoxicao exgena tambm conhecida como envenenamento, ou seja, uma reao que se d atravs de sinais e sintomas de efeitos txicos produzidos no ser vivo, como resultado de uma interao com uma ou vrias substncias qumicas. A Portaria n 777/2004 estabeleceu que as intoxicaes exgenas so em sua maioria ocasionadas por substncias qumicas, incluindo agrotxicos, gases txicos e metais pesados. Ento, vamos conhecer agora um pouco mais sobre as substncias: amianto, chumbo, cromo e os solventes orgnicos (benzeno, tolueno e xileno), alm de estudarmos brevemente sobre as radiaes que tambm causam toxicidade para os trabalhadores.

16.1 Amianto
O amianto uma bra mineral, encontrada na natureza, tambm denominado de asbesto. Muito utilizado na indstria como matria-prima por ser altamente resistente e principalmente como isolante trmico (Figura 16.1). O Brasil j esteve entre os maiores produtores e consumidores de amianto do mundo. O uso comum na construo atravs de telhas, caixas dgua de cimento e amianto, nos produtos automotivos (pastilhas, revestimento de discos de embreagem e lonas), em tecidos e vestimentas especiais (trmicas), nas tintas, entre outros (INCA, 2010).
Figura 16.1: Fibras de amianto (tremolite) Fonte: Aram Dulyan /Wikimedia Commons

Os riscos que o amianto pode trazer a sade do trabalhador podem ser vistos no link: http:// oglobo.globo.com/videos/t/ todos-os-videos/v/os-riscosque-o-amianto-traz-parasaude/1954267 Perceba as doenas ocupacionais causadas pelo amianto, e que teremos ainda pessoas intoxicadas por esta substncia at 2020 no Brasil.

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Acesse o site da ABREA (Associao Brasileira dos Expostos ao Amianto) e leia no link: http://www. abrea.com.br/indRamPo. pdf, sobre o Chamado para a Proibio Internacional do Amianto realizado pelo Collegium Ramazzini que conclui que Os riscos por exposio ao amianto no so aceitveis nem em naes desenvolvidas, nem naquelas de industrializao recente. Alm disto, existe disponibilidade de substitutos mais seguros e apropriados (...). Se voc quiser se aprofundar nas notcias sobre o amianto, tambm indicado ler sobre a condenao dos diretores da Eternit na Europa, no site de notcias: http://oglobo. globo.com/rio20/amiantoprocessos-se-espalham-naeuropa-4976417. Boa leitura!

A doena ocasionada pelo amianto como j vimos, denominada asbestose, que uma doena crnica pulmonar ocupacional. Outras doenas tambm esto associadas ao amianto que o cncer de pulmo, laringe, ovrio e trato gastrointestinal e o mesoteliona (tumor raro maligno que atinge a pleura e o peritnio). O tempo de latncia, isto , o tempo que pode car quieta essa doena no corpo do trabalhador at que os primeiros sintomas apaream longo, em torno de 20 a 30 anos aps a exposio (INCA, 2013). Todo cuidado com essa bra deve existir, no somente com os trabalhadores, mas com todas as pessoas que tm contato direto com os produtos feitos a partir do amianto, que por sculos ainda vo existir no meio ambiente. E ateno, o amianto com o tempo no perde seu potencial txico, ser sempre o causador de doenas que chegam a ser fatais. O Ministrio do Trabalho, a partir de 1991, publicou na NR-15, anexo 12 a proibio do uso de amianto tipo anblio e de produtos que o contenham, entre outras proibies.

16.2 Chumbo
Agora vamos conhecer um pouco mais sobre o chumbo, um metal alcalino encontrado na natureza. Mas antes, vamos relembrar de duas pessoas que sofreram as consequncias do uso de chumbo ocupacional, que so Portinari e Marie Curie, lembra-se deles l da aula 2? Que timo, ento entenda que este metal de grande importncia na sade ocupacional, isto porque encontrado facilmente em processos industriais de cermica, tinta, bateria, explosivo, radiador de automveis, forros para cabos, soldas suaves, munies, aditivo na gasolina (chumbo orgnico), elemento na construo civil, etc. A toxicidade do chumbo pode ser aguda ou crnica, e quando ocupacional pode ser grave podendo gerar problemas de sade pblica. Ele penetra no organismo atravs de respirao da pele e por ingesto, tornando-se txico para os rins (nefrotxico), para o sistema nervoso (neurotxico), para os sistemas hematopoitico (sangue), enzimtico e digestivo. Saturnismo o nome da doena ocasionada pela exposio do chumbo (BRASIL, 2006).

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Quadro 16.1: Sinais e sintomas da intoxicao pelo chumbo.


Leve Moderada Grave Fonte: Brasil (2006). Fadiga leve, irritabilidade, dor abdominal, mialgia (dor muscular); etc. Cefaleia, vmitos, fadiga severa, dor abdominal, perda de peso, tremores, mialgia, diculdade de concentrao, perda de memria recente, insnia ou sonolncia, etc. Convulses, neuropatia motora, clica abdominal, nefropatia (rim), coma, etc.

As doenas causadas pela exposio ocupacional por chumbo metlico encontram-se nos termos da Portaria n. 1.339 de 18/11/1999, do Ministrio da Sade (BRASIL, 1999), que so principalmente: anemia, hipotireoidismo, transtornos mentais, encefalopatia, hipertenso arterial, arritmias cardacas, clica do chumbo, gota induzida pelo chumbo, insucincia renal, infertilidade masculina, etc. Quando intoxicado, o trabalhador tem como tratamento imediato, a interrupo da exposio ao metal, sendo uma doena com capacidade reversvel. A preveno com uso de EPIs o caminho mais seguro para evitar a intoxicao pelo chumbo, alm de algumas medidas de engenharia (substituio do chumbo por outro metal, por exemplo) e de boas prticas de trabalho (limpeza, informaes quanto aos riscos, etc.). Lembrando que o chumbo encontrado no meio ambiente e em vrios produtos industriais de fcil acesso a todos ns. Veja como podemos diminuir a exposio frente ao chumbo em nosso dia a dia: Alternativas ecientes de cuidado com intoxicao ao chumbo No aquecer ou cozinhar o alimento na lata de embalagem. Alm disso, no recomendado o armazenamento de alimentos em uma lata que j foi aberta, especialmente se tem um teor cido, como frutas e sucos de frutas. No enrole alimentos em jornais, revistas e sacos plsticos, porque algumas tintas contm chumbo em sua composio. Canos velhos e solda tambm podem contaminar. Por isso, ao usar gua da torneira para beber ou cozinhar, deixe-a funcionar por 30 segundos ou at que a gua corra fria. No indicado beber da torneira de gua quente, pois nesses casos o calor dissolve mais o chumbo. O chumbo ainda pode ser levado pela poeira para dentro de casa. Para ter um controle maior nesses casos, o indicado a limpeza regular da residncia.

Assista ao vdeo http:// www.youtube.com/ watch?v=TqzNGMbQbn4 que fala sobre o chumbo que convive intimamente ao nosso lado. Perceba a grande quantidade de produtos que so encontrados nesse metal e a doena que causa no trabalhador.

O vdeo elaborado pela Revista do Trabalhador da Fundacentro sobre o chumbo muito importante, e relata onde encontramos o chumbo e o quanto ele perigoso para a sade do trabalhador. Acesse o link: https://www.youtube.com/ watch?v=2yPm1nsCFJw

Aula 16 Intoxicaes exgenas de importncia ao trabalhador

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Veja a notcia apresentada pelo O Globo, onde traz informaes sobre a presena de metais como o chumbo e o cobre em batons: Pesquisadores encontram metais txicos em batons vendidos nos EUA. Leia mais sobre esse assunto em http:// oglobo.globo.com/saude/ pesquisadores-encontrammetais-toxicos-embatons-vendidos-nos-eua8265841#ixzz2UBCT3E9p Acesso em: 20 maio 2013. Acesse tambm: http:// www.cimm.com.br/portal/ noticia/exibir_noticia/385por-que-evitar-o-chumbo, e saiba como o chumbo reage no corpo humano.

As pessoas que moram prximas s rodovias, estradas ou grandes avenidas, e pretendem ter um jardim em casa de extrema importncia testar o solo antes do plantio. Tintas que contm chumbo em sua composio deve ser evitada. A remoo desta tinta forma partculas de poeira nocivas. Cermicas e pratos importados podem conter chumbo, portanto essencial vericar a procedncia.

Fonte: CICLOVIVO (2011).

16.3 Cromo
O cromo um metal cinza ao, uma substncia qumica natural, encontrada facilmente na natureza, tanto no solo, quanto na gua e no ar (poeiras, nvoas vulcnicas) e tambm nas formas lquida, slida e gasosa. Voc sabia que temos o cromo trivalente (III) em nosso organismo? Este o cromo mais estvel e est relacionado ao controle da glicemia e dos lipdeos do nosso corpo, neste estado ele no txico, somente em outras formas, as quais veremos aqui (MIGUEL JR, 2007; ATSDR, 2000). Na indstria, comumente encontrado o cromo metlico; muito utilizado na fabricao de ao inoxidvel, em processos qumicos, em fertilizantes, em tas magnticas, entre outros produtos. O cromo VI e o III so utilizados em corantes e pigmentos, couro, na preservao da madeira, etc.. Acredite, somos facilmente atingidos por esta substncia, e veja que podemos entrar em contato com o cromo comendo alimentos contaminados, tomando gua contaminada, respirando o ar contaminado do trabalho ou tambm atravs do contato pela pele durante o manuseio do cromo no trabalho e at mesmo vivendo perto de lugares que contenham cromo na sua forma txica (hexavalente e dicromato, por exemplo) no solo ou perto de indstrias que utilizam o cromo. Importante comentar que a maioria do cromo hexavalente carcinognico proveniente de atividades humanas (SILVA e PEDROZO, 2001). Ruim isso no mesmo? Ento perceba que podemos achar cromo e seus compostos na construo civil (cimento), fundies, produo de lmpadas, tinturas e vernizes, minas, lixo urbano e industrial, cinzas de carvo, curtume, entre outros locais que j comentamos nesta aula.

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A toxicidade do cromo est justamente ligada s atividades ocupacionais. A principal via de exposio do cromo respiratria (pulmonar) que pode ocasionar desde uma sinusite at uma perfurao septal ou irritao brnquica e cncer de pulmo. Pela pele pode levar a dermatite, principalmente pelo no uso de EPI. Outros fatores esto relacionados a efeitos cardiovasculares, gastrointestinais, hematolgicos, hepticos e renais (PARDINI, 2013; ATSDR, 2000). Na aula 6 foi sugerido o lme Erin Brockovich: uma mulher de talento, lembra? Pois ento, alm de ser um lme baseado em uma histria real, ele trata justamente dos trgicos efeitos da contaminao por cromo em uma populao americana. Se ainda no assistiu ao lme ca aqui mais um alerta para voc no perder essa oportunidade, ok? Observe que a intoxicao ou contaminao por cromo est relacionada ocupacionalmente a manipulao inadequada, falta do uso de equipamento de proteo individual, falta de ventilao local e at a falta de informaes e de educao continuada sobre o cromo.

16.4 S  olventes orgnicos benzeno, tolueno e xileno


Vamos falar agora dos solventes orgnicos, um grupo de substncias conhecida e encontrada facilmente no dia a dia do trabalhador. Neste caso, daremos mais ateno aos trs principais solventes que so: benzeno, tolueno e xileno, tambm conhecidos como BTX. So hidrocarbonetos encontrados, por exemplo, na indstria qumica, em solventes do petrleo como a gasolina, e entre outros locais que vamos ver separadamente em cada um deles. Benzeno O benzeno um hidrocarboneto aromtico, lquido, voltil, inamvel e encontrado no meio ambiente quando da ocorrncia da queimada de orestas; ocupacionalmente mesmo com a tendncia de reduzir seu uso, ainda encontrado como solvente em laboratrios qumicos, em algumas matrias prima, no reno de petrleo, em companhias siderrgicas, nas usinas de lcool anidro, na gasolina e na fumaa do cigarro (COSTA e COSTA, 2001).

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A principal via de exposio pelo ar (via respiratria), ao inalar o vapor do benzeno. Sabia que inalando a fumaa do cigarro ou o ar de um local com intenso trfego de carros, ou ainda ao redor de postos de combustveis, voc estaria inalando vapores de benzeno? Pois sim, verdade isso, e ainda estamos expostos pela ingesto de alimentos ou gua contaminada pelo benzeno.
Aproveite e complemente seus conhecimentos sobre o benzeno lendo o manual produzido pela Fundacentro/SP (2012) sobre Efeitos da Exposio ao Benzeno para a Sade, de Arline Sydneia Abel Arcuri. Disponvel no link: http://www.br.com.br/ wps/wcm/connect/b82b51 004eddb1e1ae89feab 5a03b54d/saude-no -trab-efeitos-benzeno. pdf?MOD=AJPERES

Outra via onde pode ocorrer absoro pelo benzeno pela pele (contato drmico) e por ingesto como j foi comentado acima. A doena pela intoxicao por benzeno denominada de benzenismo, composta por sintomas comuns apresentados por trabalhadores ou por pessoas que usufruem de produtos que contenham a substncia. A intoxicao pode ser aguda ou crnica. Os efeitos na sade por exposio ao benzeno so principalmente carcinognico (cncer) em diversos rgos, dentre eles o sistema nervoso central, o sistema endcrino e imunolgico. Outros efeitos podem ser relatados como toxicidade no fgado e nos rins (INCA, 2010). Importante ressaltar neste caso que vrias normas e portarias foram estabelecidas no Brasil em relao ao benzeno, como: Portaria n. 14, de 20 de dezembro de 1995 que reconhece o benzeno como cancergeno entre outras consideraes e passa a incluir na Norma Regulamentadora n. 15 o benzeno no Anexo 13-1 em atividades e operaes insalubres. E a Portaria n. 203, de 28 de janeiro de 2011 faz novas alteraes no Anexo 13-A (Benzeno) da Norma Regulamentadora n. 15 (Atividades e Operaes Insalubres). Portaria n. 207, de 11 de maro de 2011 dispe sobre os procedimentos de cadastramentos das empresas e instituies previstas no Anexo 13-1 (Benzeno) da NR-15. Portaria 776/2004 do Ministrio da Sade que dispe sobre a regulamentao dos procedimentos relativos a vigilncia da sade dos trabalhadores expostos ao benzeno. Portaria Interministerial n. 775/GM em 28 de abril de 2004 que considerando o benzeno um produto cancergeno, para o qual no existe limite seguro de exposio; institui tambm para a reduo do uso do benzeno em produtos acabados. No podemos deixar de citar a existncia do Protocolo de Complexidade Diferenciada, do Ministrio da Sade, sobre Risco Qumico Ateno Sade dos Trabalhadores Expostos ao Benzeno (2006) que, tem por objetivo oferecer

Assista ao vdeo realizado pela Fundacentro sobre o uso ocupacional do benzeno e seus efeitos sobre a sade no link: https://www.youtube.com/ watch?v=fmqySBSqzi4 Veja que so quatro vdeos, inicie por esse e descubra novos conhecimentos sobre essa substncia qumica muito discutida sobre a exposio ocupacional e ambiental.

Uma das formas mais legais empenhada no Brasil o Acordo Nacional do Benzeno, que voc pode ter acesso no link: http:// www.mte.gov.br/seg_sau/ comissoes_benzeno_acordo.asp Um importante instrumento para a proteo do trabalhador frente exposio do benzeno.

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recomendaes para o diagnstico e a vigilncia do benzenismo de origem ocupacional (ARCURI et al., 2012, p.42). Mais recentemente pela Secretaria de Inspeo do Trabalho temos a Portaria n. 371 de 26 de abril de 2013, onde dispe o funcionamento das comisses estaduais e regionais do benzeno, que em um de seus artigos tem como objetivo o acompanhamento da implementao do Acordo Nacional do Benzeno. Tolueno um lquido incolor e inamvel, derivado do alcatro, do carvo e do petrleo. Encontrado na produo de nylon, plsticos, produtos farmacuticos, detergentes, na indstria de borracha, tintas, leos, etc. Segundo a EPA (2000), seu maior uso na gasolina, mas tambm existem relatos na composio de esmaltes de unhas e na fumaa de cigarro. Por isso todo cuidado importante. A intoxicao ocorre pelo ar contaminado no ambiente de trabalho ou no meio ambiente atravs da emisso de veculos, em locais onde se trabalha com gasolina, e at mesmo ingerindo gua contaminada com tolueno (ATSDR, 2004). No organismo, os efeitos so parecidos com o benzeno, afetando o sistema nervoso central, o fgado, rins e pele. Segundo a classicao da Agncia Internacional de Pesquisa em Cncer (IARC, 1999), o tolueno considerado do grupo 3, no ocasionando cncer em humanos, mas pode ter como efeito fadiga, sonolncia, dores de cabea, nusea, confuso, falta de apetite. Veja que se afastar o trabalhador do local contaminado por tolueno, os sintomas desaparecero. Xileno um lquido incolor com odor doce, tambm encontrado no petrleo e no carvo, principalmente durante as queimadas. A exposio ao xileno atravs do ar (respirao) no local do trabalho e acredite tambm atravs do exaustor do carro. Pode ser ingerido atravs de gua contaminada; nos alimentos muito pouco encontrado. O xileno no considerado carcinognico, cando classicado no grupo 3 pela IARC (1999), mas em nveis elevados de exposio podem levar a perda de conscincia e ser letal (ocasionar a morte). Afeta quando exposto por

Esmaltes: amigos ou inimigos das suas unhas? Quer obter mais notcias sobre o uso de tolueno em esmaltes? Acesseo link: http://consumidormoderno. uol.com.br/vamos-as-compras/ esmaltes-podem-conteringredientes-nocivos-a-saude. Leia sobre os cuidados que devemos ter ao consumir produtos com essa substncia qumica e seus efeitos. Boa leitura!

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perodos pequenos a alguns sintomas como irritao no nariz, olhos, pele, garganta, diculdade de concentrao (memria), retardamento, problemas pulmonares e pode atingir o fgado e os rins (ATSDR, 2004).

16.5 Radiaes
Vamos agora falar sobre as radiaes e como ela pode atingir o trabalhador, mas antes entender que existem a radiao natural, a radiao ionizante e a no ionizante. Mas voc sabe o que radiao? Pois bem, radiao a propagao de energia, ou seja, uma forma de transmisso de energia atravs de um espao. Lembre que essa radiao, por exemplo, pode ser transmitida pelo micro-ondas, radares, telefones celulares, equipamentos que voc conhece e muitos deles utiliza em seu dia a dia, certo? Mas tambm temos a radiao obtida do sol, que chamamos de radiao solar. Em relao radiao solar, muitos trabalhadores cam diariamente expostos, e srios danos a sade so destacados. A radiao ultravioleta (solar) pode atingir diretamente a pele e os olhos, principais reas de risco do trabalhador. Uma exposio direta pode causar queimaduras graves, cncer de pele e causar enrugamento e deixar a pele mais rgida com o tempo. A Agncia Internacional de Pesquisa em Cncer (IARC) classica a radiao solar no grupo I, que ocasiona cncer no organismo. Aqui lembramos que as lmpadas uorescentes tambm transmitem radiao, mas so classicadas no grupo 3 no sendo carcinognica. Ainda bem, seno como caramos expostos dia a dia em ambientes iluminados no mesmo?
Leia o artigo cientco que fala sobre Uma prtica educativa de sensibilizao quanto exposio radiao ionizante com prossionais de sade dos autores Flr e Kirchhof (2006), acessando o link: http:// www.scielosp.org/pdf/reben/ v59n3/a05v59n3.pdf. Preste ateno quando se comenta de algumas caractersticas existentes durante o trabalho de prossionais de radiologia em hospitais que cam expostos aos raios X praticamente todos os dias.

Leia o artigo Cuidados com a exposio ao sol, que comenta sobre trabalhadores rurais que precisam estar atentos a exposio direta em suas atividades cotidianas. Acesse o link: http://www. portalternurafm.com.br/ noticias/9183/cuidados-com-aexposicao-ao-sol

Os riscos da radiao solar em trabalhadores o cncer de pele (melanoma maligno e basocelular) que muito facilmente aparece em pessoas de pele clara, com histria familiar de cncer de pele, que possuam facilidade a queimaduras e que quem expostos ao sol diretamente, que so os trabalhadores rurais, com atividades agrcolas, por exemplo. Uma dica para evitar maiores problemas de sade para o trabalhador que ca exposto a radiao solar realizar sempre o autoexame da pele, procurando sinais ou pintas no corpo que mudam de tamanho, forma e cor, que coam, descamam ou sangram, ou que mudam de cor. No deixar de procurar um mdico especialista, um dermatologista.

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Vamos dar ateno s radiaes que afetam ocupacionalmente, ou seja, trabalhadores de indstria nuclear ou para aqueles que cam expostos a radiaes em hospitais, clnicas ou laboratrios, isto , expostos a radiao ionizante, que so os raios X e os raios gama. Antes temos que entender que a radiao ionizante aquela que transmitida por ons, encontrada na forma de ondas eletromagnticas e em partculas subatmicas. Raios X e Y (gama) - so ondas eletromagnticas e no possuem massa nem carga. Enquanto o raio X originado por movimento de eltrons entre orbitais, os raios gama tm origem no ncleo do tomo. Os raios X e os raios gama, por no terem carga ou massa, so extremamente penetrantes, sendo detidos somente por uma parede de concreto ou metal (IRD, 2003; NUBIO/ FIOCRUZ, 2005 citado por INCA, 2010). No caso de radiaes, o cncer a principal doena, ou o primeiro efeito que ocasionado no organismo, e na radiao ionizante pode causar mutaes genticas e serem tambm teratognicos. Tambm so vericados, nos trabalhadores, alguns sintomas que so decorrentes da radiao como: fraqueza, nusea, perda de cabelo, queimadura na pele, envelhecimento precoce, etc. (EPA, 2004). Em todos os casos, o cuidado, a informao muito importante, utilizar equipamentos de proteo individual, execuo correta do trabalho, vericao das normas e regulamentos dos equipamentos a serem utilizados e suas consequncias para o organismo humano, quando exposto por determinado tempo, monitorizao do local de uso de radiao de forma permanente, vigilncia e higienizao constante, entre outros cuidados essenciais (NUBIO/ FIOCRUZ, 2000). Ento, que tal tomar todos os cuidados possveis e no car exposto a nenhum tipo de radiao. Uma curiosidade a radiao provocada pelo celular que com certeza voc tem um aparelho contigo, certo? E sabemos que este aparelho tambm muito utilizado como instrumento de trabalho, por isso temos que ter ateno a esse produto que tambm tem suas consequncias, que tal ler sobre isso e aumentar seus conhecimentos no Saiba mais!

Teratognico: diz-se de agente que provoca malformaes congnitas no embrio ou no feto. Fonte: http://www.infopedia.pt/ lingua-portuguesa/teratog%C3 %A9nico;jsessionid=vXp8287L KSXC-Cy+8pdvrQ__

Leia sobre a radiao provocada pelo celular na reviso cientca traduzida como Radiao de telefone celular (2012), traduzido por Luiz Jacques Saldanha (2009) do site internacional EWGs (Environmental Working Group) no link: http://www. nossofuturoroubado.com. br/arquivos/novembro_09/ radiacao.html e no deixe de ver sobre o que voc, como consumidor da telefonia celular, deve saber sobre os nveis de radiaes e o que elas causam em nosso corpo.

Aula 16 Intoxicaes exgenas de importncia ao trabalhador

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Assista ao programa apresentado no Fantstico sobre a radiao provocada pelos aparelhos celulares. Acesse o link: https://www.youtube.com/ watch?v=XBh_3ftr-qY No deixe de dar ateno aos efeitos que a radiao do celular pode provocar na sua sade, e aproveite para reetir em como voc est utilizando seu celular diariamente.

Conclumos que os trabalhadores so diariamente expostos a diversos produtos e radiaes que podem causar srios danos sade. Estes riscos qumicos devem ser monitorados permanentemente, e os trabalhadores devem receber informaes constantes sobre os cuidados relacionados ao trabalhar com produtos que contenham essas substncias qumicas, e os riscos causados pelas radiaes solares e ionizantes.

Resumo
Nesta aula vimos que existem vrias substncias e situaes que ocasionam intoxicaes exgenas no trabalhador, dentre as que foram comentadas temos o amianto que causa a Asbestose, o chumbo que causa o Saturnismo, o cromo, os solventes orgnicos que so: benzeno, tolueno e xileno (BTX) e as radiaes, principalmente solar e ionizante. Foi destacada nesta aula a doena benzenismo provocada pelo benzeno e as principais manifestaes legais atravs de portarias, da NR-15 e do Acordo Nacional do Benzeno realizadas no Brasil para controle e preveno da exposio aos trabalhadores deste produto.

Atividades de aprendizagem
Fbricas de refrigerantes reduziro quantidade de benzeno de bebidas. Compromisso foi assumido por Coca-Cola, Schincariol e AmBev. Leia essa reportagem publicada na Revista VEJA no link: http://veja.abril.com. br/noticia /saude/fabricantes-de-refrigerantes-reduzirao-quantidade-de-benzeno-de-bebidas e faa uma reexo sobre o benzeno na sade pblica e ocupacional. No deixe de dialogar com seus colegas sobre esse e as demais substncias comentadas nesta aula.

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Toxicologia

Aula 17  Intoxicao por mercrio nos trabalhadores


O tema desta aula est ligado aos efeitos causados pelo mercrio no organismo, mais especicamente de trabalhadores. Sero elencados alguns riscos ocupacionais, assim como, medidas bsicas de preveno contaminao por mercrio em suas vrias formas encontradas no ambiente natural, domstico e industrial.

17.1 R  iscos ocupacionais ocasionados pelo mercrio


Primeiramente vamos conhecer o que vem a ser esta substncia qumica denominada mercrio, onde a encontramos e quais seus riscos para os trabalhadores. O mercrio um metal lquido, prateado e txico, encontrado na tabela peridica como Hg, que vem do latim hydrargyrum, e signica prata lquida (FARIA, 2003, p.116). Segundo Cardoso et. al. (2001), o mercrio encontrado em todo o mundo, mas no meio ambiente, surge da degradao da crosta terrestre a partir de vulces e pela evaporao dos oceanos. A maioria do mercrio orgnico est sob a forma de metilmercrio (MeHg), e tambm encontrado na cadeia alimentar, principalmente em pescados, isto por que, podemos consumir peixes contaminados com mercrio causando nveis signicativos de acmulo de MeHg transitrio no organismo. A maior fonte de MeHg na populao em geral justamente pelo consumo de peixe ou frutos do mar contaminados (NRC, 2000). Mas com a industrializao, o mercrio inorgnico o que passou a ser utilizado na metalrgica, na produo de chapus de feltros (lembre do exemplo sobre o Chapeleiro Maluco), nas renarias de petrleo, nas indstrias de cloro-lcalis, nas indstrias de papel, na fabricao de tintas (ltex, formuladas antes de 1991), de pilhas, de lmpadas uorescentes, desinfetantes, em equipamentos eletrnicos, equipamentos mdico-hospitalares (termmetros e esgnomanmetros), equipamentos ambientais (barmetros), na agricultura

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Existem vrios relatos de casos de intoxicao por mercrio, um caso clssico foi o de Minamata no Japo que ocorreu em 1953, quando 79 pessoas morreram em consequncia a essa intoxicao. Minamata uma regio de pesca, e os moradores viviam desta atividade e consumiam os peixes regularmente. Com o tempo, passaram a apresentar sintomas como perda de viso, descoordenao motora e muscular. Infelizmente esse caso veio a tona somente 3 anos mais tarde quando autoridades descobriram que uma indstria qumica (Chisso) jogava composto de mercrio na baa de Minamata desde 1932. Na poca foi denominada de doena congnita de Minamata, pois crianas nasciam com baixo peso, microcefalia, paralisia cerebral, surdez, decincia visual e apresentavam convulses (GOTO, 2000). Um caso semelhante foi registrado em Niigata (1965), por responsabilidade da companhia de eletricidade Denko. Veja mais detalhes sobre o desastre da Baa de Minamata e outros desastres que mudaram o mundo, assistindo ao vdeo no link: www.youtube. com/watch?v=R9_6XnHf8Uc Tambm deve ser lembrado dos trabalhadores do garimpo na Serra Pelada. Se voc quiser saber mais sobre isso, assista ao lme: Garimpo A Era do Ouro, Porto Velho, Rondnia, no link: www.youtube.com/ watch?v=XTjv7IllCyo Acesse tambm: http:// rederionegro.socioambiental.org/ node/1281 e leia o texto sobre os garimpeiros da Serra Pelada Governo do Amazonas libera uso de mercrio no garimpo.

(fungicidas, pesticidas), na qumica em geral, at mesmo em cosmticos, na odontologia (amalgamas dentrios), na medicina (conservante em medicamentos, vacinas), entre outros locais, sendo que existem cerca de 90 tipos de ocupaes que esto sujeitas exposio ao mercrio (KARK, 1994; BOENING, 2000). O mercrio comumente encontrado em ambientes de trabalho, sem falar que ainda encontramos nos tempos de hoje, nos termmetros de uso domiciliar e em amlgamas nas obturaes dentrias. Mas vale lembrar que esta substncia qumica possui alta toxicidade. Quanto a sua absoro pelo organismo, quando ingerido pouco absorvido pelo trato gastrointestinal na sua forma lquida, mas quando em forma de vapor que ocorre por inalao extremamente txico, isso por que atravessa facilmente a membrana alveolar (pulmes) e a barreira hematoenceflica (sistema nervoso central) atingindo a circulao sangunea. considerado neurotxico e carcinognico (PNUMA, 2005). Voc sabe quais so os principais sintomas que ocorrem no organismo em caso de uma intoxicao por metilmercrio? Pois bem, Cardoso et. al. (2001) destacam nos seguintes termos as intoxicaes por metilmercrio: 1. Ataxia (perda da coordenao dos movimentos voluntrios); 2. Disartria (problemas nas articulaes das palavras); 3. Parestesia (perda da sensibilidade nas extremidades das mos e ps e em torno da boca); 4. Viso de tnel (constrio do campo visual); 5. Perda da audio; 6. Uma contaminao severa pode causar cegueira, coma e morte. Leia sobre o caso clssico da Baa de Minamata na mdia integrada. Ento, este fato foi inesquecvel justamente pelos sintomas ocasionados na populao atingida. A doena ocasionada pelo mercrio denominada de hidrargirismo ou mercuralismo metlico crnico ocupacional (MMCO). O mercuralismo quando decorrente da intoxicao pela contaminao aos vapores de mercrio no

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trabalho constitui uma sndrome grave, conhecida h sculos como Sndrome do Eretismo, esta caracterizada pela irritabilidade, ansiedade, variao de humor; alterao da sociabilidade, timidez, falta de interesse pela vida, baixa autoestima seguida de depresso, delrio, alucinaes, cansao, desnimo e perda de memria. Segundo Faria (2003), quando se manifesta de forma aguda por inalao elevada de vapores do mercrio em local connado (fechado), ocorre pneumonia com sintomas de dor torcica, dispneia, tosse, hemoptise, insucincia renal, alteraes do sistema nervoso central, alergias, problemas imunolgicos, podendo levar ao bito.

Leia mais sobre esse assunto no texto sobre o garimpo no Brasil, uma matria de Jean Remy Guimares, que aps retornar ao municpio do Amap onde realizou pesquisa sobre a contaminao ambiental por mercrio proveniente do garimpo, ele alerta para a transformao promovida pela colonizao humana na regio nos ltimos 13 anos. Acesse o site: http:// cienciahoje.uol.com.br/colunas/ terra-em-transe/um-mundo-emextincao Boa leitura!

17.2 M  edidas de preveno da contaminao por mercrio


Antes de colocarmos aqui as medidas de preveno, interessante saber que na agricultura, a utilizao de fungicidas com mercrio foi proibida pela Portaria n 2 de 06 de janeiro de 1975, revogada e substituda pela Portaria n. 6 de 29 de abril de 1980. Mas infelizmente a contaminao no solo continua. Vale ressaltar tambm sobre a preocupao com o lixo industrial de empresas que descartam na natureza esse contaminante sem nenhuma medida concreta de preveno. A Agncia de Proteo Ambiental Americana (EPA Environmental Protection Agency) possui vrias dicas e informaes sobre os cuidados com resduos txicos do mercrio. Vamos destacar agora alguns cuidados que devemos ter com o uso, por exemplo, de termmetros, lmpadas uorescentes e letreiros de neon coloridos quando quebram. Prestem bem ateno ao que no se deve fazer no caso da quebra destes produtos: 1. Jogar diretamente no lixo comum, e muito menos no esgoto, pois a substncia qumica pode se acumular e causar poluio ambiental; 2. Varrer ou usar aspirador de p, pois os ltros de aspiradores domsticos no retm o lquido, espalhando mais ainda pelo ar e pelo ambiente, aumentando assim o risco de exposio; 3. Pisar no local contaminado, assim ocorre disseminao e maior exposio ao mercrio.

Dispneia: diculdade de respirar (pop). Fonte: http:// www.dicionariodoaurelio.com/ Dispneia.html Hemoptise = qualquer hemorragia do aparelho respiratrio, acompanhada de tosse: a tuberculose pulmonar produz a hemoptise. Fonte: http://www. dicionariodoaurelio.com/Hemoptise.html

Aula 17 Intoxicao por mercrio nos trabalhadores

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Bem, vamos ao que se deve realmente realizar em caso de quebra destes produtos: Primeiro, limpar o local; depois, retire as pessoas e os animais e no permita que entrem na rea afetada. Se tiver ar condicionado, desligue-o durante o perodo da limpeza. Se o produto quebrou em uma superfcie lisa, retire os pedaos de vidro e p com papel e coloque dentro de um recipiente plstico ou de vidro e tampe. Use ta adesiva para retirar pedaos menores do cho. Todo material deve ser recolhido em um recipiente, fechar bem, identicar como material contaminado e deixar em lixeira especial na sua cidade. Ao nal, lave bem as mos. Quanto aos termmetros ao quebrar, preste bem ateno, no toque no lquido, coloque luvas para limpar o local e equipamentos de proteo individual (EPI) existentes para produtos qumicos volteis. Se cair em tapetes ou carpete, pode ser utilizada seringa sem agulha, ta crepe ou creme de barbear para grudar nas gotculas da substncia qumica espalhada no local, que devem ser cuidadosamente descartadas em recipiente para descarte. Todos os materiais contaminados utilizados no procedimento, inclusive as luvas, devem ser colocados em recipientes e rotulados. Ventile bem o ambiente por no mnimo 24 horas. Quanto ao resduo txico, assim como as lmpadas, descarte em lixo especial (ZAVARIZ, 2013). Verique com a Secretaria Municipal de Sade ou com a empresa para efetuar a coleta. Utilize o servio de informaes das empresas para saber sobre o descarte dos produtos ou pea informao pelo Disque Sade 0800 61 1997. Faa a sua parte!

Aumente seu conhecimento em como descartar lmpadas uorescentes com o lme educativo encontrado no seguinte endereo virtual: www.youtube.co,/ watch?v=4WpzvtdJ4SY

17.3 Ao global do mercrio


Muitos esforos voluntrios e polticos tm sido realizados no combate a poluio global do mercrio. Em fevereiro de 2007, o Conselho Administrativo (CA) do Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) debateu a necessidade de uma ao global para proteger a sade humana e o meio ambiente da exposio ao mercrio. Em 2009, outra reunio do PNUMA foi realizada para estabelecer o necessrio instrumento global de mercrio. Na verdade toda essa movimentao, e a luta pela substituio do mercrio no mercado, tiveram incio em 1990 no Rio de Janeiro, quando foi constatada a contaminao de 41 trabalhadores em uma empresa de eletrlise. Aps isso um acordo foi assinado na Eco-92, e a lei estadual de 1995 passou a estabelecer prazos para substituio do mercrio.
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Em 3 de julho de 2000 foi sancionada a Lei n. 9.976 que dispe no inciso VI da necessidade de um programa de preveno da exposio ao mercrio que inclua a avaliao de risco para a sade do trabalhador; a adoo de medidas de controle de engenharia, operaes administrativas e EPIs; monitoramento da exposio e gerenciamento de risco; ao de vigilncia sade dos trabalhadores prprios e terceiros e procedimentos operacionais de manuteno e de atividades de apoio (BRASIL, 2000). Essas aes continuam sendo polmicas, e nos hospitais uma poltica para reduo do mercrio foi iniciada com um projeto denominado Hospitais Saudveis, em que iniciam pela troca dos termmetros de mercrio e esgnomanmetros. Voc pode ter mais informaes acessando: http://www.hospitaissaudaveis.org/default.asp. Existe tambm a Agenda Global Hospitais Verdes e Saudveis Rede Global Hospitais Verdes e Saudveis que se prope a oferecer apoio a iniciativas em todo o mundo, visando promover maior sustentabilidade e sade ambiental no setor sade e assim fortalecer os sistemas de sade em nvel global, verique o manual no link: http://greenhospitals. net/wp-content/uploads/2012/03/GGHHA-Portugese.pdf e o site Sade sem Dano: http://www.noharm.org/saude_sem_dano/ Conclumos que o mercrio um metal lquido txico encontrado em muitos locais, tanto na natureza quando no meio ocupacional, podendo causar srios danos a sade do trabalhador. Tambm se entendeu que h mtodos de preveno e campanhas de conscientizao dos riscos e perigos relacionados exposio ao mercrio e ao metilmercrio nos ambientes de trabalho, em mbitos locais e global.

Resumo
Nesta aula, tivemos a imensa oportunidade de no somente conhecer sobre um poluente ambiental e ocupacional, como tambm suas formas de intoxicao nos trabalhadores e, principalmente, em estarmos atentos a preveno de contaminaes por essa substncia qumica e entender que existe atualmente uma campanha de reduo do mercrio nacional e internacional.

Entre na Campanha Global Mercrio Zero, veja como A vida sem Mercrio Campanha para conscientizar sobre os riscos da exposio ao mercrio e sobre alternativas mais seguras; alcanar, educar e envolver as organizaes de interesse pblico e da sociedade civil para que promovam polticas que evitem o mercrio junto aos seus tomadores locais e nacionais de deciso; e promover um tratado global consistente para o mercrio a ser adotado em 2013. Acesse: http://www.acpo.org.br/ cartilha/hgzero.htm

Aula 17 Intoxicao por mercrio nos trabalhadores

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Atividades de aprendizagem
Rena-se com seus colegas e veriquem se existe, nos hospitais da sua cidade, alguma campanha de preveno de riscos relacionada ao mercrio, e se estes locais j ouviram falar da Campanha Mercrio Zero. Leia atentamente sobre Projeto Hospitais Saudveis, relacionado a essa campanha. Site: http://www.hospitaissaudaveis.org/campanha_saude_ livre_de_mercurio.asp

Anotaes

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Aula 18  Intoxicaes por agrotxicos no ambiente rural


Nesta aula iremos conhecer mais sobre as intoxicaes por agrotxicos no Brasil e no mundo, no em relao a nossa alimentao, mas por causa dos efeitos causados principalmente nos trabalhadores rurais. Os trabalhadores rurais esto expostos a uma quantidade muito grande de substncias qumicas utilizadas nas atividades agrcolas. Ocorrem muitas intoxicaes devido a esta exposio e medidas de preveno devem ser utilizadas para diminuir esses riscos. Vamos conhecer mais sobre esse assunto nesta aula?

18.1 Agrotxicos no Brasil e no mundo


Voc sabe qual o signicado de agrotxicos? No? Segundo o Decreto n 4.074, de 4 de janeiro de 2002, que regulamentou a Lei n. 7.802/1989, a palavra agrotxico denida como:
[...] produtos e agentes de processos fsicos, qumicos ou biolgicos, destinados ao uso nos setores de produo, no armazenamento e beneciamento de produtos agrcolas, nas pastagens, na proteo de orestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hdricos e industriais, cuja nalidade seja alterar a composio da ora ou da fauna, a m de preserv-las da ao danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substncias de produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento (BRASIL, 2002).

A utilizao de agrotxicos mundial devido s diversas culturas com vasta importncia no mercado econmico, trazendo com isso, alimentos mais baratos, mas por outro lado, o uso indiscriminado destas substncias qumicas nos alimentos, pode causar prejuzos sade, tanto humana quanto de animais, sem falar da contaminao ao meio ambiente. Os agrotxicos apareceram com a Segunda Guerra Mundial, com o controle de pragas na agricultura, e com a evoluo da tecnologia neste campo, a utilizao de produtos qumicos aumentou.

Assista ao vdeo sobre o consumo de agrotxicos no Brasil, e o uso indiscriminado nas plantaes, alm de conhecer a histria do aparecimento dos agrotxicos ou agroqumicos. Acesse o link: http://www. youtube.com/watch?v=8R VAgD44AGg&feature=play er_embedded

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O artigo Intoxicao e morte por agrotxicos no Brasil, da autora Larissa Mies Bombardi (2011) mostra uma viso geral do consumo e das intoxicaes ocasionadas por estes produtos. Acesse o link: http://www2.fct. unesp.br/nera/artigodomes/9arti godomes_2011.pdf

No Brasil, tivemos aumento no uso de agrotxicos entre as dcadas de 60 e 70 com a possibilidade de crditos agrcolas e a exportao (MOREIRA, 2000). E voc sabia que existem mais de 2.000 formulaes diferentes de agrotxicos no Brasil? Sim, existe e so classicados como inseticidas, pesticidas, herbicidas, fungicidas, raticidas, entre outros grupos. Infelizmente o Brasil um dos maiores consumidores de agrotxicos. A cada ano aumenta o nmero de pessoas intoxicadas por agrotxicos. Muitas destas intoxicaes so acidentais ou por exposio ao produto que, consequentemente, causam graves doenas nos trabalhadores, devido falta de equipamentos de proteo (Figura 18.1), ou mesmo pela diculdade de compreenso das instrues quanto ao uso seguro do produto ou a falta de capacitao ou at mesmo de informao do perigo destes produtos para a sade do trabalhador.

Figura 18.1: Trabalhador rural utilizando precariamente pesticidas na lavoura. Fonte: Messina, J./Wikimedia Commons

Necessita-se ainda de muita campanha de preveno no sentido de evitar graves problemas a estes trabalhadores que se encontram na agropecuria, nas rmas dedetizadoras, no transporte e comrcio destes produtos, nas indstrias e no setor de sade pblica. um problema muito grave, imagine que a cada dois ou trs minutos, um trabalhador sofre intoxicao por agrotxico, e que cerca de vinte mil trabalhadores morrem anualmente expostos a estes produtos qumicos, isso uma estimativa da Organizao Mundial da Sade e do Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PIMENTEL et al., 1992, citado por PORTO e SOARES, 2012).

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Sabe-se que alm da exposio ocupacional, h o consumo destes alimentos contaminados pela populao e tambm das pessoas que vivem no entorno destas plantaes, neste caso devido s contaminaes ambientais em rios e ao descontrole de pulverizaes areas realizadas (Figura 18.2). Isso algo muito preocupante na sade pblica, alm de que o trabalhador se expe por longo tempo no somente a um produto, mas s vezes a vrios ao mesmo tempo, e por vias diferentes (pele, inalao e ingesto). Os principais efeitos dos agrotxicos nos trabalhadores rurais so resultantes de exposio direta pela: irritao na pele e ocular, alergias de pele, asma brnquica, desordens neuropsquicas (distrbios mentais e comportamentais), cncer, entre outras doenas (ECOBICHON, 2001; CALVIELLO et al., 2006; JACOBSON et al., 2009 citado por PORTO e SOARES, 2012).
Figura 18.2: Utilizao de agrotxicos via area Fonte: O'Rear C./Wikimedia Commons

Veja a reportagem sobre o uso abusivo de agrotxicos no Paran, no link: http:// www.youtube.com/ watch?v=hgdhIBwOpk4 Uma ameaa a sade dos trabalhadores, ao meio ambiente e aos consumidores destes alimentos.

Existem dois tipos de intoxicaes por agrotxicos, a aguda que possui sintomas com poucas horas aps a exposio excessiva e por curto perodo de tempo ao agrotxico, e a intoxicao crnica onde os sintomas so tardios, ou seja, levam meses ou at anos para aparecerem. Muitas vezes os danos causados a sade so irreversveis como, por exemplo, problemas neurolgicos e o cncer (FUNASA, 1998; ECOBICHON, 2001). Todo cuidado com os agrotxicos pouco, e saiba que alm do Decreto n. 4.074/2002 j comentado nesta aula, existe a Norma Regulamentadora 31 (NR-31) do Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE), que trata da "Segurana e Sade no Trabalho na Agricultura, Pecuria, Silvicultura, Explorao Florestal e Aquicultura" e regulamenta o uso dos agrotxicos, adjuvantes e ans. Atravs desta aula, conclumos que os trabalhadores rurais tm uma exposio grande e variada aos agrotxicos, e que a populao em geral e o meio ambiente tambm sofrem as consequncias do uso destes produtos na agricultura. Tambm aprendemos que extremamente importante realizar aes de preveno continuada para estes trabalhadores rurais e para a populao local agrcola.
Aula 18 Intoxicaes por agrotxicos no ambiente rural

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Resumo
Vimos o conceito de agrotxico e o uso pelos trabalhadores rurais, assim como os problemas ocasionados pelo uso indiscriminado e sem condies seguras dos agrotxicos. Tambm foi comentado sobre as intoxicaes ocasionadas pela exposio aos agrotxicos que no somente um problema de sade pblica, mas social e ambiental.

Atividades de aprendizagem
Reita sobre a frase da Campanha Permanente contra o uso dos agrotxicos na alimentao e pela vida: Agrotxico Mata. Quais as problemticas encontradas no uso de agrotxicos no Brasil que voc conhece, e o que a sociedade poderia contribuir para essa campanha.

Anotaes

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Aula 19  Simbologias de risco txico


Veremos nesta aula os mais variados smbolos utilizados para identicar um risco txico de uma substncia qumica. O objetivo que voc consiga rapidamente identicar o tipo de perigo ou risco que determinada substncia qumica pode ocasionar a sade do trabalhador. No Brasil a simbologia de risco a mesma adotada pela Organizao das Naes Unidas (ONU) em conveno internacional, normatizado pela ABNT, NBR 7.500. Ento vamos conhecer quais so esses smbolos? Os produtos qumicos apresentam em sua rotulagem/embalagem ou cha tcnica, um smbolo identicando o seu grau de toxicidade. Estes smbolos devem ser sempre observados com ateno pelos trabalhadores, pois podem prevenir acidentes e intoxicaes graves, e mostra informaes importantes, alm do tipo de cuidado ou equipamento de proteo que dever ser utilizado frente aquela substncia qumica.

19.1 Diagrama de Hommel


O Diagrama de Hommel uma simbologia internacional vinda dos Estados Unidos atravs da Associao Nacional para Proteo contra Incndio (National Fire Protection Association NFPA), conhecida atravs do cdigo NFPA 704, ou como diamante do perigo ou como diamante de risco. Este diagrama em formato de um losango, apresenta quatro cores (branco, azul, vermelho e amarelo), e cada cor representa um tipo de risco em graus que variam de 0 a 4 (Figura 19.1). A cor branca signica que a substncia possui um risco especco ou proteo pessoal (oxidante, cido, alcalino, radioativo, txico, corrosivo, etc.), a cor azul um risco sade ou risco de vida,

Figura 19.1: Diagrama de Hommel. Fonte: http://www.aspiracoesquimicas.net

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Veja que falamos que cada cor do Diagrama de Hommel representa um risco especco e que varia em graus, ento entre no link da CETESB, emergncias qumicas: http://www.cetesb. sp.gov.br/gerenciamento-deriscos/Emeg%C3%AAnciasQu%C3%ADmicas/118Diamante-de-Hommel e conhea como esta variao dos graus de 0 a 4. Boa leitura!

a cor vermelha representa risco de fogo (inamabilidade) e a amarela, reatividade. Esse losango facilmente identicado nos rtulos dos frascos, e o trabalhador percebe rapidamente o risco que a substncia apresenta pela cor e numerao o grau de perigo (Figura 19.2).

19.2 S  mbolos de risco sade


Figura 19.2: Exemplo de frascos com substncias qumicas rotuladas com o diagrama de Hommel, contendo o nmero que representa o grau de cada risco. Fonte: Nuno Nogueira/Wikimedia Commons

Vamos abordar os smbolos diretamente ligados a sade e a toxicologia. Vale ressaltar que estes smbolos seguem a Regulamentao da Comisso Europeia (CE) n. 1272/2008 que se aplica obrigatoriamente s substncias a partir de 01 de dezembro de 2010, e s misturas que ser a partir de 01 de junho de 2015. A Organizao Pan-Americana da Sade traz o Sistema Globalmente Harmonizado de Classicao e Rotulagem de Produtos Qumicos (GHS) que no uma regulamentao especca, mas apresenta instrues que ajuda na comunicao de perigos qumicos e para a rotulagem dos produtos. Esse sistema integra as trs organizaes: OIT (Organizao Internacional do Trabalho), OECD (Organization for Economic Cooperation and Development) e UNCETDG (United National Committee of Experts on the Transport of Dangerous Goods), tambm conhecida como Livro Prpura (OPAS, 2013). Em relao sade humana, o GHS apresenta os seguintes critrios: toxicidade aguda, corroso/irritao da pele, danos/irritao sria nos olhos, sensibilizao respiratria ou drmica, carcinogenicidade, mutagenicidade em clulas germinativas, toxicidade reproduo, toxicidade sistmica em rgo alvo por exposio nica, toxicidade sistmica em rgo alvo por exposio mltipla e perigoso por inalao. Em relao ao meio ambiente so classicados em: perigoso para o ambiente aqutico, toxicidade aqutica aguda e crnica, potencial de bioacumulao e degradabilidade rpida (OPAS, 2013). As substncias qumicas Txicas so representadas pela simbologia de uma caveira (Figura 19.3), mas quando a substncia extremamente txica

Consulte o Sistema Globalmente Harmonizado de Classicao e Rotulagem de Produtos Qumicos, conhecido internacionalmente pela sigla GHS (Globally Harmonized System of Classication and Labeling of Chemicals), para isso acesse a verso simplicada atravs do link: http://www. dolceta.eu/espana/Mod3/ sites/espana_Mod3/IMG/ pdf/etiquetado_productos_ quimicos.pdf e observe que um anexo do Regulamento (CE) n. 1272/2008, e apresenta os graus de toxicidade dos produtos, alm da mudana dos smbolos.

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esta aparece com um T+ na gravura (Figura 19.4), isto tanto para as vias respiratria, drmica ou por ingesto, podendo provocar efeitos agudos, crnicos ou letais. Alguns exemplos so os produtos agrotxicos (herbicidas, pesticidas,...), veneno para ratos, detergentes, desinfetantes, etc.

Figura 19.3: Smbolo para substncia txica. Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons.

Figura 19.4: Smbolo para substncia extremamente txica. Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons.

As substncias nocivas atingem por via respiratria, por ingesto ou pela pele e causam irritao, por isso, s vezes so denominadas de irritantes e provocam efeitos agudos, crnicos ou podem at ser letais. Dentro desta categoria esto tambm os efeitos carcinognicos e mutagnicos. Por exemplo: Diclorometano, Cloreto de Potssio (SGH, 2013). Para as substncias ou misturas qumicas que so nocivas apresentado um "X" (gura 19.5) ou atualmente pela SGH (gura 19.6).

Figura 19.5: Smbolo para substncia nociva. Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons.

Figura 19.6: Smbolo para substncia nociva segundo SGH. Fonte: http://www.dolceta.eu

Aula 19 Simbologias de risco txico

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O artigo Intoxicao e morte por agrotxicos no Brasil, da autora Larissa Mies Bombardi (2011) mostra uma viso geral do consumo e das intoxicaes ocasionadas por estes produtos. Acesse o link: http://www2.fct. unesp.br/nera/artigodomes/9arti godomes_2011.pdf

Em relao a ser uma substncia ou mistura IRRITANTE, que causa irritao/ sensibilizao na pele, nos olhos e nas vias respiratrias ou por ingesto, uma simbologia especca utilizada, onde o ponto de interrogao indica perigo sade (Figura 19.7). Para substncias qumicas Corrosivas, so aquelas que causam srios danos nos tecidos vivos, provocando queimaduras na pele, mucosa e olhos. Atingem tambm vrios tipos de materiais, por isso o uso adequado de equipamentos de proteo individual essencial. Exemplo de substncia corrosiva so os cidos ou lcalis, soda custica, etc. (Figura 19.8).

Figura 19.7: Smbolo para substncia irritante. Fonte: http://www.dolceta.eu

Figura 19.8: Smbolo para substncia corrosiva. Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons.

Consulte a Norma Brasileira, ABNT NBR 7500, sobre identicao para o transporte terrestre, manuseio, movimentao e armazenamento de produtos no link: http://docente.ifrn. edu.br/samueloliveira/ disciplinas/quimica-ambiental/ apostilas-e-outros-materiais/ nbr-7500-2003-simbolosde-risco-e-manuseio-para-otransporte-e-armazenamentode-materiais, e conhea mais sobre os smbolos de risco, seus desenhos e modulaes, entre outras curiosidades.

No poderamos deixar de apresentar tambm o smbolo para produtos qumicos que so txicos para o meio ambiente, neste caso, para a fauna, a ora e para organismos aquticos. So substncias muito frequentemente encontradas na agricultura e nas indstrias, como por exemplo, o mercrio, o tetracloreto de carbono, etc. (Figura 19.9).

Figura 19.9: Smbolo para substncias perigosas ao meio ambiente. Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons.

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Toxicologia

Atravs desta aula, tivemos a oportunidade de conhecer os principais smbolos de risco tanto para incndio quanto para o que nos de grande importncia nesta disciplina que so os riscos para a sade, que envolvem os efeitos toxicolgicos. Tambm foi possvel conhecer as normas europeias, o Sistema Globalmente Harmonizado de Classicao e Rotulagem de Produtos Qumicos e a norma Brasileira da ABNT, NBR 7500 que envolvem essas simbologias em rtulos, embalagens e cha tcnica de substncias qumicas.

Resumo
Nesta aula, abordamos a relevncia das simbologias de risco para a toxicologia, assim como foi apresentado s normas, regulamentos e sistemas importantes que envolvem esses smbolos de risco tanto para incndio, quanto para o risco sade e ao meio ambiente.

Atividades de aprendizagem
Faa uma pesquisa sobre as caractersticas dos produtos qumicos contendo os smbolos de risco nos rtulos, encontrados no seu trabalho e no seu domiclio. Indique que tipo de equipamentos de proteo individual deve ser utilizado no transporte e manipulao destes produtos.

Anotaes

Aula 19 Simbologias de risco txico

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Aula 20  Normas regulamentadoras de segurana e sade do trabalho ligado toxicologia


Nesta aula sero abordadas especialmente, e de forma resumida, as principais normas que regulamentam a segurana e a sade do trabalho, ligadas praticamente toxicologia. Essas normas regulamentadoras so importantes alertar o trabalhador bem como orientar para uma promoo da melhoria da qualidade de vida e da sade no local de trabalho.

20.1 NR 7 PCMSO
Esta norma tem como ttulo o PCMSO, que quer dizer Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional. Estabelece no somente a obrigatoriedade de implantao deste programa pelos empregadores e instituies como parmetros e diretrizes para sua execuo. Seu objetivo monitorar cada trabalhador exposto aos agentes qumicos, fsicos e biolgicos. um servio preventivo de doenas ocupacionais. Vale ressaltar nesta norma que este PCMSO um documento que ca arquivado no local do trabalho, disponvel para scalizaes, onde o mdico pode realizar alteraes sempre que ocorrer alguma mudana em risco ocupacional devido ao trabalho executado, ou em relao aos efeitos existentes, etc.

Assista uma cena da novela Amor Eterno Amor, da Rede Globo onde apresentou essa questo da necessidade da NR-7, ou seja, da obrigatoriedade da implementao do PCMSO por parte da empresa. Acesse o link: http://www.youtube.com/ watch?v=fE-kp2fji4s

20.2 N  R15 Atividades e operaes insalubres


Esta norma intitulada Atividades e Operaes Insalubres, e tem como objetivo alertar os trabalhadores sobre os limites de tolerncia para rudo, exposio ao calor, radiaes, trabalhos submersos, vibraes, frio, umidade, e principalmente sobre os seguintes anexos: No 11 que trata dos agentes qumicos. Neste anexo apresenta o limite de tolerncia e os requisitos necessrios para caracterizar insalubridade. No 12 que apresenta os limites de tolerncia para poeiras minerais, como amianto, mangans e seus compostos e a slica. No 13 relata sobre alguns agentes qumicos (arsnico, carvo, chumbo, cromo, fsforo, hidrocarbonetos, mercrio, silicatos, substncias cancergenas) e suas relaes com o trabalho, excluindo os agentes

No link http://www010. dataprev.gov.br/sislex/ paginas/05/mtb/7.htm, voc tem acesso a Norma Regulamentadora que fala sobre o PCMSO, a NR-7. Leia na ntegra para que voc possa conhecer mais profundamente essa importante base legal a favor da preveno de doenas ocupacionais.

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qumicos dos anexos 11 e 12. No anexo n 13-A fala especicamente sobre o benzeno visando proteo da sade do trabalhador.
Ento vamos leitura da NR-15? Acesse o link http://portal.mte. gov.br/data/les/FF8080812DF 396CA012E0017BB3208E 8/NR-15%20(atualizada _2011).pdf e se proponha a conhecer mais sobre o assunto, principalmente os anexos 11, 12 e 13 que se relacionam toxicologia. Boa leitura!

Aproveite e leia essa norma com ateno, assim voc car sabendo de algumas respostas relacionadas insalubridade e seu direito, higiene ocupacional, em como so estabelecidos os Limites de Tolerncia j estudados nesta disciplina, entre muitos outros conhecimentos importantes.

20.3 N  R 32 Segurana e sade do trabalhador em servios de sade


Proponho a voc conhecer mais sobre insalubridade no trabalho, assistindo ao vdeo no link: http://www.youtube.com/ watch?v=S-e6EOZC6W8 Assim voc poder entender como funciona o adicional de insalubridade. No perca!

Esta norma tem como objetivo implementar medidas de proteo segurana e sade do trabalhador em servios de sade e outros servios relacionados promoo e assistncia sade em geral. Chamo ateno para o item 32.2 que apresenta os riscos qumicos, e para o item 32.3 que fala sobre as radiaes. Dois itens que j foram bem estudados e comentados nas aulas. Em relao aos riscos qumicos, importante ressaltar que a NR 32 aborda a rotulagem dos produtos qumicos, o Programa de Preveno de Riscos Ambientais (PPRA), o Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional (PCMSO), ressalta a importncia da capacitao de forma continuada dos trabalhadores e das medidas de proteo, dos descartes das substncias qumicas, etc. No item 32.3, ressalta os cuidados com as radiaes ionizantes, principalmente sobre o Plano de Proteo Radiolgica, EPIs, entre outros pontos de relevncia. Baseado no resumo apresentado das normas regulamentadoras nesta aula, conclumos que as NRs 7, 15 e 32 so as que apresentam maior nfase aos itens relacionados exposio aos agentes qumicos e seus riscos ocupacionais.

No se esquea de dar uma boa lida na NR 32, que est acessvel no link: http://www. guiatrabalhista.com.br/ legislacao/nr/nr32.htm# Destaque o que for importante para voc em seu trabalho, relacionado aos riscos qumicos principalmente.

Figura 20.1: Avaliao das condies de segurana e sade do trabalhador. Fonte: Russell Lee/ /Wikimedia Commons.

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Toxicologia

Resumo
As normas regulamentadores, conforme vimos nesta aula, abordam principalmente a promoo e a preservao da segurana e da sade do trabalhador em seu conjunto legal. Apresentamos as principais NRs, e dentro delas os pontos importantes que esto ligados a toxicologia, cabe agora uma reexo sobre esse tema e sua aplicao em seu campo de trabalho.

Atividades de aprendizagem
Faa uma relao entre essas normas regulamentadoras e o que voc aprendeu nas aulas sobre toxicologia, e reita sobre a importncia de cada tpico discutido para a sade e segurana no seu trabalho.

Anotaes

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Referncias
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Referncias de Figuras

Figura 1.1: Bernardino Ramazzini, autor do livro De Morbis Articum Diatriba - As Doenas dos Trabalhadores Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons Figura 4.1: Intoxicao qumica Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_hD8Xqm-qA-Y/STBdnH4pOHI/AAAAAAAAAM8/3MWMQ8kNDX0/s400/ intx.jpg Figura 5.1: Locais de ao txica no organismo. Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA1LMAI/cartilha-intoxicacao-no-trabalho# Figura 7.1: Efeitos txicos de produtos qumicos utilizados no trabalho em um salo de beleza. Fonte: Editoria de Arte/Folhapress http://f.i.uol.com.br/folha/equilibrio/images/10287128.gif Figura 8.1: Avaliao toxicolgica realizada in vitro. Fonte: Jim Watson/Wikimedia Commons

Referncias

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Figura 12.2: Incidncia de uma monitorizao biolgica Fonte: Adaptado de Lauwerys e Hoet (2001) apud PRISTA e UVA (2006).t Figura 14.1: Dermatite alrgica em trabalhador ocasionada por contato com querosene Fonte: National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH)/Wikimedia Commons. Figura 14.2: Dermatite de contato em trabalhador pelo uso de sapato de borracha. Fonte: National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH)/Wikimedia Commons. Figura 16.1: Fibras de amianto (tremolite) Fonte: Aram Dulyan /Wikimedia Commons Figura 18.1: Trabalhador rural utilizando precariamente pesticidas na lavoura. Fonte: Messina, J./Wikimedia Commons Figura 18.2: Utilizao de agrotxicos via area Fonte: O'Rear C./Wikimedia Commons Figura 19.1: Diagrama de Hommel Fonte: http://www.aspiracoesquimicas.net/2012/06/o-diamante-de-hommel.html Figura 19.2: Exemplo de frascos com substncias qumicas rotuladas com o diagrama de Hommel, contendo o nmero que representa o grau de cada risco. Fonte: Nuno Nogueira/Wikimedia Commons Figura 19.3: Smbolo para substncia txica Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons Figura 19.4: Smbolo para substncia extremamente txica Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons Figura 19.5: Smbolo para substncia nociva Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons Figura 19.6: Smbolo para substncia nociva segundo SGH Fonte: http://www.dolceta.eu/portugal/Mod3/Simbolos-de-perigo.html Figura 19.7: Smbolo para substncia irritante Fonte: http://www.dolceta.eu/portugal/Mod3/sites/portugal_Mod3/local/cache-vignettes/L150xH148/ exclamacao-216a6.jpg Figura 19.8: Smbolo para substncia corrosiva Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons Figura 19.9: Smbolo para substncias perigosas ao meio ambiente Fonte: Domnio Pblico/Wikimedia Commons Figura 20.1: Avaliao das condies de segurana e sade do trabalhador. Fonte: Russell Lee/ /Wikimedia Comons.

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Atividades autointrutivas
1. De acordo com o conceito de toxicologia, podemos armar que: a) toxicologia uma cincia nica que estuda a ao dos venenos nos seres humanos. b) a toxicologia moderna somente se preocupa com a ao das substncias txicas em humanos. c) os estudos modernos da toxicologia incorporaram somente as disciplinas de siologia e botnica. d) os venenos podem ser considerados substncias que causam doenas no organismo humano devido a atividade laboral exercida. e) toxicologia uma cincia multidisciplinar que se ocupa dos mecanismos das aes txicas, da avaliao das alteraes biolgicas e das intoxicaes produzidas pelas substncias qumicas no organismo. 2. Correlacione a coluna 1 na qual encontram-se alguns dos nomes principais do panorama histrico da toxicologia no mundo com a coluna 2 que dene o acontecimento ou descoberta: Coluna 1 1. Bernardino Ramazzini Coluna 2 ( ) Acidente qumico com gases txicos ocorrido na ndia.

2. Paracelsus

( ) Escreveu o primeiro livro sobre as doenas dos trabalhadores.

3. Alice Hamilton

( ) Defendeu a frase: Todas as substncias so venenos; no h nenhum que no um veneno. A dose certa diferencia um veneno a um remdio

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4. Bhopal

( ) Acidente ocasionado pelo mercrio despejado uma indstria, matando milhares de pessoas.

5. Minamata

( ) Publicou o primeiro livro sobre medicina industrial.

Assinale a alternativa que apresenta a sequncia CORRETA:. a) 5, 1, 3, 4, 2 b) 4, 1, 2, 5, 3 c) 4, 3, 2, 5, 1 d) 5, 3, 2, 1, 4 e) 4, 2, 3, 5, 1 3. Sobre os aspectos da toxicologia pode-se armar que: a) o aspecto curativo aquele que oferece padres de segurana. b) nenhuma substncia, principalmente qumica tem algum tipo de exposio no organismo. c) Cndido Portinari, trabalhou com tinta epxi, e teve saturnismo, devido exposio ao nquel. d) atravs do risco toxicolgico jamais ser possvel encontrar uma soluo ou uma resoluo para o problema de intoxicao. e) o aspecto repressivo se refere ao fator de responsabilidade das pessoas que se envolvem em situaes ilegais envolvendo substncias qumicas. 4. A toxinologia o termo que implica no estudo de tratamentos de emergncias e complicaes por toxinas de micro-organismos, de plantas ou de animais e busca neutralizar os efeitos locais provocados pelo envenenamento, distingue-se da toxicologia por: a) estar diretamente ligada a Toxicologia Forense. b) produzir um efeito analgsico sobre os organismos vivos.

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c) esclarecer para a justia o crime atravs de uma substncia qumica. d) abordar um segmento especco de venenos, tal como veneno de serpentes. e) diagnosticar e controlar os efeitos txicos dos produtos expostos no meio ambiente. 5. Complete as lacunas das frases quanto s caractersticas qumicas das substncias txicas: I. Uma substncia _______ txica poder causar dano enorme no organismo em pequena quantidade. II. Substncia que atua no fgado denominada de __________________. III. Segurana a certeza de que a substncia no vai causar ________ para o indivduo. IV. A classicao toxicolgica se baseia nas _____________ das substncias. Assinale a alternativa que completa as lacunas corretamente: a) muito neurotxica efeitos cores. b) pouco hepatotxica danos cores. c) pouco nefrotxica tempo formas. d) muito nefrotxica efeitos respostas. e) muito hepatotxica danos estruturas qumicas. 6. Determinadas substncias possuem mecanismos de ataque ao organismo onde ocasionam leses atravs de vrias fontes fsicas. Assinale a opo correta que envolve as trs fontes: a) lquidos, slidos e metais; b) vapores, gases e partculas. c) partculas, vapores e poeiras. d) aerodispersoides, lquidos e metais. e) gases, metais e monxido de carbono

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7. Complete as lacunas da frase: Todo processo de ____________ envolve algumas fases, e simplesmente poderamos dividir como sendo a primeira fase, o contato com o ______________ e depois o aparecimento dos _________ ou sintomas clnicos. Assinale a alternativa que completa a frase corretamente: a) desintoxicao, produto, sinais. b) toxicologia, lquido, compostos. c) toxicologia, agente txico, sinais. d) intoxicao, qumico, compostos. e) intoxicao, agente txico, sinais. 8. Em relao a intoxicaes, nem sempre temos a ideia de que uma innidade de substncias qumicas so to perigosas, e algumas recomendaes so importantes de serem observadas na rotina tanto na residncia quanto no trabalho, sendo essencial conhecer algumas recomendaes. Com base nesta assertiva, escreva (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa. I. fumaas e gases da queima de borracha, plstico, detergentes e papel no contm substncias txicas, podendo eliminar a fonte de fumaa no ambiente. II. No deve ser acondicionado produtos como soda custica, querosene, lcool, amonaco em geral embaixo de pias, tanques ou qualquer armrio de fcil acesso para crianas. III. O uso de qualquer medicamento deve ser feito com orientao mdica e deve ser mantido fora do alcance de crianas. IV. Os automveis podem ser ligados em garagem fechada, no tendo problema para pessoas quando cam dentro ou perto do veculo. VI.No tem problema consumir enlatados com embalagens estufadas ou enferrujadas.

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Assinale a alternativa CORRETA: a) V, V, V, V, F b) V, F, V, F, V c) F, V, V, F, F d) F, F, F, V, V e) F, V, F, V, F 9. Intoxicao um processo patolgico que pode ser causado por uma substncia exgena ou endgena, causando um desequilbrio siolgico no organismo e consequentemente alteraes bioqumicas. Os sinais e sintomas de uma intoxicao podem ser classicados basicamente de duas formas: a) Aguda, clnica. b) Aguda, crnica. c) Toxicocintica, crnica. d) Por exposio, toxicocintica. e) Toxicocintica, toxicodinmica. 10. Um agente txico pode ser apresentado ao organismo tanto da forma lquida, quanto slida ou gasosa. Trs vias de absoro so responsveis pelas intoxicaes. Assinale a alternativa que apresenta essas trs vias: a) Pele, intestino e pulmo. b) Pele, pulmo e estmago. c) Pele, intestino e estmago. d) Pele, pulmo e sistema urinrio. e) Pele, pulmo e sistema gastrointestinal.

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11. Relacione as colunas, conforme a excreo das substncias txicas no organismo:

I. Pele II. Pulmo III. Intestino IV. Rins Assinale a sequncia correta: a) II, I, IV, III b) II, III, I, IV c) I, II, III, IV d) I, IV, II, III e) III, II, IV, I

( ) Exalao ( ) Suor ( ) Urina ( ) Fezes

12.  Sobre susceptibilidade individual, analise as proposies a seguir: I. Susceptibilidade usada na toxicologia para expressar as condies ocupacionais frente s substncias txicas. II. Susceptibilidade individual quer dizer que cada organismo reage igualmente frente a uma substncia txica, variando de acordo com as condies siolgicas. III. Susceptibilidade individual varia de acordo com as condies fsicas e econmicas de cada pessoa. IV. Susceptibilidade individual quando algumas pessoas podem no mostrar que esto intoxicadas, outras indicam sinais leves e outras podem apresentar sintomas severos de envenenamento.

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Marque a alternativa CORRETA: a) Apenas a I est correta. b) Apenas a I e II esto corretas. c) Apenas a II e IV esto corretas. d) Apenas a III e IV esto corretas. e) Todas as alternativas esto corretas. 13. Quando se realiza uma avaliao toxicolgica, alguns parmetros como dose-efeito e dose-resposta podem ser mensurados. Coloque (V) para as frases verdadeiras e (F) para as falsas. ( ) O termo efeito utilizado para demonstrar a taxa de incidncia de certa substncia qumica sobre uma pessoa ou populao, em relao ao tempo. ( ) O termo resposta utilizado para denominar uma alterao biolgica devido a uma dose administrada oralmente de uma substncia. ( ) A resposta a uma determinada substncia pode ser varivel devido ao metabolismo de cada indivduo. ( ) Dose se emprega para a quantidade ou concentrao de uma substncia a ser administrada que atinge um ponto sensvel do organismo. A seguir, escolha a alternativa que corresponde s suas escolhas: a) F, V, F, V b) F, F, F, V c) V, V, V, F d) V, F, V, F e) F, F, V, V

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14. Complete a lacuna da frase: O valor do limite de tolerncia (VLT) se refere praticamente concentrao mdia ponderada _____________ para um dia normal de trabalho, entendendo que alguns nveis jamais podero ser excedidos em nenhum momento, seno poder ocasionar efeitos graves de sade no trabalhador. Assinale a alternativa que completa a frase corretamente: a) da dose b) no tempo c) de absoro d) do agente txico e) da substncia qumica 15. No Brasil, h um programa que estabelece os parmetros biolgicos para controle da exposio ocupacional a agentes qumicos. Esse programa tem por objetivo promover e preservar a sade dos trabalhadores. Assinale a alternativa CORRETA: a) Portaria n. 491, de 1965; b) NR-15 da Portaria n. 3.214/78; c) Portaria n. 3.214 (MT e Previ, 1978); d) Indicador Biolgico de Exposio (IBE); e) Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional NR-7. 16. Existem efeitos que ocorrem quando uma substncia altera o efeito da outra. Esse fator pode ocorrer em qualquer uma das fases de exposio da substncia no nosso organismo e o resultado so alguns efeitos especcos. Sobre esses efeitos, pode-se armar que: a) a adio ocorre quando o efeito nal de 2 ou mais substncias, igual a soma dos efeitos produzidos individualmente. b) o sinergismo ocorre quando uma substncia txica tem seu efeito aumentado por outra no txica.

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c) a potenciao ocorre quando o efeito de duas ou mais substncias qumicas combinadas, menor do que a soma dos efeitos individuais. d) o antagonismo ocorre quando todas as substncias qumicas interferem umas com as outras. e) a potenciao qumica ocorre quando duas substncias se anulam no sistema biolgico, no produzindo nenhuma ao txica. 17.  Assinale a alternativa CORRETA que preenche a lacuna da frase: Efeito ___________ o que exerce sua ao no organismo, interferindo com o oxignio disponvel. a) crnico b) irritante c) asxiante d) retardado e) irreversvel 18.  Sobre avaliao toxicolgica, pode-se armar que: a) tem como objetivo fornecer informaes sobre uso correto e seguro das substncias qumicas; b) somente as substncias j conhecidas na literatura que passam por avaliaes toxicolgicas; c) os produtos so primeiramente colocados no mercado para depois serem avaliados quanto a sua toxicidade; d) no existe nacionalmente nenhuma legislao que exija ensaios de toxicidade de produtos ou substncias qumicas; e) os resultados dos ensaios ou testes toxicolgicos no ajudam na obteno de provveis medidas de preveno e tratamento em caso de uma intoxicao.

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19.  No Brasil, a Resoluo Normativa n. 1/78 do Conselho Nacional de Sade exige a avaliao toxicolgica das substncias que entram em contato com o organismo. Sobre esta Resoluo correto armar que os 5 principais ensaios exigidos so: a) Dose-efeito, radiolgico, anatmico, carcinognico e metablico. b) Teste de toxicidade aguda, subaguda, anatmica, de teratogenicidade e radiolgico. c) Teste comportamental, radiolgico, teste de toxicidade aguda, DL50 e anatmica. d) Teste de toxicidade aguda, subaguda, crnica, embriotoxicidade e teratogenicidade. e) Mutagenicidade, carcinogenicidade, radiolgico, curva dose-resposta e teste comportamental. 20. Sobre o Princpio de Preveno, possvel armar: a) O controle a medida inicial de uma exposio, sendo necessrio controlar a preveno em longo prazo. b) Em situaes de riscos qumicos, os trabalhadores tm total compreenso da realidade dos efeitos txicos. c) Existe uma parcela muito pequena de trabalhadores que se expe a riscos qumicos em sua atividade de trabalho. d) O Princpio de Preveno desempenha somente o papel de orientar o conhecimento cientco de uma substncia. e) O Princpio de Preveno no tem nada a ver com a produo e o manuseio de produtos qumicos e seus riscos. 21. As substncias qumicas quando entram em contato com nosso organismo podem provocar determinados efeitos, ou at serem letais. Em relao toxicologia por analogia entende-se que a relao a) do risco qumico com o Princpio de Preveno; b) entre uma substncia qumica e o organismo, gerando efeitos txicos; c) das substncias qumicas com o Limite de Tolerncia legal exigido;

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d) dose-efeito e dose-resposta de cada substncia qumica que entra em contato com o organismo; e) de duas substncias qumicas, com caractersticas semelhantes, mas aes diferentes quando em contato com o corpo ou inaladas. 22.  Complete as lacunas da frase: Ao executar um _________________, estamos tendo a responsabilidade de vericar dentro dos parmetros de segurana, as concentraes das substncias _________ que podem apresentar _________ aps um tempo de exposio ambiental. Assinale a alternativa que completa a frase corretamente: a) relatrio, exgenas, problemas b) monitoramento, biolgicas, limites c) controle, perigosas, contaminantes d) relatrio, fsico-qumicas, problemas e) monitoramento, qumicas, toxicidade 23.  O monitoramento ambiental antigamente era o nico meio de se realizar a preveno do aparecimento de alguma alterao na sade decorrente da exposio ocupacional a substncias qumicas. A partir deste aprendizado, podemos armar que: a) monitorizao uma medida ou avaliao continuada das substncias que possuem um potencial txico existente na gua e no solo; b) o desastre industrial de Bhopal na Alemanha foi ocasionado pelo vazamento de dioxina intoxicando centenas de pessoas; c) com a industrializao, as grandes tecnologias e o desenvolvimento urbano populacional, diminuem as condies de monitoramento ambiental; d) o controle ou monitorizao ambiental considera somente as substncias txicas que entram em contato com o organismo atravs da ingesto; e) o monitoramento exige medio instrumental ou laboratorial da substncia qumica com a comparao cientca dos resultados atravs dos limites padres.

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24. Marque a alternativa CORRETA sobre monitoramento biolgico: a) O controle biolgico no permite identicar no organismo do trabalhador a dose interna absorvida e retida da substncia txica. b) A monitorizao biolgica dever se referir a todos os indivduos de uma empresa, mas a preveno somente para um dos trabalhadores. c) Est relacionado com o risco ocupacional dos trabalhadores de carem sujeitos a uma substncia qumica com base na exposio externa do organismo. d) uma medio peridica de uma substncia qumica que entrou em contato com o organismo, que pode ser realizado atravs de meios fsicos e qumicos. e) No monitoramento biolgico, os trabalhadores so examinados individualmente, com o intuito de detectar alguma alterao biolgica ou qualquer sinal ou sintoma. 25.  Marque a resposta CORRETA que identica o que pode acontecer quando ocorre um efeito no organismo a uma exposio qumica. a) Altera esteticamente apenas. b) Altera biolgica e esteticamente. c) Altera bioquimicamente apenas. d) Altera esttica e estruturalmente. e) Altera bioqumica, funcional e estruturalmente. 26.  Correlacione coluna 1 na qual est o nmero da Norma Regulamentadora (NR) com a coluna 2 que dene sobre o que esta norma se refere: Coluna 1 - NR 1. NR-7 Coluna 2 - Ttulo da NR ( ) Segurana e Sade do Trabalhador em Servios de Sade. ( ) Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional. ( ) Atividades e Operaes Insalubres.

2. NR-15

3. NR-32

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Assinale a alternativa que apresenta a sequncia CORRETA: a) 1, 3, 2 b) 1, 2, 3 c) 2, 3, 1 d) 3, 2, 1 e) 3, 1, 2 27.  Correlacione a coluna 1 com a coluna 2, associando os termos s denies: Coluna 1 Coluna 2 ( ) encontrado em indstrias de plsticos, tintas, cermica, fundies, grcas, soldadores, pintores, etc. ( ) encontrado em prossionais que trabalham no tratamento de gua, na fabricao de vidros, etc. ( ) encontrado em trabalhadores da indstria de calados, materiais fotogrcos, frentistas, etc. ( ) encontrado no meio ambiente, mas tambm em indstrias metalrgicas, siderrgicas, etc.

1. Monxido de carbono

2. Flor

3. Metanol

4. Chumbo

Assinale a alternativa que contm a sequncia CORRETA: a) 4, 3, 2, 1 b) 1, 2, 4, 3 c) 4, 2, 3, 1 d) 3, 4, 2, 1 e) 4, 3, 1, 2

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28.  Sobre indicadores biolgicos, analise as proposies a seguir: I. So substncias ou metablitos ou produtos de interao entre um agente txico e clula que so medidos em um compartimento do organismo. II. Os indicadores biolgicos no complementam as monitorizaes ambientais e biolgicas. III. Os indicadores biolgicos podem ser encontrados somente na urina. IV. Os indicadores biolgicos so usados para a deteco precoce de uma doena, atravs dos efeitos adversos que o trabalhador apresenta aps ser exposto a substncias qumicas. Marque a alternativa CORRETA. a) Apenas a I e III esto corretas. b) Apenas a I e IV esto corretas. c) Apenas a II e III esto corretas. d) Apenas a I est correta. e) Todas esto corretas. 29.  Complete as lacunas corretamente conforme as atividades do sistema de Vigilncia em Sade do Trabalhador (VISAT). I. O VISAT depende para crescer da obteno de ______________, a partir de uma base de dados j consolidados e de outras bases de dados que devero ser criadas no local. II. Alm das informaes sobre a produo dos servios, a VISAT utiliza os relatrios de inspeo, chas de ________________, instituies mdicas, seguradoras, sindicatos, entre outros, identicadas pela empresa como estratgicas de controle e ______________. III. Vigilncia de base laboratorial serve para serve para o reconhecimento da realidade, possibilitando identicar _____________ e ramos de atividade onde ocorrem ___________ elevadas de determinadas substncias.

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Assinale a alternativa que completa as lacunas corretamente: a) objetivos, presenas, segurana, indstrias, reservas b) objetivos, investigaes, diculdades, trabalhos, exposies c) informaes, investigaes, segurana, empresas, exposies d) dados numricos, temperaturas, diculdades, trabalhos, doses e) informaes, temperaturas, diculdades, empresas, visualizaes 30.  A VISAT essencial na sua estrutura como modelo de: a) estratgia de sade da famlia. b) ateno bsica e sade da famlia. c) ateno integral em sade da empresa. d) ateno primria de sade do trabalhador. e) ateno integral em sade do trabalhador. 31.  Correlacione a coluna 1 na qual esto os nomes das doenas ocupacionais com a coluna 2 que dene a substncia txica que pode provocar a doena no trabalhador: Coluna 1 Nome da doena ocupacional 1. Bissinose Coluna 2 Substncia txica que pode provocar a doena no trabalhador ( ) Amianto

2. Dermatite alrgica de contato 3. Silicose 4. Asbestose 5. Beriliose

( ) Berlio

( ) Linho, algodo ou cnhamo ( ) Querosene ( ) Slica

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Assinale a alternativa CORRETA. a) 4, 5, 1, 2, 3 b) 1, 2, 3, 5, 4 c) 5, 4, 1, 2, 3 d) 4, 5, 3, 2, 1 e) 5, 4, 2, 3, 1 32.  Completa as lacunas em relao s doenas ocupacionais denominadas carcinognicas: I. A avaliao toxicolgica importante, pois permite medidas de preveno no trabalho, reduzindo a ____________ aos agentes qumicos. II. Maior ndice nos trabalhadores no Brasil de cncer __________________. III. Pode ter maiores chances como fator de risco para cncer no pulmo: _______________,como atividade econmica. Assinale a alternativa que completa as lacunas corretamente: a) gravidade, na pele, confeco de roupas. b) gravidade, na prstata, a produo de vdeos. c) exposio, na pele, a produo de fertilizantes. d) gravidade, no estmago, a confeco de roupas. e) exposio, nas mamas, a produo de fertilizantes. 33.  caracterstica da doena ocupacional: a) o estado de completo bem-estar fsico, mental e social. b) a exposio somente aos fatores ambientais e genticos. c) s alteraes neurolgicas e psiquitricas encontradas nos trabalhadores. d) o consumo de produtos que so constitudos de vrias substncias qumicas. e) a exposio aos fatores de risco que podem ser qumicos, fsicos, biolgicos ou radioativos.

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34.  Um dos contaminantes que tambm ocupacional o monxido de carbono, que se trata justamente de um gs nocivo que afeta o ambiente de trabalho e a rea domstica, causando srias intoxicaes. Com base nesta assertiva, escreva (V) para verdadeira e (F) para falsa. I. Sintomas comuns de intoxicao pelo monxido de carbono so: nuseas, tonturas, dor de cabea, fraqueza em geral, vmitos e confuso mental. II. Provoca o que chamam de doena sbita ou morte por asxia. III. O monxido de carbono um gs inodoro (no tem cheiro) e com cor avermelhada, quando em altas concentraes e em ambientes fechados e mal ventilados. IV. Caso haja sintomas de intoxicao por monxido de carbono, o trabalhador deve se retirar imediatamente do local. Assinale a alternativa CORRETA: a) V, V, V, F b) F, F, F, V c) V, V, F, F d) V, V, F, V e) F, F, V, F 35. A norma regulamentadora que orienta para os procedimentos obrigatrios em espaos connados, promovendo segurana e sade do trabalho a: a) NR-7. b) NR-15. c) NR-22. d) NR-33. e) NR-37.

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36.  A Portaria n. 777/2004 estabeleceu que as intoxicaes exgenas so em sua maioria ocasionadas por substncias como gases txicos, metais pesados e qual outro tipo de substncias qumica exgena. Marque a alternativa que apresenta esta substncia. a) gua b) Radiao c) Agrotxicos d) Suco natural e) Refrigerante 37.  Complete a lacuna das frases: Uma dica para evitar maiores problemas de sade para o trabalhador que ca exposto a radiao solar realizar sempre ___________de pele. A radiao ultravioleta (solar) pode atingir diretamente a pele e __________. Assinale a alternativa que completa as frases corretamente: a) a preveno; os olhos b) a preveno; os braos c) o autoexame; os olhos d) o autoexame; os braos e) a contaminao; os ouvidos 38. O grupo de hidrocarbonetos, tambm conhecidos como BTX encontrados, por exemplo, na indstria qumica, em solventes do petrleo como a gasolina so denominados de: a) Brio, Tolueno, Xisto b) Bromo, Trio, Xennio c) Berlio, Telrio, Xileno d) Benzeno, Tolueno, Xileno e) Bismuto, Titnio, Xennio.
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39.  Sobre intoxicao exgena, tambm conhecida como envenenamento, ou seja, uma reao que apresenta sinais e sintomas de efeitos txicos produzidos no ser humano pode-se dizer que: I. A doena pela intoxicao por benzeno denominada de benzenismo, composta por sintomas comuns apresentados por trabalhadores. II. No caso de radiaes, o cncer a principal doena ou o primeiro efeito que ocasionado no organismo. III. Podemos achar cromo e seus compostos na construo civil (cimento), fundies e nos refrigerantes. IV. A doena ocasionada pelo amianto denominada amiantose. Marque a alternativa CORRETA. a) Apenas a III e a IV esto corretas. b) Apenas a I e a II esto corretas. c) Apenas a II e III esto corretas. d) Apenas a I e IV esto corretas. e) Todas esto corretas. 40.  O mercuralismo, quando decorrente da intoxicao pela contaminao aos vapores de mercrio no trabalho, constitui uma sndrome grave, conhecida h sculos como: a) Sndrome de Down. b) Sndrome do Pnico. c) Sndrome do Willians. d) Sndrome do Eretismo. e) Sndrome do Hidrargirismo.

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41.  De acordo com as vrias dicas e informaes sobre os cuidados com resduos txicos do mercrio em lmpadas uorescentes e termmetros de mercrio, escreva (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa: ( ) Usar aspirador de p para a remoo dos pedaos de lmpadas uorescentes em um local, pois os ltros de aspiradores domsticos so excelentes para a reteno de lquidos qumicos; ( ) No jogar diretamente os resduos no lixo comum, muito menos no esgoto, pois a substncia qumica pode se acumular e causar poluio ambiental; ( ) No pisar no local contaminado, evitando assim a disseminao e a exposio ao mercrio; ( ) Usar ta adesiva ou creme de barbear para retirar pedaos menores do cho ou gotculas de mercrio; ( ) Todos os materiais contaminados utilizados no procedimento, inclusive as luvas, devem ser colocados em recipientes fechados e rotulados. Assinale a alternativa CORRETA: a) V, V, F, F, F b) F, F, F, V, F c) F, V, V, V, V d) F, F, F, F, V e) F, V, V, F, V 42. Complete as lacunas da frase: Existem vrios relatos de casos de intoxicao por mercrio, um caso clssico foi o de ___________ no Japo que ocorreu em 1953 pela indstria qumica chamada ___________________. Assinale a alternativa que completa a frase corretamente: a) Niigata, Chisso. b) Minamata, Denko. c) Baa de Minamata, Chisso.

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d) Serra Pelada, Chisso. e) Serra Pelada, Denko. 43.  Muitos esforos voluntrios e polticos tm sido realizados no combate a poluio global do mercrio. A luta pela substituio do mercrio no mercado teve incio em 1990 no Rio de Janeiro, quando foi constatada a contaminao de 41 trabalhadores em uma empresa de eletrlise. Um acordo foi assinado para a reduo global do mercrio na Eco-92, mas somente em 2000 que foi sancionada uma lei, a 9.976 que se refere a: a) a campanha global mercrio zero; b) agenda global para hospitais verdes e saudveis; c) promover um tratado global consistente para o mercrio; d) necessidade de um programa de preveno da exposio ao mercrio; e) envolver as organizaes de interesse pblico e da sociedade civil para que promovam polticas que evitem o mercrio. 44.  Os principais efeitos dos agrotxicos nos trabalhadores rurais so resultantes de exposio direta pelo aparecimento no trabalhador de: a) trabalhos forados. b) dores na coluna vertebral. c) dores nos ps e nas mos. d) irritao e alergias na pele. e) leso por esforo repetitivo. 45.  Assinale a alternativa CORRETA sobre o conceito dado aos Produtos e agentes de processos fsicos, qumicos ou biolgicos, destinados ao uso nos setores de produo, no armazenamento e beneciamento de produtos agrcola. a) Dermatite. b) Intoxicao. c) Agrotxico.

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d) Pulverizao. e) Dedetizao . 46.  No que diz respeito aos agrotxicos, que tipo de danos causados a sade do trabalhador rural so irreversveis, ou seja, no volta a normalidade? a) Problemas no sono. b) Problemas de irritao na pele. c) Problemas de irritao nos olhos. d) Problemas neurolgicos e cncer. e) Problemas de irritao nas pernas. 47.  Sobre o trabalhador rural e o uso de agrotxicos, escreva (V) se a frase for verdadeira e (F) se for falsa. ( ) As intoxicaes por agrotxicos podem ser acidentais ou por exposio ao produto. ( ) As doenas graves ocasionadas por agrotxicos em trabalhadores rurais devido a falta de equipamentos de proteo ou mesmo pela diculdade de compreenso das instrues quanto ao uso seguro. ( ) O uso de agrotxicos nas plantaes pelos trabalhadores no afeta o meio ambiente e nem as pessoas que moram no entorno. ( ) A Norma Regulamentadora 31 (NR-31), do Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) trata da "Segurana e Sade no Trabalho na Agricultura. Assinale a alternativa CORRETA: a) V, V, F, F b) V, F, V, F c) V, V, V, F d) V, V, F, V e) F, F, V, F

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48.  O diagrama de Hommel uma simbologia internacional vinda dos Estados Unidos, atravs da Associao Nacional para Proteo contra Incndio conhecida atravs do cdigo NFPA 704, como diamante do perigo ou como diamante de risco. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o formato e as cores deste smbolo: a) Losango, com trs cores: amarelo, vermelho e azul. b) Retngulo, com trs cores: amarelo, preto e vermelho. c) Quadrado, com quatro cores: azul, amarelo, vermelho e preto. d) Losango, com quatro cores: branco, azul, vermelho e amarelo. e) Quadrado, com quatro cores: amarelo, vermelho, branco e preto. 49.  No smbolo apresentado pela gura abaixo, representa substncias qumicas que tm efeitos prejudiciais a sade humana, pelas vias respiratria, drmica ou por ingesto, podendo provocar toxicidade aguda, crnica ou letal. Assinale a opo que apresenta a descrio correta do smbolo da gura:

a) Substncia txica. b) Substncia irritante. c) Substncia corrosiva. d) Substncia inamvel. e) Substncia extremamente txica.

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50.  O Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional (PCMSO) tem como objetivo monitorar cada trabalhador exposto aos agentes qumicos, fsicos e biolgicos. um servio preventivo de doenas ocupacionais. Assinale a alternativa CORRETA que identica a norma regulamentadora relacionada a esse programa: a) NR-5. b) NR-7. c) NR-15. d) NR-22. e) NR-32.

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Currculo da professora-autora
Edilmere Regina Sprada Mestre em Cincias Veterinrias (2000) pela Universidade Federal do Paran (UFPR). Graduada em Biologia pela Pontifcia Universidade Catlica do Paran (PUCPR), possui especializao em Farmacologia (UFPR), aperfeioamento em Cultivo de Clulas pelo Instituto Angel Roffo, Argentina atravs do Centro Brasileiro Argentina de Biotecnologia. Trabalhou no Instituto de Tecnologia do Paran (TECPAR) em ensaios toxicolgicos, na tecnologia de anticorpos monoclonais especcos, em vacina antirrbica por cultivo celular e na implantao do ensaio de citotoxicidade in vitro. Coordenou o Laboratrio de Cultivo Celular e a Diviso de Biologia Ambiental do TECPAR. Desenvolveu pesquisas pelo Programa Antrtico Brasileiro (PROANTAR / CNPq / CAPES), participando de duas Expedies Antrticas Brasileiras pela UFPR. Foi scia-gerente da empresa INA Produtos Farmacuticos S.A, onde trabalhou no desenvolvimento de medicamentos toterpicos e em ensaios toxicolgicos pr-clnicos. Esteve na Frana/Paris no Groupe Hospitalier Piti-Salpetriere - INSERM U523 em treinamento na rea de engenharia de tecidos. Possui certicao prossional em tica e Boas Prticas Clnicas pela Sociedade Brasileira de Prossionais em Pesquisa Clnica (2008). Possui aperfeioamento em Biotica (PUCPR), membro da diretoria executiva da Sociedade Brasileira de Biotica-Regional Paran (Gesto 2010/2012 e 2012/2014). Professora universitria em cursos de graduao presencial, cursos de ps-graduao presencial e de ensino a distncia em diversas instituies de ensino brasileira. Atua como professora conferencista, professora web e tutora de cursos na Educao a Distncia do Instituto Federal do Paran (IFPR), em disciplinas relacionadas sua experincia prossional. Na ps-graduao do IFPR atua como tutora e na superviso dos trabalhos de concluso de curso.

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