EXMO

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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CVEL DA COMARCA DE ITAGUA/RJ

, brasileira, casada, do lar, portadora da cdula de identidade n IFP-RJ, inscrita no CPF sob o n., residente na Rua sn lote 07 quadra 105 Engenho Itagua RJ CEP, por seus procuradores infra assinado, com endereo profissional na rua Dr. n Centro CEP, tambm nesta cidade, vem perante esse Juzo propor

AO DE INDENIZAO POR DANO MORAL E MATERIAL

Em face de BANCO BRADESCO SA, situada na Av. Paulo de Frontin, 170, CEP: 23815-490, Itagua, Rio de Janeiro RJ, pelos seguintes fatos, fundamentos e razes de direito:

PUBLICAES

Inicialmente requer que todas as publicaes e notificaes referente ao processo sejam realizadas em da Dr Lourdete Fernandes de Moura OAB-RJ n 120.306, na forma do art. 236, 1 do CPC, sob pena de nulidade.

I DOS FATOS

A autora correntista do banco ru, possuindo a conta corrente n 0007299-0, agncia 3431.

Em setembro de 2007, no af de auferir lucro, a r utilizou-se de um marketing agressivo alm de prtica abusiva prevista no art. 39, III do CDC, quando enviou a autora um carto de crdito sem autorizao ou solicitao da mesma.

Assim que a autora recebeu o carto de crdito, quebrou e guardou-o juntamente com seus arquivos bancrios imaginado que nada aconteceria, pois no iria utiliza-lo, alm do mesmo estar bloqueado.

Ocorre que a r comeou a descontar a anuidade do carto de crdito, diretamente na conta corrente da autora, no ms seguinte ao recebimento do mesmo, apesar de a autora no t-lo

solicitado, autorizado o desconto em sua conta corrente e pior, no ter ao menos realizado o desbloqueio.

A autora s descobriu que a r estava descontando a anuidade do carto de crdito em sua conta corrente quando a mesma recebeu um demonstrativo mensal de carto de crdito, o qual estava cobrando a anuidade do carto atravs de dbito direto de sua conta corrente, conforme demonstrativos em anexo.

Aps constatar o dbito em sua conta corrente, entrou em contato com a r para que fosse estornada a cobrana indevida, uma vez que: no havia solicitado o carto; no desbloqueou-o nunca utilizou-o no autorizou o dbito automtico em sua conta corrente.

A r sempre dizia que iria verificar o ocorrido, sendo que nunca retornava as ligaes nem procedia o estorno das cobranas.

II DA PRTICA ABUSIVA (art. 39, III do CDC)

ntida a prtica abusiva praticada pela r, que na ganncia de auferir lucro chega ao ponto de manipular, sem autorizao, os dados da autora e ainda invadir seu patrimnio para cobrar a anuidade do carto de crdito, mesmo sabendo que a autora no solicitou o carto nem procedeu o desbloqueio.

O CDC veda expressamente a conduta que a r esta utilizando, considerando tal prtica como clausula abusiva, conforme dispe o art. 39, III daquele diploma legal.

A jurisprudncia firme quando trata do assunto:

Prtica abusiva Envio de 02 cartes de crdito no solicitados pelo autor, alm das faturas referentes ao pagamento de anuidade dos mesmos Inteligncia do art.39, III CDC

Desrespeito ao consumidor Pratica de marketing invasiva da privacidade do autor Autor que, ao efetuar a compra de um carro em agncia de automveis, parceira da r, no informado acerca da obteno de um carto de crdito administrado pela mesma Infringncia ao princpio da transparncia mxima norteador dos contratos de consumo Art.4 caput CDC Ilicitude da conduta do fornecedor do servio independentemente da existncia de dano Conduta abusiva que no condiz com a frmula protetiva em relao ao consumidor Vulnerabilidade do consumidor Art. 4, I CDC Conduta do banco que impe ao consumidor situao contra a qual no pode este se defender Violao da privacidade e manipulao sem autorizao de seus dados pessoais Dano moral ocorrente in re ipsa pela manipulao no autorizada dos dados privados do consumidor Vis preventivo-pedaggico do dano moral que tem por finalidade a proteo dos interesses coletivos transindividuais de todos os consumidores Sentena que condena a parte r a pagar ao autor a ttulo de danos morais a quantia de R$6.000,00, bem assim que a r se abstenha de incluir o nome do autor em cadastros restritivos de crdito, que se confirma. (Turma Recursal Civel RJ 2003.700.026211-0 Juiz(a) CRISTINA TEREZA GAULIA)

Responsabilidade civil de banco. Envio de plstico referente a carto de crdito no solicitado, culminando com cobrana do valor da anuidade, mesmo no tendo havido o desbloqueio pelo recorrido. Informao prestada pelo banco de que o contrato s se perfectibilizaria com a volio do consumidor no desbloqueio. Prtica abusiva desenhada no art. 39, III da Lei 8.078/90. Revelia corretamente decretada, j que no foi apresentada a carta de preposio do banco demandado, mas de outra pessoa jurdica distinta, sendo irrelevante o requerimento efetivado na sesso de conciliao de alterao do plo passivo que no foi acatado expressamente pelo Juzo. Configurao da contumcia. Prevalncia dos direitos fundamentais de proteo do consumidor previstos no art. 6, IV, VI e VIII, do C.D.C.. Responsabilidade objetiva que prescinde da apurao de culpa. Dano imaterial identificado. Tribulao espiritual desbordante do mero aborrecimento ou dissabor na situao ftica desenhada no instrumento da demanda, reverberando o episdio alm da normalidade e viabilizando o reconhecimento do direito subjetivo de reparao do prejuzo extrapatrimonial sofrido, reduzindo-se o quantum indenizatrio, contudo, em valor mais conducente ao escopo reparatrio e em observncia estrita ao princpio da razoabilidade. Provimento parcial do recurso. (Turma Recursal Civel RJ 2004.700.031363-5 Juiz(a) ANDRE LUIZ CIDRA)

III DA NO OCORRNCIA DA DECADNCIA

Como narrado anteriormente, a autora no solicitou o carto de crdito que fora enviado para sua residncia, no o desbloqueou, nunca o utilizou e nem autorizou o dbito automtico em sua conta corrente.

Verifica-se que h apenas um ato unilateral da r quando envia para a autora um pedao de plstico (amostra grtis art. 39 P. nico), sendo certo que a autora no solicitou ou autorizou o envio do mesmo.

Neste sentido, o contrato apresentado pelo ru deve ser declarado inexistente por falta do elemento essencial, o consentimento.

Pelo fato do contrato ser inexistente, no h de se falar em decadncia do direito de reclamar contida o art. 26 do CDC.

IV DO PRINCPIO DA BOA-F OBJETIVA

Ao enviar o carto de crdito e cobrar pela disponibilidade e manuteno do servio (anuidade) a r feriu o princpio da boa-f objetiva a que est obrigada como fornecedora (art. 4, III, c.c art. 6, IV, Lei 8078/90), e por conseqncia sua conduta revelou-se abusiva e arbitrria, contrria aos deveres anexos de lealdade, cooperao e zelo com as necessidades do cidado-consumidor, devendo, portanto, responder pelos prejuzos causados ao mesmo (art. 14, caput, Lei 8078/90).

A invaso vida financeira do autor, que mantm conta-corrente junto ao banco-ru para receber seus parcos proventos, no plausvel sob qualquer argumento, vez que retira do cidado a possibilidade de honrar com os compromissos primordiais e inadiveis decorrentes da manuteno da sua sobrevivncia e do sustento da sua famlia, e aceitar-se isso o mesmo que andar na contra-mo das conquistas materializadas na moderna legislao em vigor que reconhece a funo social dos contratos, como se v no novo CC/02. (Juza da Turma Recursal CRISTINA TEREZA GAULIA, 2005.700.042367-4)

V DOS DANOS MORAIS

inegvel o dano moral, pois teve seus dados pessoais manipulados sem autorizao, alm de ter sua conta corrente invadida para o desconto indevido da anuidade de um carto de crdito que no solicitou e nunca utilizou.

A jurisprudncia firme neste entendimento

Prtica abusiva Envio de 02 cartes de crdito no solicitados pelo autor, alm das faturas referentes ao pagamento de anuidade dos mesmos Inteligncia do art.39, III CDC Desrespeito ao consumidor Pratica de marketing invasiva da privacidade do autor Autor que, ao efetuar a compra de um carro em agncia de automveis, parceira da r, no informado acerca da obteno de um carto de crdito administrado pela mesma Infringncia ao princpio da transparncia mxima norteador dos contratos de consumo Art.4 caput CDC Ilicitude da conduta do fornecedor do servio independentemente da existncia de dano Conduta abusiva que no condiz com a frmula protetiva em relao ao consumidor Vulnerabilidade do consumidor Art. 4, I CDC Conduta do banco que impe ao consumidor situao contra a qual no pode este se defender Violao da privacidade e manipulao sem autorizao de seus dados pessoais Dano moral ocorrente in re ipsa pela manipulao no autorizada dos dados privados do consumidor Vis preventivo-pedaggico do dano moral que tem por finalidade a proteo dos interesses coletivos transindividuais de todos os consumidores Sentena que condena a parte r a pagar ao autor a ttulo de danos morais a quantia de R$6.000,00, bem assim que a r se abstenha de incluir o nome do autor em cadastros restritivos de crdito, que se confirma. (Turma Recursal Civel RJ 2003.700.026211-0 Juiz(a) CRISTINA TEREZA GAULIA)

VI DO PEDIDO Pelo exposto requer:

Concesso do benefcio da gratuidade de justia; citao da empresa r, para querendo, apresentar CONTESTAO sob pena de revelia e confisso; inverso do nus da prova; que os pedidos sejam JULGADOS PROCEDENTES para condenar a r a: reconhecer a pratica abusiva da r vedada pelo art. 39, III do CDC; declarar inexistente o contrato de carto de crdito apresentado pela r, ante a ausncia do elemento essencial existncia do contrato, o consentimento a restituir o valor de R$ 78,00 (setenta e oito reais) na forma do art. 42 P. nico do CDC, o que redunda em R$ 156,00 (cento e cinqenta e seis reais), os quais firam descontados indevidamente da conta corrente da autora, relativo ao pagamento da anuidade do carto de crdito.( incluir os descontos vincendos at a data da AIJ) multa pelos descontos futuros pagamento de danos morais no valor de R$ 12.000,00 doze mil reais;

Protesta por todos os meios e provas admitidas em direito.

D-se a presente o valor de R$ 12.156,00 (doze mil, cento e cinqenta e seis reais).

Termos em que, P. Deferimento.

Itagua, 12 de Dezembro de 2007.

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