Filosofia Pré Socrática e Filosofia Clássica
Filosofia Pré Socrática e Filosofia Clássica
Filosofia Pré Socrática e Filosofia Clássica
de Scrates buscavam explicarem tudo atravs da razo e do conhecimento cientfico. Seus objetivos eram de construir uma cosmologia (Cincia cujo objeto o estudo das leis que regem o mundo fsico) que explicasse o racional e as caractersticas do universo para substituir a cosmogonia que se baseava em mitos para explicar a origem do universo. Tales de Mileto (+ ou- 640-548) Tales em geral considerado o primeiro filsofo do Ocidente e o pai da cincia. Ele e os pensadores milsios que o seguiram foram os primeiros a procurar explicaes naturalistas para os fenmenos, em vez de apelar para os mitos e aes de deuses antropomrficos. Segundo Tales, o princpio de tudo est na gua. A resposta pode parecer insatisfatria, mas a sua importncia est no fato de que pela primeira vez na histria do pensamento, busca-se uma soluo racional, no mais fantasiosa, para a questo da origem de tudo. Ele parte do princpio de que tudo o que est vivo depende de gua. Tales compreendia que todas as coisas tinham algo fsico por trs, o que denominaram arque. Atribua gua o princpio de todas as coisas, ou seja, acreditava que todo o universo se originara a partir dela. Tales defendia que tudo no universo era mido, sendo gerado ela gua. Segundo Marilena Chau, "Tales considera que as coisas so viventes ou animadas e por isso se transformam e se conservam. A gua faz todas as coisas e a matria e a alma de todas elas". Tales chegou a afirmar, segundo nos relata Aristteles, que a gua est sob a terra, levado a esta concluso por ver que o alimento de todas as coisas mido, e que o prprio quente dele procede e dele vive. Anaximandro de Mileto (610-546 a.C.) . Foi discpulo e mais tarde sucessor de Tales. Acreditava que todas as coisas tm um limite e que um elemento limitado no poderia ser o princpio, fundou a astronomia grega e acreditava que o aperon que significa o ilimitado e indeterminado seria a origem de tudo. Anaximandro considerava que a Terra tem a forma de um disco. Definiu a essncia do universo como um conjunto inderteminado, que contm em si os contrrios. Para ele, todo nascimento separao dos contrrios, toda morte reunio. Ampliando a viso de Tales, foi o primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo csmico total. creditado a Anaximandro a ideia de centralidade do planeta Terra no Universo, e a medio dos solstcios e dos equincios nos trabalhos de medio da distncia entre estrelas. Em sua poca, o filsofo introduziu a ideia de lei aplicada natureza, no intuito de explicar o surgimento e o desaparecimento das substncias.
Segundo Anaximandro, os elementos naturais pagavam pelas injustias ocorridas no mundo. Nesta poca, os filsofos gregos pensavam o universo e a imagem do cosmo sociopoltico, a igualdade entre os homens tambm era verificada entre os elementos naturais. Anaxmenes de Mileto (588-525 a.C.). Para Anaxmenes, a origem de tudo, era o ar. Foi o primeiro a afirmar que a Lua recebe luz do Sol. Segundo o filsofo, todos os elementos no Universo resultariam do ar retornariam por um movimento de condensao e rarefao. Os graus de condensao corresponderiam s densidades dos diversos tipos de matria. Quando distribudo de maneira mais uniforme, o ar atmosfrico invisvel. Segundo a tese do filsofo, medida que a condensao iria aumentando o ar iria se tornando mais visvel, inicialmente como nuvem ou nvoa, em seguida como gua e depois como matria slida, gelo, terra e pedras estes sequencialmente e na medida em que aumentasse a densidade do elemento ar. Foi o primeiro a afirmar que a Lua recebe luz do Sol. Apesar de ser um discpulo de Anaximandro, Anaxmenes discorda de seu mestre j que, para ele, a natureza no indefenida (embora concorde que ilimitada). Sua phsis o ar, que diferencia-se nas substncias, por rarefao e condensao, tornando-se fogo, vento, nuvem, gua e, da, terra, pedras e as demais coisas. Herclito (540-480a.C.). Pertencia aristocracia local. Chamado de o obscuro, pelo estilo hermtico de sua obra, da qual restaram pequenos trechos dos escritos. A teoria dos opostos O mundo um equilbrio de tendncia opostas que apesar de apontarem para direes contraria so na verdade idnticas. Seu objetivo tico-poltico, no cientfico como o dos filsofos da natureza (no segue a linha de Tales). -Todo acontecer regido por leis universais (para Herclito: no sentido normativo de deveres comuns, no no sentido da teoria das invariaes). - Unidade na diversidade (identidade e invariao das coisas no rio (fluxo) de suas transformaes: Nunca podes entrar no mesmo rio pela segunda vez. O rio pode ser identificado como o mesmo, embora que sempre haja transformaes de situaes, circunstncias e coisas. Herclito de feso considerava a Natureza (o mundo, a realidade) como um fluxo perptuo , o escoamento contnuo dos seres em mudana perptua. Dizia: No podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque as guas nunca so as mesmas e ns nunca somos os mesmos. Comparava o mundo chama de uma vela que queima sem cessar, transformando a cera em fogo, o fogo em fumaa e a fumaa em ar. O dia se torna noite, o vero se torna outono, o novo fica velho, o quente esfria, o mido seca, tudo se transforma no seu contrrio. A realidade, para Herclito, a harmonia dos contrrios, que no cessam de se transformar uns nos outros. Se tudo no cessa de se transformar perenemente, como explicar que nossa percepo nos oferea as coisas como se fossem estveis, duradouras e permanentes? Com essa pergunta o filsofo indicava a diferena entre o conhecimento
que nossos sentidos nos oferecem e o conhecimento que nosso pensamento alcana, pois nossos sentidos nos oferecem a imagem da estabilidade e nosso pensamento alcana a verdade como mudana contnua. Parmnides (sculo V a.C.). Pertenceu a famlia socialmente privilegiada e foi influenciado pela escola de Pitgoras. Escreveu um poema, Da Natureza, o qual no chegou inteiro posteridade. O conhecimento se d por dois caminhos, o da certeza e o da iluso. Parmnides introduz a ideia de que o que contrrio a si mesmo, ou se torna o contrrio do que era no pode existir, no pode ser pensado nem dito por que contraditrio, e a contradio o impensvel e o indizvel, uma vez que uma coisa que se torne oposta de si mesma destri-se a si mesma, torna-se nada. O Vir-a-Ser Quanto s mudanas e transformaes fsicas, o Vir-a-Ser, que a todo instante vemos ocorrer no mundo, Parmnides as explicava como sendo apenas uma mistura participativa de ser e no-ser. Ao vir-a-ser necessrio tanto o ser quanto o no-ser. Se eles agem conjuntamente, ento resulta um vir-a-ser. Um desejo era o fator que impelia os elementos de qualidades opostas a se unirem, e o resultado disso um vir-a-ser. Quando o desejo est satisfeito, o dio e o conflito interno impulsionam novamente o ser e o no-ser separao. Parmnides chega ento concluso de que toda mudana ilusria. S o que existe realmente o ser e o no-ser. O vir-a-ser apenas uma iluso sensvel. Isto quer dizer que todas as percepes de nossos sentidos apenas criam iluses, nas quais temos a tendncia de pensar que o no-ser , e que o vir-a-ser tem um ser. O Ser absoluto Toda nossa realidade imutvel, esttica, e sua essncia est incorporada na individualidade divina do Ser-Absoluto, o qual permeia todo o Universo. Esse Ser onipresente, j que qualquer descontinuidade em sua presena seria equivalente existncia de seu oposto o No-Ser. Esse Ser no pode ter sido criado por algo pois isso implicaria em admitir a existncia de um outro Ser. Do mesmo modo, esse Ser no pode ter sido criado do nada, pois isso implicaria a existncia do No-Ser. Portanto, o Ser simplesmente . Simplcio da Cilcia, em seu livro Fsica, assim nos explica sobre a natureza desse SerAbsoluto de Parmnides: Como poderia ser gerado? E como poderia perecer depois disso? Assim a gerao se extingue e a destruio impensvel. Tambm no divisvel, pois que homogneo, nem mais aqui e menos alm, o que lhe impediria a coeso, mas tudo est cheio do que . Por isso, todo contnuo; pois o que adere intimamente ao que . Mas, imobilizado nos limites de cadeias potentes, sem princpio ou fim, uma vez que a gerao e a destruio foram afastadas, repelidas pela convico verdadeira. o mesmo, que permanece no mesmo e em si repousa, ficando assim firme no seu lugar. Pois a forte Necessidade o retm nos liames dos limites que de cada lado o encerra, porque no lcito ao que ser ilimitado; pois de nada necessita se assim no fosse, de tudo careceria. Mas uma vez que tem um limite extremo, est completo de
todos os lados; maneira da massa de uma esfera bem rotunda, em equilbrio a partir do centro, em todas as direes; pois no pode ser algo mais aqui e algo menos ali. O Ser-Absoluto no pode vir-a-ser. E no podem existir vrios Seres-Absolutos, pois para separ-los precisaria haver algo que no fosse um Ser. Consequentemente, existe apenas a Unidade eterna. Teofrasto relata assim esse raciocnio de Parmnides: O que est fora do Ser no Ser; o No-Ser nada; o Ser, portanto, . Parmnides de Elia colocava-se na posio oposta de Herclito. Dizia que s podemos ensar sobre aquilo que permanece sempre idntico a si mesmo, isto , que o pensamento no pode pensar sobre as coisas que so e no so, que ora so de um modo e ora so de outro, que so contrrias a si mesmas e contraditrias. Conhecer alcanar o idntico, imutvel. Nossos sentidos nos oferecem a imagem de um mundo em incessante mudana, num fluxo perptuo, onde nada permanece idntico a si mesmo: o dia vira noite, o inverno vira primavera, o doce se torna amargo, o pequeno vira grande, o grande diminui, o doce amarga, o quente esfria, o frio se aquece, o lquido vira vapor ou vira slido. Como pensar o que e o que no ao mesmo tempo? Como pensar o instvel? Como pensar o que se torna oposto e contrrio a si mesmo? No possvel, diziaParmnides. Pensar dizer o que um ser em sua identidade profunda e permanente. Com isso, afirmava o mesmo que Herclito perceber e pensar so diferentes -, mas o dizia no sentido oposto ao de Herclito, isto , percebemos mudanas impensveis e devemos pensar identidades imutveis. Pitgoras de Samos Pitgoras (570-490 a.C., aproximadamente) nasceu na ilha de Samos, na costa jnica, no distante de Mileto. Por volta de 530 a.C., sofreu perseguio poltica devido suas idias, sendo obrigado a deixar sua terra de origem, instalando-se em Crotona, sul da Itlia, regio conhecida como Magna Grcia. Em Crotona, fundou uma poderosa sociedade de carter filos6fico, religioso, e de acentuada ligao com as questes polticas. Depois de exercer, por longos anos, considervel influncia poltica na regio, a sociedade pitag6rica foi dispersada pelos opositores, e o prprio Pitgoras foi expulso de Crotona. Para ele, a essncia de todas as coisas residia nos nmeros, os quais representam a ordem e a harmonia. Assim, a essncia dos seres, a arch, tinha uma estrutura matemtica da qual derivam problemas como: finito e infinito, pare mpar, unidade e multiplicidade, reta e curva, crculo e quadrado etc. As contribuies da escola pitag6rica podem ser encontradas no campo da Matemtica (lembre-se do clebre teorema de Pitgoras), Msica e Astronomia. A essas contribuies junta-se uma srie de crenas msticas relativas imortalidade da alma, reencarnao dos pecadores, prescrio de rgidas condutas morais et. A escola pitagrica estende a ideia da harmonia ao prprio campo da moral, e defende tambm o ascetismo e a prtica de abstinncias. Eles creem na metempsicose e na reencarnao. Ao longo do sculo VI, aproveitando uma onda de crescimento das religies populares e tambm estrangeiras, o Orfismo de Orfeu -, um culto esotrico,
pregava livremente a existncia de uma alma imortal, que podia partir aps a morte para outro corpo, at alcanar a perfeio. Este ciclo reencarnatrio seria conduzido por Dioniso. Mas para Pitgoras, como tudo era preenchido pelos nmeros, s estes poderiam libertar a alma da sucesso de reencarnaes, o que exigiria do homem um empenho puramente intelectual para atingir o arcabouo numrico de tudo que existe, e assim, por extenso, a harmonia integral da alma. O universo no seria formado por nmeros em si, mas sim pelos valores expressos por eles. Segundo o pitagorismo, h quatro elementos terra, gua, ar e fogo. Seguindo estas veredas investigativas, eles revelaram diversos princpios da fsica e da matemtica. O pentagrama, por exemplo, tornou-se at mesmo o smbolo desta linha filosfica. Segundo Pitgoras, esta figura nasce ao se traar as diagonais de um pentgono regular; atravs dos pontos de encontro de suas superfcies, constri-se outro pentgono regular, com as mesmas propores do original. O nome deste genial matemtico ficou para sempre conectado a um significativo teorema, segundo o qual em qualquer tringulo retngulo a soma dos quadrados dos catetos igual ao quadrado da hipotenusa. Alm deste teorema, ele tambm revelou a existncia dos nmeros perfeitos. Demcrito de Abdera Demcrito, filsofo grego, foi um dos fundadores do atomismo. Nasceu em Abdera entre 460 e 457 a.C., segundo Apolodoro, e morreu por volta de 370 a.C. Sabe-se que teve, portanto, uma vida longa e que viajou muito. Interessou-se por variadssimos assuntos, entre os quais, a tica, a fsica, a matemtica, a astronomia e a geografia. Escreveu uma vasta obra, da qual restam hoje apenas fragmentos; de salientar a obra Pequeno Sistema do Mundo. A temtica filosfica de Demcrito situa-se no mbito da problemtica eleata (uma das doutrinas de Parmnides) acerca da negao do movimento, que ele tentou derrotar, afirmando o devir atravs do recurso a dois conceitos: o tomo e o vazio. Os tomos movem-se no vazio. Tudo no universo constitudo por tomos que se agregam, formando a pluralidade dos seres, devido lei da atrao que junta o semelhante ao semelhante. A diferena entre os indivduos deve-se apenas aglomerao dos tomos. Estes variam somente pela forma, pelo tamanhos e pela diferente posio que ocupam. O tomo no s indestrutvel, mas tambm imutvel e por isso eterno, ou seja, no foi gerado nem desparecer ou se transformar. A imagem que nos suscita esta conceo a de um grande turbilho de tomos agregando-se, pela lei que faz com que o (tomo) semelhante atraia o (tomo) semelhante, e desagregando-se, pela lei da necessidade. Desta conceo de filosofia da natureza resulta para o homem um relativismo gnoseolgico; visto que cada indivduo um composto diferente do outro, ento, as suas sensaes sero tambm elas diferentes, logo, relativas. Demcrito defende, ainda, neste seu materialismo atomista, que a prpria alma composta pela mesma matria que o corpo, com a nica diferena de que os tomos da alma so mais subtis, so da matria do fogo. Correntes Filosficas
So diferentes critrios e mtodos para aquisio do "conhecimento verdadeiro. Algumas Correntes Filosficas: Racionalismo no admite outra autoridade que no seja a da razo, e procura tudo explicar por meio dela, sistema segundo o qual as idias provem da razo e no da experincia. Empirismo defendem que todas as ideias humanas so provenientes dos sentidos (viso, audio, tato, paladar e olfato), o que significa que tm origem na experincia. Idealismo so os que consideram a razo e a experincia como o principio do conhecimento e do ser. Helenismo marcado pelo rompimento de fronteiras entre pases e culturas. Na religio houve uma mistura de diferentes experincias culturais; e a filosofia dos pr-socrticos e de Scrates, Plato e Aristteles serviu como fonte de inspirao para diferentes correntes filosficas as quais veremos algumas agora. Cnicos A filosofia cnica foi fundada em Atenas por Antstenes por volta de 400 a.C. diziam que a felicidade podia ser alcanada por todos, pois ela no consistia em luxria, poder poltico ou boa sade e sim em se libertar disto tudo. Achavam que as pessoas no deviam se preocupar com o sofrimento nem com a morte. O principal representante desta corrente filosfica foi Digenes. Estoicos Os estoicos consideravam as pessoas como parte de uma mesma razo universal e isto levou ideia de um direito universalmente vlido, inclusive para os escravos. Interessavam-se pela convivncia em sociedade, por poltica e acreditavam que os processos naturais eram regidos pelas leis da natureza e por isso o homem deveria aceitar seu destino. Neoplatonismo Foi a mais importante corrente filosfica da Antiguidade. Ela foi inspirada em Plato. O neoplatnico mais importante foi Plotino (c. 205-270). Ele via o mundo como algo dividido entre dois polos: numa extremidade estava a luz divina, na outra reinavam as trevas absolutas. O neoplatonismo exerceu forte influncia sobre a teologia crist. Misticismo Acreditava que o "eu" que conhecemos no nosso "eu" verdadeiro e os msticos procuravam conhecer um "eu" maior que pode possuir vrias denominaes: No entanto, para chegar a esse estado de plenitude, preciso passar por um caminho de purificao e iluminao atravs de uma vida simples. Encontram-se tendncias msticas nas maiorias religies do mundo.
Scrates foi considerado um dos principais pensadores da Grcia Antiga e tambm o criador da filosofia ocidental, foi considerado durante sua poca o homem mais sbio de todos os seres humanos. Ele passeava pelas ruas conversando com as pessoas, o seu grande desejo era que as pessoas tivessem sabedoria e reconhecessem a sua prpria ignorncia. O grande filsofo no fez nenhuma obra, porm seus pensamentos podem ser conhecidos atravs de outras obras: as obras de Plato e de Xenofone, que foram seus discpulos. Scrates participou at mesmo de uma guerra; a Guerra de Peloponeso, e foi destacado pela sua coragem e resistncia fsica. Scrates morreu em 399 a.C. Foi preso, acusado de querer mudar a religio grega. Ele suicidou-se tomando veneno. Mtodo socrtico Scrates, que viveu no sc. IV a.C., enfrentou o relativismo moral no qual se degenerou a democracia grega, com um mtodo simples: preciso conhecer para se poder falar. A democracia pressupunha uma isonomia ou igualdade entre os cidados, capacitandoos a exprimir suas opinies e interesses em assembleia na construo da comunidade. Porm, um escndalo proporcionou a inquisio de Scrates: o escndalo do lgos. Este perdeu seu vnculo com as coisas (sua consubstancialidade) e era ensinado como uma ferramenta que visa apenas a convencer o seu adversrio (tese oposta). Os sofistas, esses professores mercenrios que ensinavam em troca de salrios, diziam poder falar bem sobre qualquer assunto, pretendendo, pois, serem portadores de um saber universal. No entanto, a um homem no convm saber tudo (s a um deus). Era preciso, ento, mostrar que os discursos desses pretensiosos homens eram discursos de iluso, que convenciam pela emoo ou imaginao e no pela verdade. Com isso, Scrates criou um mtodo que muitos confundem ainda hoje apenas com uma figura de linguagem. A ironia socrtica era, antes de tudo, o mtodo de perguntar sobre uma coisa em discusso, de delimitar um conceito e, contradizendo-o, refut-lo. O verbo que originou a palavra (eirein) significa mesmo perguntar. Logo, no era para constranger o seu interlocutor, mas antes para purificar seu pensamento, desfazendo iluses. No tinha o intuito de ridicularizar, mas de fazer irromper da aporia (isto , do impasse sobre o conceito de alguma coisa) o entendimento. Porm, sair do estado aportico exigia que o interlocutor abandonasse os seus prconceitos e a relatividade das opinies alheias que coordenavam um modo de ver e agir e passasse a pensar, a refletir por si mesmo. Esse exerccio era o que ficou conhecido como maiutica, que significa a arte de parturejar. Como sua me, que era parteira, Scrates julgava ser destinado a no produzir um conhecimento, mas a parturejar as ideias provindas dos seus interlocutores, julgando de seu valor (a parteira grega era uma mulher que no podia procriar, era estril, e por isso, dava a luz aos corpos de outra fonte, avaliando se eram belos ou no). Significa que ele, Scrates, no tinha saber algum, apenas sabia perguntar mostrando as contradies de seus interlocutores, levando-os a produzirem um juzo segundo uma reflexo e no mais a tradio, os
costumes, as opinies alheias, etc. E quando o juzo era exprimido, cabia a Scrates somente verificar se era um belo discurso ou se se tratava de uma ideia que deveria ser abortada (discurso falso, errneo). Assim, ironia e maiutica, constituam, por excelncia, as principais formas de atuao do mtodo dialtico de Scrates, desfazendo equvocos e deslindando nuances que permitiam a introspeco e a reflexo interna, proporcionando a criao de juzos cada vez mais fundamentados no lgos ou razo. Perodo Sistemtico caracteriza-se pelo deslocamento do problema naturalista para o antropolgico. Escolas Sofistas eram mais propriamente pedagogos do que filsofos, este nome deriva de Shophos = sabedoria. Intitulavam-se sbios e lecionavam mediante pagamento. Pregavam a relatividade do conhecimento. Esse perodo chamado tambm sistemtico porque aps o pensamento de Scrates se do as grandes sistematizaes filosficas do pensamento antigo - o clssico. A caracterstica principal da filosofia socrtica a introspeco, a conscincia da prpria ignorncia. Para ele, o perfeito conhecimento do homem o objetivo de todas as suas especulaes e a moral o centro da filosofia. A virtude, na sua concepo o meio nico de alcanar a felicidade ou semelhana com Deus. Neste diapaso, o seu interesse volta-se para o mundo humano, espiritual, com finalidade prticas, morais, haja vista que na sua viso, a nica cincia possvel e til a cincia da prtica dirigida para os valores universais. Scrates matinha procura da sabedoria, no porque pretendia possu-la, mas para demonstrar que a verdadeira sabedoria se lana para alm da tcnica do discurso, ensinada pelos sofistas. Ele acreditava que o homem jamais poderia possuir a sabedoria de forma a domin-la plenamente. Colocava-se sempre na posio de quem no sabia tudo, e que sempre havia algo a ser aprendido. Conhecimento Para Scrates o conhecimento deveria vir de dentro para ser verdadeiro, bastando para isso usar sua razo. Scrates fazia isso com intuito de causar nas pessoas uma reflexo sobre a sociedade a qual vivia (Antenas), ele, por exemplo, protestava contra o fato das pessoas serem condenadas a morte; e desafia quem detinha o poder na poca, criticando todas as formas de injustia e de abuso de poder. Scrates compreendia que a essncia do homem era a alma, e por alma entendia a nossa razo. A alma para ele era o eu consciente, ou seja, a conscincia e a personalidade intelectual e moral, por isso, ensinar os homens a cuidarem da alma tarefa do educador, tarefa essa que Scrates considerava ter recebido de Deus. Dessa forma a virtude do homem aquilo que faz com que sua alma seja tal como a natureza determina, ou seja, boa e perfeita. Ento para Scrates considerava que a virtude se adquiria, atravs do conhecimento (cincia), ao passo que o vicio a falta do conhecimento, ou a ignorncia. Assim a cincia e o conhecimento que aperfeioam a alma e a razo, sendo essa a condio necessria para se fazer o bem. Ningum comete conscientemente um erro: se sabe que
vai fazer algo errado, voc simplesmente no o faz. Nesse sentido, o mal conseqncia da ignorncia e a busca do conhecimento coincide com a busca da virtude. Virtude O estudo da virtude se inicia com Scrates, para quem a virtude o fim da atividade humana e se identifica com o bem que convm natureza humana. Scrates acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era se concentrando no prprio desenvolvimento ao invs de buscar a riqueza material. Convidava outros a se concentrarem na amizade e em um sentido de comunidade, pois acreditava que esse era o melhor modo de se crescer como uma populao. Suas aes so provas disso: ao fim de sua vida, aceitou a sentena de morte quando todos acreditavam que fugiria de Atenas, pois acreditava que no podia fugir de sua comunidade. Acreditava que os seres humanos possuam certas virtudes, tanto filosficas quanto intelectuais. Dizia que a virtude era a mais importante de todas as coisas. Felicidade A felicidade para Scrates livrar-se das coisas materiais e isso s poder ser feito atravs do conhecimento de si mesmo e assim a pessoa pode ser feliz enquanto no sabendo dos outros no sofre, pois sbio enquanto sabe de no saber e isso permite se livrar dos vnculos materiais, porque so eles que trazem o sofrimento. tica Seu pensamento tico tinha como objetivo fundamental, conhecer a respeito do homem. Da sua frase: conhece-te a ti mesmo. Ele dizia que o homem que se conhece no comete erros. Para ele o que era certo para um, valia para todos e da mesma forma o que era errado para um, era para todos. Seu pensamento era racionalista. Ele acreditava que o bem era a felicidade da alma e o bom era til para felicidade. O homem que errava, errava por ignorncia, por isso precisava ser ensinado. Tambm para ele haviam princpios universais de ordem e justia que vinham de Deus e eram impostos aos homens. Quem desobedecesse a essas leis, era contrrio a Deus, assim como tica e a moral; eram ignorantes. Ele acreditava que era possvel mudar a moral dos homens de forma intelectual e pregava que bens eram teis se produzissem felicidade, e que virtude e sabedoria eram bens supremos e que atravs deles viriam outros bens. Em resumo quando o homem conhece o bem, no pode ignor-lo, por outro lado, praticando o bem, sente-se dono de si e feliz. Moral
Scrates diz, que sujeito tico moral somente aquele que sabe o que faz (tem conscincia), conhece as causas e os fins da sua ao, o significado de suas intenes e de suas atitudes, e a essncia, isto , o ntimo dos valores morais Poltica Diz-se que Scrates acreditava que as ideias pertenciam a um mundo que somente os sbios conseguiam entender, fazendo com que o filsofo se tornasse o perfeito governante para um Estado. Opunha-se democracia aristocrtica que era praticada em Atenas durante sua poca; essa mesma ideia surge nas Leis de Plato, seu discpulo. Scrates acreditava que ao se relacionar com os membros de um parlamento a prpria pessoa estaria fazendo-se hipcrita. Plato Biografia Este importante filsofo grego nasceu em Atenas, provavelmente em 427 a.C. e morreu em 347 a.C. considerado um dos principais pensadores gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental. Suas ideias baseiam-se na diferenciao do mundo entre as coisas sensveis (mundo das ideias e a inteligncia) e as coisas visveis (seres vivos e a matria). Filho de uma famlia de aristocratas, comeou seus trabalhos filosficos aps estabelecer contato com outro importante pensador grego: Scrates. Plato torna-se seguidor e discpulo de Scrates. Em 387 a.C, fundou a Academia, uma escola de filosofia com o propsito de recuperar e desenvolver as ideias e pensamentos socrticos. Convidado pelo rei Dionsio, passa um bom tempo em Siracusa, ensinando filosofia na corte. Ao voltar para Atenas, passa a administrar e comandar a Academia, destinando mais energia no estudo e na pesquisa em diversas reas do conhecimento: cincias, matemtica, retrica (arte de falar em pblico), alm da filosofia. Suas obras mais importantes e conhecidas so: Apologia de Scrates, em que valoriza os pensamentos do mestre; O Banquete, fala sobre o amor de uma forma dialtica; e A Repblica, em que analisa a poltica grega, a tica, o funcionamento das cidades, a cidadania e questes sobre a imortalidade da alma. Ideias Desenvolveu a Teoria das Ideais, que diz respeito realidade e ao conhecimento, onde a realidade mais fundamental composta de ideias ou formas abstratas, mas substanciais. Plato acredita que exista um mundo chamado mundos das ideias, onde a forma de tudo perfeita e infinita e tudo o que existe no mundo dos sentidos provm de l, ou apenas uma cpia do que existe l. Para ele, o homem tem permanente contato com dois tipos de realidade: os inteligveis e os sensveis. Sendo os inteligveis as realidades, permanentes, concretas, imutveis, iguais a si mesmas, e os sensveis, so todas as coisas que nos afetam os sentidos, so realidades dependentes, mutveis, imagens das realidades inteligveis.
Plato acreditava que tudo o que podemos sentir na natureza flui. Ou seja, tudo o que participa dontidos acaba. O conhecimento atravs dos sentidos e da razo do-nos resultados completamente diferentes, podendo no primeiro caso provocar graves iluses. Acreditava que por vivermos em um mundo onde nada imutvel e perfeito no podemos ter, seno, ideias vagas das coisas. A nica maneira de se chegar ao conhecimento real por meio da razo. Ele dizia que por "experimentarmos" o mundo com os sentidos, no podemos ter uma noo completa de algo, e por isso temos que recorrer razo.A realidade vem a ser autnoma do mundo dos sentidos em que vivemos, onde todas as formas so perfeitas e infinitas. Os dados dos sentidos apenas nos permitem conhecer cpias imperfeitas das ideias, levando-nos a formular opinies (doxa) contraditrias e superficiais sobre a realidade. No entanto, a experincia sensvel que nos dada pelos sentidos fundamental para desencadear o processo de conhecimento. O conhecimento ocorre quando nos recordamos imperfeitamente s ideias que a alma contemplou no Mundo Inteligvel, denominando-se o processo por anamnesis (reminiscncia). Trata-se do nvel mais inferior do conhecimento. O objetivo platnico era o conhecimento das verdades essenciais que determinam a realidade para poder estabelecer os princpios ticos que devem nortear a realidade social em busca de harmonia numa sociedade em crise. Hierarquicamente, a ideia do bem se situa no topo e logo abaixo esto s ideias de beleza e verdade, e em plano inferior, os valores ticos e conceitos matemticos. Baseado nas suas duas realidades, Plato acreditava que nosso corpo pertencia ao mundo dos sentidos e que nossa alma imortal, governada pela razo. Para ele, a alma anterior ao corpo e antes de aprisionar-se ao corpo, pertenceu ao mundo das ideias. Definia a alma no nvel inferior, como alma concupiscente, sensvel, morada dos desejos e das paixes, tinha como virtude a moderao. Em seguida, a alma irascvel, que impele ao e ao valor, est associada vontade, dando ao homem nimo para enfrentar os conflitos, sua virtude a fora. E sobre todas elas, est alma racional, a superior, destinada ao conhecimento das ideias e tem como principal virtude a sabedoria. Sua filosofia era pautada no amor da sabedoria, com o sentido de encaminhar o homem para o mundo das realidades, tirando-o do mundo das aparncias, das sombras, acendendo as ideias atravs da razo. Na sua obra A Repblica, expe suas ideias filosficas, estticas, polticas e jurdicas e sugere um Estado composto por trs estamentos: os governantes filsofos, sbios, sob o predomnio da alma racional; os guerreiros guardies dedicavam-se defesa, manuteno da ordem, tarefas militares e de policiamento, regidos pela alma irascvel e a classe inferior dos produtores, regidos pela alma sensvel, concupiscente, dedicavamse s atividades econmicas, produo de bens e ao comrcio. A finalidade do Estado era a de educar os cidados na respectiva virtude, assegurando deste modo a sua felicidade.
Aristteles Aristteles, filsofo grego, clssico, nascido por volta de 384 a.C., em Estagira (Grcia Antiga), faleceu por volta de 322 a.C., foi aluno de Plato, filho de Nicmaco (amigo e mdico do rei macednio Amintas III). Muito estudioso, fundou um pequeno crculo filosfico, casou-se, fez inmeras viagens, retornou a Atenas, fundou o Lykeion (Liceu) e teve dois filhos. Foi um homem de cultura, estudo, pesquisas, pensamento que foi isolando-se da vida prtica para dedicar-se investigao cientfica. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a fsica, metafsica, poesia, msica, lgica, retrica, governo, tica, biologia e zoologia. O pensamento aristotlico pretendia rever e corrigir as falhas e imperfeies das filosofias anteriores. Neste mesmo tempo, trilhou caminhos novos que pudessem fundamentar as crticas, revises e novas proposies. Seus pensamentos divergiam de uma parte da filosofia de Plato. Enquanto Plato concebia a existncia de dois mundos, o inteligvel e o sensvel, Aristteles defendia a existncia de um nico mundo, este em que vivemos. Para ele, no importa o que est alm da nossa experincia sensvel. Constri um sistema filosfico pautado na observao fiel da natureza, na qual toma sempre o fato como ponto de partida de suas teorias, buscando um apoio slido s suas especulaes metafsicas; o rigor do mtodo que consistia em definir o objeto, enumerar as solues, propor dvidas, indicar a prpria soluo, por ltima refuta as sentenas contrrias; e unidade do conjunto, onde todas as partes se compem se correspondem, se conformam. Seus principais pensamentos foram a cerca da Teologia: que tinha Deus como primeiro motor imvel, a quem Aristteles chega atravs de uma slida demonstrao, baseada sobre a imediata experincia, realidade do vir-a-ser, da passagem da potncia ao ato; da Moral: na qual trata da moral em trs ticas: razo, virtude, felicidade; da Religio: afirma-se o tesmo do ato puro. Admite que os corpos celestes so animados por espritos racionais, entretanto, esses seres divinos no aparecem e no podem ter funo religiosa e nem fsica; da Arte: considera a arte como imitao, de conformidade com o fundamental realismo grego. Imitao direta da prpria ideia, do inteligvel imanente no sensvel, imitao da forma imanente na matria; da Metafsica: a cincia do ser como ser, ou dos princpios e das causas do ser e de seus atributos essncias; da Psicologia: tem como objetivo o mundo animado, vivente, que tem por princpio a alma e se distingue essencialmente do mundo inorgnico, pois o ser vivo possui internamente o princpio da sua atividade, que precisamente a alma, forma do corpo; da Cosmologia: distingue quatro tipos de movimentos (substancial, qualitativo, quantitativo e espacial); da Poltica: essencialmente unida moral, porque o fim ltimo do estado a virtude, isto , a formao moral dos cidados e o conjunto dos meios necessrios para isso; da Esttica: a filosofia da arte. A arte como imitao da natureza. Arte com propsitos nobres, educacionais e morais. Aristteles influenciou bastante o cenrio intelectual medieval com seu ponto de vista sobre as cincias fsicas. Suas obras abordam o primeiro estudo formal conhecido da lgica que foi incorporado lgica formal. At hoje, todos os aspectos da sua filosofia continuam a ser objeto de estudo acadmico.
MITO DA CAVERNA Um grupo de pessoas habitam o interior de uma caverna, elas esto de costas para a entrada da caverna, e atrs delas h um enorme muro que fecha a entrada desta caverna. Como h uma fogueira atrs desse muro, sombras so projetadas para dentro da caverna, sombra de pessoas e animais que passam por ali. Por isso, a nica coisa que as pessoas podem ver so imagens imperfeitas de coisas projetadas na caverna, em apenas uma cor. Um dia um habitante consegue fugir, e descobre as coisas com contornos muito mais perfeitos, cores muito mais belas, agora ele pode desfrutar de toda liberdade e beleza das coisas. Um dia ento, ele resolve voltar para a caverna para libertar os outros, chegando l ele conta tudo o que viu e viveu, mas ningum acre tida neles e acabam matando-o.