Dimensionamento - Águas Pluviais

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Sistemas (Redes) de Distribuição de Água Sistemas de Distribuição de Água

Rede de Distribuição de Água: Topologia dos Sistemas de Distribuição de água


um sistema de tubagens e elementos acessórios instalados na
Reservatório – Ponto de alimentação ou de consumo pontual que se caracteriza
via pública, em terrenos da entidade distribuidora ou em outros
por condicionar as cotas piezométricas na rede de distribuição;
sob concessão especial, cuja utilização interessa ao serviço
público de abastecimento de água potável. Nó – Ponto de alimentação ou de consumo pontual, ou de ligação de dois
ou mais trechos;

Trecho – Segmento de conduta que ligam dois ou mais nós (de cota
piezométrica fixa ou condicionada) e que se caracteriza por ter um
ramal de ligação - tubagem que assegura o
caudal constante ou uniformemente distribuído;
abastecimento predial de água, desde a rede
pública até ao limite da propriedade a servir. Malha – conjunto de trechos que forma um circuito fechado.

A rede geral de distribuição alimenta, por meio de ramais de ligação os diversos


edifícios ou instalações a servir..

Saneamento I - 67 Saneamento I - 68

Sistemas de Distribuição de Água Sistemas de Distribuição de Água


Classificação das Rede de Distribuição de Água: Classificação das Rede de Distribuição de Água:

Redes Ramificadas Redes Malhadas Redes Mistas Redes Ramificadas Redes Malhadas

T = M + N + F -1

T = 8 + 1 -1 = 8 T = 10 + 4 + 2 -1 = 15 T = 21 + 4 + 2 -1 = 26 Vantagens: Vantagens:
Trechos (T)……………………………… = 8 Trechos (T)…………………………… = 15 Trechos (T)…………………………… = 26 - A rede necessita de menos acessórios - Possibilidade de mais de um sentido de
Nós de junção (N) …………………….. = 8 Nós de junção (N) …………………….. = 10 Nós de junção (N) …………………….. = 21 - Permite que se adoptem os diâmetros económicos. escoamento.
Reservatórios (F)………………………. = 1 Reservatórios (F)………………………. = 2 Reservatórios (F)………………………. = 2
Malhas naturais (M) ………………….. = 0 - Dimensionamento hidráulico simples. - No caso de avaria não se interrompe o escoamento
Malhas naturais (M) ………………….. = 4 Malhas naturais (M) ………………….. = 4
Malhas imaginárias…………………… = 0 para jusante.
Malhas imaginárias…………………… = 1 Malhas imaginárias…………………… = 1
- Efeitos pouco significativos, em termos de pressão,
quando ocorrem grandes variações de consumos.
Inconvenientes:
- Acumulação de sedimentos nos pontos terminais;
T = M + N + F -1 Inconvenientes:
- No caso de avaria todo o abastecimento é
interrompido para jusante; - Exige uma maior quantidade de tubagens e
acessórios.
- Pressão insuficiente no caso de aumento (ou
variação) das solicitações de consumo; - O cálculo hidráulico é mais complicado.
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Sistemas de Distribuição de Água Sistemas de Distribuição de Água


Implantação da Rede de Abastecimento: Implantação da Rede de Abastecimento:
Decreto Regulamentar nº 23/95

Decreto Regulamentar nº 23/95 Artigo 25.º Profundidade

1 - A profundidade de assentamento das condutas não deve ser inferior a 0,80 m, medida entre a
Artigo 24.º Implantação geratriz exterior superior da conduta e o nível do pavimento.

1 - A implantação das condutas da rede de distribuição em arruamentos deve fazer-se em 2 - Pode aceitar-se um valor inferior ao indicado desde que se protejam convenientemente as
articulação com as restantes infra-estruturas e, sempre que possível, fora das faixas de condutas para resistir a sobrecargas ou a temperaturas extremas.
rodagem.
3 - Em situações excepcionais, admitem-se condutas exteriores ao pavimento desde que sejam
2 - As condutas da rede de distribuição devem ser implantadas em ambos os lados dos convenientemente protegidas mecânica, térmica e sanitariamente.
arruamentos, podendo reduzir-se a um quando as condições técnico-económicas o aconselhem,
e nunca a uma distância inferior a 0,80 m dos limites das propriedades.

3 - A implantação das condutas deve ser feita num plano superior ao dos colectores de águas
residuais e a uma distância não inferior a 1 m, de forma a garantir protecção eficaz contra
possível contaminação, devendo ser adoptadas protecções especiais em caso de
impossibilidade daquela disposição.

Saneamento I - 71 Saneamento I - 72

1
Sistemas de Distribuição de Água Sistemas de Distribuição de Água – Consumos e Caudais de Projecto
Implantação da Rede de Abastecimento:
A rede de distribuição é dimensionada para o caudal de ponta instantâneo (Qp) :

Decreto Regulamentar nº 23/95 Qp = f p x Qm [L3/T-1]

em que
Artigo 9.º Cadastro 70
fp = 2 +
1 - Na elaboração de estudos de sistemas de distribuição de água deve ter-se em consideração os
elementos constantes dos respectivos cadastros.
Pop
2 - Os cadastros devem estar permanentemente actualizados e conter, no mínimo:
a) A localização em planta das condutas, acessórios e instalações complementares, sobre carta
População Fp
topográfica a escala compreendida entre 1:500 e 1:2000, com implantação de todas as
edificações e pontos importantes; 500 5,13
1.000 4,21
b) As secções, profundidades, materiais e tipos de junta das condutas;
2.000 3,57
c) A natureza do terreno e condições de assentamento;
5.000 2,99
d) O estado de conservação das condutas e acessórios; 10.000 2,70
e) A ficha individual para os ramais de ligação e outras instalações do sistema. 50.000 2,31
100.000 2,22
3 - Os cadastros podem existir sob a forma gráfica tradicional ou informatizados. 500.000 2,10

Saneamento I - 73 Saneamento I - 74

Sistemas de Distribuição de Água – Consumos e Caudais de Projecto Consumos e Caudais de Projecto – Método dos Comprimentos Fictícios

Para a Distribuição dos caudais consumidos pela rede, deve-se atender: O comprimento fictício que é obtido da seguinte forma:
- aos Consumos da População; - o comprimento fictício é igual ao comprimento real do
troço vezes o número de pisos (Lf = L x N), nas condutas
- aos Consumos Comerciais; com serviço de percurso de ambos os lados (k =1);
- aos Consumos Industriais. (Só se forem importantes) - o comprimento fictício é metade do comprimento real do
troço vezes o número de pisos (Lf = 0,5 L x N), nas
A distribuição dos Consumos da População pode ser efectuada: condutas com serviço de percurso dum só lado (k =0,5);
- o comprimento fictício é nulo para condutas sem serviço
Por áreas consumidoras - imputando a cada nó a população de percurso (Lf = 0). (k =0).
correspondente à sua área de
influência, tendo em conta a densidade k=0
A partir da definição dos comprimentos fictícios dos
de população nas diferentes áreas; troços, é possível determinar o caudal de percurso
unitário (Qup),
Por Comprim. Fictícios - utilizando o conceito de consumo de Qtotal
percurso e considerando que o Qup =
consumo do trecho é directamente ∑ Lf i
proporcional ao comprimento fictício sendo: k =0,5
desse trecho.(quanto maior o consumo Qup - caudal de percurso unitário [(L/(s.m)] k=1,0
do trecho maior o comprimento fictício Qtotal - caudal de ponta instantâneo total a distribuir pelos trechos (L/s)
Lfi - comprimento fictício no troço de tubagem i (m)
do trecho).
i - número do trecho de tubagem na rede de distribuição (-)

Saneamento I - 75 Saneamento I - 76

Consumos e Caudais de Projecto – Método dos Comprimentos Fictícios


Sistemas de Distribuição de Água - Dimensionamento Hidráulico
Critérios de Velocidade
Qtotal Decreto Regulamentar nº 23/95
Qup =
∑ Lf i Artigo 21.º Dimensionamento hidráulico

Caudal consumido em cada trecho de tubagem i: 1 - No dimensionamento hidráulico deve ter-se em conta a minimização dos custos, que
deve ser conseguida através de uma combinação criteriosa de diâmetros,
observando-se as seguintes regras:
Qi = Qup .Lfi
a) A velocidade de escoamento para o caudal de ponta no horizonte de projecto não
Para imputar o caudal aos Nós poder-se-á concentrar, por exemplo: deve exceder o valor calculado pela expressão:
V = 0,127 D0,4
- 1/2 do consumo do trecho no nó de montante;
onde V é a velocidade limite (m/s) e D o diâmetro interno da tubagem (mm);
- 1/2 do consumo do trecho no nó de jusante.
b) A velocidade de escoamento para o caudal de ponta no ano de início de exploração
do sistema não deve ser inferior a 0,30 m/s e nas condutas onde não seja possível
∑ Qi = ∑ QupLfi = Qtotal verificar este limite devem prever-se dispositivos adequados para descarga
periódica;

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Sistemas de Distribuição de Água - Dimensionamento Hidráulico Sistemas de Distribuição de Água - Dimensionamento Hidráulico
Critérios de Pressão Mínima e Máxima Diâmetros Mínimos
Decreto Regulamentar nº 23/95 Decreto Regulamentar nº 23/95
Artigo 21.º Dimensionamento hidráulico Artigo 23.º Diâmetros mínimos

1-… 1 - Os diâmetros nominais mínimos das condutas de distribuição são os seguintes:


c) A pressão máxima, estática ou de serviço, em qualquer ponto de utilização não a) 60 mm em aglomerados com menos de 20 000 habitantes;
deve ultrapassar os 600 kPa medida ao nível do solo; b) 80 mm em aglomerados com mais de 20 000 habitantes;

d) Não é aceitável grande flutuação de pressões em cada nó do sistema, impondo-se 2 - Quando o serviço de combate a incêndios tenha de ser assegurado pela mesma rede
uma variação máxima ao longo do dia de 300 kPa; pública, os diâmetros nominais mínimos das condutas são em função do risco da
zona e devem ser:
e) A pressão de serviço em qualquer dispositivo de utilização predial para o caudal de a) 80 mm - grau 1;
ponta não deve ser, em regra, inferior a 100 kPa o que, na rede pública e ao nível b) 90 mm - grau 2;
do arruamento, corresponde aproximadamente a:
c) 100 mm - grau 3;
H = 100 + 40 n
d) 125 mm - grau 4;
onde H é a pressão mínima (kPa) e n o número de pisos acima do solo, incluindo o
piso térreo; em casos especiais, é aceitável uma redução daquela pressão mínima, e) >= 150 mm - grau 5.
a definir, caso a caso, em função das características do equipamento.

Saneamento I - 79 Saneamento I - 80

Sistemas de Distribuição de Água - Dimensionamento Hidráulico Sistemas de Distribuição de Água


Situações de Incêndio Procedimento para o cálculo hidráulico de redes de distribuição
Decreto Regulamentar nº 23/95 1) afectação dos consumos domésticos aos troços/nós do sistema de
distribuição de água;
Artigo 22.º Situações de incêndio
Nas situações de incêndio 2) localização e afectação, a nós de cálculo, dos consumos que não foram
incorporados nos consumos domésticos (Escolas, Centros Comerciais,…);
- não é exigível qualquer limitação de velocidades nas condutas e
3) determinação dos comprimentos das tubagens entre nós de cálculo;
- admitem-se alturas piezométricas inferiores a 100 kPa.
4) escolha inicial dos diâmetros das tubagens e dos respectivos tipos de
materiais;
Artigo 18.º Volumes de água para combate a incêndios 5) determinação das cotas topográficas do terreno nos nós de cálculo;

6) definição da localização de reservatórios e/ou estações elevatórias e das
2 – O caudal instantâneo a garantir para combate a respectivas condições de funcionamento hidráulico;
incêndios, em função do grau de risco, é de:
7) cálculo das condições de equilíbrio hidráulico propriamente ditas da rede de
distribuição de água para o Qponta (caudais, cotas e alturas piezométricas, e
velocidades de escoamento);
a) 15 l/s - grau 1;
8) verificação do cumprimento dos critérios regulamentares; caso eles não
b) 22,5 l/s - grau 2; sejam cumpridos, em particular no que se refere às pressões mínimas e às
c) 30 l/s - grau 3; velocidades, proceder ao ajustamento dos diâmetros e efectuar novo cálculo
d) 45 l/s - grau 4; das condições de equilíbrio hidráulico, e assim sucessivamente;
e) a definir… - grau 5. 9) verificação das condições de funcionamento hidráulico da rede para o caudal
instantâneo a garantir para o combate a incêndios considerando os restantes
consumos em Qmédio, para os dispositivos do tipo hidrante hidraulicamente
Saneamento I - 81
mais afastados. Saneamento I - 82

Equações dos Troços (Exemplo)


Formulação das Condições de Equilíbrio Hidráulico Os caudais em cada troço são as incógnitas (4 incógnitas)

Equações dos Troços N C2


Os caudais em cada troço são as incógnitas (T incógnitas) (2)
Q12 Q23
(0)
Equação da continuidade em cada Nó (Lei dos Nós) (1)
NC

∑Q = Cj Q01 C1 C3
i =1
ij
Q13 (3)
ou
C j > 0 Saída de caudal N equações da Q01 - Q12 - Q13 + 0 = C1
(∑ Q ) − (∑ Qij )div = C j  continuidade lineares
C j < 0
ij conv
Entrada de caudal
0 + Q12 + 0 - Q23 = C2 3 equações da
Equação da conservação da energia (Lei das Malhas) continuidade lineares
NT1 NT1
0 + 0 + Q13 + Q23 = C3
∑ ∆H i =0 ∑ ∆C Q i
n
i =0 Malha 1
i =1 i =1 M+F-1 equações não
...

lineares da conservação
NTM NTM
da energia 1 equação não linear da
∑ ∆H
i =1
i =0 ∑ ∆C Q
i =1
i
n
i =0 Malha M 0 + K12(Q12)n - K13(Q13)n + K23(Q23)n = 0 conservação da energia
...

NT( M + F −1 ) NT( M + F −1 )

∑ ∆H = ∆Z ∑ ∆C Q n
= ∆Z Malha (M+F-1)
T = M + N + F -1
i i i
i =1 i =1

Saneamento I - 83 Saneamento I - 84

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Equações dos Nós (Exemplo)
Formulação das Condições de Equilíbrio Hidráulico As cotas piezométricas em cada nó são as incógnitas (3 incógnitas)
Equações dos Nós N C2
As cotas piezométricas em cada nó são as incógnitas (N incógnitas) Q01 - Q12 - Q13 + 0 = C1 (2)
Q12 Q23
(0)
Equação da continuidade em cada Nó (Lei dos Nós) (1)
0 + Q12 + 0 - Q23 = C2
(∑ Q ) ij conv − (∑ Qij )div = C j
Q01 C1 Q13 (3)
C3

0 + 0 + Q13 + Q23 = C3
Para a fórmula de Manning temos: 1/ 2
 Hi − H j 
Qij = K ij .Sij .Rij2 / 3 .J ij1 / 2 = K ij .Sij .Rij2 / 3    N − H1 
1/ n
 H − H2 
1/ n
 H − H3 
1/ n
 L 
 ij   C  −  1  −  1  = C1
 01   C12   C13 
1/ 2
 Hi − H j  Lij
Qij =   com Cij =
 C  K ij2 .Sij2 .Rij4 / 3  H1 − H 2 
1/ n
 H − H3 
1/ n
3 equações da
 ij    −  2  = C2
 C12   C23  continuidade não lineares
Substituindo nas Equações da continuidade fica:
1/ n 1/ n
 H1 − H 3   H − H3 
 H −H 
1/ n
  H −H 
1/ n
   +  2  = C3
∑  i N equações não
  − ∑    = Cj  C13   C23 
j i j

  Cij 
    Cij   lineares
  conv     div
Saneamento I - 85 Saneamento I - 86

Equações das malhas (Exemplo)


Formulação das Condições de Equilíbrio Hidráulico As correcções de caudal em cada malha são as incógnitas (M+F-1 incógnitas)
Equações das Malhas N C2
As correcções de caudal em cada malha são as incógnitas (2)

(M+F-1 incógnitas) (0) C1 Q12 Q23


∆Q1
Considera-se que Qoi são os caudais arbitrados nos diferentes trechos da Q01 (1)
rede (i=1,2,…,T) em que T é o número de trechos. Arbitrados de forma a Q13
C3
(3)
obedecer às Equações da continuidade. Q14 ∆Q2

n Q43
NT1
 M

∑ C Q
i =1
i oi + ∑ ∆Q j  = 0
J =1 
Malha 1 (4) C4

... K12(Q012 +∆Q1 )n + K23(Q013 +∆Q1)n + K13(-Q013 +∆Q1- ∆Q2 )n = 0
n
NTM
 M

∑ Ci  Qoi + ∑ ∆Q j  = 0
 
Malha M K13(Q013 +∆Q2- ∆Q1 )n + K43(-Q043 + ∆Q2 )n + K14(-Q014 + ∆Q2 )n =0
i =1 J =1 …
M+F-1 equações não
... 2 equações não lineares
lineares
NT( M + F −1 ) n
 M

∑i =1
C1  Qoi + ∑ ∆Q j  = ∆Z F −1
 J =1 
Malha (M+F-1)

Saneamento I - 87 Saneamento I - 88

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