PTDE - 5 - Transporte de Energia

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Produção, Transporte e

Distribuição de Energia
Transporte de energia elétrica
2023/2024

Mauro Costa
Introdução

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Transporte

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Transporte

▪ A eletricidade produzida em locais afastados das zonas de consumo é entregue na rede


de transporte e conduzida em muito alta tensão (MAT), de modo a fazer chegar grandes
quantidades de energia aos vários pontos do território sem perdas significativas, assim
garantindo o abastecimento independentemente da distância às centrais elétricas.

▪ As linhas de transporte dos sistemas de energia, salvo raras exceções, são linhas aéreas
que estão suportadas e interligadas por torres metálicas de grandes dimensões.

▪ Como a eletricidade é difícil de armazenar, a produção tem de ser gerida em tempo real
para responder ao consumo. Esta tarefa, que é complexa e exige equipas e tecnologia
de grande especificidade, chama-se Gestão Global do Sistema e é feita pelo operador
da rede de transporte (ORT).

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Transporte

▪ O ORT articula e monitoriza em tempo real toda


a cadeia, da produção ao consumo, para garantir
que as redes (de transporte e de distribuição)
têm capacidade para escoar a energia consumida
quer nos períodos de elevado consumo
(períodos de ponta), quer nos de baixo consumo
(períodos de vazio).

▪ Essa gestão implica ordenar a saída ou a entrada


de produtores em certas horas ou dias.

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Transporte

▪ Embora a maior parte da transporte seja efetuada em corrente alternada trifásica, para
muito longas distâncias pode ser benéfico a transmissão em corrente contínua (HVDC),
porque as linhas de transporte não apresentam impedância reativa em corrente
contínua.

▪ O sistema de transporte em HVDC também requer apenas dois condutores em vez de


três.

▪ No entanto, as linhas de transmissão em HVDC requerem estações conversoras


dispendiosas (utilizando tecnologia de eletrónica de potência) em ambas as
extremidades da linha, para se interligarem ao resto do sistema em corrente alternada.
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Operador da rede de transporte

▪ O operador da rede de transporte (ORT) é a REN – Rede Elétrica Nacional, S.A.

▪ O ORT desempenha a atividade de Transporte de Energia Elétrica, que inclui o


funcionamento, o planeamento e o desenvolvimento da Rede Nacional de Transporte
(RNT), incluindo as interligações elétricas com Espanha, de forma a permitir o
transporte de energia elétrica desde a produção até aos consumidores alimentados
em muito alta tensão ou até aos pontos de entrega das redes de distribuição.

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Operador da rede de transporte

▪ O planeamento da RNT deve ser realizado a médio e longo prazo, num horizonte de 10
anos, e ter em conta cenários futuros de desenvolvimento, quer das redes de
distribuição (aumento do consumo), quer de nova capacidade de produção, em
especial renovável, que se pretenda ligar às redes, no cumprimento dos critérios de
planeamento e dos níveis de qualidade de serviço regulamentarmente estabelecidos.

▪ A regulação económica da atividade de transporte de eletricidade é determinada pela


ERSE, fixando as tarifas de uso da rede de transporte e as receitas do operador.

▪ A RNT abastece a rede nacional de distribuição, à qual estão ligados a maioria dos
consumidores finais, 6 400 227 em Baixa Tensão, 23 397 em Média Tensão e cerca de
302 em Alta e Muito Alta Tensão.
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Operador da rede de transporte

▪ A RNT é uma rede que apresenta uma topologia fortemente malhada, deste modo, a
rede apresenta redundância permitindo manter o equilíbrio dinâmico entre a produção
e o consumo, limitando os impactos quando ocorre uma avaria.

▪ Este tipo de rede requer um investimento maior, no entanto, o compromisso entre


custo e benefícios compensa, uma vez que, apresentam uma fiabilidade elevada.

▪ A RNT é atualmente constituída por 8 907 km de linhas, 22848 MVA Transformadores


de Potência de MAT/AT, 320 MVA Transformadores de Potência de MAT/MT, 14 470
MVA Autotransformadores e 9 interligações com Espanha.

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Operador da rede de transporte

▪ As interligações com Espanha e, ao mesmo tempo, com a rede europeia síncrona, são de
extrema importância, uma vez que, possibilitam um apoio bilateral em caso distúrbios na
rede elétrica e, adicionalmente a existência de um mercado de eletricidade.
▪ As tensões das linhas de transporte podem ser 150, 220 ou 400 kV.

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https://www.youtube.com/watch?v=qjY31x0m3d8&ab_channel=PracticalEngineering
Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Aéreas

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Transporte – Linhas Enterradas / Submarinas

▪ Uma solução para os grandes centros urbanos é o uso de linhas


subterrâneas. A principal dificuldade é no isolamento e blindagem
dos condutores, de forma a acomodarem-se nos espaços reduzidos,
ao contrário das linhas aéreas que utilizam cabos nus, utilizando-se
do ar como isolante natural. O uso de condutores isolados também
dificulta a dissipação de calor.

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Transporte – Linhas Enterradas / Submarinas
▪ A travessia de rios e canais por linhas aéreas demanda um projeto
especial, por quase sempre haver a necessidade de transpor um vão
muito grande. Neste caso, a catenária formada pelos cabos será
imensa, necessitando o uso de cabos com liga especial e torres
gigantescas.

▪ O uso de linhas submarinas evita o uso destas estruturas, reduzindo a


poluição visual e evitando problemas em locais com travessias de
navios. A linha submarina tem a limitação de possuir uma grande
capacitância, reduzindo o seu alcance prático para aplicações em
corrente alternada, facto no qual é preferível o uso de linhas em
corrente contínua.
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Transporte – Linhas Enterradas / Submarinas

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Transporte – Linhas Enterradas / Submarinas

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Transporte – Linhas Enterradas / Submarinas

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Transporte em corrente contínua (HVDC)

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Transporte em corrente contínua (HVDC)

▪ O transporte de energia elétrica faz-se maioritariamente em corrente alternada, devido


à simplicidade de alteração das tensão através de transformadores. No entanto o
transporte em corrente contínua tem algumas vantagens:

• Redução das perdas nos cabos subterrâneos e submarinos, que possuem


capacidades elevadas.

• Menor regulação nas linhas aéreas devida à indutância.


• Possibilidade de linhas mais longas.

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Transporte em corrente contínua (HVDC)

• Permite transmissão de energia entre sistemas AC não sincronizados ou de frequências


diferentes.

• Aumento da potência das linhas onde é difícil e caro instalar novos condutores.

• Para a mesma potência, as linhas e suportes são menos dispendiosos, pois necessita
apenas dois condutores, os cabos podem ser de menor qualidade e o efeito pelicular é
desprezável (R aumenta com a frequência).

• Aumenta a estabilidade do sistema AC sem aumentar a corrente de curto-circuito.

• Redução do efeito de coroa, pois a tensão máxima é 1,414 vezes menor que em AC.
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Transporte em corrente contínua (HVDC)

• Os cabos subterrâneos e submarinos possuem capacidade elevada. Em DC o efeito é


desprezável. Em AC, requer correntes mais elevadas para carregar/descarregar as capacidades,
aumentando as perdas por efeito de Joule. Além disso, as perdas dielétricas são muito superiores
em AC.

• Um sistema HVDC é capaz de transmitir mais energia, pois os valores máximos de tensão são
menores, o que determina o espaçamento mínimo entre condutores e a espessura dos
isolamentos. Sendo assim é possível aumentar a potência de linhas já existentes.

• Como um sistema HVDC é capaz de transmitir energia entre sistemas AC não sincronizados, é
possível aumentar a estabilidade da rede evitando que falhas em cascata (“apagões”) se
propaguem entre sistemas elétricos – este fator por si só tem justificado o uso de HVDC por vários
operadores de sistemas elétricos de energia. 33
Transporte em corrente contínua (HVDC)

• Possíveis benefícios para a saúde: as linhas DC não produzem, um campo eletromagnético ELF (extremely
low frequency), tal como produzem as linhas AC. Existem defensores da teoria que a ELF é prejudicial à
saúde. No entanto o consenso Científico atual considera que a ELF está confinada às proximidades das linhas
AT e que não é especialmente nociva. Além disso, considera que os sistemas HVDC não eliminam de todo o
problema.

• As linhas AC só podem ligar sistemas com a mesma frequência e com uma diferença de fase que é função
da potência a transmitir pelas linhas. Muitas vezes é necessário partilhar energia entre sistemas não
sincronizados, como por exemplo Reino Unido, Europa de Norte e Europa Continental. Outras vezes é
necessário ligar sistemas com frequências diferentes, como por exemplo no Japão (redes a 50Hz e 60Hz).

• Os geradores podem ficar instáveis e dessincronizar, no caso de se situarem numa zona remota, ligada por
uma linha longa. A transmissão HVDC pode ser interessante, por exemplo, para ligar parques eólicos
distantes (por exemplo no mar – Países Baixos) à rede. 34
Transporte em corrente contínua (HVDC)

▪ As linhas HVDC também possuem algumas desvantagens:


• São necessários conversores estáticos dispendiosos e que não aguentam sobrecargas.
• Em distâncias pequenas, as perdas nos conversores eletrónicos de potência podem ser
maiores do que as perdas nas linhas AC.
• Para linhas curtas, os custos de instalação dos conversores de potência não justificam a
economia que se faz na instalação das linhas.
• É muito complexo fazer linhas com múltiplas ramificações, como é habitual acontecer nas
linhas AC.
• Fluxo de energia complicado de gerir, requerendo sistemas de controlo que comuniquem
entre si, enquanto que nas linhas AC o fluxo é garantido pelas propriedades intrínsecas das
linhas. 35
Transporte em corrente contínua (HVDC)

https://www.youtube.com/watch?v=u4m84EvDUtc&ab_channel=PowerSystemOperation 36
https://www.youtube.com/watch?v=bJ0a9Yz8QS0&ab_channel=InnovativeTechs
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Esquema Equivalente das Linhas

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Esquema Equivalente das Linhas

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Esquema Equivalente das Linhas

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Esquema Equivalente das Linhas

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Esquema Equivalente das Linhas

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Esquema Equivalente das Linhas

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Esquema Equivalente das Linhas

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Esquema Equivalente das Linhas

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Esquema Equivalente das Linhas – Exercício 1
Uma linha de transmissão aérea de 230 kV com 40 km é composta por 3 condutores ACSR com uma secção de 304
mm².
A tensão da fonte é 230 kV e a da carga é 230 kV. Potência é 300 MW
(c)

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Esquema Equivalente das Linhas – Exercício 2
Uma linha de transmissão aérea de 220 kV com 80 km é composta por 3 condutores ACSR com uma secção de 507
mm².
A tensão da fonte é 220 kV e a da carga é 220 kV. Potência é 600 MW
(c)

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