Interpretacao de Textos

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INTERPRETAO DE

TEXTOS

Ler: o ver de verdade


Leitor competente aquele que, alm do sentido das
palavras, descobre tambm o significado das pausas,
dos silncios, da pontuao...
(Cereja, Cochar & Cleto)

ELEMENTOS BSICOS DA LEITURA:


1. decodificar
2. entender
3. compreender
4. analisar
5. interagir

DECODIFICAR
Ser que saber os 33 fonemas e as 26 letras de uma
lngua o bastante?

Aa Bb Cc Dd Ee Ff Gg Hh Ii Jj Kk Ll
Mm Nn Oo Pp Qq Rr Ss Tt Uu Vv
Ww Xx Yy Zz

("Fbula escrita na linguagem - aqui recuperada - do tempo em que os animais


falavam")

Andesta na florando um enaco macorme avistorvo um cou com um beo


pedalo de quico no beijo.
"Ver comou aqueijo quele ou no me chaco macamo.", vangloriaco o macouse de sara pigo consi. E berrorvo para o cou: "Oldre comp! Vo est bonoje
hito! Loso, maravilhindo! Jami o vais tem bo! Nante, brilhio, luzidegro.
Poje que enso, se quisasse canter, sua vm tamboz serela a mais bia de testa
a floroda.
Gostari-lo de ouvia, comporvo cadre, per podara dizodo a tundo mer que
voc o Rssaros dos Pei".
Caorvo na cantida o cado abico o briu afar de cantim sor melho cansua.
Naturalmeijo o quente cao no chiu e fente imediatamoi devoraco pelo astado
macuto. " Obriqueijo pelo gado!", gritiz o felaco macou.
E a far de provim o mento agradecimeu var lhe delho um consou: Jamie
confais em pacos-suxa.

Millr Fernandes, depois de "A baposa e o rode", j disponvel no "Releituras", nos traz agora "O macorvo e o caco",
inventiva forma de escrever criada pelo autor, segundo ele do tempo em que os animais falavam.

O MACACO E O CORVO
Andando na floresta, um macaco enorme avistou um corvo
com um belo pedao de queijo no bico.
Vou comer aquele queijo ou no me chamo macaco,
vangloriou-se o macaco de si para consigo. E berrou para o
corvo: Ol, compadre! Voc est bonito hoje! Lindo,
maravilhoso! Jamais o vi to bem! Negro, brilhante,
luzidio! Hoje penso que, se quisesse cantar, sua voz tambm
seria a mais bela de toda floresta. Gostaria de ouvi-lo,
compadre corvo, para poder dizer a todo mundo que voc
o Rei dos Pssaros.
Caindo na cantada do macaco, o corvo abriu o bico a fim de
cantar sua melhor cano..
Naturalmente o queijo caiu no cho e foi imediatamente
devorado pelo astuto macaco. Obrigado pelo queijo. gritou
feliz o macaco. E para provar o meu agradecimento vou
dar-lhe um conselho.
MORAL: JAMAIS CONFIE EM PUXA-SACOS

ENTENDER
Dominamos plenamente o vocabulrio
de nossa lngua?
A curiosidade a respeito das palavras
importantssima para dominar o contedo da
lngua.

1. chilrear cantar, gorjear


2. exortar dar estmulo a; animar, incentivar;
induzir; persuadir
3. inexorvel - que no se abala com splicas ou
pedidos;

4. nosofobia exagerado medo de adoecer

5. plenilnio lua cheia

6. tabatinga argila mole de colorao variada

Palavras com significado desconhecido para ns


podem dificultar o entendimento de um texto de
forma, s vezes, irreversvel.
s observar quando ocorre a troca de
homnimos e parnimos em uma frase...

A descriminao racial atinge em cheio as


minorias;

Ela sempre age com muita descrio;

O trfego deve ser combatido nas grandes


cidades;

O CONTEXTO LINGUSTICO TAMBM IMPORTANTE:


O dono da colher foi colher os frutos;
Eu governo o governo;
A bola caiu na bola de atum;
O clebre autor clebre por suas crticas ao governo.

Como sempre, muito cedo eu cedo meus direitos.

Ela sela a carta na sela de sua gua preferida.

O cabo Desfez o n do cabo.

Eu canto no canto da sala um canto nico, imitando os


pssaros

COMPREENDER

Ler bem, ou ser um leitor competente, no


apenas compreender o que est dito, mas
compreender tambm o no dito, as entrelinhas,
o implcito do texto.

COMO SE CONJUGA UM EMPRESRIO

Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-se.


Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraou. Beijou. Saiu. Entrou. Cumprimentou.
Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cumprimentou.
Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu. Comentou.
Interrompeu. Leu. Despachou. Conferiu. Vendeu. Vendeu. Ganhou. Ganhou.
Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu. Burlou. Safou-se.
Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou.

Epitfio para um banqueiro


negcio
ego
cio
cio
O

(Jos Paulo Paes)

ANALISAR

O leitor crtico aquele que, diante de qualquer


texto, verbal ou no verbal, coloca-se numa
postura ativa, de anlise, de resposta ao texto
lido. Ele no s analisa o texto, mas tambm os
demais elementos da situao de produo: quem
fala, para quem fala, em qual contexto e
momento histrico, em que meio ou suporte de
divulgao,com qual inteno, etc.

Monteiro Lobato merece ser censurado?


A absurda tentativa de banir um livro infantil de
Monteiro Lobato das escolas sob a acusao de
racismo
CELSO MASSON, HUMBERTO MAIA JUNIOR
E RODRIGO TURRER

INTERAGIR
Ningum fala ou escreve sem ter um
destinatrio em mente. Quando algum produz
um texto, tem uma inteno e supe ou tem um
interlocutor real.
Um texto pode interagir com o interlocutor,
modificar seu comportamento, suas ideias ou
emoes;
NENHUM TEXTO NEUTRO,
DESPRENTENSIOSO!

Monteiro Lobato pode ser proibido em escolas pblicas


Segundo o Conselho Nacional de Educao, o livro Caadas de Pedrinho no deve mais ser distribudo em
escolas pblicas porque racista.
O preconceito estaria na abordagem da personagem Tia Nastcia e de animais como o urubu e o macaco.
O conselho justifica o pedido citando dois trechos da obra: Tia Nastcia, esquecida dos seus numerosos
reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvo...; e No toa que os macacos se parecem tanto
com os homens. S dizem bobagens.
Ora, o objetivo de indicar livros para crianas no despertar o interesse pela leitura? Pois ento
continuaremos um pas de analfabetos. Se os pequenos no tero mais contato nem com a escrita fcil e
divertida de Monteiro Lobato, no precisamos nem do polvo Paul para nos dizer que devemos colocar as
barbas de molho.
Mais preocupante ainda pensar que o conselho pretende implantar a deciso no ensino pblico.
Justamente entre aqueles mais carentes de bens culturais e que se no for pela escola jamais sabero o
formato de um livro.
Ainda resta uma esperana: para entrar em vigor, o parecer precisa ser aprovado pelo ministro da
Educao, Fernando Haddad.
Onde estava o Conselho Nacional de Educao quando deixou passar o livro Dez na rea, Um na Banheira
e Ningum no Gol para estudantes da 3 srie?
No ano passado a polmica foi grande. Aps ser distribudo em todas as escolas pblicas de So Paulo,
descobriram que o livro uma coletnea de quadrinhos sobre futebol continha palavres, referncias
diretas sexualidade e ao trfico de drogas.

Houaiss Dicionrio deprecia povo cigano e tem venda proibida


Houaiss - Dicionrio deprecia povo cigano e tem venda proibida
O Ministrio Pblico Federal (MPF) entrou com ao na Justia Federal em
Uberlndia, no Tringulo, para tirar de circulao o dicionrio Houaiss, um dos
mais conceituados do mercado. Segundo o MPF, a publicao contm expresses
pejorativas e preconceituosas, pratica racismo aos ciganos e no atendeu a recomendaes
de alterar o texto.
O caso teve incio em 2009, quando a Procuradoria da Repblica recebeu representao de
uma pessoa de origem cigana, afirmando que havia preconceito por parte dos dicionrios
brasileiros em relao etnia.
Desde ento, segundo o MPF, foram enviados diversos ofcios e recomendaes s editoras
para que mudassem o verbete. Vrias atenderam aos pedidos. No entanto, o MPF afirma
que no foi feita alterao no Houaiss. Diante disso, o procurador Clber Eustquio Neves
entrou com ao solicitando que a Justia determine a imediata retirada de circulao,
suspenso de tiragem, venda e distribuio do dicionrio.
Ao se ler em um dicionrio, por sinal extremamente bem-conceituado, que a nomenclatura
cigano significa aquele que trapaceia, velhaco, entre outras coisas do gnero, fica claro o
carter discriminatrio assumido pela publicao, afirmou. Trata-se de um dicionrio.
Ningum duvida da veracidade do que ali encontra, acrescentou o procurador.
A Editora Objetiva alegou que no poderia fazer a mudana porque a publicao editada
pelo Instituto Antnio Houaiss. Alm da retirada da publicao do mercado, o MPF tambm
pediu que a editora e o instituto paguem R$ 200 mil por danos morais coletivos.

Tiririca_Politico.exe

RECURSOS PARA UMA LEITURA


MAIS PRODUTIVA

Observar ttulos e subttulos;

A fria da
natureza
Como o Japo um exemplo de tecnologia,
planejamento e disciplina enfrenta o maior
terremoto de sua histria

Analisar ilustraes
Reconhecer elementos pretextuais importantes (pargrafos,
negritos, sublinhados, deslocamentos, enumeraes,
quadros, legendas etc)
Reconhecer e sublinhar ou marcar na margem fragmentos
significativos;
Relacionar e integrar, sempre que possvel, esses fragmentos
a outros;
Decidir se deve consultar o glossrio ou dicionrio ou adiar
temporariamente a dvida para esclarecimento no contexto;
Tomar notas sintticas de acordo com o objetivo.

PROCEDIMENTOS ESTRATGICOS
DE LEITURA:

Estabelecer um objetivo claro: se sabemos o


que queremos, ficamos mais atentos s partes
mais importantes para os nossos objetivos;
Identificar e sublinhar com lpis as
palavras-chave: por meio delas podemos
reconstruir o sentido de um texto, elaborar uma
sntese;

Tomar notas: a partir das palavras-chave, o leitor


pode ir destacando e anotando pequenas frases que
resumem o pensamento principal dos perodos, dos
pargrafos e do texto;
Estudar o vocabulrio: decidir consultar logo ou
adiar para uma inicial interpretao pelo contexto.

Destacar divises no texto para agrup-las


posteriormente: importante para estabelecer um
esquema do texto e reconstruir o raciocnio do autor e
torna-se mais fcil elaborar esquemas e resumos;
Simplificao: parfrases mentais mais simples
daquilo que est no texto;
Identificao da coerncia textual: uma decifrao
que procura percorrer o mesmo raciocnio do autor do
texto, refazendo o trajeto do seu pensamento original,
para apreender, discutir, concordar ou se opor a essas
ideias;

Percepo da intertextualidade: marcas de outros


textos explcitas e implcitas, essa associao prevista
pelo autor e deve ser feita pelo leitor de forma
espontnea, desde que partilhe conhecimentos com o
autor;
Monitoramento e concentrao: controle
consciente sobre as nossas atividades mentais,
disciplinando-as e submetendo-as aos nossos
interesses.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CLODER, COCHAR & CEREJA
GARCEZ, Luclia H. do Carmo. Tcnica de
redao: o que preciso saber para bem escrever.
2 ed. So Paulo: Martins Fontes, 2004.
(Ferramentas)

TEXTO E CONTEXTO

Leitura e sentido

PARA UMA LEITURA


PRODUTIVA TRS ETAPAS
DO CONHECIMENTOS SO
DISTINTAS:

So os conhecimentos prvios:
1. Conhecimentos lingusticos: Esto no mbito dos
conhecimentos gramaticais, suas regras,
conhecimentos relacionados semntica e ao
lxico (significado das palavras);
2. Conhecimento de mundo: So nosso
conhecimentos histricos, sociais, geogrficos,
econmicos, literrios etc... S devemos aliar
leitura, interpretao e conhecimento de mundo se
o texto assim solicitar, pois caso contrrio
estaremos cometendo um erro fatal.

PODEMOS DIVIDIR ESTES


CONHECIMENTOS EM TRS
ETAPAS DISTINTAS:
3. Conhecimentos contextuais: So conhecimentos que
nos permitem entender a situao de produo a qual o
texto est inserido: ( quem escreveu? Quando? Onde?
Para quem quem foi feito? sobre o qu? E para quem?

Assim estamos entendo o


CONTEXTO.

HIERARQUIA DE
SENTIDOS DO TEXTO E
SITUAO
COMUNICATIVA
Devemos saber associar TEXTO E
CONTEXTO, pois as circunstncias em que um
texto produzido so PRIMORDIAIS para sua
Compreenso. No caso de textos verbais, a
eficcia
comunicativa advm da compreenso do
significado das palavras no texto.

PARA ENTENDERMOS ESTES


SIGNIFICADOS, VAMOS CONCEITUAR:
DENOTAO: a palavra em seu sentido nico,
restrito.
1. Ex.: A cascvel uma cobra venenosa.
Aqui a palavra cobra foi usada da forma que lhe
atribuda no lxico.
CONOTAO: a palavra com sentido amplo,
figurado.
2. Ex.: Aquela mulher uma cobra venenosa.
Aqui a palavra teve seu espectro de significao
Ampliado, pois j no significa animal peonhento,
mas uma pessoa falsa, em quem no podemos confiar,
isto tambm SEMNTICA.

POLISSEMIA E AMBIGUIDADE
A polissemia: o jogo de palavras, o duplo
sentido.So as possibilidades de vrias
Interpretaes, levando-se em considerao as
situaes de aplicabilidade em seus contextos.

H uma infinidade de outros exemplos em


que podemos verificar a ocorrncia da
polissemia, como por exemplo:
Esta mulher uma tremenda gata.
O gato do vizinho peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia
voltasse.

A AMBIGUIDADE
concebida a partir do jogo de palavras / do duplo sentido
VEJAMOS: Em um outdoor na sada de Florianpolis h a
seguinte mensagem de uma empresa de telecomunicaes:
AGORA VOC SABE PORQUE TODO MUNDO FALA BEM DE
FLORIANPOLIS
CONTEXTUALIZANDO:
Aqui percebemos claramente a
ambiguidade, a qual foi concebida de forma inteligente,
Pois FALAR BEM DE FLORIPA, pode ser em virtude da
cidade acolhedora, bem como da tima qualidade da
empresa de telecomunicaes.
Aqui nenhum dos significados mais importante do que o
Outro, apenas mais adequado ou propcio a uma dada situao
comunicativa.

tira-se proveito da ambigidade


decorrente de se considerar o
vocbulodireitocomo adjetivo ou
advrbio:
Por que o portugus est sempre com o p
esquerdo fedendo?
Porque sua mulher vive dizendo a ele: Lava o
pdireito, gajo!.
(Fonte: AVIZ, 2003).
nesta piada ocorre a ambigidade da segmentao:
REGISTRANDO
Manoel teve um filho e foi registr-lo no cartrio:
Que nome voc gostaria de dar ao seu filho?
Arquibancada do Vasco.
Mas como Arquibancada do Vasco? Voc no sabe que esse tipo de nome
proibido? Seu filho no pode ter esse nome.
Mas por que no? um nome normal como qualquer outro. Meu filho tem
at um coleguinha com um nome semelhante.
Seu Manoel, isso proibido. Eu no posso fazer isso. Vamos ver... Qual o
nome do coleguinha do seu filho?
Geraldo Santos. (Fonte: AVIZ, 2003)

- neste caso, h a ambigidade da referenciao. O


pronome ela tanto pode se referir cadela como casa:
CADELINHA
O patro d uma bronca no caseiro:
Olha, seu Jos, no deixe a sua cadela entrar novamente na
minha casa! Ela est cheia de pulgas!
No mesmo instante, o caseiro vira-se para a sua cadelinha:
Teimosa, v se no entra mais na casa do patro! L t cheio de
pulgas! (Fonte: Aviz, 2003)

nesta piada ocorre a ambigidade da segmentao:


REGISTRANDO
Manoel teve um filho e foi registr-lo no cartrio:
Que nome voc gostaria de dar ao seu filho?
Arquibancada do Vasco.
Mas como Arquibancada do Vasco? Voc no sabe que esse tipo de nome
proibido? Seu filho no pode ter esse nome.
Mas por que no? um nome normal como qualquer outro. Meu filho tem
at um coleguinha com um nome semelhante.
Seu Manoel, isso proibido. Eu no posso fazer isso. Vamos ver... Qual o
nome do coleguinha do seu filho?
Geraldo Santos. (Fonte: AVIZ, 2003)

PRESSUPOSIO E
INFERNCIA

Aqui comeamos a trilhar uma magnifca estrada no campo


da interpretao textual. Agora ser exigido de voc

Competncia, pois agora ter de ser capaz de perceber nas


entrelinhas do texto o que no est escrito.

ESSAS INFORMAES
PODEM ESTAR SOB FORMA
DE PRESSUPOSTOS OU
INFERNCIAS.

PRESSUPOSTOS

Podemos definir como PRESSUPOSTOS as ideias


apresentadas implicitamente pelo texto, ou seja,
so as ideias que no esto escritas, mas podem
ser verificadas por certas palavras e expresses
contidas no texto.
Exemplos:

O concurseiro deixou de sair aos sbados para estudar mais.


(pressuposto: o concurseiro saa todos os sbados.)
O novo fiscal de rendas continua estudando para concursos.
(pressuposto: o fiscal estudava antes de passar.)

A espera dos candidatos pelo gabarito oficial acabou.

(pressuposto: os candidatos estavam esperando o resultado.)


PODEMOS ENTENDER COMO IDEIAS LGICAS

A Galinha o traa ou j trara? Ela j paquerou outros galos? O


galo ciumento?

ELE NO SUPORTA AS SEGUNDAS-FEIRAS?


ELE SEMPRE MAL-HUMORADO? O
OUTRO SEMPRE OTIMISTA? FELICIDADE
X SEGUNDA-FEIRA?

A Escola ensina o desnecessrio? A Mafalda tem dificuldades


em aprender? A cabea dela pequena?

INFERNCIA

1. Que inferncia ?
Inferncia a operao mental pela qual se extrai uma concluso
(nova proposio) de uma ou mais proposies j conhecidas. A
inferncia pode ser extrada tambm de alguma sensao.

O ato de realizar uma INFERNCIA consiste em deduzirmos


informaes implcitas do texto, possuem uma relao
lgica dentro do contexto, apesar de muitas vezes no
poderem ser provadas textualmente.
Ex.: O cho est molhado, logo...
Ex.: Jos est preocupado, pois no sabe como controlar as
equipes durante a partida de futebol.
Se inferirmos que Jos um tcnico de futebol, teremos

Dificuldades em compreender porque ele est preocupado, j


se inferirmos que ele um rbitro tudo poder se tornar
mais claro.

A inferncia entre os quadrinhos


Leitura oculta: a passagem entre um quadrinho e outro exige do leitor a
inferncia de que houve um corte na ao, tanto de tempo quanto de
espao.
Nas tiras abaixo: a primeira apresenta o enredo e as personagens, a
mudana de quadro d sequncia a histria , cria o clmax cujo desfecho
se d no segundo quadro. Esse corte recebe o nome de HIATO.

A inferncia entre os quadrinhos

H cinco cenas na tira . Todas ocorrem aparentemente no mesmo


ambiente, protagonizadas por Mafalda. Ela traz um jornal; faz
uma dobradura com o auxlio de uma tesoura; ela lana o avio,
mas ele cai (ploc); ela fica brava e repete algo que falam dela.
Inferncias: Avio = desarmamento; dobradura = naves de
guerra; o voo curto = tentativas fracas de paz; e a queda no cho
firme = barreiras humanas intransponveis; o pensamento de
Mafalda = (1) ela foi otimista mas sem sucesso , (2) os outros
dizem que ela pessimista.

INTERPRETAO DE
TEXTO NO VERBAL
A linguagem pode ser no verbal, ao contrrio da verbal, no se
utiliza do vocbulo, das palavras para se comunicar. O objetivo,
neste caso, no o de expor verbalmente o que se quer dizer ou o
que se est pensando, mas se utilizar de outros meios
comunicativos, como: placas, figuras, gestos, objetos, cores, ou seja,
dos signos visuais.
Um ponto importante a ser salientado o de que alguns textos
literrios (aqueles os quais a forma de expresso do autor ,
em grande parte, mais valorizada que a informao a ser
transmitida ao seu leitor, como o poema abaixo:
Anatomia do monlogo:
ser ou no ser?
Er ou no er?
R ou no r?
On?

A inferncia entre os quadrinhos

H quadrinhos de uma nica cena, mas ainda assim contemplar


um sentido ou mesmo vrios. Na cena acima (Laerte), pode-se
inferir uma crtica programao de TV, mostrada como uma lata
de lixo, ou seja, programao ruim, de m qualidade.
A inferncia, quer no hiato criado entre um quadrinho e outro,
quer na forma condensada em uma nica cena, parte integrante
do modo como as histrias em quadrinhos so concebidas e lidas.
No entanto importante que o leitor identifique as informaes
ocultas pelo enunciado.

O sentido oculto

Enem 2001- Laerte


1. Qual a postura de Hagar?
2. Dois tipos de pessoas: os navegantes/os no navegantes
3. Ele viking reconhece seus iguais, mas no aqueles que no
exercem a mesma funo.
4. S h um mundo e ele habitado pelos navegantes.
O humor da tira estar justamente em quem nega a existncia de
pessoas que no naveguem so justamente os que navegam.

O sentido oculto

Enem 2001- Laerte


1. Homem agarrado a prdios (um cidado urbano domina lngua
estrangeira);
2. Ele expulsa o trabalhador migrante;
3. o migrante estereotipado de nordestino responde a ele dizendo que s
levar o que dele;
4. O hiato cria o clmax, cujo desfecho com sustana ganha valor
semntico ao se perceber os prdios esvaziados: sem mo de obra as
grandes cidades no se sustentam.
5. as inferncias induziriam o estudante a identificar a siscriminao
sofrida por essas pessoas nas cidades que constroem com a fora de
trabalho: so bem-vindos para trabalhar, mas no para viver.

O sentido oculto

Enem 2004
1. Hamlet acha que o mundo redondo, o pai impe uma dvida;
2. o pai olha para a linha do horizonte e v uma reta, estranha o fato (?);
3. Hagar afirma que vai lev-lo ao oculista;
4. Do ponto de vista de Hagar a oposio: mundo redondo X linha do
horizonte causam o humor;
5. na concepo de Hagar levar Hamlet ao oculista seria porque ele no
est enxergando a linha do horizonte como ele.

A articulao entre textos

Enem 2005
1. possvel relacionar (intertextualidade) um HQ com outros textos;
2. A construo de sentido ocorre a partir desta interao, do ponto
comum entre ambos;
3. A leitura intertextual exige conhecimento prvio do estudante
(pressupostos);
4. A intertextualidade pode ocorrer em outros nveis, como no uso do
estilo de desenho:

HQS NAS AULAS: POLISSEMIA

HQS NAS AULAS: METFORA

PONTO DE VISTA DO AUTOR E


RECURSOS DA ARGUMENTAO
Todo texto produzido, independentemente da forma
como ele se apresenta, deixa transparecer o ponto
de vista da pessoa que o produziu. Devemos
entender que todo texto, por mais informativo que
seja, no neutro. Todo texto usado ao favor
das ideologias, das verdades, dos juzos de valor.
Ou seja, em todo e qualquer discurso subjaz uma
IDEOLOGIA.
O produtor do texto pode deixar estes aspectos de
forma EXPLCITA, quando claro em seus
posicionamentos, ou de forma IMPLCITA, quando
usa de processos inferenciais a fim de que o leitor
perceba a sua inteno.

RELAO ENTRE TEXTOS


A INTERTEXTUALIDADE.
A INTERTEXTUALIDADE consiste no conjunto de
citaes que um texto faz a outros textos j produzidos
antes dele. preciso entender aqui o texto em sentido
amplo ( verbal, no verbal, oral, enfim toda forma de
comunicao entre um emissor e um receptor), para
dizer que a INTERTEXTUALIDADE parte de um
conhecimento de Mundo prvio, partilhado pelo
emissor e receptor.

INTERTEXTUALIDADE

EXEMPLOS 1
Texto Original Cano do Exlio
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabi,
As aves que aqui gorjeiam
No gorjeiam como l.
[...]
Gonalves Dias
INTERTEXTUALIDADE
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a Cano do Exlio.
Como era mesmo a Cano do Exlio?
Eu to esquecido de minha terra
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabi!
[...]
Carlos Drummond de Andrade
AQUI A INTERTEXTUALIDADE EST CLARA

EXEMPLOS 2
POEMA DE SETE FACES
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrs de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
no houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu corao.
Porm meus olhos
no perguntam nada.
O homem atrs do bigode
serio, simples e forte.
Quase no conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrs dos culos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu no era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, no seria uma soluo.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto meu corao.
Eu no devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

AQUI A INTERTEXTUALIDADE FEITA COM A FALA DE JESUS NO


MOMENTO DA CRUCIFICAO, DEPENDE DE PRVIO
CONHECIMENTO.

DIFERENTES FORMAS DE
ABORDAR UMA INFORMAO
A lngua dispe de vrios mecanismos lingusticos que
permitem redao de uma mesma mensagem de
formas diferentes, tomando-se por base um texto
matriz. Ao utilizar desses recursos, dando nova
redao s mensagens, voc estar fazendo uso de
PARFRASE.
Parafrasear consiste em transcrever, com novas
palavras as ideias de um texto, ou seja, voc
reescreve o texto com outras palavras, porm
mantendo a essncia inicial do mesmo. Neste caso
convm antenar para a no ocorrncia de
extrapolo, reduo nem contradio.
Existem vrios caminhos para elaborar uma
PARFRASE.

EXEMPLOS 1 DE
PARFRASE
Substituio vocabular:
1 A regra mais importante na vida ser feliz.
2 A regra principal na vida ser feliz.
A)

1.
2.

b) Inverso gramatical (deslocamentos):


A regra mais importante na vida ser feliz.
Na vida, a regra mais importante ser feliz.

QUALIDADES E VCIOS DE
LINGUAGEM

Um texto bem redigido deve ter algumas qualidades.


CLAREZA X OBSCURIDADE
CLAREZA: a qualidade que faz um texto ser
facilmente entendido. OBSCURIDADE o seu
Contrrio.
Ex.: O menino e seu pai foram hospedados em hoteis
Diferentes o que o fez ficar triste.
ANLISE:

* A leitura se torna ambgua em virtude do mal uso do pronome obliquo


o. Colocando o o pron. Obliquo no plural, caberia pluralizar ficar
triste.
*Este erro faz o enunciado ficar obscuro, pois no sabemos quem ficou
Triste.

OUTROS
EXEMPLOS

PLEONASMO

Repetio
desnecessria de uma
expresso.
- Criar novos
- Hemorragia de sangue
- Subir para cima
- Panorama geral
- Antecipar para antes

OUTROS
EXEMPLOS
SOLECISMO o desvio em relao sintaxe. Pode ser:
De concordncia
- Haviam pessoas. (o certo seria havia)
- Fazem dois meses. (o certo seria faz)
- Faltou muitos alunos. (o certo seria faltaram)

De regncia
- Obedea o chefe. (o certo seria ao chefe)
- Assisti o filme. (o certo seria ao filme)
De colocao
- Tinha ausentado-me.
- No espere-me.

OUTROS
EXEMPLOS
CACOFONIA o som desagradvel, obsceno.
- Hilca ganhou.
- Vou-me j.
- Ele marca gol.
- Boca dela.

ECO Repetio desagradvel de terminaes iguais.


- Vicente j no sente dores de dente to freqentemente
como antigamente quando estava no Oriente.
OBS: O eco na prosa considerado um vcio, um defeito.
J na poesia o fundamento da rima.

COLISO Aproximao de sons consonantais idnticos


ou semelhantes.
- Sua saia saiu suja da mquina.

RECURSOS EXPRESSIVOS E EFEITOS


DE SENTIDO

Consistem na forma como a mensagem repassada aos

leitores, ouvintes. Isto ocorre de maneira diferenciada, pois o

objetivo deixar a mensagem mais atrativa ou mais sugestiva


ao leitor, quando o texto faz uso destes recursos podemos

afirmar que ocorreu a funo potica da linguagem. O leitor

Atento nunca far leitura literal de certos enunciados, pois os

Mesmos podem vir carregados de conotaes, ironias, figuras de


Linguagem usadas de forma intencional.

Ex. Um outdoor de um grande hipermercado apareceu a seguinte frase:


Cobrimos qualquer oferta de nosso caro concorrente

Uma leitura mais ingnua poderia nos fazer crer que o publicitrio deseja
atribuir uma linguagem amistosa e corts ao concorrente, porque caro
pode ser: querido, mas se pensarmos um pouco perceberemos que a
palavra caro aqui significa aquele que pratica altos preos.

VARIAO LINGUSTICA
LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL
Em todas as lnguas existentes , possvel percebemos variaes que esto
associadas principalmente a fatores histricos, sociais, regionais, etrios
e, at, individuais dependendo da situao vivida pelo falante. A esse
fenmeno d-se o nome de VARIAO LINGUSTICA.
LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL:
FORMAL OU CULTA: a linguagem usada em situaes cerimoniosas,
quando oral e criteriosa com regras gramaticais quando escrita.
INFORMAL OU COLOQUIAL: a linguagem usada no cotidiano, em
Situaes comuns, sendo marcada por presena de grias, marcas de
Oralidade, seu objetivo maior o ATO COMUNICATIVO RPIDO E
EFICAZ.

EXEMPLO DE LINGUAGEM NO-VERBAL

A vida se resume em 4
frascos...

Ento, vamos
aproveitar bem,
porque j estamos no
terceiro!

ESTRUTURA FUNDAMENTAL: OPOSIO TEMTICA


PRINCIPAL E OPOSIES TEMTICAS
SECUNDRIAS; EXPLCITAS OU IMPLCITAS; POLO
POSITIVO E POLO NEGATIVO (EXPLCITO OU
IMPLCITO)

natureza x civilizao

liberdade x opresso

guerra x paz

casa x rua

direitos x deveres

riqueza x pobreza

vida x morte

sabedoria x ignorncia

limpeza x sujeira

modstia x orgulho

ANCORAGEM: EFEITO DE SENTIDO DE


REALIDADE -PESSOAS
Enunciador:
1 pessoa efeito de sentido
de subjetividade
3 pessoa efeito de sentido
de objetividade
Outras pessoas:
uso de variantes lingusticas
indicao da idade
discurso direto

ANCORAGEM: EFEITO DE SENTIDO DE


REALIDADE - ESPAO
Ambientao:
interioridade x exterioridade
fechamento x abertura
fixidez x mobilidade
Espao lingustico e espao tpico:
o aqui da enunciao
diticos espaciais (aqui, l, ali)
direcionalidade e englobamento
(afastamento e aproximao;
extenso e concentrao)
demonstrativos (anfora) e
advrbios de lugar
advrbios espao-aspectuais e
preposies

ANCORAGEM: EFEITO DE SENTIDO DE


REALIDADE - TEMPO

Tempo cronolgico e tempo


da enunciao:
tempos verbais
advrbios de tempo
(anterioridade, posteridade e
concomitncia)

preposies

(pontual e durativo)

conjunes

DIFERENTES MANEIRAS DE CONTAR A HISTRIA DE CHAPEUZINHO


VERMELHO NA IMPRENSA
JORNAL NACIONAL
(William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...'.
(Ftima Bernardes): '... mas a atuao de um caador evitou uma tragdia'.
BRASIL URGENTE
(Datena): '... onde que a gente vai parar, cad as autoridades? Cad as autoridades? ! A menina ia
para a casa da vovozinha a p! No tem transporte pblico! No tem transporte pblico! E foi devorada
viva... Um lobo, um lobo safado. Pe na tela!! Porque eu falo mesmo, no tenho medo de lobo, no tenho
medo de lobo, no.'
VEJA
Lula sabia das intenes do lobo.
CLUDIA
Como chegar casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.
NOVA
Dez maneiras de levar um lobo loucura na cama.
FOLHA DE S. PAULO
Legenda da foto: 'Chapeuzinho, direita, aperta a mo de seu salvador'.
Na matria, box com um zologo explicando os hbitos dos lobos e um imenso infogrfico mostrando
como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.
O ESTADO DE S. PAULO
Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.
O GLOBO
Petrobrs apia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente.
AGORA
Sangue e tragdia na casa da vov.
SUPER INTERESSANTE
Lobo mau! mito ou verdade ?
Vamos determinar se possvel uma pessoa ser engolida viva e sobreviver.

Temas de Semntica
Bilhete comprometedor: mal-entendidos
Bilhete comprometedor

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