Apostila - Freios ABS

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Freios ABS

ndice:
Introduo .........................................................................................................2
O que uma transmisso automtica.............................................................3
Conversor de torque.........................................................................................4
Conjunto planetrio ou epicicloidal................................................................7
Alavanca seletora..............................................................................................9
Freios................................................................................................................10
Embreagem unidirecional...............................................................................11
Fludo hidrulico..............................................................................................13
Bomba de leo.................................................................................................14
Corpo de vlvula..............................................................................................14
Governador ou (Regulador Centrifugo).........................................................16
Cpsula de vcuo............................................................................................16
Vlvula de acelerao......................................................................................17
As divises das presses...............................................................................18
Unidade de controle........................................................................................19
Sensores...........................................................................................................20
Atuadores.........................................................................................................26
Embreagem conversor de torque...................................................................27
Diagnstico......................................................................................................28
Telemetria.........................................................................................................30

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Prefcio:

O objetivo deste curso sobre o sistema de freios ABS, Anti-lock Braking


System apresentar e familiariz-lo com os princpios e componentes bsicos.
Est publicao descreve o funcionamento e tcnicas de manuteno nos
sistemas de freios ABS, fornecendo informaes sobre as caractersticas e
notas com incidncia especial nas reparaes de servios.
Os trabalhos de reparaes, ajustes e teste SEMPRE devem ser executados
de acordo com as instrues e os dados tcnicos dos Manuais de Servios.

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Introduo:

O principal objetivo do ABS, Anti-lock Braking System evitar o travamento


das rodas e garantir que o veiculo obedea tragetria determinada pelo
motorista durante uma frenagem de pnico, permitindo o desvio de eventuais
obstculos e reduzindo o espao de parada do veculo.
Segundo testes realizados pelos fabricantes de ABS, essa reduo de espao
de parada pode chegar a 23% em uma velocidade de 80 km/h.

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A histria do ABS
O ABS reconhecido como uma das principais inovaes tecnolgicas para a
segurana do veculo. Desenvolvido em 1929 por Gabriel Voisin para indstria
aeronutica e posteriormente incorporada na indstria automotiva pela
empresa alem Bosch, teve seu incio em 1978 para aplicao automotiva e os
resultados na reduo de acidentes ampliaram tanto na sua aplicao que j se
tornou um item de srie obrigatrio para os modelos fabricados a partir de 2014
de acordo com a Resoluo 311/2009 do Contran.

Gabriel Voisin

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Principios de funcionamento

Seu funcionamento se da quando aplicado um esforo considervel sobre o


pedal do freio em situaes de emergncia e os sensores de velocidades de
roda percebem uma tendncia de travamento, ento o ABS assume
automaticamente o controle da presso hidrulica no circuito de cada uma das
rodas, de maneira a proporcionar a condio ideal de frenagem. O controle da
presso feito pelas vlvulas eletromagnticas por meio de comandos
eltricos emitidos pela Unidade de Comando Eletrnico, atuando de modo a
proporcionar trs situaes distintas no funcionamento hidrulico de cada
circuito: manuteno da presso, reduo de presso e aumento de presso.
Manuteno da presso
Nesta fase a Unidade de Comando Eletrnico fecha a solenoide
correspondente a roda com tendncia ao travamento, desta forma isola a
presso hidrulica do cilindro mestre com a roda em questo, que sem
alterao da presso pode sair da regio de instabilidade e inibir o seu
travamento.
Reduo de presso
Nesta fase, a roda est com presso excessiva e com grande tendncia ao
travamento e somente a fase de manuteno no suficiente, necessrio
retirar fludo (diminuir a presso) da linha hidrulica entre o cilindro-mestre e o
cilindro de roda ou pina de freio em questo. A vlvula solenoide
correspondente continua fechada mas no a ao eficiente. nesta fase que
entra em ao um atuador do sistema, a bomba de recalque ou recirculao,
que ir literalmente empurra fluido de freio no contra fluxo, empurrando fluido
contra a fora exercida no pedal, o que caracteriza a vibrao ou pulsao no
pedal do freio.
Aumento da presso
Nesta ltima fase, a Unidade de Comando Eletrnico faz uma modulao, a
diminuio e aumento da presso do sistema. No necessrio acionar a
bomba de recirculao, mas a solenoide correspondente fica abrindo e
fechando para adequao e controle da roda com tendncia ao travamento.
Todas estas aes ocorrem em milissegundos, e muitas destas aes so
seguidas uma das outras, sempre para controlar cada uma das rodas do
veculo. Podemos ter em uma sequncia de frenagem do veiculo a ao de
diminuio, aumento e manuteno da presso hidrulica muitos prximos.
As vlvulas solenoides, que ficam dentro da unidade hidrulica, so do tipo NA,
normalmente aberta, sempre pensando na segurana do sistema, ou seja, que
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o veiculo funcione bem mesmo com o sistema ABS excluso, com falhas, a
frenagem do veculo ficar normal, como se o mesmo no tivesse o sistema
antiblocante de freio.

Recomendaes ao condutor
Sempre que falamos da fase de diminuio de presso no sistema, que ocorre
com o acionamento da bomba de recirculao, uma recomendao muito
importante, o condutor no se assustar com a forte vibrao no pedal de freio.
Esta vibrao causada pelo fluido no contra fluxo, o condutor acionamento o
pedal, e por sua vez o cilindro-mestre empurrando o fluido, e a bomba de
recalque empurrando fluido no sentido contrrio para diminuio da presso.
Se o condutor se assustar neste momento, e no reflexo retirar o p do pedal de
freio para novo acionamento em seguida, estar perdendo centsimos de
segundo que pode significar uma coliso ou mesmo um atropelamento, pois
nesta ao aumentar o espao de frenagem.
Portanto, devemos orientar os nossos Clientes condutores sobre esta ao,
que em veculos com ABS mesmo com a vibrao no pedal de freio, continuar
acionando o pedal de freio.

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Unidade hidrulica

Est localizada entre o cilindro mestre e a tubulao que distribui o fluido de


freio para as rodas. Assim, o componente passa a ser responsvel pelo
controle da distribuio individual da presso hidrulica para cada circuito de
freio. As suas vlvulas internas e a bomba de recirculao so controladas pela
Unidade de Comando Eletrnico, tambm chamado de ECU e acionadas
quando o ABS modular a presso do fluido. A unidade hidrulica pode ser de 1,
3 ou 4 canais de controle. Cada canal refere-se tubulao de roda ou eixo
controlado. A grande maioria dos sistemas de ABS de 4 canais, onde h um
controle individual por roda do veculo. A unidade hidrulica pode ou no estar
incorporada ECU e geralmente est bem prxima ao cilindro mestre de freio.
Nos dutos de sada de fluido possui a seguinte descrio:

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Unidade de Comando Eletrnico ou ECU

A Unidade de Comando Eletrnico do ABS est programada para receber os


sinais dos sensores das rodas ou eixos e compar-los com a determinao de
seu software e tambm para comandar as vlvulas da unidade hidrulica, a
bomba de recalque (recirculao), a lmpada de anomalia no painel de
instrumentos, registrar os cdigos de falhas apresentados e se comunicar com
o scanner automotivo ou via cdigos de piscadas. Dependendo do tipo de ao
necessria, a ECU modula a presso do sistema de 7 a 10 vezes por segundo.
Pode estar sozinha ou incorpora com a unidade hidrulica do sistema.

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Circuito eltrico
Composto por chicote eltrico, fusvel e rels, so componentes necessrios
para o correto funcionamento do sistema, para a comunicao entre
componentes e circuitos de segurana. Muitos rels de ABS so soldados na
unidade de comando eletrnica, que em casos de falhas requer a troca da
unidade completa.

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Sensores

Esto localizados prximos das rodas (h casos em que esto no eixo traseiro)
e tm a funo de enviar ECU os sinais de rotao das rodas ou eixos. Estes
sensores podem ser passivos ou ativos.
Sensores de ABS passivos
Os sensores de ABS passivos tendem a serem maiores, menos precisos e s
comeam a funcionar depois de a roda atingir uma determinada velocidade de
rotao mnima e seu sinal analgico. A utilizao destes sensores em
veculos modernos , por isso, cada vez mais rara.
Sensor Indutivo
O campo magntico existente no im
permanente relaciona tanto o indutor
(enrolamento), como os dentes da roda fnica
(dentada), feito em ao carbono de
propriedades magnticas. Quando o dente da
roda dentada estiver diante do sensor, o fluxo
magntico mximo, graas propriedade do
ao da roda dentada. Por outro lado, quando
em frente ao sensor se apresenta uma
cavidade, o fluxo magntico mnimo,
formando uma onda senoidal (sinal analgico)

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1. m permanente
2. Estrutura
3. Ncleo de ferro
4. Bobina
5. Entreferro
6. Roda dentada com intervalo de referncia = ausncia de um dente
7. Sinal Senoidal
A distncia entre o sensor e a roda dentada fixa, normalmente est entre 0,2
a 1,5 mm, e pode ser medida com calibrador de lminas, a resistncia eltrica
pode estar entre 800 a 2500 ohms.

Sensores de ABS ativos


Os sensores de ABS ativos so denominados "ativos" porque requerem uma
fonte de alimentao externa para comear a funcionar. Diversos princpios
funcionais aplicam-se aos sensores de ABS ativos. Existe uma diferena entre
sensores Hall e sensores magneto-resistivos. Os sensores Hall so altamente
precisos, necessitam de uma instalao extremamente precisa e so
relativamente sensveis sujeira. Os sensores magneto-resistivos so
praticamente insensveis sua posio de instalao. Podem ser instalados a
distncias relativamente grandes do anel magntico e mesmo assim continua a
transmitir um sinal confivel, tem sua fabricao com baixo custo e transmitem
sinais mais precisos a partir de 0 km/h.
Sensor Hall
O princpio de medio chama-se "efeito de Hall".
Deteco sem contatos, por campo magntico. O
elemento sensvel do sensor chama-se circuito
integrado Hall. Este elemento est integrado no
sensor junto a um m permanente por trs do
circuito integrado Hall que funciona como um
campo magntico. O campo magntico penetra
no circuito integrado Hall e na roda dentada. Se a
roda dentada rodar o campo magntico tende a
mudar. O circuito integrado mede as variaes no
campo e processa as alteraes em uma onda
quadrado (sinal digital). O sinal no depende da
velocidade. Por esse motivo a deteco do sinal muito confivel mesmo a 0
km/h.
1. Roda dentada
2. Conector
3. Sinal de sada
4. m permanente
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5. Campo magntico
6. Circuito integrado Hall

Sensor Hall com Anel Codificador Magntico


Este o mesmo princpio que o da roda dentada,
mas o campo magntico mais fcil de ser
detectado devido ao campo magntico existente
no anel magntico. No existe nenhum m
permanente por trs do circuito integrado Hall.
Isto permite que o sensor seja construdo com
dimenses extremamente pequenas. Para se
poupar mais espao, tambm possvel integrar
o anel magntico no rolamento da roda.
1. Anel magntico
2. Circuito integrado Hall
3. Estrutura
Sensor AMR Magneto-Resistivo
O sensor instalado por cima do anel magntico
e mede o campo magntico em diferentes
sentidos de rotao. A partir desta alterao
possvel determinar a velocidade e a direo de
rotao. O princpio subjacente a isto o efeito
mecnico quntico criado por camadas de
material ferromagntico e no ferromagntico.
Em resumo, a resistncia aumenta ou diminui
bastante, e um sinal pode ser detectado com
preciso.
1. Sensor
2. Resistncia alterada

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3. Anel magntico
4. Campo magntico
Com sensor ligado ao sistema, utilizando um multmetro digital deve-se medir
entre os terminais negativo do sensor e a massa (negativo da bateria), girando
a roda com a mo, um valor de tenso entre 0,7V e 1,7V.
Caso o sensor esteja alimentado e no h gerao de sinal, retire-o do lugar e
movimente um im prximo extremidade sensora, para localizar a causa da
falha: sensor ou anel magntico.

Opcionalmente o sensor pode ser testado na bancada


Coloque um resistor de 120 Ohm em srie com o sensor, conectando-o entre o
pino de sinal do sensor e o negativo da fonte, veja foto abaixo. Alimente o
sensor com uma fonte de 12V. Com um multmetro ou osciloscpio mea a
queda de tenso no resistor, passando um im prximo ponta sensora.

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Fludo de freio
Tem a funo de transmitir e multiplicar o esforo sobre o pedal de freio,
atravs da presso hidrulica para o acionamento dos freios nas rodas.
Por ser submetido a materiais de atrito, devem ter propriedades fsico-qumicas
que impeam sua evaporao mesmo em altas temperaturas, razo de vital
importncia para manter o bom funcionamento do circuito. Tem que satisfazer
muitas exigncias e pode variar somente de modo limitado, numa grande
variedade de condies de trabalho, mantendo suas caractersticas tanto em
alta e baixa temperatura.
So fludos neutros (no atacam quaisquer componente do sistema).
um fludo Higroscpico, ou seja, absorve umidade da atmosfera.

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Propriedades fsico-qumicas

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Diferena entre os fludos de freio

Obs: se o sistema de freio estiver contaminado com aproximadamente 1% de


gua o ponto de ebulio do fludo de freio se reduz em 50C.

Manuteno

Procedimento de sangria

O procedimento de sangria nos sistemas de ABS deve-se proceder de forma


contrria ao sistema de freio convencional, sendo em um procedimento em Z
assim como mostra a figura abaixo, e nunca com o procedimento de
bombeamento do cilindro mestre e sim com auxilio de uma bomba de presso
auxiliar.Evitando que se solte materiais presos a parede do cilindro mestre.

Procedimento de troca de pastilhas


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O sistema ABS mais delicado com relao sujeira e elementos


contaminantes no circuito hidrulico. Uma pequena partcula pode deixar o
sistema inoperante, por isso exige cuidados especiais. Durante a troca de
pastilha, por exemplo, necessrio retroceder o pisto da pina de freio,
garantindo que no entre fluido de freio em direo da unidade hidrulica. Para
isso, faa o seguinte procedimento:
Obstruir o flexvel onde passa o fluido do freio com a pina apropriada, abrir o
sangrador e deixar drenar o fluido que est no mbolo, portanto contaminado.
Fazer isso em cada uma das rodas. Finalizar a instalao das pastilhas de
freio, completar com fluido novo, conforme a especificao no reservatrio,
realizando a sangria em todas as rodas.

Diagnsticos eletrnicos

Os diagnsticos eletrnicos devem ser efetuatos com auxilio de scanners


automotivo, multimetros, canetas de polaridades, ociloscopios e jumpers para
codigos de piscadas.

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