Introdução às ciências sociais
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Introdução às ciências sociais - Nelson Carvalho Marcellino
INTRODUÇÃO ÀS
CIÊNCIAS SOCIAIS
Nelson Carvalho Marcellino (org.)
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SOBRE OS AUTORES
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CRÉDITOS
APRESENTAÇÃO
Na minha prática como educador, venho sentindo a necessidade de contar com o auxílio de obras que sejam dirigidas aos estudantes, respeitando suas características próprias, entendendo-os dentro do contexto social no qual estão inseridos. Essa necessidade assume intensidade ainda maior no caso de disciplinas introdutórias às Ciências Sociais, principalmente sendo ministradas em cursos não específicos de Ciências Sociais
, que contam com uma clientela sem familiaridade com essa área de conhecimentos. Na verdade, não dispomos de livros introdutórios mais abrangentes, enfocando as diferentes Ciências Sociais, voltados para a realidade brasileira, o que dificulta sobremaneira o estudo de disciplinas como Introdução às Ciências Sociais
, Fundamentos de Ciências Sociais
etc.
Foi procurando suprir essa necessidade que pensei num livro que pudesse servir como base para o encaminhamento de discussões, em sala de aula, e referencial para a busca de posteriores aprofundamentos em bibliografias específicas. Assim surgiu este conjunto de textos, cujo conteúdo procura enfocar as principais Ciências Sociais,[1] seus temas centrais de análise, questões gerais sobre o contexto histórico e a metodologia, além de alguns problemas específicos que dizem respeito à realidade brasileira. A preocupação básica do livro, considerando seu caráter predominantemente iniciador, é com as Ciências Sociais no seu fazer-se, na sua unidade e na discussão de seus limites e suas possibilidades. Paralelamente, são analisados conceitos fundamentais como Sociedade, Cultura, Poder, Classes Sociais etc., em suas relações com as Ciências que os investigam e com a realidade concreta.
Pela própria natureza das Ciências Sociais, este trabalho não poderia ficar sob a responsabilidade de um único autor. Dessa forma, o conteúdo foi dividido em 15 tópicos, cada um deles entregue a profissionais de reconhecida competência em sua área de atuação. Não foi obedecido, na escolha dos autores, qualquer critério que privilegiasse abordagens específicas, pois entendi que dessa forma estaria falseando a realidade das Ciências Sociais. O resultado final, como o leitor poderá constatar, é rico e heterogêneo, retratando a diversidade de enfoques que se verifica atualmente no debate acadêmico. Como o livro se destina a ser ponto de partida para discussões e aprofundamentos em sala de aula, caberá aos alunos, auxiliados pelos professores, distinguir e criticar as diferentes concepções detectadas nas abordagens implícitas em cada capítulo.
Além da reconhecida competência, outro ponto em comum entre os participantes do livro é que todos são educadores que vivenciam, no seu dia a dia, a realidade das salas de aula. Essa é uma característica importante na determinação da linguagem utilizada. Como poderá ser observado na leitura, os autores, de modo geral, se dirigem ao público-alvo de maneira simples e clara, procurando esclarecer os conceitos, sempre que possível, à medida que surgem no decorrer dos textos.
Foi recomendado aos autores, sempre que o tema comportasse e visando a uma unidade do trabalho, que procurassem efetuar suas colocações de uma perspectiva histórica, a partir do seu posicionamento próprio e que, mesmo focalizando as questões do ponto de vista geral, a ênfase fosse dada à realidade brasileira.
Para facilitar as discussões em sala de aula, e tendo em vista o conjunto do trabalho, os artigos tiveram que ser escritos em poucas laudas, o que sem dúvida foi um desafio para os autores, com espaços tão reduzidos para abordagens abrangentes e que comportam, cada uma delas, livros inteiros.
Levando em conta a necessidade de continuidade e aprofundamento das discussões que os textos, aqui reunidos, pretendem apenas iniciar, os autores indicam, ao final de cada capítulo, uma pequena bibliografia básica, com exceção do primeiro e do último capítulos, cujos autores têm livros específicos sobre os assuntos abordados, indicados na sua apresentação.
Ao apresentar o resultado do trabalho final, gostaria de dirigir um apelo aos colegas professores e aos alunos para que colaborassem com críticas e sugestões, baseadas nas suas experiências pessoais no trato com os textos.
Nelson Carvalho Marcellino
CIÊNCIA, COISA BOA...
Rubem Alves
Fernando Pessoa dizia que pensar é estar doente dos olhos
. No que eu concordo. E até amplio um pouco: pensar é estar doente do corpo
. O pensamento marca o lugar da enfermidade. Ah! Você duvida. O meu palpite é que, neste preciso momento, você não deva estar tendo pensamentos sobre os seus dentes, a menos que um deles esteja doendo. Quando os dentes estão bons, não pensamos neles. Como se eles não existissem. O mesmo com os olhos. Você só tomará consciência deles se estiver com problemas oculares, miopia ou outras atrapalhações. Quando os olhos estão bem a gente não pensa neles: eles se tornam transparentes, invisíveis, desconhecidos, e através de sua absoluta transparência e invisibilidade o mundo aparece. O corpo inteiro é assim. Quando está bom, sem pedras no sapato, sem cálculos renais ou hemorroidas, sem taquicardias ou enxaquecas, ele fica também transparente, e a gente se coloca inteiramente, não nele, mas na coisa de fora: o caqui, a árvore, o poema, o corpo do outro, a música. Quando o corpo está bem, ele não conhece. Claro que tem pensamentos; mas são pensamentos de outro tipo, de puro gozo, expressivos de uma harmonia que não deve ser perturbada por nenhuma atividade epistemológica.
Mas basta aparecer a dor para que tudo se altere. A dor indica que um problema apareceu. A vida não vai bem. É aquela perturbação estomacal, mal-estar terrível, vontade de vomitar, e vem logo a pergunta: Que foi que comi? Será que bebi demais? Ou teria sido a linguiça frita? Pode ser, também, que tudo tenha sido provocado por aquela contrariedade que tive...
. Essas perguntas que fazemos, diante de um problema, são aquilo que, na linguagem científica, recebe o nome de hipóteses. Hipótese é o conjunto de peças imaginárias de um quebra-cabeça, que acrescentamos àquela que já temos em mãos com o propósito de compreendê-la. Compreender, evidentemente, para evitar que o incômodo se repita. Pensar para não sofrer. Deve haver, no universo, milhões e milhões de situações que nunca passaram pela nossa cabeça: nunca tomamos consciência delas, nunca as conhecemos. É que elas nunca nos incomodaram, não perturbaram o corpo, não lhe produziram dor. Só conhecemos aquilo que incomoda. Não, não estou dizendo toda a verdade. Não é só da dor. Do prazer também. Você vai almoçar numa casa e lá lhe oferecem um prato divino, que dá ao seu corpo sensações novas de gosto e olfato. Vem logo a ideia: Que bom seria se, de vez em quando, eu pudesse renovar este prazer. E, infelizmente, não posso pedir para continuar a ser convidado
. Usamos então a fórmula clássica: Que delícia: quero a receita...
. Traduzindo para os nossos propósitos: Quero possuir um conhecimento que me possibilite repetir um prazer já tido
. O conhecimento tem sempre o caráter de receita culinária. Uma receita tem a função do permitir a repetição de uma experiência de prazer. Mas quem pede a repetição não é o intelecto. É o corpo. Na verdade, o intelecto puro odeia a repetição. Está sempre atrás de novidades. Uma vez de posse de um determinado conhecimento, ele não o fica repassando e repassando. Já sei
, ele diz, e prossegue para coisas diferentes. Com o corpo acontece o contrário. Ele não recusa um copo de vinho, dizendo que daquele já bebeu, nem se recusa a ouvir uma música, dizendo que já a ouviu antes, nem rejeita fazer amor, sob a alegação de já ter feito uma vez. Uma vez só não chega. O corpo trabalha em cima da lógica do prazer. E, do ponto de vista do prazer, o que é bom tem de ser repetido, indefinidamente.
O desejo de conhecer é um servo do desejo de prazer. Conhecer por conhecer é um contrassenso. Talvez que o caso mais gritante e mais patológico do que estamos dizendo (todas as coisas normais têm a sua patologia) se encontre nesta coisa que se chama exames vestibulares: a moçada, pela alegria esperada de entrar na universidade, se submete às maiores violências, armazena conhecimento inútil e não digerível, tortura o corpo, nega-lhe os prazeres mais elementares. Por quê? Tudo tem a ver com a lógica da dor e do prazer. Há a dor incrível de não passar, de ser deixado para trás, de ver-se ao espelho como incapaz (no espelho dos olhos dos outros); e há a fantasiada alegria da condição de universitário, gente adulta, num mundo de adultos. Claro, coisa de imaginação... E o corpo se disciplina para fugir da dor e para ganhar o prazer. E logo depois, passado o evento, o corpo, triunfante, trata de se desvencilhar de todo conhecimento inútil que armazenara, esquece quase tudo, sobram uns fragmentos – porque agora a dor já foi ultrapassada e o prazer foi alcançado.
A gente pensa para que o corpo tenha prazer.
Alguns dirão: Absurdo. É verdade que, em certas situações, conhecimento tem essa função prática. Mas, em outras, não existe nada disso. Na ciência, a gente conhece por conhecer, sem que a experiência de conhecimento ofereça qualquer tipo de prazer
. Duvido. Cientista que fica horas, dias, meses, anos em seu laboratório não fica lá por dever. Pode até ser que haja pessoas assim: trabalhar por dever. Só que elas nunca produzirão nada novo. O senso de dever pode ensinar as pessoas a repetirem coisas: excelentes técnicos de laboratório, bons funcionários, discípulos de Kant (um homem que desprezava o prazer e achava que certo mesmo só as coisas feitas por dever). Com o que concordaria o venerável Santo Agostinho, que propôs a curiosa teoria, ainda defendida por certas lideranças religiosas, de que o jeito certo de fazer o sexo é sem prazer, por dever
, burocratas fiéis aos relógios de ponto. Cozinheiro por dever só faz comida sem gosto. Cientista também. Não consegue ver nada novo, bicho sem asas, tartaruga fiel, rastejante. Ideias criativas requerem voos da imaginação, aquilo que, em linguagem psicanalítica, tem nome de investimento libidinal
, coisa que a linguagem irreverente diz de maneira mais direta e metafórica: tesão
– quando o corpo fica in/tenso de desejo, tenso por dentro, querendo muito. E é só por isso que o cientista fica lá, anos a fio – como verdadeiro apaixonado. Tudo por um único momento de êxtase: aquele em que, após um enorme sacrifício, ele diz: Consegui! Eureka!
. E ele sai como doido, possuído pelos deuses, pela alegria de uma descoberta. E então me dirão: Mas este não é um prazer do corpo. Não é como comer caqui ou fazer amor...
. Como não? Será que não percebem que o pensamento é um dos órgãos de prazer do corpo, justamente como tudo o mais? Jogar xadrez: coisa do pensamento, que dá prazer. Lutar com um problema de matemática: coisa do pensamento, que dá prazer. E a decifração dos enigmas da natureza, dos seres humanos. Cada enigma é um mar