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As Canções de Sam
As Canções de Sam
As Canções de Sam
E-book227 páginas3 horas

As Canções de Sam

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Sobre este e-book

As Canções de Sam, é um livro de mistério psicológico com um toque de humor e romance. A história é narrada por Samantha Smith, uma detetive particular de trinta e dois anos com um histórico de traumas e abusos domésticos. Nesse livro, Sam é contratada para investigar um suposto perseguidor, uma trilha que a levará à um assassinato e um escândalo envolvendo inúmeras celebridades.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de abr. de 2019
ISBN9781547574384
As Canções de Sam
Autor

Hannah Howe

Hannah Howe is the bestselling author of the Sam Smith Mystery Series (Sam's Song, book one in the series, has reached number one on the amazon.com private detective chart on seven separate occasions and the number one position in Australia). Hannah lives in the picturesque county of Glamorgan with her partner and their two children. She has a university degree and a background in psychology, which she uses as a basis for her novels. Hannah began her writing career at school when her teacher asked her to write the school play. She has been writing ever since. When not writing or researching Hannah enjoys reading, genealogy, music, chess and classic black and white movies. She has a deep knowledge of nineteenth and twentieth century popular culture and is a keen student of the private detective novel and its history. Hannah's books are available in print, as audio books and eBooks from all major retailers: Amazon, Barnes and Noble, Google Play, Kobo, iBooks, etc. For more details please visit https://hannah-howe.com The Sam Smith Mystery Series in book order: Sam's Song Love and Bullets The Big Chill Ripper The Hermit of Hisarya Secrets and Lies Family Honour Sins of the Father Smoke and Mirrors Stardust Mind Games Digging in the Dirt A Parcel of Rogues Boston The Devil and Ms Devlin Snow in August Looking for Rosanna Mee Stormy Weather Damaged Eve's War: Heroines of SOE Operation Zigzag Operation Locksmith Operation Broadsword Operation Treasure Operation Sherlock Operation Cameo Operation Rose Operation Watchmaker Operation Overlord Operation Jedburgh (to follow) Operation Butterfly (to follow) Operation Liberty (to follow) The Golden Age of Hollywood Tula: A 1920s Novel (to follow) The Olive Tree: A Spanish Civil War Saga Roots Branches Leaves Fruit Flowers The Ann's War Mystery Series in book order: Betrayal Invasion Blackmail Escape Victory Standalone Novels Saving Grace: A Victorian Mystery Colette: A Schoolteacher's War (to follow) What readers have been saying about the Sam Smith Mystery Series and Hannah Howe... "Hannah Howe is a very talented writer." "A gem of a read." "Sam Smith is the most interesting female sleuth in detectiv...

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    As Canções de Sam - Hannah Howe

    AS CANÇÕES DE SAM

    AS CANÇÕES DE SAM

    Hannah Howe

    Goylake Publishing

    Copyright © 2014 Hannah Howe

    Todos direitos reservados.

    Os direitos morais da autora foram assegurados.

    Nenhuma parte dessa publicação deverá ser reproduzida, transmitida, transferida, ou mantida em armazéns automáticos, de razão ou forma alguma, sem a permissão da editora.

    Goylake Publishing, Iscoed, 16A Meadow Street, North Cornelly, Bridgend, Glamorgan. CF33 4LL

    ISBN: 978-0-9566909-5-1

    Esse livro é um trabalho de ficção. Nomes, personagens, organizações, lugares, são um resultado da imaginação da autora ou usados ficticiamente. Qualquer semelhança com pessoas, mortas ou vivas, acontecimento ou locais são apenas coincidências.

    Para minha família, com amor.

    Sumário

    Capítulo Dois......................................................................32

    Capítulo Três......................................................................47

    Capítulo Quatro.................................................................56

    Capítulo Cinco....................................................................65

    Capítulo Seis.......................................................................76

    Capítulo Sete......................................................................87

    Já era noite quando me encontrei com Derwena. Estava calma, novamente em controle. O acontecido daquela tarde tinha ficado para trás. Derwena estava indo para dar uma entrevista na Rádio Rhoose, uma estação de rádio local, e Milton sugeriu que eu fosse com ela. Me mantive atenta a qualquer perseguidor enquanto nos dirigíamos para lá.................88

    Capítulo Oito.......................................................................97

    Capítulo Nove..................................................................105

    Capítulo Dez.....................................................................109

    Capítulo Onze...................................................................117

    Capítulo Doze...................................................................128

    Capítulo Treze..................................................................133

    Capítulo Catorze.............................................................141

    Capítulo Quinze...............................................................151

    Capítulo Dezesseis..........................................................159

    Capítulo Dezessete.........................................................166

    Capítulo Dezoito..............................................................175

    Capítulo Dezenove..........................................................185

    Capítulo Vinte..................................................................192

    Capítulo Vinte e Um.......................................................199

    Capítulo Vinte e Dois.....................................................206

    Capítulo Vinte e Três.....................................................219

    Capítulo Vinte e Quatro................................................228

    Capítulo Vinte e Cinco...................................................234

    Capítulo Vinte e Seis......................................................242

    Capítulo Vinte e Sete.....................................................252

    Capítulo Vinte e Oito......................................................261

    Capítulo Vinte e Nove....................................................266

    Capítulo Trinta.................................................................271

    ––––––––

    Capítulo Um

    _______________________________________________

    Estava sentada em meu escritório, batendo meus dedos na mesa, e esperando meu computador ligar. Como sempre, minhas unhas estavam todas mordidas - era um hábito irritante, e eu estava tentando parar - e, como sempre, meu computador estava tendo um dia daqueles. Como a maioria dos itens de meu escritório, o computador também era velho, mas era o que eu podia pagar. Hoje, eu estava com sorte e o computador funcionou. Selecionei um arquivo e estava começando a digitar um relatório quando um homem apareceu carregando uma bengala cinza em uma mão e um chapéu na outra.

    —Detetive, Samantha Smith? — ele perguntou. 

    —Você quer me contratar?

    Era uma pergunta que fazia a todos que entrassem em meu escritório. Estava sem dinheiro então precisava de patrocínio. No começo, o meu desespero em minha voz combinava com meu olhar suplicante ao fazer essa pergunta. Agora, mudei meu tom e olhar, mas para meus ouvidos, ainda pareço desesperada.

    —Posso entrar? — perguntou calmamente o homem com chapéu.

    —Desculpe-me. Sente-se. — apontei uma cadeira para o homem

    O homem com sua bengala e chapéu olhou ao redor do meu escritório. Olhou para as paredes brancas, que foram recentemente pintadas, para a estante e para meu casaco pendurado – típico de uma detetive – e a minha mesa de madeira, que comprei já usada. Na verdade, a não ser pelos armários, não tinha mais nada para se observar, então seus olhos se voltaram para mim.

    — Belo escritório. — sorriu educadamente.

    Ele olhou para a janela que ficava atrás de mim, de onde vinha a única fonte natural de luz do meu escritório que ficava no primeiro andar. Talvez ele não tivesse gostado da vista pois seus lábios se curvaram, igual os de Elvis Presley.

    — Bairro barulhento.

    Dei de ombros. Meu escritório estava localizado em Butetown Cardiff, perto das docas. Não era um bairro salubre. Na verdade, me mudei para cá, pois era o que conseguia pagar.

    Ele se sentou na cadeira, e se animou, revelando seu sorriso com um dente do lado direito faltando.

    —Na verdade, senhorita, eu gostaria de lhe contratar.

    — Qual seu nome? — perguntei.

    —Milton. — seu sorriso cresceu. — Milton Vaughan-Urquhart.

    Ele se curvou a minha frente para me cumprimentar. Apertamos as mãos. Seu aperto de mão era fraco. Notei que suas unhas tinham sido feitas e suas mãos estavam macias como pele de bebe.

    — Ok, Milton, então você quer me contratar.

    — Sim, em nome de Derwena de Caro. —ele fez uma pausa dramática.

    Coloquei meus cabelos em meus ombros. Peguei um lápis. Encostei minhas costas em minha poltrona de couro. Sorri educadamente para Milton. Eu estava me fazendo de tranquila, como se todos os dias, milionários entrassem em meu escritório querendo me contratar.

    —Você já ouviu falar de Derwena de Caro?

    — Claro.

    Eu já tinha ouvido falar de Derwena. Também tinha ouvido falar que ela era chata, uma diva pop que irritada seus amigos músicos e seguidores. Eu realmente precisava de dinheiro. Mas será que iria aguentar a chata Derwena de Caro? Acho que não.

    —Ela não fez uma música que foi um sucesso há alguns anos atrás? — tentei lembrar do nome da música. —Amor e Balas, não é?

    —Venha perto de mim baby, me abrace forte, você sabe que eu o amo mais do que qualquer uma, e quero atirar todas as minhas balas de amor em você. — Milton cantou.

    Ele tinha uma voz horrível, como quando um giz arranha a lousa.

    — Não se escrevem mais músicas como esta. — suspirei.

    — Na verdade, escrevem. — Milton me corrigiu. — Woody, o guitarrista e namorado de Derwena, escreveu essa música e várias outras para seu próximo disco, Midas Melange. Ok, Derwena ficou um tempo sem produzir nada – somente hip-hop e rap e as batidas são importantes agora, é difícil para uma cantora como Derwena fazer sucesso – mas ela dará a volta por cima com seu disco, Midas Melange.

    Milton colocou sua bengala cinza no chão. O chão tinha algumas tábuas ocas – eu estava guardando dinheiro para colocar carpete. Ele me olhava com expectativa com seus olhos marrons. E então um gato pulou por uma fresta da minha janela e subiu em minha mesa.

    — Droga! — Milton colocou uma mão em sua garganta, apertando sua gravata em uma tentativa de se manter formal. — Que diabos é isso?

    Acariciei o gato e ele ronronou, esfregando sua cabeça em minha mão.

    — Esse é Marlowe. E não grite assim, ele se assusta.

    Marlowe, um gato que parecia mal, assustado e achado em um beco, tinha me adotado. Em uma manhã, eu estava indo para meu escritório e lá estava ele. Ele tinha pulado pela fresta da janela, então lhe dei um pouco de leite e no dia seguinte, ele estava de volta procurando por mais comida, miando como um violino. Três meses depois, nós ainda estávamos juntos, o que foi uma surpresa, pois acho que esse foi meu relacionamento mais duradouro.

    Marlowe sentou-se na beira da minha mesa. Abriu as pernas, se curvou para frente, e lambeu suas bolas. Não faça isso, Marlowe, pensei comigo mesma, pelo menos, não na frente dos clientes. Mas Marlowe, acabou se lambendo ali mesmo. Um gato deve fazer o que um gato tem que fazer.

    Olhei para Milton e percebi que levantara sua sobrancelha direita de um jeito curioso. Ele assentiu e disse:

    — Se ao menos eu fosse habilidoso assim.

    Fiquei envergonhada. Fico corada facilmente. É de se esperar pois tenho sardas e cabelo castanho-avermelhado.

    Marlowe continuou a lamber suas partes privadas. Depois andou pela minha mesa, achou um lugar confortável e começou a dormir.

    — Derwena acha que está sendo perseguida. — Milton voltara ao assunto ao apoiar seus braços em sua bengala que estava entre as pernas.

    — E ela está? — perguntei.

    Milton encolheu seus ombros redondos. Tinha uns quarenta anos, era flácido, com pernas curtas. Propriamente barbeado, possuía uma covinha no queixo e mandíbulas delicadas. Seu cabelo era castanho e ondulado, repartido de lado, deixando sua grande testa aparecer.

    — Derwena é uma artista. — ele explicou —Tem uma imaginação farta.

    — Então seu perseguidor é fruto de sua imaginação.

    Ele deu de ombros mais uma vez, sorrindo educadamente, porém, nervoso.

    — Ou ele pode ser real. A indústria da música atrai muitos doidos.

    Doidos como Derwena de Caro, eu pensei, mas estava sendo deselegante. Depois de tudo, se minha vida aparecesse no jornal de domingo de manhã, as pessoas dificilmente iriam me considerar a Dona de Casa do Ano.

    — Por que me contratar? — perguntei curiosa.

    Milton Vaughan-Urquhart olhou para suas unhas. As soprou e as esfregou em seu colete.

    — Não existem muitas mulheres detetives por aí. 

    — Obrigada pela confiança.

    Se eu pareci sarcástica, é porque estava passando por tempos difíceis. Na verdade, estava passando por momentos difíceis há trinta e dois anos, mas a vida continua, e espero que um dia o sol volte a brilhar.

    — E Derwena insistiu que contratasse uma detetive feminina. — Milton continuou.  — E eu pesquisei sobre você, dentre seus colegas do sexo masculino, e eles disseram que você é a melhor.

    Esse seria Mickey Anthony, um amigo detetive. Ele sempre foi gentil comigo, mas era um mulherengo, então suspeito que haviam outras intenções. Aceite o elogio, disse o anjinho dentro da minha cabeça, você trabalha duro, é consciente e nunca desiste enquanto seu cliente não estiver satisfeito. Mas eu não podia aceitar o elogio; sempre achei difícil aceita-los.

    — Minha linha de trabalho é o divórcio.

    E lá vou de novo, jogando na defensiva; era uma estratégia, e sendo a única mulher nesse jogo, eu precisava de muitas estratégias.

    — Você quer ficar nessa espelunca para sempre? — Milton olhou ao redor do meu escritório. E então olhou para mim. —Pelo que ouvi, você tem a melhor reputação entre seus colegas. Você é confiável, detalhista e possui vários recursos. Mas ter uma reputação apenas, não lhe compra carpetes ou cortinas novas. Então pergunto de novo, você quer ficar nessa espelunca para sempre? — disse em um tom agressivo.

    Realmente era uma espelunca. Mas eu gostava. Gostava das pessoas da vizinhança. Mesmo assim, eu era um pouco ambiciosa e sabia que teria que desafiar a mim mesma e seguir em frente. Além disso, tinha uma pilha de contas para serem pagas até o fim da semana. Resumindo, eu precisava do dinheiro.

    — Cobro 25 libras a hora, mais despesas. —disse firmemente.

    Eu sabia que estava cobrando pouco. Se eu tivesse uma irmã gêmea, eu com certeza iria anunciar ‘contrate uma e contrate a outra de graça.’

    Milton olhou para seus relógios e anéis de ouro, que decoravam sua mão esquerda, e a pulseira de ouro balançando em seu pulso direito.

    — Podemos pagar 25 libras a hora. Nós estamos acomodados no Castelo Gwyn, morando e gravando por lá. Você conhece o castelo? — disse sorrindo.

    Disse que sim.

    — Nos encontre lá ao meio-dia; Derwena já estará acordada esse horário.

    — Ela gosta de dormir.

    —As sessões de gravação vão até tarde. Sua voz soa melhor de noite.

    Milton Vaughan-Urqhart levantou. Colocou seu chapéu e ajeitou as barras da calça. Sua calça era marrom listrada. Ele também usava protetores de respingos em seus sapatos. Ele conferiu seu relógio de bolso e arrumou seu colete. Um relógio de bolso e um colete – ou esse homem tinha um ancestral Suíço ou era obcecado com as horas.

    —Nos vemos ao meio-dia.

    Olhei para Marlowe. Ele ainda dormia, sonhando com algum rato. Na próxima vida, eu quero ser um gato.

    — Até lá. — disse.

    Milton saiu do meu escritório. Olhei para minha mesa. Tinham duas gavetas nela; uma continha uma garrafa de Whisky, e na outra uma arma. Eu tinha uma regra – o whisky era somente para fins medicinais e, como todos os remédios, você nunca deve exceder a dose. Minha dose indicada eram dois dedos por dia, no máximo. Vi minha mãe tomar gin, como se fosse água. Na verdade, a primeira memória que tenho de minha mãe era ela bêbada, deitada em uma cadeira com uma garrafa vazia de gin em sua mão. Eu tinha três ou quatro anos essa época.

    A segunda gaveta continha uma arma Smith e Wesson, calibre .32. Já atirei essa arma somente por estar com raiva, mas não matei ninguém. Pensei sobre a arma. Pensei sobre um psicopata. Abri a gaveta e coloquei a arma dentro da minha bolsa. Ok, minha bolsa estava cheia de maquiagem, lenços, mas, era melhor estar segura e ter uma arma comigo. Eu ainda tinha uma hora antes de me encontrar com Derwena. Tempo suficiente para terminar meu relatório e entregar para meu cliente. Então me sentei em frente ao teclado e Marlowe continuou a dormir minha mesa.

    Capítulo Dois

    _______________________________________________

    Viajei a Nordeste de Cardiff. Eu dirigia um Mini moderno. Ok, comprar o carro me afundou em dividas, mas eu precisava de algo bom e confiável caso algum bandido me perseguisse.

    Era um dia monótono, úmido e estava chuviscando, pois, o outono logo daria lugar ao inverno. Eu estava no interior agora, olhando através do para-brisa, procurando por uma placa que dizia ‘Castelo Gwyn, nessa direção’. Achei uma placa em uma curva que levava ao castelo. A estrada era estreita, de uma mão só, mas coberta com asfalto. Percorri um quilometro e meio por aquela estrada, e então o castelo apareceu, por detrás das árvores.

    Castelo Gwyn era uma insensatez Vitoriana, um castelo com uma ponte levadiça, um fosso seco e torres que faziam me lembrar de cavaleiros, princesas e contos de fada. As torres tinham sido branqueadas – Gwyn quer dizer ‘branco’ em galês – e elas brilhavam como faróis contrastando com o cenário de uma floresta negra. Hoje em dia, os donos do castelo o usam para gravar alguns filmes, recepções de casamento, festas, e como estúdio de música. Pensar sobre recepções de casamento me fizeram lembrar do meu dia de casamento e da minha lua-de-mel, mas essa é outra história.

    Estacionei meu carro e sai. Ainda estava olhando a paisagem quando Milton veio até a mim com um guarda-chuva, passando pela ponte levadiça. Ele tinha algo em sua mão esquerda, um crachá que me garantia ‘acesso à todas as áreas.’

    — É melhor usar isso. — Milton me deu o crachá e eu coloquei em meu pescoço, como um colar. — O castelo tem seus seguranças próprios que patrulham de hora em hora e nós não queremos que eles

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