Aquilo que nos move ao abordarmos neste blog a temática política (mas o que não será político?) não é uma posição necesariamente partidária. Antes cada um dos colaboradores é livre e responsável pelo que aqui "posta" (caramba...não somos assexuados). Porque me pareceu um bom exemplo do que acabo de dizer, eis aqui uma selecção de "post" sugerida pelo jornal Público (Blogues em Papel de 01.04.2008) a propósito de uma intervenção da segunda personagem na hierarquia do Estado, na Madeira, cuja temática já foi
aqui abordada.
Ao que parece, o exército autárquico socialista, reunido no Funchal no congresso da ANAFRE (Associação Nacional de Freguesias), ficou chocado com as
declarações de Jaime Gama, enaltecendo as virtudes democráticas de Alberto João Jardim. De facto, Jaime Gama foi ridículo, se nos lembrarmos, que ainda há bem pouco tempo, apelidou o presidente da Região Autónoma da Madeira de Bokassa, o que não é, convém sublinhá-lo, epíteto de muito bom uso nos meios políticos e diplomáticos.No entanto, a atitude demonstrada pelo Presidente da Assembleia da República não é nada de extraordinária. Na verdade, os políticos, em Portugal, já nos habituaram a mudanças de opinião, as quais são, muitas vezes, autênticas acrobacias de retórica. Assim, 0 que Jaime Gama fez não foi mais do que outros já fizeram e/ou continuam a fazer. Numa palavra: descredibilização. Acrescente-se: política.
O presidente do parlamento, que é um homem de grande prestígio, e um respeitável membro do PS acabou de dizer um grande disparate.Jaime Gama considerou a Madeira um exemplo de democracia e autonomia!Das duas uma:Ou foi subornado pelo João Jardim ou bebeu de mais!Senhor Jaime Gama nunca lhe ensinaram que não se pode beber em serviço? Ai, ai!Estas declarações foram repudiadas pelo PS/Madeira que considerou que diz que Jaime Gama "ofendeu todos os cidadãos deste país, particularmente aqueles que, na Região Autónoma da Madeira, têm sido severamente prejudicados, no seu corpo e na sua alma, pelo exercício autocrático do poder regional vigente, já lá vão trinta anos".
Terramoto de Jaime Gama
O presidente da Assembleia da República foi à Madeira provocar um ataque de nervos aos socialistas madeirenses. Não é que o "peixe de águas profundas", como disse Mário Soares acerca de Jaime Gama ousou dizer alto e em bom som, que a Madeira é uma terra "democrática" e um exemplo de desenvolvimento. Com Jardim a assistir, atónito. Gama, que citando Soares mais uma vez, "não guarda muita consideração pelos amigos", rasgou os manuais do políticamente correcto e desarmou os socialistas madeirenses e alguns continentais. É que ainda não entenderam que não é atacando a Madeira, o seu povo e o seu líder que vão chegar ao poder. Há três décadas que andam nisso e ainda não aprenderam. Quem diria que fosse Gama a colocar Alberto João sem reacção? É que a questão do défice democrático, explorada por Gama em 1993 no Parlamento não surtiu muito efeito, a não ser ter dado maior visibilidade mediática a Jardim.
A HOMENAGEM MERECIDA
Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República, elogiou a obra ímpar de Alberto João Jardim na Madeira, “expressão de um vasto e notável progresso no país”. “Esta obra”, disse Gama, “historicamente tem um rosto e um nome, e esse nome é o do Presidente do Governo Regional da Madeira”.A homenagem de Gama a Jardim é a todos os títulos justificada.De facto, o progresso alcançado na Madeira desde o 25 de Abril não tem paralelo em nenhuma outra região do país. Não apenas pelo nível que se atingiu, mas principalmente pelo baixíssimo nível de que se partiu. Esse progresso tem sido deturpado, desvalorizado e imputado a transferências massivas de verbas do continente, mas a verdade é que as verbas de que Jardim dispõe não têm fonte diferente das que têm sido utilizadas pelos governos do continente. Os resultados de um e de outro lado é que são diferentes. Os de Jardim são melhores!