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terça-feira, novembro 23, 2021

COSTA É SOCIALISTA NÃO PRATICANTE

Por vezes António Costa lembra-se de que concorreu, e vai concorrer de novo, às legislativas pelo Partido Socialista.
 
Poucos dias depois do seu executivo ter vindo propor aumentos para os funcionários públicos e pensionistas de 0,9%, dizendo que a inflação era desse valor (mentira), esquecendo-se de que no passado se tinha comprometido com um aumento de 1% (que nunca veio), e de vir em seguida afirmar que aumentos superiores a 0,9% só aconteceriam se a inflação fosse superior a 3%, vem agora com um discurso muito estranho, para não dizer coisa pior.
 
Então não é que, com uma grande cara-de-pau vem afirmar, perante economistas (outros que tais) que o "país não será mais competitivo num modelo de salários baixos". 
 
Costa tem arremedos de socialismo à beira de eleições, mas a sua prática recente desmente-o e mostra que do discurso até à prática vai um caminho imenso que ele (e o PS) não quer percorrer.



 

quarta-feira, outubro 24, 2018

VIEIRA DA SILVA E CONVERSA DA TRETA


O chamado travão às reformas antecipadas, que o ministro Vieira da Silva parece ter retirado da manga na etapa final da discussão do assunto, é de facto uma grande injustiça e uma retirada de direitos, por muito que ele argumente em sentido contrário.

Mesmo com a melhor das boas vontades, é difícil aceitar que o ministro diga que as medidas previstas no OE para 2019 no que toca a despenalização das reformas antecipadas (nos moldes que ele defende) são um prémio para os trabalhadores com muito longas carreiras contributivas. Veja-se por exemplo um trabalhador com 63 anos de idade e com 42 anos de contribuições, que apesar de ter mais 2 anos de descontos e mais 3 anos idade, terá uma penalização maior do que um colega que tenha 60 de idade e 40 de descontos.

Digam-me por favor onde está a Justiça das medidas em que Vieira da Silva teima? Um trabalhador mais velho e com mais anos de descontos será mais penalizado do que outro mais novo e com uma carreira contributiva menor, dizendo o ministro que está a beneficiar as grandes carreiras contributivas…

Enquanto o ministro e o Governo continuarem a pretender ignorar que os 40 anos de descontos (36 para a CGA quando muitos entraram ao serviço) eram o patamar necessário e suficiente para a reforma por inteiro, estaremos sempre a discutir o sexo dos anjos com tretas que são facilmente desmontadas. O factor de sustentabilidade foi apenas uma invenção para baixar artificialmente o valor das reformas.



sábado, abril 14, 2018

O REEMBOLSO DE VIAGENS NÃO PAGAS

Enquanto somos distraídos por regras para inscrição nas escolas, porque alguns terão dado moradas falsas, ou de familiares e amigos, para conseguirem matricular os filhos em determinadas escolas, quase sempre com melhores resultados do que as restantes, outras pessoas com maiores responsabilidades públicas, alguns eleitos até, praticam acções mais lesivas ainda, e ficam geralmente impunes.

O último caso conhecido é o dos deputados que terão recebido reembolso de viagens pagas por todos nós, e que dizem ser um comportamento legal.

Que rico exemplo, senhores deputados!... 


segunda-feira, novembro 30, 2015

IDEIAS FEITAS

Existem ideias feitas, propagandeadas pelos fazedores de opinião deste país, que sendo propaladas aos quatro ventos por quem tem tempo de antena, ou espaço em colunas de opinião, passaram a ser consideradas verdades absolutas e indiscutíveis.

Uma das ideias mais discutíveis é a de que a dívida pública é a responsável pela crise que atingiu a Europa, e Portugal muito especial. Nada é mais errado, mesmo relativamente a Portugal que tinha uma dívida pública elevada, porque o problema estava a montante, ou seja nas entidades que tinham essa dívida na sua posse. É fácil dizer que a nossa dívida pública estava, em 2008, nos setenta e tal por cento do PIB, e depois do remédio (austeridade) está em 130%.

Outra ideia feita é a de que o Estado está demasiado “gordo” e que tem muitos funcionários, serviços, e é a origem de grande parte da despesa pública. Talvez fosse muito interessante dizer-se quanto representa o serviço da dívida, as PPP’s, e as rendas com a energéticas e outros fornecedores de serviços públicos prestados por privados, para que tudo ficasse mais claro. O Estado diminuiu muito o número de funcionários, o número de serviços e continua quase com a mesma despesa. Os funcionários públicos ficarão em 2016 com rendimentos 10% inferiores aos praticados em 2010.


Podia dar mais exemplos, mas bastam estes para se aquilatar das mentiras que se tornam verdades apenas porque são proferidas por quem tem uma tribuna de onde pode “debitar todo e qualquer disparate sem direito a contraditório”.   


quarta-feira, setembro 23, 2015

O RIGOR ALEMÃO É UM MITO

A notícia caiu que nem uma bomba, a VW sabia que estava a fornecer dados errados sobre o valor da poluição dos seus carros, e mesmo depois de chamada à atenção, não corrigiu esse problema. Nos airbags a culpa caiu no fornecedor oriental, bem como o prejuízo, mas agora o problema bateu à porta do fabricante alemão, sempre tão cioso do rigor e da fiabilidade.

Talvez agora a senhora Merkel possa perceber que, à semelhança do que acontece com a VW e a Alemanha, também os portugueses e os gregos, enquanto povos, não foram responsáveis pelas diatribes e má governança dos seus políticos.

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

DIGNIDADE



Ao ouvir a afirmação de Passos Coelho dizendo que a dignidade dos portugueses nunca esteve em causa com o ajustamento, contrariando assim o que dissera antes o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker que tinha afirmado que a troika “pecou contra a dignidade de portugueses…”, fez-me recordar uma frase de Millôr Fernandes.

Disse a dada altura o escritor, dramaturgo e humorista brasileiro: “se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na terra um canalha a menos.”




1971

quarta-feira, novembro 20, 2013

LÓGICA NA CULTURA



Eu não sei se é defeito dos governantes ou dos governados mas o que é certo é que as explicações dos primeiros nunca conseguem convencer os segundos.

Barreto Xavier, o actual secretário de Estado da Cultura, quando questionado sobre algumas contratações da sua autoria, respondeu:”por favor deixem-me gerir os meus recursos humanos”. As nomeações sobre as quais foi questionado foram a de um jovem assessor de comunicação, sem currículo relevante, e de três motoristas que tem à sua disposição.

As explicações ficaram-se pela empatia que terá com o assessor escolhido, com a necessidade absoluta de mais um motorista devido a ter múltiplas direcções gerais na sua dependência e pelo fato de todos eles trabalharem sete dias por semana e sem horários, subentendendo-se que o SEC também o faz.

Curiosamente ficou a saber-se que 80% do corte de 11 milhões que a secretaria de Estado da Cultura vai efectuar no próximo ano vai ser feito através da diminuição de salários, rescisões amigáveis e do bloqueamento de entradas no quadro de pessoal.

Cruzando as duas notícias temos que os argumentos de Barreto Xavier para as ditas contratações são pífios, tendo em conta os cortes a efectuar. Quanto ao julgamento que os portugueses farão da sua actuação, senhor secretário de Estado, não vai ser favorável, pode apostar.  

sábado, novembro 16, 2013

A TRETA E A MAIORIA



Quando os partidos da maioria dizem que alargaram de 600 para 675 euros o limite para os cortes salariais na função pública, que terão salvo cerca de 51 mil trabalhadores, escondem a maior parte da realidade que demonstram uma quase insignificância.

A realidade é bem mais modesta do que a demonstrada pelos deputados da maioria quando disso falam, já que o valor máximo de poupança resultante dessa proposta é de 20 euros, entre os 600 e os 675 euros, e para todos os outros uma poupança que vai dos 0 euros aos 4 euros, o que diz tudo da insignificância da medida.

Além do foguetório inconsequente da maioria temos o facto destes cortes serem considerados pela troika como permanentes, e a indefinição do governo que não esclarece nada sobre o assunto, deixando as coisas no limbo.


quarta-feira, outubro 16, 2013

A FALTA DE EQUIDADE NA AUSTERIDADE



Fiz um esforço enorme para conseguir “aguentar” os mais de 25 minutos de massacre verbal da ministra das Finanças a propósito do Orçamento de Estado para 2014, mas em nada alterei a minha ideia sobre a falta de equidade na distribuição dos sacrifícios exigidos pelo governo.
 
Confirmou-se que a maior parte do dinheiro que se pretende atingir para diminuir o défice provém de medidas que incidem sobre funcionários públicos, aposentados e reformados, sendo que, por exemplo, o esforço exigido ao sector financeiro e ao sector energético em conjunto significam apenas o equivalente a 3,8% do pacote total de austeridade.

A má distribuição dos sacrifícios, que nem é novidade com este executivo, terá resultados bem negativos na economia nacional e esses vão sentir-se já no final deste ano, na época do Natal, onde a quebra de actividade comercial será já bem nítida, e no próximo ano todas as previsões de melhoria do PIB sairão furadas, com toda a certeza.