A onda do politicamente correcto
estende-se a coisas que ninguém imaginaria há meia dúzia de anos, e vai mesmo
além do conceito de justiça e do que é racional.
No ensino fala-se em criar cotas
para negros e para ciganos, deixando de lado indianos ou chineses, ou mesmo os
desfavorecidos independentemente da sua cor ou etnia. Será isso justo, ou
sequer racional?
No mundo do trabalho exige-se que
os trabalhadores trabalhem até depois dos 66 anos, mas os empregadores acham
que alguém com mais de 30 anos já pode ser velho para muitas funções, e dão
mesmo preferência a quem ainda não tenha os 30 anos de idade.
Nos serviços públicos não se
abrem concursos para subida de categoria, mas há serviços que usam a mobilidade
intercategorias, ou simples nomeações em regime de substituição para satisfazer
algumas clientelas. O mérito fica de lado e já ouvi argumentos como o da antiguidade,
a maternidade, o tempo de serviço, tudo razões para justificar o carácter de
actos discricionários.
O politicamente correcto pode
satisfazer uns quantos puristas (idealistas), mas cria mais injustiças do que
aquelas que pretende resolver.