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sábado, 16 de janeiro de 2016

A Louca do Sacré-Coeur (Novela Gráfica #2)


Argumento: Alejandro Jodorowsky
Arte: Moebius
Tradução: José de Freitas e Pedro Cleto


Opinião: Quando um livro não nos agrada, não há muito a fazer. Por mais expectativas e desculpas que tentemos arranjar, a coisa não pega. Foi o que me aconteceu com este livro, que até tinha tudo para ser porreiro: os autores prometem, especialmente com Moebius a tratar da arte.

Infelizmente achei o livro péssimo. Péssimo, a sério. Nem arte nem aquilo que passa por enredo se safa. Nada, nadinha faz sentido. A história de um professor de Filosofia que começa a encontrar um propósito para a sua vida miserável não convence. A sexualidade exagerada também não. O humor escatológico (aprendi esta com o David Soares, é o meu momento culto do dia) muito menos.

Já para não falar do ritmo desregrado, das aventuras delirantes sem qualquer nexo, e da quantidade enorme de coisas que tentam ser simbólicas e ter significados profundos… Mas que falham miseravelmente.

A sério, não tenho nada agradável a dizer sobre o livro. Nem sequer me conseguiu entreter. Os diálogos são banais, quando não são fracos, as várias histórias - parte de uma narrativa maior - são idiotas, as personagens são coerentes mas igualmente idiotas, e tudo acontece ao calhas.

Este, senhoras e senhores, é um mau livro.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Sharaz-De


Autor: Sergio Toppi
Tradutor: João Miguel Lameiras


Opinião: Mas que livro excepcional. E nem é preciso ir muito longe: olhem-me para aquela capa. As ilustrações são todas assim, completas, cheias, em páginas enormes sempre preenchidas. Não é difícil uma pessoa esquecer-se da história que está a ser contada, para se perder nos desenhos.

O que é contado também vale bem a pena, atenção... A estrutura repetitiva pode cansar muita gente, mas a mim não me desagradou, porque é uma estrutura que até aprecio. Especialmente quando o tom dado a cada história é o mesmo que se dá aos mitos: aquela sensação de serem histórias "maiores do que a vida", suficientemente específicas para soarem verdadeiras mas suficientemente gerais para soarem como lendas.

Só que as ilustrações são verdadeiramente impressionantes, seja a preto e branco, seja a cores, e deslumbram completamente qualquer pessoa que pegue no livro. A forma como tudo encaixa nos diálogos e na história é extraordinária. A fluidez da narrativa escrita e da narrativa desenhada tem uma qualidade como acho que nunca vi em mais lado nenhum.

As histórias em si são diferentes daquilo a que estou habituado, já que são histórias baseadas em histórias baseadas em histórias (...ad eternum) passados no Médio Oriente, e que nasceram, exactamente, nas tradições, mitos e fábulas do Médio Oriente. A roupagem talvez seja algo diferente, por estarem a ser recontadas por um italiano, mas a diferença é marcante o suficiente para ser genuína.

Este é, como já deu para perceber, um livro excelente, que me encheu as medidas, especialmente por causa das ilustrações. Não o aconselho facilmente a qualquer pessoa, que a estrutura repetitiva da escrava que é salva mais um dia, para contar mais uma história, rapidamente pode aborrecer algumas pessoas, mas a quem não tiver problemas com isso, digo para não hesitar! E quem tiver problemas, que experimente, ou que pelo menos veja os desenhos. Valem bem a pena.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Em Busca de Peter Pan


Autor: Cosey
Tradutor: Pedro Cleto


Opinião: A arte deste livro convenceu-me logo na capa. Volta e meia ainda aparecia uma página com este estilo, grandiosa, com vastas paisagens cheias de neve. O detalhe é apenas o suficiente para passar uma ideia do tamanho e da beleza daquilo que nos está a ser mostrado.

O que Cosey faz depois, sinceramente, nem me interessa muito. É uma história relativamente banal de um escritor inglês, um dandy ligeiro que se refugia nas montanhas para tentar ultrapassar o seu bloqueio de escritor. Tem uma história de vida com pormenores trágicos, mas é uma pessoa normal.

Faz várias amizades com gente peculiar (e um porquito) e até arranja uma paixoneta. Mas pouco mais.

A outra coisa que vale a pena ver é como Cosey consegue incluir tantas personagens que estão à procura de alguma coisa, como se isso fosse um objectivo por si só. Origina bons momentos de reflexão!

E até a história me consegue cativar, a certa altura, ao ter um final completamente inesperado e surpreendentemente brutal. Fiquei em choque com o que acontece, ainda por cima por ser algo que adiciona carga emotiva à história e a torna muito mais do que uma simples história sobre um dandy!