Sou Professora. Estou em luta.
Há mais de trinta anos que luto por um Portugal de futuro.
Sem sindicatos, sem cores políticas, sem religiões fundamentalistas, sem palavras balofas de retórica.
Sou Professora e luto para que o futuro do meu País seja digno, seja civilizado, educado, bem formado, com sentimentos, valores, ideais e lutas, lutas como a minha, pelo respeito!
Se a minha luta é notícia? Não, não obedece aos critérios editoriais das audiências: não fiquei no banco, a fazer birra, algures num estádio do Catar; não guardei o dinheiro do pavilhão camarário que não se fez; não falsifiquei o currículo; não estou a pensar em comprar a estrela magrebina do esférico internacional; não sou refugiada política de políticas que ninguém percebe; não represento qualquer papel na novela das dez; não tenho (felizmente) amigos políticos especialistas em quase tudo e quase nada percebo de avisos coloridos!
Sou apenas Professora (com maiúscula, sim!) e estou em luta pelo RESPEITO. Gostaria de um Portugal de futuro, com profissionais competentes, com cidadãos de pensamento crítico, com seres humanos dignos; um Portugal saído de uma Escola de eleição na transmissão de saberes, exigente, formadora… nunca de uma escola vista, pela maioria, como depósito temporário de crianças e jovens, cada vez mais mecanizados e sem querer pensar, facilmente manipuláveis pelos espíritos maquiavélicos que nos pseudo-governam.
Sou Professora e estou em luta pelos meus alunos de ontem, de hoje e de amanhã, pelos cidadãos do meu país, por nós.
“Ainda que os teus passos pareçam inúteis, vai abrindo caminhos, como a água que desce cantando da montanha. Outros te seguirão..." [Antoine de Saint-Exupéry]