terça-feira, 28 de abril de 2015

Enquanto isso na Geladeira...

                                                Enquanto isso, na Geladeira...
As verduras e legumes acordaram com a luz amarelada  da geladeira que acendeu de repente na madrugada. O dia ainda não havia clareado e tudo ainda estava em silêncio, sendo quebrado apenas pelo motor que foi reativado com o abrir da porta.
Ainda sonolentos e meio desnorteados as verduras, as frutas e os legumes, olhavam para aquela figura amarrotada que os olhava com apatia e tédio naquele começo de um dia qualquer da semana.
A couve, verdura muito na moda, por conta dos sucos detox, meteu-se por baixo do maço de brócolis escamoteando-se na verdura encorpada não querendo sair de onde estava.
O nabo, o grande emagrecedor da hora, se encolheu atrás da couve-flor causando irritação na mesma que não gosta muito de ser tocada.
Uma beterraba pequena que estava ao lado da cenoura achou por bem fazer de conta que ainda dormia para não chamar a atenção.
Enquanto a raiz de gengibre se espreguiçava totalmente alheia aos acontecimentos a maçã verde lhe enviava sinal de perigo, perigo, perigo!
De repente a mão grande e peluda do ser envolvido num pijama listrado se enfiava na gaveta gelada, entulhada de vegetais e folhas à procura da maçã verde. E afastando o brócolis com desdém pegava também o maço de couve. Em seguida pegou a laranja que estava na outra gaveta mais a água de coco que estava na porta e levou tudo para a beira da pia arrastando os pés calçados de chinelos frouxos. Depois voltou até o armário do canto e retirou o liquidificador que trouxe para perto do fogão onde havia uma tomada. Colocou dentro do copo a água de coco, rasgou com as mãos uma folha de couve e juntou uma maçã verde em pedaços e mais uma banda de nabo branco na companhia de duas rodelas de gengibre e completou com pedaços de laranja. Dai acionou a máquina infernal e ensurdecedora que não pode faltar em uma cozinha e deixou bater vigorosamente aquela mistura sinistra por alguns minutos.
Depois virou o copo diretamente sem elegância nenhuma, boca à dentro e tomou todo aquele horroroso liquido verde que está na moda como desintoxicante emagrecedor, mas que tem sabor de... água da banheira do Hulk... sei lá...
Se arrisca a definir o gosto?

domingo, 19 de abril de 2015

Dia do Índio

 Dia do Índio
Hoje é dia do índio, dia daqueles seres que vivem à margem da chamada civilização.
Podem me chamar de louca, de insensata, mas penso que já era hora dos índios viverem como todos os “civilizados” e guardarem suas práticas, tradições para os dias de festa e para transferir para os descendentes a memória do seu povo.
Tudo evolui na face da terra, se assim não fosse ainda estaríamos morando em cavernas e acendendo o fogo esfregando duas pedras. Por que os índios não podem evoluir? Por que eles ainda têm que ser e se comportar como seres primitivos sendo que vivemos no século XXI e eles ao nosso lado?
Os chamados donos da terra foram os que estavam por aqui quando os Portugueses chegaram e o Brasil foi descoberto. Esses que estão ai agora são tristes criaturas que já misturaram suas tradições com religiosidade e hábitos dos brancos. Eles são mantidos em pedaços de terras, mas o homem da cidade nunca os deixa viverem em paz. Eles usam cuecas, sutiãs, vestidos, tênis de marca, chinelos de borracha e pochetes. Comem macarronada, coxinha e as crianças tomam leite na mamadeira e comem iogurte. Sem falar que muitas índias vêm para a cidade pedir esmolas, algumas vendem artesanato como acontece aqui no centro da cidade, ficando sentadas nas calçadas com suas crianças o dia todo, com sol, chuva e frio comendo coisas inadequadas.
Certa vez até sugeri à prefeitura que fizesse um barracão onde pudessem ficar abrigados e venderem suas coisas enquanto as crianças ficariam deitadinhas em redes protegidos do tempo, mas não foi do interesse deles. Sinto muita tristeza por isso.
 É pena que eu não encontrei entre meus guardados, mas já fotografei um grupo de índios no calçadão tocando violino(?) para arrecadar dinheiro. Isso é Índio? Sem falar que a Lei os considera ingênuos e por isso Imputáveis, não podem ser julgados e nem condenados, mas como é que os mais antenados fazem Faculdade, defendem teses e doutorados, tem alguns até que fazem filmes para venderem aos estrangeiros? Eles usam celulares, tênis de marca e têm “altas” filmadoras, isso é ser ingênuo?
Tem aldeias que têm até antena parabólica, tem caminhonetes enormes de cabine dupla, vivem com celular na mão, fazem negócios, vendendo madeira e outras coisas para estrangeiros e todo mundo sabe disso enquanto outros vivem em extrema pobreza.
Eu acho tudo isso uma incoerência. Penso que deveriam viver em casas comuns com horta e pomar se for o caso, formarem vilas, se educarem e viverem como nós chamados civilizados, guardando suas tradições sim, seu idioma para suas festas, para a memória do seu povo, acho que a maioria nem fala mais a sua língua. Precisam responder pelos seus atos, cumprirem as leis e acabarem com essa história de que a terra é deles. A terra é de todos nós que pagamos nossos impostos, afinal isso acontece há mais de 500 anos! Então se o direito é deles devo ser herdeira de algum desbravador e vou procurar meus direitos também...
Dito isto, não temos o que comemorar no dia do índio, só pedir a Deus por estes seres nossos irmãos que tenham uma vida melhor, por que isso que eles conhecem por vida, não é vida.








sábado, 4 de abril de 2015

Feliz Páscoa!

                                               Feliz Páscoa!

Poxa, já estamos em ABRIL e na PÁSCOA!!!! Tenho quase certeza que a Terra, este lindo planeta azul, exibido por natureza, o mais lindo do sistema, o único que carrega seres de formas e belezas múltiplas e ainda por cima faz seu giro "apenas" no terceiro lugar, por ser o melhor lugar, nem quente demais e nem frio, na aerovia de rotação ao redor do sol, o rei dourado e imponente, que nos propicia a multiplicação da nossa vegetação e porque não dizer de todos os seres. 
E como eu ia dizendo, de tão empolgada, a nossa Terra resolveu virar "flex" e acelerou um pouco mais, nos deixando meios abismados com a velocidade dos acontecimentos. 
Já não existe mais aquela rotina modorrenta, do saber como vai ser daqui a pouco, não; de um tempo para cá nunca se sabe nada, absolutamente nada do que vai acontecer. 
Eu nunca fui boa administradora do meu tempo, até porque a rotina me cansa e me irrita. Gosto de fazer coisas quando estou a fim e com vontade, dai consigo criar e fazer, do contrário, sob pressão, não sai nada que preste de nada que eu faça. 
Agora, sem mais nem menos, dou de cara com um coelho gigante à minha frente todo lambuzado de chocolate me avisando que a páscoa chegou. Sim, para onde se olhar só se vê verdadeiros túneis apertados, repletos de ovos de todos os tamanhos, pendurados como cachos de uvas em parreiras, embrulhados em papel brilhante e recheados com "surpresas" anunciadas.
Nesta hora o comércio vende mais porque está mais fresquinho, e é bom comer chocolate nessa época de menos calor e nada como um bom frio para comer chocolate, daí... 
Mas é claro que a Páscoa não é só comer bacalhau, tomar vinho e comer chocolate, a Páscoa nos remete a pensar um pouco mais em Jesus e na sua última Páscoa, aquela em que Leonardo Da Vinci retratou maravilhosamente bem num quadro conhecido como a Última Ceia ou A Santa Ceia. 
A última reunião d'Ele e seus amigos mais de perto, poucas horas antes que a tragédia acontecesse, antes que os seus patrícios resolvessem esfolá-Lo até a morte como se pudessem assim exterminar o AMOR.
O amor de Deus quanto mais fragmentado, mais se multiplica e mais forte fica, daí que a tragédia que aconteceu num lugarejo há mais de dois mil anos permanece viva até hoje e precisa sim, ser relembrada sempre; não a tragédia, mas a trajetória desse COMETA que foi Jesus, já que passou tão rápido, por apenas 33 anos, nos deixando sua LUZ inapagável, mas como todos os outros, os cometas físicos, Ele voltará a aparecer entre nós. Provavelmente não repetirá a experiência de estar entre nós num corpo de carne, recheado de rins, fígado e pulmões; mas como PRESENÇA no interior de cada um mais vivo do que nunca, aquela maravilhosa luz intensa e fustigante, que iluminará aqueles que o aguardam na escuridão ou na penumbra, mas principalmente, fará com que os cegos da alma se enxerguem profundamente e se arrependam de seus enganos.
Dai que os ovos (assim como as sementes), representam o renascimento, uma nova vida, uma "repaginação" dos valores intrínsecos. Renovemos então, não só a partir de meia noite deste sábado, chamado de Aleluia, ou no primeiro segundo de domingo, quando as escrituras contam que ele sumiu do túmulo e apareceu VIVO para as mulheres que o foram ungir de óleos e chorar sua morte como era de costume, mas todos os dias, todo o tempo e em todos os momentos, pois só assim continuaremos em velocidade "cruzeiro" para um futuro sempre melhor. 
Bom domingo, e muito ovos de chocolate com "surpresas".

(Páscoa de 2009)