sexta-feira, abril 06, 2012

E é Páscoa novamente

Achava que este ano iria ser diferente, mas afinal a crise existencial "pascual" chegou hoje.


Este ano vamos mudar os filmes (Artur e os minimeus em vez d'A Paixão de Cristo). No entanto, a maioria das pessoas continuará com as suas celebrações divinas e sagradas. Continuaram a dizer-se tementes a deus e a celebrar o acontecimento único da sua religião. A altura em que o seu profeta foi tramado pelos amigos, capturado por soldados, espancado e humilhado por todos, condenado pelo poder local, morto com criminosos, todos eles controlados por deus.

Adoro! Mas, no final de contas, quem vai para o inferno sou eu, que sou má pessoa, que só digo blasfémias.

A sério que isto faz sentido para alguém?

A sério que tudo isto era necessário e tinha de ser assim?

"Ah e tal, porque ele deu a vida por nós". Deu. Deu a vida para que, a troco de algumas moedas e alguns sacrificiozinhos, alguns tivessem a possibilidade de ser julgados no final da vida. E eu, que dou sangue de 6 em 6 meses? Também salvo vidas, e em troca só peço duas bolachas maria e um sumo de ananás. No dia do meu aniversário ninguém enfeita pinheiros. Já me deram ouro, mas o incenso tenho de ser eu a comprar e nunca ninguém me deu mirra (que nem sei o que é). E de certeza que, segunda-feira, ninguém na ZON estará a festejar com amêndoas e ovos de chocolate o meu regresso. 

Também estive 3 dais fora, bem merecia...

sábado, setembro 03, 2011

Cheira-me a...

A verdade que tão bem conheço. A verdade que me perturba e me impede de fazer o que quer que seja convenientemente. Bem que já devia estar habituada. Mas é mais forte do que eu. Impossível resistir. Impossível ser indiferente.

Impossível fazer de conta que aquele cheiro não chega até mim. não se limita a ficar-se pelas narinas, passando directamente ao cérebro. E o cérebro começa a divagar, a pular de pensamento em pensamento. Todos eles com algo comum: em nada se relacionam com o que seria suposto estar a fazer. Todos eles me transportam para lugares diferentes, bem diferentes, do actual, para experiências novas, para caminhos que continuo sem saber se quero percorrer.

Estupidamente, continuo a rir. Continua a existir um interruptor que se acciona com pequenas coisas, coisas insignificantes para o mundo e para os Homens. E quando está on é sempre assim. Até parece que o mundo é mais perfeito, ou sou eu mais imperfeita. de qualquer forma, tenho sempre desculpa para poder errar.

sábado, agosto 27, 2011

Vida lá Fora

Sempre que se coloca a hipótese de haver vida fora do Planeta Terra, pensamos sempre que essa vida é inteligente e estão sempre mais evoluídos do que nós. E se a realidade for diferente? Adorei o filme Planeta 51. A ideia de ver as coisas ao contrário.

Uma população de um planeta inteiro com a ideia de que o Universo é comporto por cerca de 500 corpos celestes, que inclusive gozam com o único ser do planeta que está certo nessa temática; apesar de ainda assim estar muito muito longe daquilo que hoje conhecemos e temos como correcto.

E um dia chega lá um humano e tudo fica de pernas para o ar. Mas na maioria das vezes que imaginamos/abordamos este tema o cenário é sempre: estamos a ser atacados.

E porque não fazermos um filme onde sejamos visitados e visitemos outros seres para, por exemplo, tomar chá?

segunda-feira, agosto 22, 2011

Infinitamente Finito

Infinito como o mar, como o céu e o universo. Infinito como o horizonte e como o ser. Infinito como a percepção e como a vontade. A vontade que tudo pode e que tudo deveria puder. A vontade que é maior do que eu, do que tu, do que todos nós.

O ser é, por natureza, rebelde, insatisfeito e inconformado. Rebelde porque não aceita as amarras que a vida lhe tenta impor. Rebelde porque assim é e assim deve ser.

Insatisfeito porque o desejo de ter mais e de ser mais é maior do que tudo e todos e é maior do que a sua essência. Insatisfeito porque, lá bem no fundo, sabe que tem todo o potencial para ser o todo de tudo que o rodeia.

Inconformado porque é rebelde e insatisfeito. Inconformado porque tudo pode ser diferente, e porque tudo é diferente do que deveria ser, mas não importa porque pode ser que um dia seja.

Quer dizer, bem vistas as coisas, o mar, o céu e o universo são finitos, mas talvez tudo o resto não seja...

sábado, agosto 20, 2011

Estranha Forma de Vida

Tudo bem. Aceito que me digam que a vida por si só já é bastante estranha...

Quantos já se pararam a si mesmos de abrir uma pesquisa no google? Mesmo estando sozinhos. Fugindo de si mesmos e da sua vontade. Aconteceu-me. Acontece-me ultimamente com mais frequência do que seria desejado. Sempre o mesmo tema, ou algo a si relacionado. Sempre a vontade de querer saber mais contra a vontade de não atirar mais lenha para uma fogueira que já arde há tempo demais e nunca deveria ter sido acesa. Olho para as suas chamas e vejo as imagens de todas as bruxas nelas queimadas. A igreja dizia acreditar que através do fogo se purifica. Se assim for, neste momento podem tratar-me por deus, porque tenho em mim toda a pureza do mundo.

A velha guerra ancestral, anterior a mim, anterior à minha espécie, de uma vontade contra a outra. Uma vontade de querer gostar de algo, contra a vontade de nem me aproximar porque já sei que não gosto e não vou gostar, mas se gostasse iria odiar. E nem sei bem o que faço ou o que falta, porque falta tanto e tanto e, para piorar, as pequenas coisas dão a ilusão de que estamos quase lá. Como se apenas o facto de uma borboleta existir fosse o suficiente para acreditar na beleza do mundo.

Só que o mundo não é belo, nem as suas coisas ou as suas gentes. É feio e tudo me deixa irritada, como os barulhos dos objectos do dia-a-dia que ouço neste momento mas não deveria ouvir. Irrita-me a falta de controlo, a falta de segurança e a falta de uma vontade só, que não me dividisse em mil numa apenas. irrita-me estar aqui sentada a escrever sobre estas coisas, que deveriam passar-me ao lado, mas que me tocam, nas quais eu toco, mesmo sem querer, querendo com a outra vontade (que parece ter vindo a ser a mais forte).

Irrita-me. Irritam-me. Será que o tempo apaga tudo? Ou será que apenas enterra, sobre as suas areias, areias essas que com a chegada dos ventos do Outono, se afastam e voltam a deixar a descoberto a ferida mal sarada (não sarada de todo)?

Feridas que não queremos, mas que fazemos a nós próprios com os punhais daquilo a que muitos chamam inteligência humana, mas que para mim não passam de tretas. Feridas abertas, sangrentas, sangradas. Que um dia irão fechar.

Mas se não fecharem, um dia, iremos gangrenar. De dentro para fora.