Vivo numa teia que me rodeia
que me enrola e me desfeia
como uma bola, volta e reviravolta,
um ciclo que me controla e não me solta.
Se fosse um casulo a me acolher
eu me transformaria, poderia renascer,
uma metamorfose, um renascimento real,
e eu seria uma bela mariposa, sem igual.
Voaria pelo céu com asas coloridas,
esvoaçando com graça em danças indefinidas,
soltando amarras, deixando a teia para trás,
uma borboleta liberta em busca da paz.
Teia de Liberdade
Envolta em asas de borboletas,
sinto-me desperta de insônias,
elas me levam a desprender
do chão, da terra, do mar.
Na proteção delas, seguirei
de olhos fechados, viverei,
só quero me desligar
do mal de perecer.
Elas me cobrem por inteiro,
enchem-me de leveza,
com penas de tinteiro
no azul delicadeza.
Metamorfoseio, é nova vida,
terei a liberdade na lida,
saberei bem rodopiar,
no bem caminhar.