O R. é agressivo. Maltrata e pontapeia todos os que se aproximam. Hoje durante a noite, devido à medicação que agora toma para se acalmar, dormiu calmamente, quietinho e descasado. Fui-lhe mexendo, alternando as posições no leito, para que os ossos não lhe furem a pele. Está muito magrinho.
Acorda normalmente aos gritos repetitivos e insultuosos. Manda-me à merda mal me vê. Chama-me feia, porca e diz que cheiro mal. Quando pode encolhe e estica a perna com toda a força que tem (e é muita entenda-se) e acerta-me o mais próximo do estômago que consegue. Na semana passada simulou uma festinha na cara e ao aproximar-se cerrou os dentes e acertou-me um pequeno sopapo.
O R. não é mau. É difícil. Mas hoje, o R. acordou calminho. Chamou-me Diana, Oh Diana… o banho sabe – me tão bem… oh Diana a água está tão quentinha, oh Diana… dá-me iogurte… oh Diana fica aqui… Oh Diana…
O R. hoje encheu-me o coração. Não precisei de lhe ralhar, de o corrigir, de o amarrar. Não limpei o iogurte cuspido do meu cabelo, nem fiquei com nenhuma dor.
Assim começa a mudança. E assim me orgulho do meu trabalho. E agradeço.
Acorda normalmente aos gritos repetitivos e insultuosos. Manda-me à merda mal me vê. Chama-me feia, porca e diz que cheiro mal. Quando pode encolhe e estica a perna com toda a força que tem (e é muita entenda-se) e acerta-me o mais próximo do estômago que consegue. Na semana passada simulou uma festinha na cara e ao aproximar-se cerrou os dentes e acertou-me um pequeno sopapo.
O R. não é mau. É difícil. Mas hoje, o R. acordou calminho. Chamou-me Diana, Oh Diana… o banho sabe – me tão bem… oh Diana a água está tão quentinha, oh Diana… dá-me iogurte… oh Diana fica aqui… Oh Diana…
O R. hoje encheu-me o coração. Não precisei de lhe ralhar, de o corrigir, de o amarrar. Não limpei o iogurte cuspido do meu cabelo, nem fiquei com nenhuma dor.
Assim começa a mudança. E assim me orgulho do meu trabalho. E agradeço.