31.7.07
30.7.07
Ingmar Bergman (1918-2007)
Publicada por João Ricardo Branco em 10:27 0 comentários
Etiquetas: Ingmar Bergman, obituário
26.7.07
25 Anos Depois
Será sobretudo entusiasmante descobrir o que fez Ridley Scott no seu Final Cut e poder finalmente ver em DVD pela primeira vez a superior Theatrical Version, visto que, até agora, só o menor (mas magnífico) Director's Cut tinha edição em DVD.
A edição estará também disponível em HD-DVD e Blu-Ray, esperando-se, portanto, uma das melhores edições alguma vez feitas. Dia 18 de Dezembro nos EUA.
Publicada por Miguel Galrinho em 17:03 2 comentários
Etiquetas: Blade Runner, Ridley Scott
21.7.07
Stromboli, Terra di Dio
À parte preferências pessoais – confesso que as minhas recaem sobre o avassalador Europa 51 que lhe sucede - é impossível ficar indiferente perante Stromboli. A imediata referência à “magia do cinema”, sempre tentadora, é aqui um caminho de equívocos. Porque, se existe uma presença quase opressora de forças sobrenaturais a dominar qualquer sala em que se projecte Stromboli, ela nada tem de mágico.
Apesar de escondida durante quase todo o tempo, a verdadeira motivação é explicitada logo na primeira imagem. Junto com um gigantesco “STROMBOLI” surge uma espécie de sub-título – a tal “TERRA DI DIO” que complementa o título original. Os dois substantivos, a “TERRA” e “DEUS”, estipulam assim, desde o inicio, dois dos três pilares que vão suportar toda a obra. O terceiro elemento é, naturalmente, Ingrid Bergman, ou Karin Jones, a mundana, a estrangeira, no sentido mais radical do termo àquela TERRA, cuja presença despoleta toda a cadeia de eventos. É da fricção constante de Karin (Ingrid) com a TERRA que vive Stromboli, e da omnipresença não consubstanciada de forças que parecem prendê-la a um lugar que, fisicamente, faz tudo para renegar. Essa presença domina o ar, os elementos, a sala de cinema, mas é sobretudo interior ao personagem – e interioriza-se no espectador, daí o incómodo que partilhamos com Karin – e tem tanto de elusivo como de real na forma como se sente cá dentro e na sua dimensão de desconhecido incontrolável.
Ao ver o filme pela primeira vez senti algo que identifiquei como uma empatia pela forma como Karin reagia perante a primitividade da ilha e as reacções dos seus habitantes. A dimensão do desconforto não podiam porém ser justificadas por tão pouco. Só dias ou talvez semanas depois me apercebi do que se tratava. Partilhei pois o incómodo de Karin, mas não era a fricção exterior que me perturbava, mas a convulsão interior. Aquela presença espiritual, ao mesmo tempo ligada a mim e exterior a mim. Só um realizador tocado pela Graça poderia conseguir tal efeito: consubstanciar DEUS no interior de um espectador ateu. E só uma actriz divina conseguiria ser o veículo de tal mensagem. Acredito que apenas Rossellini e Ingrid Bergman poderiam tê-lo conseguido. Acredito que, se DEUS existe, então a Graça juntou-os neste filme. E acredito que, se existem manifestações divinas na Arte, então STROMBOLI é o seu exemplo cinematograficamente mais relevante.
É impossível terminar sem referir os últimos quinze minutos de filme, quando Karin parte na mais desesperada das fugas. A erupção do vulcão que quase provoca a sua morte física é a chave para a revelação, para um novo mundo diante dos seus olhos. A cadeia inverte-se, são agora os elementos, a TERRA, que ditam a transformação de Karin. E é ela quem pronuncia, repetidamente o nome que a tudo dá sentido –“ DEUS, DEUS MEU, DEUS MESICORDIOSO!!”. Tal como Karin, só aqui o espectador percebe toda a dimensão do que viu – e sentiu – antes. As palavras serão sempre poucas para descrever a transcendência destes momentos e por isso aqui termino em silenciosa reverência.
Publicada por Anonymous em 20:56 1 comentários
Etiquetas: Deus, Roberto Rossellini, Stromboli
19.7.07
Cinema em Ebulição
Publicada por João Ricardo Branco em 21:45 0 comentários
Etiquetas: 2007, Grindhouse, Quentin Tarantino, Verão
E Deus criou a Mulher...
A adoração de Tarantino pelo Feminino é algo já muito conhecido e parte integral da sua filmografia. Uma Thurman e Pam Grier encarnaram exactamente isso em Kill Bill e Jackie Brown. Mas Death Proof é diferente de tudo o que o realizador fez até então neste e em muitos outros domínios. A mulher é aqui vista enquanto entidade colectiva e é de facto impressionante a veracidade crua da interacção entre os vários corpos e vozes femininas, que desta forma se vão tornando em mulheres e personagens de corpo inteiro, lançando o seu irreversível feitiço sobre a câmara.
Quem desconhecesse o assunto em questão diria que se trata de um filme completamente diferente do que realmente é. A realidade é que Death Proof foi inicialmente concebido como uma homenagem ao cinema underground dos anos 70, glorificado nas salas de cinemas Grindhouse, título da double-feature convocada por Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, em que os dois filmes, Planet Horror e Death Proof, foram exibidos numa só sessão com o requinte da feitura de trailers falsos alusivos ao tributo. Devido ao flop nas bilheteiras americanas este evento foi dividido nas suas versões completas para distribuição internacional.
Publicada por Nuno Gonçalves em 17:08 0 comentários
Etiquetas: 2007, Death Proof, Grindhouse, Quentin Tarantino
17.7.07
Do célebre diálogo sobre o significado da canção Like a Virgin de Madonna (Reservoir Dogs) à sublime sequência da morte de Bill (Kill Bill), passando por uma das mais adultas e comoventes história de amor que já se contou (Jackie Brown), Tarantino foi sempre o cineasta da reinvenção, da explosão de criatividade e nunca o mimo recreador de tardes passadas em frente de um televisor de clube de vídeo que muitos injustamente o acusaram de ser.
Infelizmente, Death Proof parece querer provar o ponto dos críticos militantes de Tarantino. De facto, estamos perante pouco mais que uma colagem de citações, errática e cansativa na sua vacuidade, onde os maneirismos visuais onanistas sobrepostos a diálogos gratuitos tomam o lugar das personagens. Na ausência do mais tímido esboço credível de narrativa, salvam-se por comparação o divertido “boneco” de Kurt Russell e uma eficaz sequência de perseguição final, deixando no entanto a obra muito longe da redenção.
No meio de todo o espalhafato e esbracejar, Death Proof é um nado morto, tomado por uma preguiça e diletância generalizada. Aguarda-se pois um urgente regresso de Tarantino com uma retumbante prova de vida cinéfila.
Publicada por Anonymous em 22:17 2 comentários
Etiquetas: 2007, Death Proof, Grindhouse, Quentin Tarantino
16.7.07
Criterion em Julho
Este mês compra-se tudo...com destaque para a box Teshigahara. Detalhes das edições:
Ace in the Hole de Billy Wilder
Ivan's Childhood de Andrei Tarkovsky
Les Enfants Terribles de Jean-Pierre Mellville
Three Films by Hiroshi Teshigahara (Woman in the Dunes, Pitfall, The Face of Another)
Publicada por Paulo Albuquerque em 15:17 1 comentários
Etiquetas: Criterion
8.7.07
Crónicas Cinematográficas de Verão
Foi com isto em mente e o calor em fundo que me desloquei à sala de cinema mais próxima para ver «Live Free or Die Hard», o filme que marca o regresso do mítico John McClane. É verdade que o trailer não augurava nada de especialmente memorável (mas quantas vezes nos surpreendemos?). Também é verdade que Len Wiseman não é um autor como John McTiernan (mas Renny Harlin também não é e não é por causa disso que «Die Hard 2» deixa de ser um grande filme). E é igualmente verdade que na sua génese os filmes com John McClane são mais filmes de Natal do que filmes de Verão (mas essa é outra conversa…).
É verdade tudo isso. Mas nada melhor – pensei eu – do que reencontrar uma velha personagem de infância e o transbordante carisma de Bruce Willis (talvez a última grande star do cinema de acção norte-americano). Pensei mal! Nada pior e mais deprimente do que isto! Chega a ser confrangedor observar John McClane (uma apagadíssima sombra daquilo que foi) a passear-se pelas mais enfadonhas cenas de acção que se podem imaginar, ao sabor de um argumento tão patético que só encontra paralelo no inacreditável vilão escolhido. Como se já não bastasse, deparamo-nos também com uma total ausência de base dramática, quer no plano geral quer no plano familiar: John McLane parte em salvação da filha como se estivesse à procura do gato da vizinha do lado; e se o caricatural e unidimensional «mundo» deste filme está em risco, então apetece ser Snake Plissken – sobretudo do «Escape From L.A.», um fabuloso «filme de Verão» – por um dia e mandar tudo pelos ares!
Uns dias antes, eu e vários membros deste blog tínhamos ido à antestreia do «Transformers», programado para passar em projecção digital (factor mais atractivo do que o filme em si). Sucede, no entanto, que a mestria técnica da Lusomundo colocou os espectadores perante um profundíssimo dilema existencial (que jamais pensaria que me fosse colocado numa sala de cinema): a) ou assistem à magnífica projecção digital de «Transformers»… sem som; b) ou (alternativa fascinante) podem usufruir em pleno do som do filme se optarem por assistir à projecção da cópia normal, meticulosa e competentemente desfocada! É claro que «abandonar de imediato a sala» seria sempre uma prometedora terceira opção, mas o peso da inércia fez-nos permanecer sentados a observar as diligentes tentativas da Lusomundo para estabelecer uma quarta e inesperada opção: ver o filme em projecção digital e com som! Nada feito. Após 4 ou 5 tentativas de projecção digital (todas sem som, à excepção de uma em que pudemos ver o genérico do filme ao som da rádio que servia de música ambiente do Cinema) foi-nos imposta a fascinante opção b).
De modo que ver o novo filme de Michael Bay (este sim, ao contrário de Len Wiseman, um verdadeiro autor… apesar de fraquinho) devidamente desfocado foi o nosso destino. O interesse que poderia residir neste filme estaria à partida na possibilidade de recriar em cinema uma mítica série de infância (de novo a infância como desculpa). E a verdade é que durante uma boa parte da sua duração, «Transformers» estava a ser bom entretenimento, com uma gestão minimamente controlada da acção, uma veia cómica interessantíssima e um lado humano minimamente composto. Mas depois o filme descontrola-se, dramatiza-se artificialmente e, enfim, perde coerência e consistência. A projecção, essa, manteve uma coerência e consistência inabaláveis: sempre certeiramente desfocada. Eis a era digital, segundo a Lusomundo (em rima perfeita com isto).
Resumindo e concluindo: estão difíceis estes tempos de Verão…
Publicada por João Ricardo Branco em 12:32 2 comentários
Etiquetas: 2007, Live Free or Die Hard, Transformers, Verão
1.7.07
Edward Yang (1947-2007)
Publicada por Paulo Albuquerque em 18:59 1 comentários
Etiquetas: Edward Yang