Uma trabalhadora da pousada de Elvas está a ser “obrigada” a deslocar-se para Beja, a mais de 160 quilómetros, para uma ação de formação, denunciou hoje Fernando Gomes, da comissão de trabalhadores do grupo Pestana.
“A trabalhadora, com dois filhos, de três e seis anos, está a ser obrigada pela administração do grupo Pestana a deslocar-se de Elvas para Beja, para aí receber formação em ambiente real de trabalho”, disse Fernando Gomes à agência Lusa.
A comissão de trabalhadores considera tratar-se de um processo “arrogante” e defende que a formação da trabalhadora podia ser feita numa outra pousada mais próxima da sua área de residência e de trabalho.
“A formação pode ser dada na pousada de Vila Viçosa, localizada a 33 quilómetros, em Estremoz, 43 quilómetros, ou em Évora, que fica a 85 quilómetros”, justificou.
Fernando Gomes acusou o grupo Pestana, concessionário dos direitos de exploração das Pousadas de Portugal, de “pressionar os trabalhadores para conseguir a sua saída da empresa através de processos amigáveis”.
“Porque é que obrigam esta trabalhadora, com dois filhos menores, a fazer 326 quilómetros por dia? Fazem-no para que a mesma não cumpra e, assim, lhe instaurem um processo disciplinar com vista a despedimento por justa causa”, argumentou.
O mesmo responsável qualificou como “inaceitável e extremamente desumano” o facto de “a empresa obrigar a trabalhadora a fazer esta deslocação”.
A trabalhadora em causa trabalha na pousada de Elvas, a mais antiga de Portugal, há 11 anos.
FONTE: DESTAK