sábado, 30 de março de 2019

Mudança da hora

30 de Março de 2019
O Parlamento Europeu defende fim da mudança da hora, tendo ido a votos esta terça-feira e mostrou-se a favor da proposta da Comissão Europeia.
Esta votação resultou: 410 votos a favor, 192 contra e 51 abstenções.

No entanto, esta decisão só deverá ser aplicada daqui a dois anos, em Março de 2021.
Mas a Comissão Europeia determinou de que caberá a cada país decidir se quer aplicar a hora de Inverno ou de Verão. Esta decisão deverá ser comunicada à Comissão Europeia até 1 de Abril de 2020.

Sabe-se que o Governo português já avisou a União Europeia que pretendia manter o regime de mudança da hora, baseando-se no relatório elaborado pelo Observatório Astronómico de Lisboa.
A União Europeia deu aos países membros a possibilidade de realizarem as suas próprias consultas públicas e avaliações de impacto, o qual concordo plenamente.

Já anterior me manifestei e continuo com a mesma ideia de manter sempre o mesmo horário. Espero que se façam principalmente as tais consultas públicas sugeridas pela UE.
É de lembrar que no Verão a UE realizou um inquérito online, no qual os portugueses que votaram, a maioria 79%, disseram estar a favor de manter o horário de Verão para sempre.
Enquanto não se souber a decisão final, lá teremos de aguentar mais uma vez a mudança da hora na noite de Sábado 30 Março 2019, para Domingo 31 Março 2019.

Os relógios devem ser adiantados em uma hora das 00:00 para as 01:00 horas.
Uma hora a menos, portanto uma hora de sono a menos!



Nota: imagens retiradas da net.

terça-feira, 26 de março de 2019

ORQUESTRAE - SOCIEDADE FILARMÓNICA QUIAENSE COM JOSÉ CID

24 de Março de 2019
José Cid atuou este domingo, pelas 16H00, com a Sociedade Filarmónica Quiaense. O concerto realizou-se no Centro de Artes e Espetáculos – CAE, no âmbito do ciclo de concertos Orquestrae, promovido pela autarquia figueirense, que junta bandas filarmónicas do concelho e artistas nacionais.

Orquestrae é uma iniciativa da Câmara Municipal da Figueira da Foz, em parceria com as Bandas Filarmónicas do Concelho, que tem como objetivo potenciar o desenvolvimento artístico e técnico das Bandas, proporcionando-lhes novas experiências musicais com artistas de destaque do meio musical português.”

“O mais antigo documento conhecido que se refere à Sociedade Filarmónica Quiaense tem a data de 14 de maio de 1824. No entanto, a sua formalização como associação só ocorreu em 25 de agosto de 1869 com a aprovação dos primeiros Estatutos. Tem um longo percurso dedicado em exclusivo ao ensino e divulgação da música, feito através da escola de música, coro litúrgico e filarmónica. Atualmente é composta por cerca de 55 elementos, a maioria com idade inferior a 20 anos, sendo dirigida pelo Professor e Maestro António José Loureiro Jesus.”

José Cid é atualmente o mais importante cantor e compositor do pop rock português, e um ídolo da juventude, que vê nele uma referência da música atual. Poeta, compositor, instrumentista, produtor, músico e protagonista de sua própria obra, José Cid tem nas suas origens, como referência, o jazz, o fado, a bossa nova e o rock sinfónico. Com o tempo foi evoluindo para uma pop muito pessoal e poética, enquanto a sua voz lhe permite estar a um nível internacional que surpreende. O seu último disco, "Menino Prodígio", foi nomeado pela SPA, em fevereiro de 2016, para o melhor álbum de música portuguesa do ano. Em 2018, recebe o Globo de Ouro da SIC.”
O José Cid esteve connosco e fez questão de partilhar algumas das suas canções, o que proporcionou momentos bonitos. Sempre à sua maneira interagiu com o maestro, músicos e orquestra, com uma simpatia e simplicidade, que só os grandes seres humanos são capazes.
Foi um concerto que gostei de assistir por ter mostrado, mais uma vez, ser um grande profissional, um grande artista e um grande homem de bom coração.
Este espetáculo ficou marcado também por aquilo que será um marco histórico, ao nível da cultura, pelo anúncio publico do José Cid, que era seu desejo deixar na cidade da Figueira da Foz todo o seu espólio cultural.

Importante dádiva, que deixa a autarquia com uma grande responsabilidade e também os figueirenses cheios de orgulho.

Uma tarde memorável!

segunda-feira, 25 de março de 2019

FOMOS AO TEATRO A LISBOA

“A SEVERA” DE FILIPE LA FÉRIA
TEATRO POLITEAMA
21 de Março de 2019

Olhar Preambular ao Passeio
“Segundo o programa deste passeio, o autocarro sairia do largo da Igreja de Tavarede. Segundo a minha ótica, desde que se deu a requalificação da rua A Voz da Justiça, o largo da Igreja deixou de existir como tal, passando a ser uma simples via rodoviária, com estacionamento de automóveis em local proibido que as autoridades permitem. E repito, que permitem, porque diariamente esta situação acontece aos olhos de todos, inclusive das próprias autoridades que por ali passam, julgo eu. A não ser que ninguém com autoridade por ali não circule?!”

Sendo assim, a partir de agora a minha redação será a seguinte:
Pelas 13H00 deveríamos partir junto à Igreja de Tavarede, em autocarro em direção a Lisboa (o que só aconteceu pelas 13H20), para assistirmos ao novo espetáculo de Filipe La Féria, o musical “A Severa”.

Por volta das 16H00 deveríamos ter tido uma visita ao Museu de Lisboa / Teatro Romano.
Já não faltava muito das 16H30, quando o autocarro nos deixou em frente ao Museu do Fado, no Largo do Chafariz de Dentro. Dali iniciámos a subida até ao princípio da Rua de São Mamede, que já não tem o significado religioso nem espiritual que então significava uma ida ao teatro. Mas certamente é um bom local para descobrir algumas das páginas da história da cidade, ali apresentadas em camadas (como se fosse uma cebola), tal como disse a guia que nos acompanhou na visita.
Localizado na zona histórica da cidade, na colina do Castelo, este núcleo do Museu de Lisboa pretende revelar o que foi um dos monumentos mais importantes de Olisipo.
A visita a este espaço proporcionou-nos uma viagem no tempo até ao início do século I d.C., tentando descobrir e compreender as ruínas do Teatro Romano abandonado no século IV d.C., e descoberto após o terramoto de 1755 durante a reconstrução pombalina. A visita iniciou-se com o percurso descendente que nos foi revelando as ruínas romanas e outros espaços, como um edifício do século XVII e um espaço industrial dos finais do século XIX. A seguir fizemos a visita ascendente e terminamos num terraço com uma vista surpreendente da cidade ribeirinha, com o rio em todo o seu esplendor.
O museu encontra-se assim instalado em dois edifícios de distintas épocas, um setecentista e outro dos finais do séc. XIX, exemplar da arquitetura industrial e onde funcionou uma tipografia e uma fábrica de malas.
Esta construção foi recuperada e adaptada para a instalação do anterior Museu do Teatro Romano. O Museu de LisboaTeatro Romano compreende área de exposição de longa duração e campo arqueológico.
Depois desta visita regressamos pelas mesmas ruelas do bairro de Alfama, onde podemos apreciar as caraterísticas deste local com os seus muitos restaurantes e casas de fado. O autocarro estava à nossa espera perto do Museu do Fado.
Dali fomos até aos Restauradores onde nos apeámos. Dirigimo-nos até junto ao Politeama onde foram distribuídos os bilhetes para assistirmos ao espetáculo “A Severa”.

Como ainda faltava algum tempo para o jantar, fomos até Confeitaria Nacional, um estabelecimento muito antigo no centro histórico da cidade, na Praça da Figueira, com uma fantástica arquitetura e design interior. Ali podemos encontrar uma grande variedade de pastelaria. Optámos por comer um salgadinho e beber uma imperial, para aconchegar o estômago.
Voltámos nas calmas às Portas de Santo Antão, onde escolhemos jantar no Restaurante O Churrasco, com um ambiente rústico e simples, onde se pode apreciar o melhor franguinho da capital. Escolhemos umas batatas às rodelas, sempre quentes e acabadas de fritar, e uma salada mista muito bem temperada, foram o acompanhamento perfeito. Regámos este repasto com um bom vinho branco João Pires Região da Península de Setúbal. Para terminar a opção foram saladinhas de fruta, cafés e as célebres ginjinhas.

Estávamos prontos para assistir ao espetáculo que nos trouxe a Lisboa. Mas antes ainda tivemos tempo de dar um pequeno passeio até à Praça do Rossio, Restauradores, terminando novamente nas Portas de Santo Antão, em frente ao Teatro Politeama. Eram 21H15, hora de entrarmos para assistirmos ao espetáculo.
Às 21H30, começou o Musical Severa, “sobre a mítica fundadora da Canção Nacional, a fadista que ficou na História como a primeira cantadeira de Fado narrativa imortal de amor e paixão entre o Conde de Marialva e a célebre fadista, Maria Severa Onofriana (1820-1840), meretriz, cigana e cantadeira, marginal e transgressora, unanimemente considerada a criadora e fundadora do fado. Vinda com o seu cantar das ruas e vielas, das tabernas, das esperas de touros, das casas de meia-porta, das esferas mais desfavorecidas da Lisboa oitocentista, a sua história evoca os amores do Conde Vimioso, aristocrata marialva e boémio, com a célebre cantadeira, referência e símbolo da mitologia fadista cantada em poema de fados, no Teatro, no Cinema, nas artes visuais.

Severa, transportou-nos ao século XIX em Portugal, às esperas de touros, às tabernas da Mouraria, aos salões da aristocracia, à guerra entre liberais e absolutistas e à vida da criadora do Fado, num espetáculo glamoroso, romântico e pleno de emoção e aventura. Severa, é a alegoria perfeita do labirinto de paixões e conflitos que marcou o Fado.

Assistimos a um espantoso espetáculo com um grande elenco de artistas, cujos protagonistas foram Carlos Quintas, Filipa Cardoso e Dora, entre mais de 30 atores, cantores e bailarinos.
Saliento ainda as interpretações fantásticas dos artistas menos conhecidos, mas não menos importantes no desenrolar desta história, que Carlos Quintas, o Almeida Garrett, nos conta cantando.
É-nos permitido descobrir o amor de Custódia, um mendigo da Mouraria, por Severa, interpretado por Filipe de Albuquerque. Quero aqui destacar este jovem que foi simplesmente espantoso. A sua expressão corporal e facial, aleadas a uma bonita voz, levou-nos a sentir emoções intensas.
Sem dúvida não me vou esquecer tão depressa desta extraordinária interpretação.

A Severa e o Conde de Vimioso destacam-se como personagens desta história:
Mas não podemos esquecer de Mangerona e da Marcolina, os donos da taberna:
Romão, um alentejano negociador de cavalos:
Malhada e Gabriel, ela uma empregada com tuberculose e ele um escravo negro:
Timpanas, o cocheiro mais famoso de Lisboa:
D. José, amigo das noites boémias do Conde de Vimioso:
Marquesa de Seide, que tem adúltero caso com o Conde de Vimioso:
D. Maria II, rainha de Portugal:
Marquês de Seide e Cónego:
Personagens e elenco:
Severa – Anabela e Filipa Cardoso;
Marialva – Bruno Xavier;
Custódia – Filipe de Albuquerque;
Almeida Garrett – Carlos Quintas;
Mangerona – João Frizza;
Marcolina e Rainha – Yola Dinis e Carla Vasconcelos;
Marquesa de Seide – Dora;
Marquês de Seide e Cónego – Fernando Gomes;
Tia Macheta – Cristina Oliveira;
Romão – Francisco Sobral;
Timpanas: Rui Vaz;
D. José – Ricardo Soler;
Malhada – Carina Leitão;
Gabriel-David Gomes;
Chica Russa e Baronesa – Rosa Areia;
Intendente e Cego – Paulo Ferreira;
Cabo e Faia – João Albuquerque Alves;
Camareira e Dama – Catarina Pereira, Paula Ribas, Catarina David, Fabiana Sousa e Leida Fernandes;
Faia, Cigano e Fidalgo – Augusto Gonçalves, Hanler Gutierrez, Jorge Michael e Luís Silvestre;
João Ninguém: João Pereira, Salvador Pires, Santiago André e Tomás Esteves.
Direção Musical e Orquestração: Miguel Amorim; Músicos: Miguel Amorim, Jorge Fernando, André Dias, Miguel Camilo, António Barbosa, Sofia Azevedo, Guilherme Banza, Rogério Ferreira, Pedro Azevedo, João Núncio e colaboração do Mestre Arménio Melo. Produção Musical Miguel Camilo; Direção Vocal: Tiago Isidro, com colaboração de Dale Chappel;
Música: Miguel Amorim e Filipe La Féria. Dois Fados de Jorge Fernando.
Figurinos: José Costa Reis; Coreografia: Marco Mercier;
Dramaturgia: Helena Rocha, João Frizza e Filipe Albuquerque; Desenho Cenográfico: Bruno Guerra; Desenho de Luz: João Fontes; Desenho de Som: Jorge Pires.
Reportagem webtvp realizada por Nunes Forte para divulgação promocional na internet.


Por ser proibido tirar fotos durante o espetáculo, e para enriquecer esta minha publicação utilizei as Fotografias da Severa: Arlindo Homem - https://infocul.pt/

sexta-feira, 15 de março de 2019

Almoço no restaurante “A Cantarinha”

15 de Março de 2019

Este nosso almoço foi principalmente dedicado a um prato de comida tradicional portuguesa, não muito habitual nesta nossa região da Beira Litoral e por isso teve de ser combinada com o proprietário deste restaurante o senhor Vítor:

“Pezinhos de Coentrada”

Foi no Restaurante “A Cantarinha”, um espaço intimista e com um serviço de qualidade, o que aconteceu também hoje com o nosso pitéu.

A refeição foi-nos servida na Esplanada Fechada, onde numa mesa de 10 pessoas se reuniram: Zé Manuel e Mirita; Ramiro e Cristina; Tó Simões e Ilda; Edite e Luís; Zé Santos e neta.

Queremos desde já agradecer a excelente receção e simpatia com que fomos atendidos!! Foi tudo perfeito, desde as entradas ao prato principal.

De seguida vou colocar algumas fotos onde não estão presentes todos os convivas, porque não fui eu a tirar as fotografias. Foram estas que tive o prazer de receber, o que agradeço.
Estas foram na Serra da Boa Viagem:

domingo, 10 de março de 2019

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Os almoços das MULHERES e dos seus homens… em separado, como é óbvio!...

08 de março de 2019


O restaurante Caçarola 1 foi inaugurado a 15 de Maio de 1976, na Rua Cândido dos Reis, 65, Figueira da Foz. É um espaço acolhedor, com um ambiente familiar, onde qualquer pessoa se sente bem e encontra a refeição que procura.
Na ementa pode-se encontrar uma enorme variedade de opções gastronómicas que refletem a diversidade da sua cozinha.

Foi neste restaurante Caçarola 1 que as nossas MULHERES quiseram comemorar este Dia Internacional da Mulher.
O prato principal escolhido foi Sável Frito com Açorda de Ovas, que estava excelente. Quanto ao atendimento foi muito atencioso e competente.
Ainda tiveram a simpatia de oferecer a cada uma das senhoras uma flor, uma gerbera, um gesto muito bonito a não esquecer.

Quanto aos seus maridos, para não ficarem sozinhos tiveram que se unir e fazerem-se à vida, ou seja, desenrascarem-se.
Mas também podem dizer que não ficaram pior.
Escolheram o restaurante O Grazina, no Largo dos Armazéns de Lavos, para degustarem umas belas Enguias fritas como entradas e em seguida uma caldeirada de enguias, como era de prever.

As enguias estavam saborosas. A qualidade e a simpatia continuam sempre presentes.

Após os dois repastos em separado, os casais tornaram a juntar-se, pois que o dia ainda não tinha acabado e cada um tinha outros afazeres pessoais obrigatórios e responsabilidades a cumprir.

Uma ótima comemoração do Dia Internacional da Mulher.

quarta-feira, 6 de março de 2019

PASSEIO AO VIII FESTIVAL GASTRONÓMICO DA CHANFANA DA LOUSÃ

27 de Fevereiro de 2019

Marcámos para as 10H00 a saída para este nosso passeio até à Lousã.
Desta vez o nosso grupo foi composto por oito elementos, distribuídos por dois carros: um pertencente ao Rui e o outro ao Ramiro.
No automóvel do Rui Monteiro foi a sua esposa Isabel e o casal Zé Manel e Mirita. No veículo do Ramiro foi a respetiva esposa Cristina e o casal Vítor e Madalena Azenha.

Chegámos à vila da Lousã cerca das 12H00.
Tivemos algum tempo para dar um passeio até chegar a hora (13H00), para concretizar o principal objetivo de nos deslocarmos até esta região tão acolhedora, com a marca “Terras da Chanfana” que envolve os concelhos da Lousã, Vila Nova de Poiares, Miranda do Corvo e Penela.
É de salientar que este ano é a primeira edição depois de a Mesa Terras da Chanfana ter conquistado a distinção das 7 Maravilhas.
A Chanfana é um prato de origem popular tradicional de Portugal.

Tradicionalmente, a chanfana é um prato à base de carne de cabra, assada com vinho tinto, alho, louro e outros condimentos em caçoilas de barro preto, no forno de cozer a broa de milho. Habitualmente a chanfana era uma comida das ocasiões festivas dos povos da serra da Lousã, que só matavam a cabra – “mealheiro do serrano” – quando o animal já velho não podia dar mais leite, nem parir mais cabritos.

“Mas a história deste prato de chanfana, tem várias versões no seu aparecimento, das quais nenhuma é totalmente aceite, pois que sendo histórias populares estas carecem de fundamento histórico. Alguns registos apontam para o seu aparecimento aquando das Invasões Francesas no início do século XIX, na região centro, mais precisamente nos distritos de Viseu e Coimbra.
- Uma versão:  prato foi inventado pelas monjas do Mosteiro de Semide que, para evitar que os franceses lhes roubassem os rebanhos, mataram os animais e os cozinharam; e tendo os franceses envenenado as águas, as monjas utilizaram vinho para a sua confeção.
- Outra versão: as freiras desse mesmo mosteiro durante as invasões napoleônicas, em que os soldados teriam confiscado todos os animais para alimentação, sobraram apenas os velhos, considerados imprestáveis para alimentação, e teriam cozido as partes de cabras e bodes velhos em vinho.
- A chanfana é referenciada em escritos desde o séc. XVII (Miguel de Cervantes, Bocage, Nicolau Tolentino, Miguel Torga, entre outros), que referiam a esta iguaria como um prato pouco usado e aparecido do povo que tinha menos poder económico pelo que aproveitavam tudo o que poderia originar uma refeição, ou seja, tudo que tinham em casa: a cabra – que já não dava leite nem cabritos; o vinho – da própria adega; o louro; o alho; o azeite e o toucinho do porco.”

À parte estas histórias, bastantes importantes para nossa cultura geral, estava na hora de nos dirigirmos para o Restaurante escolhido para o nosso repasto, que foi a Casa Velha, “um restaurante amplo e acolhedor situado em pleno centro da cidade de Lousã. O nome foi herdado das instalações originais, que eram, efetivamente, uma "casa velha". Agora, a família proprietária está de pedra e cal num espaço novo, com excelentes condições, onde ainda se sente a atmosfera rústica, mas o que domina é, efetivamente, o profissionalismo e a simpatia.
De fato comprovámos integralmente o conteúdo deste texto que é do próprio restaurante.

A nossa ementa foi muito mais reduzida do que aquela que o restaurante tem disponível, mas foi também “recheada dos tais sabores irresistíveis”, que passou principalmente pela Chanfana à Moda da Lousã, que estava divinal, um verdadeiro manjar dos deuses.
Uma das nossas companheiras que não é apreciadora deste pitéu, problema dela, optou por uns Filetes de Bacalhau Fresco que segundo ela também estava uma delícia.

A qualidade da comida que nos foi apresentada foi tão boa que também não quero deixar de referir as entradas: Manteiga de Ervas do nosso Quintal, Azeitonas Temperadas com Alho, Azeite, Laranja, Limão e Tomilho, Favinhas com Chouriço Tostado e Cogumelos da Casa Velha.

Não podia deixar uma referência às sobremesas: Tigelada da Lousã, Tarte de Requeijão com Compota Caseira de Frutos Vermelhos, Pudim de Ovos à Antiga, Queijo da Serra com Compota Caseira de Frutos Vermelhos.
Quando chegámos fomos bem recebidos e encaminhados de imediato para a nossa mesa previamente reservada. O ambiente é muito agradável e o serviço foi exemplar. Todos os empregados foram simpáticos, muito atentos e sempre rápidos quando solicitados. Já conhecíamos este restaurante em anteriores visitas e sempre nos deixaram satisfeitos e com vontade de lá voltar.
É um Restaurante para fixar e experimentar sempre que possamos fazer uma passagem por esta região. Recomendamos uma visita!
Depois dum ótimo almoço e para que o nosso dia continuasse a ser um acontecimento digno de um passeio cheio de convívio e amizade, nada como um pequeno salto até à zona das Aldeias do Xisto, para podermos fazer uma visita pelo menos a uma das 27 aldeias, distribuídas por 16 concelhos, situadas em 4 regiões: a Serra da Lousã (12), a Serra do Açor (5), o Zêzere (6) e o Tejo-Ocreza (4).
Com o intuito de dar uma informação mais completa, aqui deixo o nome de todas as Aldeias e onde estão mais especificamente situadas:
- No concelho de Arganil: Benfeita e Vila Cova de Alva;
- No concelho de Castelo Branco: Martim Branco e Sarzedas;
- No concelho da Covilhã: Sobral de São Miguel;
- No concelho de Figueiró dos Vinhos: Casal de São Simão;
- No concelho do Fundão: Barroca e Janeiro de Cima;
- No concelho de Góis: Aigra Nova, Aigra Velha, Comareira e Pena;
- No concelho de Lousã: Candal, Casal Novo, Cerdeira, Chiqueiro e Talasnal;
- No concelho de Miranda do Corvo: Gondramaz;
- No concelho de Oleiros: Álvaro;
- No concelho de Oliveira do Hospital: Aldeia das Dez;
- No concelho da Pampilhosa da Serra: Fajão e Janeiro de Baixo;
- No concelho de Pedrógão Grande: Mosteiro;
- No concelho de Penela: Ferreira de São João;
- No concelho de Proença-a-Nova: Figueira;
- No concelho da Sertã: Pedrógão Pequeno;
- No concelho de Vila de Rei: Água Formosa.

Saímos então serra acima, com uma paisagem admirável. As mimosas pintavam toda aquele verde com tons de amarelo.
A 10 km da Lousã, com um acesso muito facilitado pois não é necessário fazer nenhum desvio, encontramos a aldeia do Candal, na vertente ocidental da serra onde é refrescada pela Ribeira do Candal. A maioria das construções da aldeia dispõe-se na encosta exposta a nascente, outras dispõem-se ao longo das outras encostas, todas convergindo para um mesmo ponto onde também se encontram as linhas de água. Esta é uma aldeia onde podemos desfrutar de uma belíssima vista sobre o vale depois de subirmos as suas ruas inclinadas. O nome Candal poderá estar associado à arte de trabalhar a pedra. “Cantar a pedra” poderá ter originado “candar” e depois Candal, ou seja, o local onde se canta a pedra. A história desta aldeia é comum às histórias das restantes quatro Aldeias de Xisto do concelho da Lousã. A fixação da população nestas aldeias serranas terá ocorrido a partir da segunda metade do séc. XVII ou pelo início do séc. XVIII. Até então a ocupação seria apenas sazonal, na primavera e verão, nomeadamente relacionada com atividades pastorais. 
Atualmente Candal é talvez a mais desenvolvida das aldeias serranas e talvez das mais visitadas, isto porque está situada mesmo à beira da estrada nacional e assim com uma acessibilidade mais privilegiada.
Mesmo à entrada podemos encontrar a Loja da Aldeia, gerida por um grupo de artesãos locais, onde podemos descobrir peças únicas de artesanato tradicional ou contemporâneo, para além de diversas iguarias serranas como os licores, os enchidos ou o mel, pão, queijo e doces à moda antiga.
Aqui podemos confortar o estômago com delícias regionais e saborear alguns licores.
A senhora que nos acolheu neste espaço, conversou connosco respondendo sempre com muita simpatia, lá nos foi elucidando de todas as dúvidas e deu-nos a conhecer o espaço “Restaurante Sabores da Aldeia”, onde um dia poderemos usufruir de um alugar tão acolhedor, que nos ficou na memória para uma futura visita à serra.

Esta Aldeia de Candal tem uma paisagem de sonho, com algumas ruínas e muitas casinhas, uma já reconstruídas outras ainda cobertas com musgos e diversas verduras caraterísticas, encobertas com a vegetação e o arvoredo. A subida terá de ser feita com muita calma e com a intenção da descoberta, na descida deparamos com uma encosta de casario em xisto, onde se adivinha muito esforço humano para as construir, é obrigatório parar e disfrutar...parece uma imagem irreal.

Chegados ao fim deste passeio só podemos mostrar emoção por visitar esta aldeia e com uma grande admiração ao nos interrogarmos de como era a vivência dos seus primeiros habitantes e como seria os meios e as dificuldades por que passaram.
Chegou a hora do regresso.
Com o aproximar da primavera as acácias abrem-se em flores amarelas que perfumam o ar. Já na subida e agora na descida da serra chamou-nos a atenção a quantidade de destas árvores que adornam a estrada e pintam de amarelo toda aquela verdura que enche as encostas da serra. Como era obrigação fiz algumas fotografias, com o automóvel em andamento, isto porque eu estava como pendura, para assim deixar registado todo aquele espetáculo de cor.

Atravessamos novamente a vila da Lousã na direção de Coimbra.
A nossa última paragem foi já em Tentúgal na Pastelaria A Pousadinha para podermos aconchegar mais um pouco as nossas barrigas com uns queijinhos frescos, pastéis e queijadas de referência deste estabelecimento.
Entretanto o tempo foi passando e chegou a hora de regressarmos às nossas casas.


Desejando que o próximo passeio, seja muito em breve.