Eu sempre fui muito responsável e organizada, desde pequenina. Lembro-me de chorar a caminho da escola por chegar sempre atrasada, culpa da minha mãe que chega atrasada a todo o lado... Para mim, quando me dizem que me entregam algo no dia 15, assumo que é dia 15, não 16 ou 17. Quando eu fico de entregar algo no dia 15, no 13 ou 12 já tenho pronto. Quando combino às 10h, chego às 09h55, não às 10h15.
Quando andava na faculdade, um semestre caí no grave erro de fazer apontamentos com mais 3 meninas. Uma, minha companheira de casa, cumpria o que assumíamos. As outras estavam-se literalmente a lixar para o assunto: combinávamos que todos os domingos enviaríamos um email às outras com os apontamentos da semana. Ora estas duas nunca, mas nunca o faziam. Estavam semanas sem mandar nada, se eu quisesse estudar bem que podia ir sonhando... uma altura, resolvi ter uma conversa sobre o assunto, estava farta! A resposta foi incrível "sabes Caixa, as pessoas têm problemas e coisas para fazer além disso, lamento que não tenhas...". O problema estava no facto de adorarem noitadas e a tuna, estavam no seu direito, mas se se comprometem comigo, cumprem! Mas não. Eu que trabalhava 9h por dia, estudava, jantava às 23h, fazia apontamentos à uma da manhã não entendia, que parva que eu sou! Fiquei posteriormente a saber que realmente eu sou insuportável e tenho a mania que sou boa. Tudo porque elas não cumpriam meses a fio e eu não gostava pá!
E agora, que tenho uma empresa, a coisa é levada ao grau máximo. Fornecedores que não cumprem são um sim, um não... constantemente. Tinha um que me tratava como se fosse atrasada mental quando abri a loja, porque eu tinha 22 anos e tal... até ao dia em que ouviu tanto, tanto, tanto, que a partir daí é Menina Caixa, Dona Caixa, Senhora Caixa...
Outro exemplo: há um mês e meio pedi um cartão de crédito no banco para pagar a um fornecedor americano, que só aceita esse pagamento. Demorava 15 dias, continuo à espera... daqui a pouco, Caixote chegando, vou armar o estendal no banco. Mas depois a culpa é minha, que sou antipática, não é?
E quem está mal sou eu, não é?