sábado, 21 de março de 2009

Há dias assim...

Devo confessar que não me costumo impressionar muito com pedintes/mendigos. Umas vezes porque até são gente nova e o meu primeiro pensamento é "Vai trabalhar que tens pernas e braços bons p'ra isso!". Outras vezes porque estão com uma garrafa de cerveja pousada ao lado e um cigarro na mão. Outras tantas porque simplesmente penso que contribuíram muito para estarem naquela situação.
Mas quinta-feira foi diferente e fiquei realmente incomodada. Ao ir para a Faculdade passei, como sempre, pelo Pingo Doce - lugar de paragem habitual para tudo quanto é pedinte. E estava lá um rapaz dos seus 29/30 anos, que ao que parece já é usual lá estar mas que eu nunca tinha visto. Ou não tinha reparado, o que é pior.
O que me saltou à vista foi o facto de que ele se fazia acompanhar de um gato cinzento preso por uma trela improvisada de cabedal. Às nove horas, quando passei, ele estava a pousar o gato no chão e arrancou um pedaço do pão que tinha na boca e disse "Toma lá".
À uma da tarde, quando fazia o caminho para casa, lá continuavam os dois. O gato já tinha uma saca de biscoitos de gato ao lado. E nesse preciso momento saía uma rapariga do Pingo Doce que, à porta, retirou uma lata de comida de gato das sacas e pousou-lha na mão.
E aquilo caiu-me tão mal... Quer dizer, dá comida ao gato e a ele nada?! O gato já tinha comida para três ou quatro dias, e o rapaz nada.
Continuei a andar. Mas já quase em casa pus-me a pensar que da próxima vez que o veja vou entrar e trazer uma saca com algumas coisas, pra um e pra outro. Dar só ao gato é, no mínimo, absurdo.

sexta-feira, 20 de março de 2009

É hoje!

É hoje o concerto de Jason Mraz no Porto. Lá estarei, sem falta, bem cedinho. :D Depois conto-vos como foi!


(Já foi... E A-M-E-I! Espectacular!)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Historinhas de encantar.

Já tive um amor que era para sempre. Entretanto o Para Sempre foi embora e só ficou o Amor, sentindo-se incompleto. Andou sozinho e infeliz durante quase um ano, lentamente pela rua a fora, recordando que neste restaurante tinha comido isto com o Para Sempre, que tinha assistido àquele filme no cinema com ele, que tinham conversado sobre este e aquele assunto, que tinham experimentado muitas coisas e conhecido outras tantas juntos.
Mas um dia o Amor sentou-se num café. E, finalmente, ao fim de tanto tempo, olhou para o lado e reparou que havia um Pode ser que dê certo com alguma piada, que por acaso já há algum tempo reparara no Amor.
Porém, durante mais uns meses o Amor pensou que não haveria hipótese com o Pode ser que dê certo, afinal ele não lhe dava a certeza do Para sempre.
Até que, um dia, o Amor conversou com o Pode ser que dê certo e resolveu aceitar o seu convite para sair. Sem grande vontade, diga-se de passagem...
Mas as coisas correram bem, e o Amor achou que o Pode ser que dê certo até tinha algum (bastante) interesse.
O Amor e o Pode ser que dê certo saíram juntos todos os dias a partir do primeiro dia em que o fizeram, e o Amor percebeu que o Para Sempre afinal já era somente uma História Mal Acabada.
Com o Pode ser que dê certo o Amor descobriu outros novos sítios, novos restaurantes, viu novos filmes, experimentou novas coisas e conheceu outras tantas mais.
Certo dia, o Amor olhou para o Pode ser que dê certo e percebeu que ele se transformara num Para sempre. Para sempre.

domingo, 1 de março de 2009

Plasticina.

Do alto dos meus 20 anos, e depois de algumas relações à mistura - umas boas, outras nem tanto - percebo (embora não pareça) que, para uma relação dar certo, temos de nos moldar, adaptar, resignar um pouco, whatever! Se um e outro não cedem, então vão bater de frente e não encaixar.
Isto para dizer que sei que sou difícil de aturar, sei que acho que tenho sempre razão e que deve ser complicado levar comigo o dia todo. Mas, da mesma maneira que eu levo com os defeitos do meu Mister, já me habituei a eles e tento conviver saudavelmente com eles, também ele se habituou aos meus e, coitado, lá os atura.
Quando duas pessoas estão juntas, à partida é porque gostam uma da outra. E, se o fazem, têm de se aceitar mutuamente. E este aceitar mutuamente implica a bagagem toda, não só o que o outro tem de bom: implica o mau feitio de manhã, a mania das limpezas, o mau humor, a falta de paciência... (é pá... acho que estou a reconhecer isto de algum lado...)
Se não houver esta aceitação, não vai haver nada. Porque as pessoas querem-se completas, não há selecção na personalidade. Ou se leva com tudo, de bom e, sobretudo, de mau, ou mais vale não levar nada. Perfeição não existe, nem aqui nem na China.
No entanto, esta modelação tem de vir de nós mesmos, e não do/a companheiro/a. Quando alguém se apaixona por outra pessoa, apaixona-se pela pessoa que ela é naquele momento e não pela pessoa que quer fazer dele/a dali a uns tempos.