O Colégio Militar é uma instituição de ensino prestigiada e que não pode nem deve ser confundida quer com os autores destas barbaridades que finalmente têm vindo a ser cada vez mais conhecidas, quer com os dirigentes que, em vez de as repudiarem e sancionarem adequadamente, as encobrem e até incentivam.
Na verdade, foi já noticiado por mais de um órgão da imprensa que o Director do Colégio, Major General Raul Passos, já depois das agressões cometidas por um dos graduados, e já depois de tais factos – que são agora considerados também crime na acusação do Ministério Público – terem sido objecto de sanção disciplinar por parte do Colégio (ainda que demasiado branda em meu entender), lavrou uma nota de louvor ao mesmo graduado, apontando-o como um exemplo a seguir!! Temos assim que o Responsável máximo do Colégio, com atitudes destas, não só contemporiza com os ilícitos disciplinares e criminais como até os incentiva. E, por isso mesmo, ele deve ser imendiatamente demitido, como acabei de solicitar, após ter tomado conhecimento de mais aquele facto, ao Chefe do Estado Maior do Exército, General António Ramalho.
Por outro lado, espero sinceramente que quantos gostam e prezam o Colégio Militar compreendam que, exactamente por isso, devem ser os primeiros a denunciar e verberar os abusos, até porque indignos dos pergaminhos do Colégio, e que se o não fizerem, tornam-se afinal, eles sim, nos primeiros e principais responsáveis pela destruição do bom nome daquele e dos valores que tanto proclamam.