Muitas coisas que gostaria de conversar com voces perco pelo caminho, as idéias voam rápidas, saem pela janela do carro, são roubadas pelo vento. Ou será que o vento é que é autor das idéias e ao passar por mim apenas as capturo temporàriamente?
Outras questões aparecem com a água do banho, perpassam minha mente e dissolvem-se, descem pelo ralo, sem que eu consiga refletir verdadeiramente. Como digo sempre, precisaria ruminar...
Dessas, algumas voltam em alguns momentos, misturam-se a outras surgidas em outros momentos e viram palavras no papel. Ou aqui, neste "meio".
Estou agora em trânsito como sempre, num pouso temporário, buscando idéias perdidas ( recusando-me a tirar o acento das idéias) tentando reconectar-me com algum momento daqueles momentos que sei que foram especiais e que sei que estão aí, em algum canto de minha memória.
MOSTRANDO
domingo, 26 de setembro de 2010
Nem tempo para baixar minhas fotos ando tendo. Mas entre tantas coisas estou revitalizando um jardim, que já mostra suas primeiras flores. Modestamente, ainda, mas que dadas as circunstancias: local,clima, tempo para cuidados, pode ser que se torne melhor do que o possível.
Por onde ando, nesta privilegiada região sudeste o que tenho visto são paisagens queimadas entre as extensas e ressequidas pastagens que ocupam onde a vista alcança. Raramente, à velocidade com que me desloco, estou sem o cinza até onde posso ver. Alguma vezes em alguns dias o ar era espêsso, amarelo, alaranjado como a terra, com forte cheiro de fumaça de mata queimada. Em outros dias ou lugares o azul do céu acentuava a desolação da terra. Em outros ainda, colunas de fumaça subindo da terra enegrecida encontravam um céu cinzento, carregado de chuvas que não caiam nunca. E passaram-se os dias, as semanas. Tudo igualmente pior a cada dia.
Esta semana assisti ao corte de duas árvores, uma, um "jacaré" por ter um cupinzeiro entre suas raízes, o que a deixava instável e perigosa dada a proximidade com as casas, a outra, felizmente apenas uma poda, uma enorme canela com parte de seus galhos apodrecidos ameaçando desabar sobre um telhado, conforme o vento e as tempestades que são comuns a partir desta época do ano. Trata-se de preparar a casa para as chuvas. Isto é cuidado, ética legítima. Sei que em ambos os casos será feita uma compensação ambiental, mesmo no caso da poda. Eu trouxe para casa um pedacinho de dez centímetros da casca da canela, que delícia, perfumando minha sala. E ao mesmo tempo um alerta: quais são os limites? As árvores em questão cresceram antes da chegada daquelas pessoas. Que construiram seus abrigos próximo ao frescor da mata e agora sentem-se ameaçados, no local escolhido, e afastam um pouco a mata e seus riscos. Mas não é sempre assim, na história da humanidade?
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Por onde ando, nesta privilegiada região sudeste o que tenho visto são paisagens queimadas entre as extensas e ressequidas pastagens que ocupam onde a vista alcança. Raramente, à velocidade com que me desloco, estou sem o cinza até onde posso ver. Alguma vezes em alguns dias o ar era espêsso, amarelo, alaranjado como a terra, com forte cheiro de fumaça de mata queimada. Em outros dias ou lugares o azul do céu acentuava a desolação da terra. Em outros ainda, colunas de fumaça subindo da terra enegrecida encontravam um céu cinzento, carregado de chuvas que não caiam nunca. E passaram-se os dias, as semanas. Tudo igualmente pior a cada dia.
Esta semana assisti ao corte de duas árvores, uma, um "jacaré" por ter um cupinzeiro entre suas raízes, o que a deixava instável e perigosa dada a proximidade com as casas, a outra, felizmente apenas uma poda, uma enorme canela com parte de seus galhos apodrecidos ameaçando desabar sobre um telhado, conforme o vento e as tempestades que são comuns a partir desta época do ano. Trata-se de preparar a casa para as chuvas. Isto é cuidado, ética legítima. Sei que em ambos os casos será feita uma compensação ambiental, mesmo no caso da poda. Eu trouxe para casa um pedacinho de dez centímetros da casca da canela, que delícia, perfumando minha sala. E ao mesmo tempo um alerta: quais são os limites? As árvores em questão cresceram antes da chegada daquelas pessoas. Que construiram seus abrigos próximo ao frescor da mata e agora sentem-se ameaçados, no local escolhido, e afastam um pouco a mata e seus riscos. Mas não é sempre assim, na história da humanidade?
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Desajuste
Penso que a alta velocidade em que meu corpo tem vivido uma boa parte do meu tempo recente está afetando algumas áreas de mim. A cada vez volto mais alterada, como se não fizesse de fato parte desta densidade nem desses níveis emocionais. Sinto a emoção mas é mais como se a emoção fosse " existida" por mim. E com tudo o mais tem sido assim: os sentidos, os cinco sensoriais mas tambem a compreensão de tudo que ocorre. Ao mesmo tempo sujeito, objeto e observador.
Cada vez fica mais difícil manter um foco. Tudo desliza ràpidamente, como deslizam rápido as paisagens da minha janela. Está mudando minha percepção em um ritmo fàcilmente observável. Não estou tendo lapsos, nada assim, pelo menos não mais do que eventualmente tenho: um nome, um lugar, esquecimentos que há muito tempo um filho disse ser hd cheio. Não se trata disso, apenas de outro modo de ver, compreender, conceber.
Sigo observando, pesquisando e até relatando. ( hshshs)
Cada vez fica mais difícil manter um foco. Tudo desliza ràpidamente, como deslizam rápido as paisagens da minha janela. Está mudando minha percepção em um ritmo fàcilmente observável. Não estou tendo lapsos, nada assim, pelo menos não mais do que eventualmente tenho: um nome, um lugar, esquecimentos que há muito tempo um filho disse ser hd cheio. Não se trata disso, apenas de outro modo de ver, compreender, conceber.
Sigo observando, pesquisando e até relatando. ( hshshs)
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
"Muita força p'ra pouco dinheiro"
Algumas coisas aconteceram depois que voltei para casa esta semana. Passei 24 hs nem sei onde. Saber, eu sei.
Vejamos como começou:
Eu tinha chegado em casa e cada vez mais sinto-me em casa aqui. Poucas vezes em minha vida eu tive "casa", sempre me senti de passagem, em casas coletivas de família grande, onde os multiplos interesses prevaleceram em detrimento aos meus. Aqui ainda não é diferente, são várias mulheres de várias fases da vida, convivendo, mas, por alguma razão é o mais próximo que posso referir deste sentimento do "estar em casa" que já experimentei.
Embora seja uma área bem urbana é uma cidade turística, grande parte das casas é desocupada a maior parte do ano. Acordo com uma infinidade de passarinhos cantando, nas janelas, nos telhados, banqueteando-se em mamõeiros, mangueiras, romãzeiras, daqui, do meu pátio calçado, de onde surgem os troncos por buracos na ardósia e dos meus vizinhos.
Cheguei a noite, fiquei contemplando com prazer minha existencia, cumpri funções básicas, dormi, comi, mas quando percebi, passaram-se 24 hs de vida em contemplação.
Ou, eu estava tão cansada pelas tres semanas de bastante tensão pelos problemas do carro que...mas isso é mentira, porque aproveitei tanto meus tempos de espera de peças e contratempos que foi como férias.
O título deste texto é o nome de uma música no blog do Duarte, duartenovale - amigo daqui de muito tempo - do tempo relativo daqui - e que fui visitar com calma hoje.
Nessas duas semanas que passei "fora" aproveitei para criar dois outros blogs, específicos, gosto de andar pelas outras partes da casa.
Convido-os para :
patios cozinhas e quintais
Quando passei na Amazonia, minha atenção foi intensamente despertada pela organização das cozinhas. Desejei ainda lá fazer um ensaio fotográfico sobre as cozinhas que vi, mas não foi possível, meu tempo estava dedicado a outras funções, mas o projeto está de pé, contatos feitos, ainda será concretizado. Enquanto isso, vou observando algumas que visito, por aqui mesmo, no Sudeste.
Vejamos como começou:
Eu tinha chegado em casa e cada vez mais sinto-me em casa aqui. Poucas vezes em minha vida eu tive "casa", sempre me senti de passagem, em casas coletivas de família grande, onde os multiplos interesses prevaleceram em detrimento aos meus. Aqui ainda não é diferente, são várias mulheres de várias fases da vida, convivendo, mas, por alguma razão é o mais próximo que posso referir deste sentimento do "estar em casa" que já experimentei.
Embora seja uma área bem urbana é uma cidade turística, grande parte das casas é desocupada a maior parte do ano. Acordo com uma infinidade de passarinhos cantando, nas janelas, nos telhados, banqueteando-se em mamõeiros, mangueiras, romãzeiras, daqui, do meu pátio calçado, de onde surgem os troncos por buracos na ardósia e dos meus vizinhos.
Cheguei a noite, fiquei contemplando com prazer minha existencia, cumpri funções básicas, dormi, comi, mas quando percebi, passaram-se 24 hs de vida em contemplação.
Ou, eu estava tão cansada pelas tres semanas de bastante tensão pelos problemas do carro que...mas isso é mentira, porque aproveitei tanto meus tempos de espera de peças e contratempos que foi como férias.
O título deste texto é o nome de uma música no blog do Duarte, duartenovale - amigo daqui de muito tempo - do tempo relativo daqui - e que fui visitar com calma hoje.
Nessas duas semanas que passei "fora" aproveitei para criar dois outros blogs, específicos, gosto de andar pelas outras partes da casa.
Convido-os para :
patios cozinhas e quintais
Quando passei na Amazonia, minha atenção foi intensamente despertada pela organização das cozinhas. Desejei ainda lá fazer um ensaio fotográfico sobre as cozinhas que vi, mas não foi possível, meu tempo estava dedicado a outras funções, mas o projeto está de pé, contatos feitos, ainda será concretizado. Enquanto isso, vou observando algumas que visito, por aqui mesmo, no Sudeste.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
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