sábado, 26 de maio de 2012

Mecanismo epigenético mantém viva célula de câncer


Anomalia epigenética


Não, não é mais um "gene do câncer".


Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos com participação brasileira identificou alterações epigenéticas que são essenciais para a sobrevivência de células cancerosas.


O estudo demonstrou experimentalmente que as células tumorais morrem quando são reativados os genes que haviam sido "desligados" pela anomalia epigenética.


Epigenética é a informação genômica que não faz parte da sequência do DNA e que, diferentemente de uma mutação genética, é reversível.


Em geral, as células cancerosas apresentam padrões anômalos de metilação do DNA. A metilação é o principal mecanismo epigenético, no qual um grupo metil é transferido para algumas bases de citosina do DNA.


Padrões aberrantes de metilação podem levar as células cancerosas a uma transformação maligna.


Mudança genética não definitiva


Identificar as alterações epigenéticas essenciais para a sobrevivência do tumor é fundamental para identificar alvos terapêuticos adequados, segundo Daniel.


"Uma mutação genética é uma alteração definitiva, mas as alterações epigenéticas são reversíveis e por isso mesmo são muito interessantes para possíveis terapias", disse o brasileiro Daniel Diniz de Carvalho, principal autor do estudo.


Para identificar as alterações epigenéticas essenciais, os cientistas analisaram uma célula tumoral com grande quantidade de metilação aberrante e, gradualmente, reduziram os níveis de enzimas que produzem a metilação no DNA.


"Reduzindo a disponibilidade de metilação, colocamos pressão para que a metilação só fosse dirigida aos DNAs necessários. Até certo momento a célula cancerosa sobrevivia. Depois de certo nível de redução a célula não sobrevivia e sabíamos então que os últimos DNA metilados eram essenciais para a sobrevivência do tumor", disse Daniel.


Em seguida, os cientistas mapearam o genoma e descobriram onde se localizavam os genes fundamentais. Utilizando amostras de tumores do consórcio internacional Cancer Genoma Atlas, verificaram que os genes fundamentais estavam sempre ativos em células tumorais.


"Depois reativamos esses genes nas células, para verificar se realmente eram importantes. Assim que os genes eram reativados, as células tumorais morriam. De fato, a sobrevivência do tumor só é possível quando esses genes estão silenciados", afirmou.


Embora inativos, os genes fundamentais permanecem intactos na célula tumoral. Segundo Daniel, o desafio agora é descobrir como reverter a metilação do DNA, reativando esses genes para matar o tumor.


"Um dos principais objetivos dessa linha de pesquisa é identificar um mecanismo que permita encontrar um alvo de genes específicos, viabilizando uma segunda geração de terapias epigenéticas. Outra meta consiste em melhorar os resultados das terapias epigenéticas inespecíficas que, ao ativar muitos genes da célula tumoral, a tornam imunogênica. Achamos que podemos aprimorar essas terapias combinando-as com a imunoterapia", disse.


Ligar e desligar genes


Todas as células do organismo possuem a mesma informação genética.


O que garante a diferenciação entre elas, possibilitando a formação de vários tecidos, é o fato de determinados genes estarem ligados ou desligados.


Essa regulagem é feita por mecanismos epigenéticos, com a metilação de DNA e alterações na cromatina.


"Quando esse mecanismo é desfigurado por uma alteração epigenética, podem surgir várias doenças, em especial o câncer. Quando essa alteração leva a célula a se tornar um tumor, ela perde ainda mais o controle do mecanismo de regulação. A célula começa então a acumular outras mutações que não têm importância nenhuma na gênese do tumor," explicou.


Distinguir as alterações epigenéticas importantes - que garantem a sobrevivência do tumor - das alterações causadas pela própria presença do tumor é um grande problema para a ciência.


"Com as novas técnicas de sequenciamento disponíveis, mapeamos todas as alterações genéticas e epigenéticas. Mas como só analisamos a célula tumoral no fim do processo, não sabemos quais alterações são a causa e quais são consequências", disse Daniel.


Terapias epigenéticas


Daniel está atualmente na Universidade do Sul da Califórnia (EUA).


Mas o cientista, que já publicou vários trabalhos inovadores na área, acaba de ser contratado pela Universidade de Toronto (Canadá), onde coordenará seu próprio laboratório no Instituto de Câncer de Ontário.


Segundo Daniel, o principal objetivo de sua linha de pesquisa, que terá continuidade no Canadá, é contribuir para o desenvolvimento de uma nova geração de terapias epigenéticas.


"Há terapias epigenéticas sendo usadas clinicamente, mas elas mudam todo o padrão do DNA, ativando não apenas os genes que impedem a sobrevivência do tumor, mas também vários outros que não deveriam ser ativados.


"Por serem inespecíficas, são terapias de alto risco. Neste estudo, identificamos alvos importantes para o futuro desenvolvimento de uma segunda geração, mais eficiente, de terapias epigenéticas", explicou.


Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=mecanismo-epigenetico-mantem-viva-celula-cancer&id=7772

Nova técnica diminui risco de impotência em pacientes com câncer de próstata


Artigo publicado na revista médica The Lancet Oncology sugere que pacientes com câncer de próstata que são tratados com técnica conhecida como ultrassom focalizado de alta intensidade têm chances menores de desenvolver os efeitos colaterais relacionados à cirurgia e à radioterapia. Apesar de todas as informações sobre os riscos da doença, o medo da impotência e da incontinência urinária ainda faz com que muitos demorem a iniciar a terapia. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer, mais de 60 mil devem descobrir ter tumores malignos na próstata este ano. Em 2009, 12.274 morreram vítimas da enfermidade.


Os cientistas do University College Hospital, em Londres - responsáveis pelo estudo - usaram uma sonda posicionada perto do órgão para aquecer as células doentes a uma temperatura de 80º, o que foi capaz de destruí-las sem provocar danos aos nervos e músculos da região. O equipamento é capaz de atingir áreas de apenas alguns milímetros e é indicada para casos menos graves. A maioria dos submetidos ao procedimento recebeu alta em até 24 horas.   


O cirurgião urológico Hashim Ahmed, líder do estudo, mostrou-se bastante satisfeito com os resultados que puderam ser observados nos primeiros 12 meses de tratamento. Ele, no entanto, pondera que ainda são necessárias testes com um número maior de pacientes.    


"Estamos otimistas de que homens diagnosticados com câncer de próstata possam, em breve, se submeter a um procedimento cirúrgico de um dia, que possa ser repetido com segurança uma ou duas vezes, para tratar seu problema com muito poucos efeitos colaterais. Isto representaria uma melhora significativa em sua qualidade de vida", disse. 


O câncer de próstata é o mais comum entre a população masculina. No Brasil, é o segundo de maior incidência, atrás somente do câncer de pele não-melanoma. O risco de desenvolver a doença e sua taxa de mortalidade aumentam com a idade. Deste modo, homens a partir de 45 anos devem realizar exames preventivos - o chamado toque retal e a dosagem PSA - anualmente. Exercícios físicos e uma dieta balanceada também ajudam a evitar os tumores.


Fonte: http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2012/04/18/nova-tecnica-diminui-risco-de-impotencia-em-pacientes-com-cancer-de-prostata/

Novo tratamento contra câncer causa menos efeitos colaterais


Um novo tratamento contra o câncer de próstata, que utiliza ondas sonoras de alta frequência, pode ser uma alternativa viável à cirurgia e à radioterapia com menos riscos de causar incontinência urinária e impotência, afirmaram cientistas em artigo publicado nesta terça-feira.


Um teste clínico, financiado pelo Conselho de Pesquisas Médicas britânico examinou a eficácia de um novo tratamento, conhecido como ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU, na sigla em inglês), capaz de alcançar áreas medindo apenas alguns milímetros.


"Os resultados demonstram que 12 meses depois do tratamento, nenhum dos 41 homens do teste tiveram incontinência urinária e apenas 1 em 10 teve ereção fraca, ambas efeitos colaterais comuns do tratamento convencional", relatou um comunicado sobre o estudo, publicado na revista Lancet Oncology.


"A maioria dos homens (95%) também ficou livre do câncer depois de um ano", acrescentou. O câncer de próstata é a forma mais comum de câncer em homens. O tratamento convencional consiste em radioterapia ou remoção cirúrgica da próstata, métodos que podem danificar o tecido saudável circundante, provocando em alguns casos disfunção erétil ou incontinência.


O HIFU atinge uma pequena área afetada pelo câncer. As ondas sonoras fazem com que o tecido vibre e esquente, matando as células cancerosas. O procedimento é feito com anestesia geral e a maioria dos pacientes tem alta 24 horas depois, destacou o comunicado. "Nossos resultados são muito encorajadores", afirmou o doutor Hashim Ahmed, que chefiou o estudo.


"Estamos otimistas de que homens diagnosticados com câncer de próstata possam, em breve, se submeter a um procedimento cirúrgico de um dia, que possa ser repetido com segurança uma ou duas vezes, para tratar seu problema com muito poucos efeitos colaterais. Isto representaria uma melhora significativa em sua qualidade de vida", continuou.


Um teste mais amplo será realizado com a finalidade de determinar se o novo tratamento, já em uso em hospitais por vários anos, é tão eficaz quanto o padrão.


Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5725020-EI8147,00-Novo+tratamento+contra+cancer+causa+menos+efeitos+colaterais.html

domingo, 20 de novembro de 2011

Nova técnica destrói câncer com luz


São Paulo- Em um estudo com potencial para revolucionar os tratamentos de combate ao câncer, pesquisadores americanos conseguiram destruir tumores em ratos utilizando luz.


De acordo com o estudo publicado na Nature Medicine, há grandes chances de o tratamento funcionar em humanos.


A grande vantagem da terapia fotodinâmica desenvolvida pelos cientistas do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, é que ela não danifica células saudáveis. Por combinar anticorpos com moléculas “destruidoras” de tumores, ela ataca somente o tecido maligno, deixando o restante do corpo intacto.


Os anticorpos são os agentes do nosso sistema responsáveis pela defesa do organismo. No caso do câncer, embora nem sempre consigam combatê-lo, eles conseguem reconhecer algumas proteínas no exterior das células do tumor e se ligam a elas.


Os pesquisadores pegaram anticorpos específicos para câncer de mama, pulmão, pâncreas, cólon e próstata e os ligaram a uma molécula especial que, quando exposta à luz infravermelha, danifica as células. Essa molécula, chamada IR700, tem ainda a vantagem de ser fluorescente – de forma que os pesquisadores conseguiam acompanhar sua evolução dentro do organismo de um rato usado em testes.


Dois tumores foram implantados no roedor. Ele recebeu os anticorpos combinados às moléculas, e eles se ligaram às células cancerígenas. Um dos tumores estava coberto, de forma que a luz infravermelha não o atingiria, enquanto o outro permaneceu exposto. Um dia após o tratamento com a luz, o tumor não exposto estava significativamente menor (imagem ao lado: esquerda, antes do tratamento. À direita, dentro do círculo amarelo, o tumor não coberto). Isso significa que não apenas os anticorpos se ligaram ás células cancerígenas, como as moléculas presas a eles foram ativadas pelas ondas infravermelhas e destruíram o tumor.


A pesquisa, liderada por Hisataka Kobayashi, ainda precisa ser aprimorada e testada em humanos, mas pode ser uma alternativa à quimioterapia e à cirurgia.


Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/nova-tecnica-que-destroi-cancer-com-luz-09112011-30.shl

Genética ajuda a desenvolver tratamento individual contra câncer


Médicos anunciaram a aplicação de um teste genético de amplo espectro que rastreia mutações em células cancerosas para ajudar a adequar o tratamento para pacientes com tumores malignos no pulmão. Usado em pacientes com câncer de pulmão do tipo não pequenas células (NSCLC), a técnica foi um sucesso tal que a equipe agora o adota para tratar tumores malignos colorretais, de mama e cérebro e avaliar sua aplicação na leucemia, afirmaram os especialistas no artigo, publicado na edição desta quarta-feira dos Annals of Oncology, periódico científico europeu especializado em câncer.


A meta é identificar mutações genéticas específicas que fazem com que as células se dividam e multipliquem de forma descontrolada. O próximo passo é atacar estas mutações com "drogas inteligentes" que bloqueiam a enzima que possibilita a proliferação das células. Medicamentos sob medida são considerados armas de precisão, pois rastreiam o tipo de célula maligna, ao contrário da quimioterapia, que atua mais como uma arma de caça.


"Escolher o tratamento correto pode elevar as taxas de resposta aos medicamentos em pacientes com NSCLC de 20% a 30%, em média, para 60% a 75% e melhorar a sobrevivência", afirmou Lecia Sequist, da Escola Médica de Harvard e do Hospital Geral de Massachusetts, que codirigiram a pesquisa. O teste, denominado SNaPshot, busca 50 áreas de mutação em 14 genes, conhecidos por desempenhar um papel em cânceres NSCLC.


A técnica, denominada reação em cadeia da polimerase (PCR, na sigla em inglês), leva em média menos de três semanas para obter resultado, ao fazer o rápido rastreamento de métodos tradicionais para amplificar e analisar amostras genéticas. Os pesquisadores analisaram tecido retirado de 589 pacientes em um teste de 14 meses e encontraram uma ou mais mutações em pouco mais da metade das amostras.


Dos 589 pacientes, houve 353 com câncer em estágio avançado. E em 170 destes, os médicos conseguiram identificar um ou mais genes problemáticos. Esta descoberta abriu o caminho para que 78 pacientes recebessem tratamentos direcionados. Segundo Sequest, esta foi a primeira vez que uma rede ampla de genes defeituosos foi levantada para criar um genótipo ou perfil genético, para uso no tratamento do câncer.


"Nosso estudo é excitante porque demonstra que de fato é possível integrar, hoje, testes de biomarcadores genéticos múltiplos à atribulada prática clínica e levar aos pacientes terapias personalizadas", afirmou, em comunicado. A genotipia é uma ferramenta de rápido desenvolvimento na medicina preventiva, ajudando os médicos a identificar, por exemplo, as mulheres com risco de desenvolver câncer de mama.


Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5462661-EI8147,00-Genetica+ajuda+a+desenvolver+tratamento+individual+contra+cancer.html

Vacina dá mais meses de vida a paciente terminal com câncer de fígado



Uma vacina de varíola geneticamente modificada reduziu em 60% o risco de morte de pacientes com câncer de fígado em estágio avançado, segundo um estudo da Universidade da Califórnia (EUA).

A pesquisa foi apresentada no sábado (5) e mostrou que pacientes que receberam altas doses da imunização viveram, em média, por mais 13,8 meses, contra 6,7 dos que foram tratados com o mesmo preparado em uma concentração bem menor, equivalente a um décimo da dose mais forte.

O estudo acompanhou 30 pacientes. Dos que receberam a dose mais concentrada, 66% estavam vivos após um ano. No outro grupo, só 23% sobreviveram até o fim desse mesmo período.

Os principais efeitos colaterais do tratamento foram sintomas similares aos da gripe.

A pesquisa usou a vacina para alertar o sistema imunológico e fazê-lo atacar as células de câncer. O vírus da imunização foi modificado para ter as células doentes como alvo e atrair o sistema imune.

A técnica será submetida a um estudo com mais pacientes no ano que vem.


Fonte: http://www.24horasnews.com.br/index.php?tipo=ler&mat=392427

Luz infravermelha se mostra eficaz no combate ao câncer



Pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos utilizaram luz infravermelha nos testes de um novo tratamento contra o câncer. O estudo, publicado no periódico Nature Medicine, fez com que anticorpos fossem acionados por raios, matassem as células cancerígenas sem prejudicar as saudáveis e, o que é mais impressionante, aparentemente sem provocar efeitos colaterais.


Atualmente, existem três principais meios de combater o câncer: remoção cirúrgica, terapia radioativa e quimioterapia. Embora eficazes contra vários tipos da doença, esses tratamentos ainda provocam efeitos colaterais, o que motiva os cientistas a buscarem novas maneiras de exterminar a doença.


Os testes - A terapia desenvolvida pelos pesquisadores norte-americanos inseriu, em laboratório, células cancerígenas nas costas de camundongos e, depois, uma substância química chamada IR700 foi colocada nos anticorpos dos animais. Após os animais receberam drogas específicas para a doença, a luz infravermelha foi acionada sobre eles e, ao a IR700 ser ativada, os anticorpos foram capazes de mirar e matar as células cancerígenas.


Os especialistas observaram que o tumor dos ratos que receberam esses raios diminuíram significativamente de tamanho. Além disso, as células saudáveis que estavam em volta das cancerígenas não foram afetadas e os animais não apresentaram efeitos colaterais.


Em estudos anteriores, que também buscaram utilizar a luz infravermelha, os anticorpos não foram muito específicos ao agirem contra as células cancerígenas e acabaram matando outras não afetadas. Os resultados, porém, apenas avançaram quando a IR700 passou a ser aplicada nos anticorpos.


Os pesquisadores ainda não sabem se os resultados seriam os mesmos em humanos, mas afirmam que outras pesquisas, incluindo em animais diferentes, serão feitas antes do teste ser feito em homens. Se esse procedimento provar ser eficaz em humanos, os especialistas acreditam que milhões de pessoas no mundo serão poupadas de processos cirúrgicos e efeitos colaterais na busca pela cura do câncer.


Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/luz-infravermelha-se-mostra-eficaz-no-combate-ao-cancer