2015 tem sido um ano cheio. Cheio de experiências, cheio de aventuras, cheio de saúde. Cheio de vida. Iniciei o ano sozinha no Terreiro do Paço a ouvir Xutos e Pontapés e aos pulos, mais feliz que nunca. O que era para ser só um vou ali ver como aquilo está e já volto, acabou por durar muito para além do Concerto e do fogo de artificio. Será sem dúvida para repetir.
Conheci pessoas novas, inseri-me em dois grupos, diferentes de tudo o que já conhecia - onde fui bem aceite e já conto com alguns novos bons amigos. Iniciei-me no trekking e voltei depois de alguns anos ao ski, nesta actividade avancei um nível de aprendizagem. Visitei lugares desconhecidos, aventurei-me em lugares onde poucos estiveram e subi a sítios onde só o vento habita. Observei as estrelas, fiz yoga debaixo da lua, fui do Cabo da Roca à Baía de Cascais a pé, percorri as aldeias do Xisto, a Serra da Lousã e o Gerês por trilhos desconhecidos, desci o Tejo e fiz canoagem no Alqueva, vi o por do sol e o nascer do dia sempre que pude, parti e cheguei para onde muito bem quis e a vontade me deu.
Realizei alguns sonhos a dois, com quem queria. Uma semana de férias nos Alpes, uma semana de férias nos Açores, fins de semana nos nossos locais secretos de frente para o meu mar. Segurámo-nos sempre por vontade própria, por vezes só com um dedo, no limite da queda vertical directamente para o abismo mas no último instante a outra mão encontrou sempre um motivo para ajudar. Emocionalmente estou numa fase em que precisava de mais do que o que tenho, mais tempo sobretudo, e mais. Mas mais é muito.
Passei também e pela primeira vez, dez dias de férias inteiramente sozinha. Sozinha na teoria porque na prática estive rodeada de gente fixe, e eu muito mais disponível para absorver tudo o que me rodeava. Foi uma absoluta estreia. Adorei e quero muito repetir. Acampei sozinha o que também foi uma experiência totalmente nova para mim. Fui a mais concertos e espectáculos ao vivo este ano do que no ano passado. Fui muito mais ao cinema e surpreendentemente já vou em dez livros lidos o que para quem deve todos os dias horas à cama é um estrondoso sucesso.
Conduzi um Porsche Panamera a 60 km à hora com medo de me esbardalhar toda e meter-me em trabalhos para o resto da vida, mas conduzi, e aquilo pareceu-me divertido e semelhante a um cockpit de um avião. Provavelmente foi experiência única pois não acredito que alguma vez tenha dinheiro para comprar um.
A nível profissional chefiei temporariamente e até agora ( mas não sei por mais quanto tempo ) a minha equipa de urgência, e coordenei escalas de trabalho. Fiz o melhor que pude e não me parece que me tenha saído muito mal. Fiz várias formações, apresentei um trabalho sobre a Grelha Costal e a sua directa relação com a evolução da espécie humana. Continuo a esforçar-me todos os dias e fazer o que gosto e também a lutar contra o vamos indo e o cansaço sem baixar os braços e a acreditar que se eu quiser muito consigo ser feliz.
Em geral 2015 foi um ano cheio. Venha de lá 2016 para encher de vida.