segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Um ano da minha vida em balanço...



2014  será na minha vida o ano de todas as mudanças. 

-Passei a meia noite do dia 31 para 1, do ano de 2014 completamente sozinha, em viagem depois de um dia longo de trabalho que durou até às 24 horas. Deveria ter adivinhado que 2014 prometia ser um ano cansativo. Fui acabar o resto da noite em casa de amigos.
-Em Janeiro resolvi deixar a Ericeira e vir morar para mais perto de Lisboa. Mudei-me a 14 de Janeiro.
-Mudei de horário de trabalho. De 35 passei para 40 horas semanais e notei muita diferença. Mais três turnos por mês. Muito mais cansaço, menos tempo disponível.
-Em Fevereiro fui com uma amiga à Suiça e encontrei-me nos Alpes Suíços com o homem que me faz feliz. Foi amor e uma cabana, ou melhor, amor e um chalê na montanha rodeados de neve. A vida provou-me que às vezes os Contos de Fadas acontecem. São infinitamente raros mas acontecem.

-Em Abril tive a minha primeira multa. Por excesso de velocidade. Num túnel de Lisboa. Por acaso sem mais penalizações porque foi a primeira. Avisaram-me, repreenderam-me mas pagaram-me a multa. Soube-me bem. Um grande gesto do meu maior amigo porque faça eu a merda que fizer ele estará sempre lá para mim. E eu para ele. Incondicionalmente.
-Fiz duas mudanças de casa e passei por 3 casas. A segunda mudança a 1 de Julho.
-Remodelei a casa onde moro. E pus tudo ao meu gosto com relativamente pouco dinheiro.
-Decorei a casa com tudo novo. E deu-me um prazer enorme. 
-Tirei um sinal de uma perna que pensava ser maligno. Felizmente veio negativo para malignidade.
-Fui de férias para o Algarve com os meus amigos. Nem tudo correu como eu esperava. Tive dias de me sentir só apesar de acompanhada.

-Estava ainda de férias quando recebi uma noticia terrível referente à saúde de uma das minhas maiores amigas, aquela que é minha amiga desde a primária até hoje. Fizemos juntas o secundário e separamo-nos no 12º ano quando escolhemos percursos profissionais diferentes, mas a confiança e a amizade duram até hoje.
-A 31 de Agosto celebrei uma data. Dois anos na companhia do homem que tem sido para mim uma agradável descoberta.
-Já quase no final do ano quando pensava que tudo o que havia para mudar já tinha terminado, fui contemplada no principio de Novembro com uma mudança de equipa. Saí de onde estava há mais de 17 anos para outra onde o único elo era uma antiga colega de curso. E ainda me estou a adaptar à mudança. Mas estou a gostar.
-Passei de uma equipa de mulheres (só tinha um homem - o Pedrinho) e era conhecida como a Equipa das Gajas, para o oposto, uma equipa só de homens onde eu e outra colega (a tal que foi minha colega de curso) somos as únicas raparigas. Mimadas, protegidas, bem tratadas. Oiço frequentemente - Precisas de ajuda? Dá cá isso que eu faço. - Eu ajudo-te, isso precisa da força de um homem. Já me tinha esquecido e sabe muito bem.
-Comecei a gostar de alguém. Achei que não era possível, duvidei do que me estava a acontecer. Dizem que sim, que me apaixonei. Só agora. Só este ano. E pelo mesmo homem que está na minha vida há vários anos. Continuo com dúvidas se será esse o termo para definir o que se passa comigo. Mas não me incomodo muito com o rótulo a dar ao que sinto. E deixo-me seguir feliz.
-Setembro foi um mês negro. Cheio de nuvens, indecisões, lágrimas. 
-Cometi um erro grave e magoei alguém que não merecia. Porque gostamos um do outro a poeira assentou mas os grãos conforme a luminosidade do dia ainda são visíveis por lá. Dependerá de nós e da ajuda da passagem do tempo soprar o resto para longe. Vamos ver até onde o futuro nos leva. Por aqui não se fazem planos. Deixo-me ir ao sabor da viagem.
-Tive duas surpresas. Ambas inesperadas como passo a redundância são todas as surpresas, e ambas más. Eu que há anos peço uma surpresa boa que me deixe de sorriso feliz, tive direito àquelas que eu não queria mas a vida quis e a surpresa boa nunca chegou. Ainda não foi desta. Continuo ao fim destes anos todos à espera. Quem sabe um dia vai chegar. Um dia alguém vai surpreender-me.
-Juntei-me a um grupo aventura, onde fui muito bem vinda e me sinto em casa. Temos feito umas coisas giras. Muitas mais virão.
-Tive o meu primeiro acidente de carro. Com custos elevados. A mãe depois de muito refilar, de resmungar até ao osso, lá me socorreu e pela primeira vez na minha vida ofereceu-me o dinheiro do arranjo do carro. E foi muito.
-Voltei a fumar depois de 7 anos. Estou a tentar desistir de novo.
-Perdi e ganhei. Pesando ambos na balança, ganhei mais do que perdi.
-Perdi pessoas, ganhei outras.
-Magoei e magoaram-me.
-Senti dor e pavor. Senti orgulho e impotência. Chorei perdidamente e ri às gargalhadas. Sem meio termo como só eu consigo ser.
-Mudei como pessoa. Não sei se para melhor se para pior mas sinto-me mudada, às vezes nem eu me reconheço no que um dia já fui e no que sou hoje. Quem me conhece diz-me também que mudei.

Foi o ano em toda a minha vida em que aconteceram mais mudanças. 2014 foi um ano duro e com alguns revezes mas foi também um ano onde fui de encontro ao que achei que me fazia mais feliz e não me arrependo. Prefiro arriscar e perder do que não arriscar nada e viver num mundo sem sonhos. Sou mais feliz assim. E no balanço final de todos os balanços de vida só o que vivemos plenamente importa, assim por inteiro sem cobranças nem esqueletos no armário.

Venha agora 2015...

Liquefazes-me...




Transformas o meu prazer em estado liquido.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Tenho dias eu...





Hoje acordei com uma vontade imensa de te foder. A ti. Só a ti. E há algum mal nisso? Se eu gosto de ti como nunca pensei ser possível, se temos física e química, se tu mexes comigo, se ambos gostamos e queremos, e se eu posso e quero, porque não? Levantem-se os moralistas, adeptos da moral e dos bons costumes que a uma senhora nunca lhe deve apetecer foder. Ai que horror. Discordo. Não há mal nenhum (embora muitos pensem que sim but who cares?) em desejar foder, assim a palavra nua e crua, dura, forte, intensa, sem nheco-nheco, ron-ron, hanky panky, truca-truca, nem o famigerado fazer o amor...

Fodia-te a mente lentamente e o corpo arduamente, fazia-te suar e suspirar, virava-te do avesso, deixava-te sem norte e sem rumo, perdido em mim, atava-te os braços na minha vontade, prendia-te na minha tesão e abusava de ti até eu querer. Assim sem mais. Sem te deixar respirar, sem teres tempo sequer para te refazeres do ataque. Sem metáforas. Apenas foder pelo prazer que é sentir prazer e ver-te a contorceres-te de prazer. E repetia tudo de novo porque a minha vontade não se esgota num único orgasmo e quando mais te fodo mas vontade tenho de o fazer.

Tenho dias eu... uns dias são bons para amar, outros só para foder.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O Natal igual a si mesmo...




Não fui surpreendida pelo Natal nem sequer pelo Pai Natal. Tive o Natal possível e não o Natal que eu queria. O Natal foi no mesmo sitio de sempre, as pessoas à mesa foram as mesmas ( essa parte é bom sinal ) o que foi servido foi igualzinho aos anos anteriores, a animação e a disposição dos intervenientes a mesma, e até a programação da Tv não me desiludiu, emitiu como é habitual o Circo De Natal do Mónaco e repetiu pela centésima vez o filme Sozinho em Casa onde aparece uma criancinha que hoje já deve ter perto de 30 anos e que em tempos teve muita graça. Agora pensam vocês, então mas se noutros canais havia outros filmes bem mais giros e alguns até em total estreia porque ficaste a ver aquela porra? Adormeci sentada no sofá ao fim de dez minutos, eu e os restantes membros da família ( tudo a dormir ) enquanto os pequenos e grandes tiranos da casa que detinham o comando da televisão obrigavam toda a gente a ver aquela xaropada. Claro que o diálogo foi imenso, as conversas interessantes e a companhia muito agradável. A vantagem? Tive um Natal tranquilo, sem confusão, nem conversas de pica miolos, ou para encher chouriços. Passou rápido, aliás nem dei pelo tempo passar... Dormi que nem uma Cinderela.

A parte mesmo boa? Não estive de serviço, estive com quem sei que me gosta, cumpri a minha obrigação como filha e mais parentescos, tive muitos presentinhos, ofereci também muitos e pus sorrisos na cara de gente que é da minha gente, comi num dia o que não como numa semana, e todas aquelas coisas que nunca como e adoro, Lampreia de ovos por exemplo ou Fatias de abóbora...

Quando ao fim do dia regressei a minha casa, entrei na escada do prédio, senti o cheiro a fritos e a óleo queimado e desatei aos vómitos. Por pouco não me "gumitava" toda no átrio do prédio, depois lá entrei no elevador, com a subida e a passagem dos muitos andares (moro pertinho do céu) o cheiro dissipou-se e o meu estômago encontrou algum equilíbrio. Lá "nos safemos".

Para o ano dizem que o Pai Natal volta, Ho Ho Ho! com a mesma alegria e a mesma magia, e parece que a história com as mesmas personagens (ou não) repete-se.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A minha carta ao Pai Natal...

Pai Natal, 

portei-me bem, não empurrei nenhuma velhinha, não atirei o pau ao gato, não cuspi para o chão e só tiro um macaquito do nariz ou outro quando ninguém está a ver, por isso se não fores surdo, OUVISTE?, nem cego, nem esquecido, e souberes ler ( também dava jeito )...

Eu quero muito para o Natal apenas 5 presentes.

First of all, e por acaso o mesmo cromo repetido de há vários anos (sou persistente). Este ainda continua em lista de espera e pelos vistos a menos que arranje um marido rico, ou me saia algum dinheiro - ambos muito pouco prováveis - primeiro porque não quero um marido e depois porque nunca jogo, só me resta continuar a insistir no pedido ao Pai Natal. Milagres acontecem.


Nova Iorque, um dia hei-de ir lá ( ainda não é este ano ).

Segundo pedido, entrou para a minha lista de prioridades e faz parte de mais um sonho que gostava de realizar. Só por acaso é mais uma viagem que faz parte do meu imaginário e que juntei à Lista das coisas que quero muito e um dia hei-de concretizar.

Alaska
E para o Pai Natal não assobiar para o ar, e de mau humor deixar à minha porta o saco vazio, escolhi três presentes possíveis.


Uma destas , pode ser em qualquer cor menos preto, sim Pai Natalinho?


Vestido da Mango em padrão Príncipe de Gales.

E porque a minha casa também merece um presentinho de Natal, estas almofadas vermelhas em Tricot com botões em madeira, podem cair pela chaminé direitinhas para a minha cama. Combinam na perfeição. Dava-me jeito duas. Será pedir muito, Pai Natal?

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Por 15 cms apenas... História de Natal.





Era uma vez um General colocado num determinado quartel que aterrorizava todos os subalternos e mantinha em linha rígida todos os seus inferiores que por acaso eram todos os que existiam por ali e que estavam sob o seu comando. Autoritário, arrogante, maldoso, pronto a lixar cada um individualmente e todos em geral. Dele contam-se historietas terríveis. Um dia na Véspera de Natal e quando o Primeiro Sargento Massapão (achei piada ao nome) já ia a caminho de Coimbra com a mulher e os filhos todo contente no seu belo carrinho carregado de presentes e armado em Pai Natal; liga-lhe o dito senhor que precisava dele no tal quartel para lhe comunicar uma ordem urgente de serviço a implementar no inicio da semana. Sim meu General. Vou já para aí. Lá deu a volta ao trenó do Pai Natal, engoliu o Jingle Bell e de rabo alçado o nosso Primeiro sargento Massapão fez 200 quilómetros de regresso ao quartel. Reza a história que esperou e esperou, e quando eram quase onze da noite e já cansado de esperar resolveu timidamente ligar ao tal General a perguntar se sempre vinha como o combinado para lhe comunicar a ordem urgente de serviço a implementar, ao que o outro matreiro lhe respondeu a gozá-lo - Hoje? Você percebeu que era hoje? Hoje não. Hoje é véspera de Natal. E desligou-lhe o telefone.

Esta foi uma das histórias. Há muitas. Diversificadas e quase todas de muito mau gosto, em gozo puro e em total desrespeito pelos seus homens e pela família dos seus homens em que a palavra humilhação se sobrepõe a todas as hierarquias. What goes around comes around é certo e sabido, e a vida mal ou bem, mais depressa ou mais devagar, encarrega-se de repor a correcta ordem das coisas.

Um dia estava o dito General a sair do quartel, à civil, sem a roupa que lhe dava a importância que ele achava que tinha e que pensava que toda a gente lhe devia dar, quando dois miúdos de 17 anos passam por ele e o tentam assaltar. Passa para cá a carteira barrigudo. Gera-se alguma confusão, o dito General puxa dos galões que se esqueceu que não trazia, tenta pedir ajuda, mas não se safa. Leva uma tareia dos dois putos, lá conserva a carteira e é abandonado no passeio à espera da ambulância do INEM. Do lado de dentro das vidraças do quartel meio regimento assiste divertido de mãos nos bolsos sem nada fazer. A gozar em absoluto êxtase o prato.

Dentro do quartel, o dito General era um absolutista do poder a quem todos prestavam obrigatoriamente vénia porque ele assim o exigia, ironicamente 15 centímetros para fora da porta de armas era só um careca barrigudo com boa cara para enfardar umas bolachadas valentes de dois putos, e estoicamente aguentar. Dizem que o tamanho não importa, aqui quinze curtos centímetros fizeram toda a diferença até porque a maior parte das coisas que a vida nos dá não tem preço mas raramente fica sem troco.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Palavras mágicas para alguém ficar invisível...




Este "feitiço" foi ensinado pelo Grande Mago Cornellius Agrippa.
Escreva numa placa de chumbo (não pode ser em papel? Que raio...) as seguintes palavras mágicas.

Athatos Stivos Thernpantocraton

Essa placa assim escrita deve ser colocada dentro de um sapato esquerdo.(não pode ser direito? e se eu for perneta?)
Quem proceder dessa forma porá alguém invisível.
...

Fui buscar a minha varinha de condão, disse abracadabra três vezes mas podia ter dito Wingardium Leviosa ( onde é que eu já ouvi isto...) enquanto desenhava círculos e símbolos de infinito no ar. Pufff. Resultou. Sou oficialmente dotada de dotes mágicos. Consegui num só passe de pura magia, eliminar uns quantos seres virtuais que teimavam em aparecer na minha vida sem nunca desaparecer de facto. Ignorei-os. E garanto-vos que se há coisa em que me especializei ao longo dos anos ( não foi em magia ) foi a ignorar pessoas. Ponham lá muito bom nisso.

O que também tem de muito bom entre tanta coisa má neste mundo virtual é que podemos acrescentar pessoas ou retirá-las à nossa vida assim em passes mágicos. Desfazem-se em pó. Como que por magia. De uns ficam as purpurinas e os confétis quando os soltamos no ar, aqui e ali pormenores que nos fizeram bem, uma excelente frase, uma gargalhada, quiçá um dia de praia ou um jantar com amigos, um fim de semana bem passado, de outros ficam cinzas que voam para longe e que sopramos da pele e do corpo como que a sacudir um insecto incomodativo. 

Se fosse tão fácil na vida real afastar gente que não me interessa como é no meu mundo virtual a vida seria muito, mas muito mais divertida.
Puffff.... Simple as that!
As minhas palavras mágicas para alguém ficar invisível.
It`s a Kind of Magic..

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Agora fiquei doce, doce...




"Não abandones as tuas ilusões, sem elas podes

continuar a existir, mas deixas de viver."

- Mark Twain-


Estiquei a mão e toquei o céu, trouxe nos dedos pedaços de nuvens em flocos brancos, peganhentos como o algodão doce. Colaram-se-me aos dedos, lambuzaram-me a boca, e deixaram-me um brilho nos olhos como a uma criança. Das gotas de chuva caíram gomas coloridas, centenas delas, em forma de Gummy Bears, de Ovinhos, Morangos, Amoras, apanhei-os numa dança divertida, de mãos estendidas a agarrar tudo, tudinho, o mais que podia e conseguia. Mãos cheias. Rodopiei, ri-me, e nem por um segundo fiquei tonta.

Da lua surgiram M & Ms, cheios de amendoins, muitos, coloridos, e a luz do luar deixou de ser branca para se tornar num imenso arco-íris maravilhoso, perfeito, onde sobressaía ora a mistura dos verdes, dos vermelhos, dos amarelos e dos azuis, ora as linhas definidas dos laranjas, anilados, violetas, numa sequência de Vaa, Vaa, V deliciosa. E eu olhava estupefacta, sem articular palavra. Woww, o mundo pode ser tão belo.

Em cada pontinho do céu estrelado não havia constelações, nem estrelas brilhantes, havia mil lollipop's e smarties pequeninas, redondas, que se derretem devagar na boca apenas por puro prazer, suavemente porque queremos prolongar o instante, saborear o momento. Hoje não passaram cometas, nem vi estrelas cadentes, vi só um rasto de açúcar em pó, que deixava na boca os lábios brancos, e o desenho de uns bigodes malandros. Até a imponente via láctea cheirava a chocolate derretido, onde se pavoneavam em provocação fantasias doces. Intensas. Que se derretem na boca uns momentos e permanecem para sempre no coração. E cada doce vinha acompanhado de mais um beijo, ou mais uma música das nossas. Uma das tais. 

A caminho de casa tropecei em quadradrinhos de chocolate, bombons de ginja ou de pedaços de avelãs doces, Baci apaixonados embrulhados em papelinhos com frases de amor, e beijinhos doces à antiga, pequeninos, levezinhos, tão saborosos, felizes, e suspirei de ternura com os Suspiros branquinhos, fofos que se derretem só com o olhar e em segundos na boca. Já quase no fim do dia, já o sol se tinha ido embora, a noite tinha descido e o frio imenso instalado mas o vazio ainda não, e o teu doce permanecia na minha boca, em todo o meu corpo, no rasto dos teus beijos. 

Fui feliz. E engraçado... tanta coisa doce e nunca me enjoo de ti.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Muitos anos de vida... bué deles que eu adoro viver.


YF YOU DON´T KNOW WHERE YOU ARE GOING, 
ANY ROAD WILL GET YOU THERE.

Mais um ano de vida para mim.


No final de mais um ano de vida chego à conclusão que fiz uma série de coisas que queria muito, viajei, vivi a vida como gosto ao sabor de muita diversão e prazer pelas pequenas coisas, saí, mantive os mesmos amigos, conheci pessoas novas, arranjei novos amigos, e mantenho a serenidade e paz do mesmo amor. Aquele que apesar de todas as tempestades e do mar revolto que eu sempre sou tem ficado do meu lado, para o melhor e para o pior, com muita coisa vivida, muita coisa partilhada e sobretudo muitos bons momentos que me deixaram sem ar e de pele arrepiada. E abraços quentes, e beijos intensos, e gargalhadas que encheram uma casa e duas vidas. Não tenho dúvidas que ele gosta de mim, só não o consigo quantificar e isso às vezes chateia-me.  Deixo-me ir saboreando a viagem e sem pensar muito para onde vou.

Depois de mais um ano vivido o balanço é positivo. Cada dia valeu a pena, felizmente muito mais coisas boas que más, algumas coisas totalmente novas experimentadas por mim, vida cheia de vida participada activamente, com muitos riscos, algumas situações de ter que activar o pára-quedas de emergência para não me estatelar no chão, sobrevivência pura, uma boa capacidade em transformar desvantagens iniciais e claras zero hipóteses de ser bem sucedida em mudanças radicais e vantagens para mim. Consegui ser feliz. Com muito pouco e sem grande dúvida com muito menos do que a maioria das pessoas consegui transformar o pouco em muito, e o muito em tanto. E tanto é imenso... 

Sendo assim,
Tchin-Tchin
 e venham de lá mais uns quantos anos.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Querem-se rir?




Sala de espera da urgência cheia de gente, quatro horas de espera para atendimento a verdes. Tudo sentado pacificamente aguardando a sua vez. De repente uma senhora do "demo" desata a fazer peixeirada, a reclamar, a insultar médicos e enfermeiros. Aparece ao som do burburinho e do motim na Sala de Espera (mais vozes se juntaram ao concerto) o segurança. Dizem que quando mija um Inglês mijam logo dois ou três, por cá quando reclama um português, reclamam logo dois ou três. Deve ser por simpatia. A dita criatura mal educada como o raio e com um palavreado no melhor bom português desata a tentar bater no segurança e a dar-lhe pontapés, pelo meio grita como se ele a tivesse a matar e fosse ele que lhe quisesse bater. 

Ligam para o nosso posto de policia e aparecem dois agentes, sem pressas, calmamente a olharem só, a ver se a bicha com a presença das fardas fugia e se calava. Efeito dissuasor dizem uns, apaziguador dizem outros. Pois, aqui foi mais atiçador. A fulana desatou a cuspir, a dar-lhes murros (eu vi) e eles impávidos a tentarem agarrá-la e a tentarem conversar. Conversar? Não percebi se a queriam levar ao cinema ou a tomar chá. Mas gabo-lhes a paciência de santos. Aquela merda fez-me farnicoques, azia no estômago e não vou de modas, ligo para a esquadra e peço ajuda, apoio, dizem que vão enviar reforços, respondo que é mesmo o que lhe quiserem chamar, mas que venham já para acabarem com o folclore.

Minutos depois aparece um carro patrulha com 5 agentes, pouca conversa, muita acção e a "senhora " que de senhora não tinha nada, é mandada calar ( finalmente ) e identificada. Agora a parte mesmo gira. A Madame Barulho, Miss Boca Linda, tinha um mandado de captura por não ter comparecido no tribunal de menores em consequência de um processo de desleixo e maus tratos aos filhos. Foi de imediato detida e metida no carro patrulha. Sem conversa e nem um pio.

Agora pergunto-me... quem é mesmo burro ao ponto de ter um mandado de captura e estar a fazer escarecéu num local público com direito a espectáculo e agressão a forças policiais e afins?
Gente burra não vai para o céu, aterra com os costados na cadeia!

Para ti, Xilre...




Corro apressada. Chove tanto. A cidade assemelha-se a um rio.
Quero chegar ao interior aconchegado e aconchegante onde sei que faz sol.
Sinto-me protegida, num abraço de vida, quente.

Ao fundo o mar rebelde como eu ri-se da contradição da vida.
Parece que corre igual sem ligar a gente importante.
Eu rio-me divertida a zombar com ele.
Chamo mar ao rio.

Azul esverdeado agora, verde água depois, 
cinzento profundo ao fundo,
muita água, 
numa imensidão de água que não lhe vejo o fim.

A ondulação encarneirada, seguida, revolta, em canudos de espuma branca como ovelhinhas em fila para serem tosquiadas abate-se com força contra o rebordo do cais de pedra, sem me dar tempo de desviar o olhar.

Olho inebriada de vida a paisagem daquele mar para mim,
mas que sei ser um rio para todos.
Há um rio lá fora sempre, 
hoje há um rio cá dentro que não mostro a ninguém.

Para o Xilre com imensa gratidão. Porque me fez ver a beleza nas pinturas que desconhecia, observar o que é a arte com outros olhos, descobrir a sonoridade na música clássica ou na ópera, e fez-me mergulhar profundamente nas palavras escritas (muito bem escritas) e que nunca pensei entender. Transportou-me numa longa viagem até ao café do Chico ou fez-me sorrir com as longas e inteligentes missivas cheias de sarcasmo de José Eustáquio de Andrada. 

Apresentou-me todo um mundo novo que não era a o meu ( nem nunca será de facto ).
Obrigada:)))

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Porque não desisto de tentar...


"Sei que é praticamente impossível conseguir, mas e daí? 
A resposta deve estar na tentativa."

Do filme Antes do amanhecer.

Bad girl or a good woman... who cares?


Good girls go to heaven, bad girls go everywhere!


"Quem sou?
Eu sou para cada pessoa aquilo que ela acha que eu sou, mas o que para mim importa é o que eu estou à procura de ser... e isso eu ainda não sou."  
-Angela Delphim-

Faço anos daqui a 3 dias. Portanto estou quase lá. Sou uma sagitário rebelde, impulsiva, aventureira, mulher de signo fogo e garras de tigre segundo reza o horóscopo chinês. Sou hoje uma mulher adulta, madura, responsável sem ser acomodada, com regras mas sem viver espartilhada por elas, cumpridora, tranquila, de gargalhada fácil, de bem comigo e com a vida, feliz. Desisti de maratonas, cansam-me, e confesso que me canso com facilidade, desinteresso-me. Gosto da minha forma de estar na vida. De dunas e terrenos acidentados. Todo-o-terreno é o meu forte, adoro os altos e baixos da condução, estradas acidentadas sem gps nem fio condutor, muito prazer e diversão com algumas quedas e saídas de pista. Tenho gostos variados e seduz-me a mudança e a diversidade, a aventura e a descoberta. Abomino rotina e gente chata, e conversas fiadas, e gente vazia, e gajos teóricos, e em geral todas as pessoas cinzentas e normalizadas como a fruta que não sabe a nada. Bicho e fruta saborosa combinam.

Quase a fazer anos, continuo à espera que a vida me vá proporcionando bons momentos e muita diversão durante a viagem. Luto para ser feliz, todos os dias, com muita garra, aproveito tudo o que a vida me dá, todas as oportunidades, e não desperdiço nenhuma. Invisto naquilo que gosto e me dá prazer. Não tenho tempo para me demorar nas tristezas, nas perdas, no que poderia ter sido e não foi, ou até no que eu gostava muito que tivesse sido e não foi. É perda de tempo. E a vida não se pode desperdiçar. Prefiro concentrar-me no que vou tendo, no muito que é pouco e no muito pouco do qual faço muito. E siga... mais um ano de vida. Mais vida para viver. Assim seja.

 Adoro viver e não trocava o raio disto tudo por nadinha de outra coisa. 

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Diz-me algo fofinho... ahhhhhh


"Tenho um bicho dentro das calças que mais parece um peixe espada,
 mas se acabo de dizer esta merda vou levar uma chapada."

Ahhhhhhhhhhhhhhh
Muito bom....

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Relato de um fim de semana de loucos...



Cascata do Rio Cheleiros

Inscrevi-me num grupo aventura para actividades outdoor, trekking sobretudo, mas também escalada, canoagem, rappel. Para cada tipo de aventura estava associado uma localização especifica e um grau de dificuldade. Como há muito tempo não faço nada optei pelo grau de dificuldade médio pensando eu que seria capaz de dar conta do recado. Pois...


Casinhas locais. Aldeia da Mata pequena.

Penedo do Lexim . Antigo vulcão extinto.
Fiz 23 km por entre riachos, ravinas, escalei as arribas de um vulcão extinto em Penedo do Lexim, atravessei um rio em cima de uma árvore caída a 3 metros do solo e cheia de musgo e o raio e quase que tomei banho de água gelada, precisei de ajuda para escalar as margens rochosas do mesmo rio porque me pesava o cu. E constatei vários factos... 





Tenho a peida pesada por falta de exercício e tenho que remediar este facto rapidamente. Gente mais velha que eu (um dos participantes tinha 61 anos) dá cartas e prova para quem quiser ver que a idade é um número. E dá-nos uma grande lição de vida. De excelente qualidade de vida. Depois aprendi outra lição, não há maior exercício, de todo o tipo, cárdio respiratório, muscular, e em verdadeira camaradagem do que é feito em contacto com a natureza pelo meio dos nossos locais, em contacto com as gentes, à descoberta, e na presença de paisagens lindíssimas. Por último e este para mim o mais importante, um grupo só chega ao destino se todos se entre ajudarem. Se uns segurarem na mão dos outros, puxarem a corda, e quem vai à frente transmitir o conhecimento do terreno para os de trás. Sou individualista, obrigada pela vida a ser eu e apenas eu, não contar com mais ninguém. Aprendi que receber ajuda sabe bem.

Se hoje estou cansada? Estou morta! Dói-me tudo! Ontem depois de chegar a casa, despir a roupa cheia de lama e enfiar-me num relaxante banho de imersão e constatar as nódoas negras, os dedos dos pés quase cozidos de permanecerem nas meias molhadas, e a extrema dificuldade em me mexer, posso afirmar que descobri músculos que me esqueci que tinha. 

Fiquei com o bichinho deste enorme prazer das caminhadas. Quero regressar, quero voltar a este grupo (um dia falo dele), quero voltar a sentir a dor do cansaço extremo e a impotência para superar sozinha os obstáculos... e quero voltar a sentir a sensação de estender a mão e saber que uma mão vai lá estar para mim. Acho que viver é isto, o prazer de se fazerem coisas que se gosta.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Não paro de me surpreender...




“É impressionante como eu não gosto de ninguém mas, de vez em quando, escapa um momento, um gesto, uma pessoa perdida e linda e única. (como tu) E eu fico nessa felicidade de ser uma pessoa boa e capaz dessas coisas boas.”

Tati Bernardi

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Não acredito em bruxas, mas que as há...ó ó, se há!



Podia vir aqui contar as incontáveis desgraças que me têm acontecido ultimamente assim de rajada, porque em apenas três semanas da minha já longa vida não houve nada que não me tivesse acontecido, as coisas mais estranhas e imprevisíveis desta vida. Bati com o carro, culpa minha, (e aí nada de estranho, acontece aos melhores) depois do carro prontinho e novinho em folha, a brilhar, um rapaz distraído a falar com um amigo e a olhar para o lado enquanto saía de um estacionamento bateu-me no carro, seguido de infindáveis desculpas, agora ando com uma porta metida dentro e aguardo pacientemente a peritagem da companhia dele; e não contente com isso, a vida brindou-me com outro imponderável, ontem ia na auto estrada, calmamente na minha pacata vidinha de nadadecoisanenhuma quando uma pedra saltou da traseira de um jipe e me partiu o vidro da frente de imediato, para além disso... (ainda há mais?) esta semana a máquina de lavar a roupa avariou-se depois de ter efectuado (e bem) o ciclo de lavagem, obviamente com a roupa lá dentro e tive que chamar um técnico para ir lá partir a porta para conseguir tirar a roupa. Sou uma sortuda eu sei...

Quero acreditar com muita força que isto faz parte da vida, que são fases, que tocam a todos, e que não é nenhuma espécie de raiva do sr lá de cima "que arremessa tijolos às vezes" contra mim. Ando a tentar resolver um problema de cada vez, atolada em telefonemas para aqui e para ali, a depender de terceiros para a resolução destes mesmos problemas o que me deixa stressada porque não gosto de depender de ninguém, só mesmo de mim e vejo-me obrigada a ter que aguardar que tudo se resolva a ritmos próprios, com muita burocracia e papelada à mistura tal como é habitual neste país.

Tirando isso que é tudo isto... ponho as desgraças para trás das costas, aposto na vida que é a minha, no que me rodeia e faz imensamente feliz, nos abraços gigantes de quem me gosta, e levo a vida na desportiva com muita estupidez e descontracção natural, mato as desgraças a pinar como se não houvesse amanhã, de todas as maneiras e feitios e muita imaginação e com direito a flick flacks e mortais encarpados em provas desportivas de endurance em alta competição, rio-me de tanto azar que não me larga, e no próximo fim de semana (coisa rara e nunca vista) não trabalho e vou ter direito a uma prova aventura com amigos, mochila às costas, trilhos na serra pelas aldeias de xisto lá no Piodão e 78 km a pé divididos por 3 dias.

Quanto ao azar e às bruxas que me atazanam os dias, eles que se lixem!

sábado, 29 de novembro de 2014

Jingle Bell, por aqui já é Natel!




Não gosto particularmente do Natal, mas esforço-me. Dou o meu melhor. Por aqui já se respira a quadra. Agora falta a parte pior... enfrentar o trânsito caótico, os Centros Comerciais cheios, a fobia do consumo e das compras, gente por todo o lado, encontrões, filas para tudo, supermercados apinhados. E a minha vontade imensa de fugir para outro lado. E em casa as mesas cheias de fritos, confusão, e comida, comida, comida. Já disse comida?

Valha-nos o espírito da coisa, Mas pensamento positivo isto passa rápido e daqui a nada já acabou...

Vamos lá então!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Ser mulher...




Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.

Simone de Beauvoir.


Gosto de ser mulher. Gosto do meu género. Gosto de cuidar de mim e gosto que cuidem de mim. Gosto de quem me gosta. Sou insegura às vezes, sou altiva e orgulhosa outras tantas, sou menina ou mulher arrojada. Sou carente ou desapegada depende dos dias e das hormonas. Tenho tpm, tenho dias de lágrimas, tenho dias de gargalhadas constantes por tudo e por nada. Sou assim ou assado. Sou de decisões imprevistas e grandes escolhas. Sou de paixões. Gosto de correr riscos e não sou de desistir. Defendo as causas perdidas, luto pelo que quero e pouco me importa as normas dos outros, tenho as minhas. Sou sempre anti-norma e fujo delas. Sou de opiniões e defendo-as. Sei sempre o que quero, mas nem sempre o que quero hoje, quero para mim amanhã. Sou de chegadas com abraços gigantes e muito colo, mimos, sou também de partidas rápidas sem grandes despedidas quando aquele lugar já não é o meu. Detesto despedidas. Não faço fretes. Não sei estar por estar. Gosto de viver, gosto da minha vida, gosto do que faço, gosto da minha casa, gosto dos meus amigos (tenho pouco mas muito bons), gosto do homem que reparte comigo a cama e a vida. Gosto de sexo. Gosto da intensidade no sexo. Não penso no futuro, não faço planos, não me preocupa a vida dos outros. Sou alheada do que me rodeia, selectiva, com um sexto sentido brutal e um descomplicómetro ligado para o que não me interessa, filtro o que me agrada e descarto bem o que me pode atingir. Sou excelente a ignorar e a dar desprezo. Detesto rotina e monotonia. Sou de dar a quem merece receber. Sou lamechas quando quero, sou de perguntas difíceis e sem resposta.

Gosto do que vejo quando me olho ao espelho.
Sou o que sou.
Sou Mulher.mais uma

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Há quem diga a minha vida dava um filme, a minha dava uma série e das policiais, com muito sangue, medo, e alguns momentos hilariantes.





Doente entrado na sala de emergência. Duas feridas profundas por arma branca. Apresenta hemorragia visível. Abundante. Dificuldade respiratória, polipneico à entrada, agitado, discurso desconexo, verbalmente agressivo. Ouvimos atentamente a informação fornecida pelo médico da Vmer, mobilizamos de imediato o doente para a mesa de grande trauma e começamos por despir o doente.

À primeira tesourada numa camisola de lã ensanguentada deparo-me com um corpo marcado por tatuagens invulgares. Continuo o processo. Mais tatuagens por todo o corpo. A maioria estranhas aos meus olhos. Uma caveira com um punhal espetado no crânio. Um caixão. (que raio?) Uma frase no peito - Esfrega-me e pede um desejo. Sorrio. Não me demoro em considerações. Tenho vontade mas falta-me o tempo. As saturações baixam, a dificuldade respiratória aumenta, o doente expele sangue em jacto. Provável hemotórax é o diagnostico. Há que actuar rapidamente.

O doente enlouquecido desata a ameaçar todos os presentes na sala, se isto correr mal para mim, vai correr muito mal para vocês, sobretudo para si. E olha para o médico da Cirurgia Geral que se desinfecta para iniciar a colocação de uma drenagem torácica. Pára tudo, isso é uma ameaça? (...) já não coloco drenagem nenhuma, e chamem um agente de polícia para tomar conta da ocorrência. E olhem, bipem a Cardiotorácica, eles que lhe coloquem o dreno. Gera-se confusão e muito burburinho, o doente cada vez mais dispneico tenta erguer-se da maca. Estica o braço e dá dois murros na mesa preparada com o material estéril para a colocação da drenagem. Infecta o material. Cospe mais sangue e contamina tudo à volta, profissionais incluídos, com evidente risco para todos.

Adoptamos medidas extremas. Tentamos imobilizar o animal de grande porte como diz o meu colega Duarte. Sucedem-se as frases breves, a maioria de profundo desespero. Já vi gorilas no jardim zoológico mais maneirinhos. Irra que o gajo é pesado. É muito Hidrato de Carbono nesta massa muscular. Será que o gajo só come massa? É muita massa para tanta massa! Seis enfermeiros e dois auxiliares de volta de um homem ferido e fragilizado mas que parece um touro. Preparo uma fórmula de *Midazolam por ordem da anestesista, preparo o injector com uma seringa de *Propofol. Pelo meio levo dois encontrões do meu colega Pedrinho e quase que deixo cair a seringa perfusora. Rezo aos santinhos e apelo à minha grande experiência em andar na corda bamba para conseguir chegar onde preciso.

Finalmente o bicho mau dorme que nem um anjinho. Respiramos de alívio e começamos a tentar salvar-lhe a vida. De repente oiço um aparato de vozes, gente a correr, chamam no rádio seguranças e forças policiais...

Esse caralho estava a foder a minha mulher, se ainda não morreu venho acabar o resto. Fui eu que o fodi e fodo-lhe o resto. Ai cabrão que te fodo.

E houve detenção com direito utilização de gás pimenta e uma cena de índios e cowboys. Eu pirei-me e saí de cena que não sou fã de filmes do Faroeste.

A malta é pobre, mal paga, mas entre cuspidelas, encontrões e nomes lindos em franciú de França (só não me chamam santa), diverte-se à brava e não há telenovelas nem casa dos segredos que batam uma noite animada destas. O perigo é a minha profissão. Ahhhhhhh

domingo, 23 de novembro de 2014

Homens com sentido de humor...




Nem sempre os piropos são mal intencionados, badalhocos, e vêm de gente bronca e sem educação. Muita tinta já correu sobre este tema e muita gente, até gente importante segundo parece, falou sobre isso. 

De vez em quando a criatividade masculina surpreende-nos.

Ontem à noite...
Eu e a minha amiga Rita ao entrarmos num restaurante onde se encontrava um grupo de homens gajos giros à porta.

- Olha as Torres Gémeas!

Não resisti a olhar para trás. E as duas desatámos a rir...
E por um instante soube-me bem voltar a ter 20 anos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A cor das tuas cuecas...


Gosto delas brancas. Gosto delas pretas ou azuis escuras. Sempre boxers. Podem até combinar na cor com uma t-shirt interior, mas serão sempre lisas, bem justas. Em algodão ou lycra. Gosto de despir as ditas. Devagar ou depressa depende do que me apetece. Posso até não usar as mãos e usar a criatividade. Como eu gosto disso. Gosto de as ver. Com olhos de ver.
Ontem soube de que cor eram. Hoje não. E dei por mim sem conseguir dormir. Com uma dúvida existencial que me tira o sono e leva o sorriso. Não queria admitir, e só muito a custo o reconheço, sinto falta de saber a cor das tuas cuecas. Não sei se será amor, não gosto de dar rótulos às coisas, não sei se será mera curiosidade de mulher, mas saber a cor das tuas cuecas tornou-se uma obrigação na minha vida. Todos os dias.
Amanhã vou saber. Depois também. Mas e hoje?

Mostra-me o teu amor.
De que cor são as tuas cuecas hoje?