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Como escolher o vinho

Ajudamos a encontrar o melhor para a ocasião.

Designações como "Reserva" ou "Colheita Selecionada" não são garantia de qualidade do vinho. Assegure-se de que são cumpridas boas condições de armazenamento quer na loja, quer em casa. E não descure a temperatura na altura de servir. Saiba como escolher um bom vinho.

Guia de compras

Designações dos vinhos

O que está por detrás das designações Premium, Reserva ou Colheita Selecionada? Serão estas menções uma garantia da qualidade dos vinhos? Fazer um néctar brilhar entre as centenas de garrafas expostas nas intermináveis prateleiras do supermercado não é tarefa fácil, levando os responsáveis pelas marcas a apostar em estratégias de marketing.

Há menções que, em muitos casos, não estão regulamentadas ou controladas – como Private Selection, Signature ou Seleção do Enólogo – e que podem dificultar a escolha. Mesmo entre as designações oficiais e regulamentadas, a diversidade é tanta que pode confundir até os mais informados. Estas são algumas das mais comuns: 

  • Escolha - vinho que apresente características organoléticas destacadas.
  • Premium - vinho proveniente de um lote que apresenta uma qualidade superior e evidencia características organoléticas destacadas.
  • Reserva - vinho que apresenta características organoléticas destacadas e um teor alcoólico superior, pelo menos, em 0,5% vol. ao limite mínimo legal.
  • Colheita selecionada/Superior – vinho que apresenta características organoléticas destacadas e um teor alcoólico superior, pelo menos, em 1% vol. ao limite mínimo legal.
  • Reserva Especial - vinho que apresenta características organoléticas muito destacadas e um teor alcoólico superior, pelo menos, em 0,5% vol. ao limite mínimo legal.
  • Grande Reserva – vinho que apresenta características organoléticas muito destacadas e um teor alcoólico superior, pelo menos, em 1% vol. ao limite mínimo legal.

Para incluírem, no rótulo, este tipo de designações, os vinhos devem obedecer a características na composição, no aspeto, no aroma e no sabor. Por exemplo, os vinhos ditos “Reserva” devem ter um teor alcoólico com, pelo menos, mais 0,5% do volume de álcool mínimo legal estabelecido e características organoléticas destacadas. 

Os vinhos devem ser bem pontuados nas câmaras de provadores das entidades certificadoras, as Comissões Vitivinícolas. 

Contudo, as exigências diferem entre essas entidades e cabe ao produtor usar ou não esses designativos. O teor alcoólico exigido para poder incluir estas designações é facilmente ultrapassado em quase todos os vinhos e existem outros critérios de composição importantes. Na prática, uma menção tradicional no rótulo da garrafa não é uma garantia de qualidade.

Veja a Escolha Acertada e o Melhor do Teste do comparador de vinhos.

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Escolher, conservar e servir vinho

Ao comprar vinho na loja, prefira estabelecimentos com uma climatização adequada, onde as garrafas estejam deitadas e ao abrigo da luz.

Observe o estado da garrafa. O nível de líquido não deve estar abaixo do normal.

Leia os rótulos para ter a certeza do que está a comprar (por exemplo, preste atenção ao ano de colheita). Designações do tipo “Reserva” ou “Colheita Selecionada” nem sempre são uma garantia de qualidade. Além disso, os nossos testes comprovam que um vinho com Denominação de Origem não é necessariamente melhor do que um com Indicação Geográfica (Vinho Regional).

Se costuma ter algumas garrafas de reserva em casa, importa saber que a maioria dos vinhos pode perder qualidade, quando guardado tempo demais. Guarde-as deitadas, ao abrigo da luz e, de preferência, com uma temperatura constante entre os 12 a 14ºC (por exemplo, numa cave). As eventuais oscilações de temperatura não devem ser superiores a 4 a 5ºC, tanto num sentido como noutro. O local deve ainda ter alguma ventilação e pouca humidade (humidade relativa abaixo de 75%), para evitar que a rolha e os rótulos se deteriorem. Se não tem onde guardar as garrafas nas condições adequadas, compre apenas as que prevê consumir no curto prazo.

Na hora de servir, a temperatura do vinho não é, de todo, indiferente. Se não for adequada, altera as suas características. Genericamente, os brancos bebem-se frescos e, quanto mais doces e jovens, mais frescos devem estar. De igual modo, os tintos, quanto maais jovens, mais frescos devem ser servdos. À medida que envelhecem, ganham com a subida da temperatura. Mas atenção: uma temperatura de 22ºC pode prejudicar irremediavelmente a qualidade do vinho, pelo que mais vale consumi-lo mais fresco do que demasiado quente. 

Como a temperatura ótima de consumo nem sempre vem indicada no rótulo, siga as indicações, consoante o tipo de vinho:

  • espumantes (incluindo Champanhe) entre 6 e 8°C;
  • brancos jovens (incluindo Vinho Verde branco) entre 8 e 10°C;
  • licorosos brancos (incluído Vinho do Porto) entre 8 e 10°C;
  • rosés a 10°C;
  • brancos (incluindo Vinho Verde da casta Alvarinho) entre 10 e 12°C;
  • tintos jovens (incluindo Vinhos Verdes tintos) entre 12 e 14°C;
  • licorosos tintos (incluindo Vinho do Porto) entre 14 e 16°C;
  • tintos entre 16 e 18°C.

O que fazer para que o vinho atinja a temperatura adequada? Se o vinho estiver demasiado frio, o melhor será colocá-lo à temperatura ambiente, o que pode demorar algum tempo. Por exemplo, um vinho tinto que esteja numa cave a 12-14°C, quando colocado numa sala com a temperatura ambiente de 20°C, demora entre uma hora e hora e meia a atingir 16°C, a temperatura desejada. Não é aconselhável forçar o aquecimento recorrendo, por exemplo, a uma lareira ou a um radiador, pois haverá sempre partes do vinho que ultrapassarão a temperatura adequada. No entanto, a imersão em água quente - a uma temperatura próxima da desejável - permite obter bons resultados. Inconveniente: o rótulo quando molhado pode danificar-se e/ou descolar-se.

Se pretende arrefecer o vinho, coloque a garrafa no frigorífico ou num balde com água e gelo (mais rápido). Imagine que tem uma garrafa de vinho branco à temperatura ambiente de 20 ºC e que pretende servi-lo a 12°C. Se a colocar no frigorífico (a 4 ºC), necessitará de mais de uma hora e meia; se for num balde com água e gelo precisará apenas de 10 minutos. Inconveniente: o vinho no topo da garrafa não se mistura com o de baixo, pelo que o primeiro copo a ser servido pode não estar suficiente frio, além de o rótulo também se molhar.

Tenha em conta que a rapidez de arrefecimento ou aquecimento é a mesma com a garrafa aberta ou não. 

Sirva em copos adequados, para ser devidamente apreciado. Os mais habituais têm forma de tulipa, mais largos em baixo e ligeiramente afunilados no reborodo. Usam-se tanto para o vinho tinto como para o branco. Neste último caso, são mais pequenos, para ajudar manter o vinho fresco.

Encha os copos até pouco mais de meio e... saúde!

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Vinho Verde

Muitos consumidores pensam que a denominação de origem Vinho Verde se deve à abundância daquele tom na paisagem da região produtora. Outros acreditam que é feito com uvas verdes, o que não corresponde à verdade. A originalidade destes vinhos resulta das características do solo, do clima e das castas utilizadas, bem como da forma de cultivo e de condução das videiras. Em geral, o Vinho Verde tem uma acidez fixa elevada e um baixo teor alcoólico, exceto os da casta Alvarinho, e ainda o característico pico ou agulha. 

A casta Alvarinho dá origem a graduações mais elevadas do que os outros Vinhos Verdes. Proporciona néctares com boa cor e reflexos citrinos. Os aromas são intensos e perfumados, com algumas variações: florais (erva-cidreira, flor de laranjeira e de acácia, madressilva), frutadas (laranja, líchia, maracujá, pêssego…), amendoadas (avelã e noz) ou caramelizadas (mel). O sabor, macio e fresco, tende a persistir na boca.

A planta tem algum vigor, mas não é muito produtiva. O cacho é pequeno, muitas vezes duplo por desenvolvimento de uma asa, com bagos medianos de cor verde-amarelada, que podem apresentar as partes mais expostas ao sol rosadas. 

Os vinhos exclusivos da casta estão sujeitos a regulamentação própria. Devido ao potencial alcoólico, muito acima dos padrões da região, é-lhes exigida maior graduação. Também vivem melhor em garrafa, mantendo saúde durante um bom par de anos. Mas o melhor mesmo é consumir o Vinho Verde jovem, de preferência até ao ano seguinte ao da colheita. Não ganha nada em guardar.

Dicas para comprar, conservar e servir Vinho Verde

Ao comprar, prefira vinhos que indiquem o ano da colheita e opte pela mais recente (quanto mais jovem, melhor). Com exceção da casta Alvarinho, para consumi-lo não deve ultrapassar o ano seguinte ao da colheita. Para o conservar, siga estas dicas:

  • para ter algumas garrafas de reserva, mantenha-as deitadas num local pouco húmido, ventilado e escuro, com uma temperatura entre 12 e 14ºC. Os vinhos da casta Alvarinho têm melhores condições para serem guardados;
  • não há regras para casar vinho e petisco ou refeição. Os mais ortodoxos defendem que os brancos acompanham peixe e marisco e os vinhos tintos carne. O consumidor é que decide, desde que aprecie o vinho e esteja em boa companhia;
  • sirva o Vinho Verde branco a uma temperatura que ronde 8 a 10ºC (da casta Alvarinho pode servir 2 graus acima) e o Vinho Verde tinto entre 12 e 14ºC. Se não teve tempo de deixar a garrafa no frigorífico por duas horas, coloque-a dentro de um balde de água com gelo e em 10 minutos terá o vinho à temperatura ideal.
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Espumante

Muitos chamam, erradamente, champagne ao espumante. Esta designação apenas é permitida para vinho espumante com origem na região francesa com o mesmo nome: Champagne. Por causa do seu sucesso, outros países começarma também a fabricar espumante. Em Espanha, o mais famoso é o Cava.

Compre o espumante apenas se prevê consumi-lo em breve e sirva-o frio, mas não gelado, num copo alto e estreito. Veja as nossas sugestões para escolher e servir um bom vinho espumante.

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Vinho do Porto

Licoroso, da região demarcada do Douro, o vinho do Porto sabe bem a solo ou a acompanhar um petisco. 

Rubi ou Tawny?

O ruby é um vinho do Porto de qualidade. Obtido por lotação de vinhos de jovens, apresenta caráter frutado, cor tinta e algum corpo.

O tawny é um vinho do Porto de qualidade, obtido por lotação de vinhos de grau de maturação variável, conduzida através de envelhecimento em madeira ou em depósitos ou vasilhas com outras características. A cor apresentada enquadra-se nas classes tinto-alourado, alourado ou alourado claro, revelando-se macio e de persistência média.

Categorias especiais de Vinho do Porto:

Vintage
Vinho do Porto com características organoléticas de excecional qualidade, proveniente de uma só vindima, retinto e encorpado de aroma e paladar muito finos. 
Considerado por muitos como o melhor dos vinhos do Porto, é o único que envelhece em garrafa. Engarrafado dois a três anos após a vindima, evolui durante 10 a 50 anos).

Late Bottled Vintage ou LBV
Vinho do Porto com características organoléticas de elevada qualidade, proveniente de uma só vindima, tinto e encorpado, de aroma e paladar finos. É engarrafado depois de um período de envelhecimento de quatro a seis anos. Estão prontos para serem consumidos, mas alguns continuam o seu envelhecimento em garrafa.

Crusted
Vinho do Porto com características organoléticas de elevada qualidade, retinto e encorpado de aroma e paladar finos, obtido por lotação de vinhos de diversos anos, cujas características peculiares levam à formação de depósito (crosta) na parede da garrafa onde se efetua parte do estágio

Vinho do Porto com Data de Colheita
Vinho do Porto com características organoléticas de elevada qualidade e proveniente de uma só vindima, com estágio em madeira durante um período mínimo de 7 anos após a vindima. 

Vinho do Porto com Indicação de Idade
Vinho do Porto com características organoléticas de elevada ou excecional qualidade, consoante a idade do vinho, obtido por lotação de vinhos de diversos anos que estagiaram em madeira. A idade mencionada no rótulo exprime o caráter do vinho no que respeita às características organoléticas conferidas pelo envelhecimento em casco, correspondentes à idade indicada. As indicações permitidas são 10, 20, 30, 40 ou 50 anos de idade.

Vinho do Porto garrafeira
Vinho do Porto com características organoléticas de elevada qualidade e proveniente de uma só vindima, com estágio em madeira durante um período entre 4 a 8 anos após a vindima e estágio posterior em recipiente de vidro durante, pelo menos, 15 anos. 

Vinho do Porto Reserva
Vinho do Porto com características organoléticas de muito boa qualidade, apresentando complexidade de aroma e sabor, obtido por lotação de vinhos de grau de estágio variável que lhe conferem características organoléticas específicas.

Regra geral, não há vantagem em guardar os vinhos do Porto. Apenas os de melhores categorias envelhecem bem em garrafa, em especial os vintage. Os LBV também respondem bem ao tempo, embora em menor grau.

Uma vez aberta uma garrafa, as características alteram-se. O tempo que cada garrafa pode ficar aberta e a temperatura para servir variam consoante o tipo de néctar. Veja as recomendações de conservação e as temperaturas ideias para servir este vinho (fonte: Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto).

Conservação

  • Vintage: 1 a 2 dias.
  • LBV e Crusted: 4 a 5 dias.
  • Ruby: 8 a 10 dias.
  • Branco: 1 a 3 semanas.
  • Tawny: 3 a 4 semanas.
  • Brancos ou tintos com a indicação da idade (10, 20, 30 ou mais de 40 e 50 anos) e da data de colheita: 1 a 4 meses - quanto mais velho o néctar, mais tempo resiste.

Temperaturas para servir

  • Vintage, LBV, Crusted e Ruby: entre 12º a 16º C.
  • Tawny e tintos com a indicação da idade e da data de colheita: entre 10º a 14º C.
  • Brancos: entre 6º a 10º C.
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Questões frequentes

Respondemos às principais dúvidas sobre vinho.

Como abrir uma garrafa de vinho?

Beber um bom vinho pode ser encarado como um ritual, que começa com a extração da rolha da garrafa, geralmente com um saca-rolhas. Há rolhas em diversos estados, consoante a antiguidade da garrafa. Nos vinhos muito antigos, as rolhas são mais difíceis de remover e podem, até, partir-se. Nestes casos, pode usar-se uma tenaz em brasa para cortar o gargalo, mas é um método para os mais experientes. A decantação é o processo que se segue, também no caso dos vinhos mais velhos.

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