Microhistória

Sob as bênçãos de N. Sra. do Rosário e São Benedito rainhas e reis conduziram seus irmãos e irmãs negr@s de devoção e afeto pelas ruas de Caxoeira do Sul. Esse comunitarismo afro-católico praticou o assistencialismo com os doentes, garantiu uma boa morte aos irmãos, organizou lindas procissões e missas que, além da prática da fé, combateram preconceitos e exigiram respeito. O livro que agora lançamos trás parte do arquivo dessa irmandade de pretos, documentos que atestam as artes da resistência e da solidariedade étnico-racial.

Tesina sobre la música independiente en el Chile actual.
Un estudio histórico sobre las dinámicas de organización y creación de circuitos musicales de un determinado espacio geográfico, en contraposición a las políticas culturales del Estado chileno.

O objetivo deste trabalho é identificar o que há de comum e o que há de diferente entre a História Local e a Micro-História. O termo História Local muitas vezes aparece na historiografia como sinônimo de História Regional. Percebe-se que a única diferença é no “recorte geográfico”, ou seja, na escala (Regional/local). Embora seja possível encontrar uma farta bibliografia sobre o assunto, essas abordagens historiográficas geram uma série de confusões. Este artigo foi elaborado para o encontro que teve por título “II jornada de Estudos Genealógicos;
IV Seminário de História e Geografia e Encontro dos IHGs/RS” que aconteceu em Pelotas – RS, entre os dias 26, 27 e 28 de abril de 2012, promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas. Sabe-se que os Institutos Históricos e Geográficos trabalham com História Local/Regional – dessa forma, pretende-se contribuir no debate metodológico das práticas de pesquisa dos membros dos IHGs.

Como citar:
CORRÊA, Anderson R. Pereira. História Local e Micro-história: encontros e desencontros. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, v. 01, p. 13-29, 2012.

Este artigo tem por objetivo analisar as potencialidades da utilização de um documento eclesiástico como fonte de reflexões para temática das sensibilidades religiosas brasileiras oitocentistas. Para tal, utilizo uma correspondência, enviada em 1851, assinada pelo Padre Católico Secular: João Batista da Mota Veloso (1818 – 1882), destinada ao Governo da Província do Rio Grande do Sul. A investigação seguiu modelos metodológicos da História Social, recorrendo ao método da busca onomástica, a reconstrução de micro-trajetórias, e aos jogos de escala. Assim, devido ao ineditismo deste tipo de aporte teórico-metodológico e documental, leremos uma microanálise do “texto-chave” da correspondência. O resultado da investigação, por fim, fomenta discussões sobre alguns conceitos e contextos que se referem à história religiosa brasileira oitocentista.


This paper intends to analyze the potential uses of an ecclesiastical document as a source of reflections on the theme of 19th-century Brazilian religious sensibilities. To this aim, I use a correspondence, sent in 1851, signed by the Secular Catholic Father: João Batista da Mota Veloso (1818 - 1882), addressed to the Government of the Province of Rio Grande do Sul. The investigation followed theoretical and methodological models of Social History, using the method of onomastic search, the reconstruction of micro-trajectories, and games of scale. Thus, due to the unprecedented nature of this type of theoretical, methodological, and documentary contribution, we will read a microanalysis of the “key text” of correspondence. The result of the investigation, finally, fosters discussions about some concepts and contexts concerning to 19th-century Brazilian religious history.

Presentation Microstoria first appeared at the turn of the 1970s and 1980s, from within a small group of Italian historians, in reaction to a social history that was marked by structuralist and functionalist models. It can be defined, not as a historiographical 'school' that promotes a unified method, but rather as an experimental research practice, characterised by varied approaches that all have the micro-level as a common point of interest. This history 'at ground-level' (J. Revel) is nourished by the minute and extensive exploitation of disseminated evidence and sources; these documentary remains are used to reconstruct the density of the social world, the complexity of individual stories and plans, and the multiplicity of contexts, of which they are part, and which give them meaning. While some, through the use of inconsistencies, have seen borderline cases (E. Grendi's 'exceptional normal') as the best tool for understanding norms and social relations, in contrast, others have favoured the productive game of scales of observation and analysis that take up the challenge of complexity and allow 'the flaky structure of social matters' to be highlighted (J. Revel). In the very construction of the object of research and then in its interpretation, this change of scale and method of analysis was finally able to be accompanied by innovative and heuristic narrative choices that themselves fall under the common concern for experimentation. For the past thirty or so years, numerous works have adopted the empirical process of micro-historians, which has demonstrated its descriptive and analytical potential in the construction and comprehension of social matters. The variation in levels of analysis thus establishes a precious tool for understanding the tensions between the resources and individuals' capacity for action on the one hand, and the natural

Apparue au tournant des années 1970 et 1980 au sein d'un petit groupe d'historiens italiens, en réaction à une histoire sociale marquée par les modèles structuraliste et fonctionnaliste, la microstoria peut être définie non pas comme une « école » historiographique porteuse d'une méthode unifiée, mais comme une pratique expérimentale de la recherche, caractérisée par des approches variées ayant pour point commun un intérêt pour l'échelle micro. Cette histoire « au ras du sol » (J. Revel) s'est nourrie de l'exploitation minutieuse et extensive de sources et d'indices épars, pour reconstituer, à travers ces traces documentaires, l'épaisseur du monde social, la complexité des itinéraires et des stratégies individuelles et la multiplicité des contextes dans lesquels ils s'inscrivent et qui leur donnent sens. Si certains ont vu dans l'usage des dissonances, des cas limites (« l'exceptionnel normal » d'E. Grendi) le meilleur outil d'appréhension des normes et des relations sociales, d'autres ont au contraire privilégié le jeu fécond sur les échelles d'observation et d'analyse qui fait le pari de la complexité et permet de mettre en lumière « la structure feuilletée du social » (J. Revel). Ce changement d'échelle et de méthode d'analyse a pu enfin s'accompagner, dans la construction même de l'objet de recherche puis dans son interprétation, de choix narratifs innovants, à visée heuristique, relevant eux aussi d'un souci commun de l'expérimentation. La démarche empirique des micro-historiens a, depuis une trentaine d'années, nourri de nombreux travaux qui font la preuve de son potentiel à la fois descriptif et analytique dans la construction et la compréhension du social. La variation des échelles d'analyse constitue ainsi un outil précieux d'appréhension des tensions entre, d'une part, les ressources et les