Aqueles que estudam e lançam mão da cartografia como metodologia de investigação e criação estética costumam conhecer o nome de Kastrup. Ela é doutora em Psicologia e professora do Instituto de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em...
moreAqueles que estudam e lançam mão da cartografia como metodologia de investigação e criação estética costumam conhecer o nome de Kastrup. Ela é doutora em Psicologia e professora do Instituto de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRJ, e desenvolve suas pesquisas nas áreas da cognição, produção da subjetividade, arte e deficiência visual, frequentemente utilizando-se do método cartográfico. É do encontro entre a prática e a teoria, entre o estar em campo e o inventar mundos conceituais que Kastrup traz, para a reflexão acadêmica atual, importantes desdobramentos.
Juntamente de Eduardo Passos e Liliana da Escóssia, ela organizou a primeira leva de estudos compreensivos sobre o método da cartografia (que pode também ser compreendido como um antimétodo, se entendemos o termo “método” stricto sensu), publicando em 2009 o livro Pistas do método da cartografia: pesquisa intervenção e produção de subjetividade. Em 2016 Kastrup e Passos, agora com a colaboração de Silvia Tedesco, publicaram um segundo volume dessa coletânea – com o subtítulo “a experiência da pesquisa e o plano comum” – atualizando as discussões para os desenvolvimentos atuais do campo. Na companhia desses mesmos parceiros, Kastrup lançou ainda recentemente Políticas da cognição, em que os autores vão defender que conhecer, mais do que assimilar aquilo que já se encontra dado, é uma via aberta para a invenção. Invenção de situações, relações e conceitos que não servem somente para expor uma determinada realidade dada e apenas descoberta pelo pensador/pesquisador, mas que se abrem aos anseios coletivos e subjetivos que da realidade humana, em cada tempo e lugar, emanam.