LEITURA LITERÁRIA PARA CRIANÇAS: REFLEXÕES SOBRE
RESPONSABILIDADE SOCIAL DO BIBLIOTECÁRIO
Resumo: O presente estudo tem como objetivo refletir
sobre a responsabilidade social do profissional da
informação bibliotecário no fomento e disseminação da
leitura literária para crianças em bibliotecas escolares
no Brasil. Problema de pesquisa: como a leitura
literária
para
crianças
se
vincula
à
responsabilidade social e competência profissional
do bibliotecário no Brasil? Aborda o papel da leitura
literária para crianças no desenvolvimento humano
individual e social. Reforça a leitura literária para
crianças como campo de atuação do bibliotecário
contemporâneo. Evidencia a necessidade do
desenvolvimento de variados perfis de competência do
bibliotecário para que possa atuar nos múltiplos
contextos das bibliotecas escolares brasileiras.
Caracteriza-se como uma pesquisa de natureza
qualitativa, exploratória e bibliográfica que posiciona a
leitura literária para crianças no escopo de competência
do bibliotecário que atua em bibliotecas escolares, sob
a égide da responsabilidade social enquanto demanda
do mercado de trabalho na sociedade contemporânea.
Conclui que o bibliotecário possui a responsabilidade
social de comprometer-se com a difusão da leitura
literária para a infância, seja atuando em bibliotecas
escolares, seja contribuindo com a produção científica
brasileira em Ciência da Informação.
Carlos Alberto Rodrigues
Mestrando em Ciência da Informação
pela Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC).
[email protected]
Clarice Fortkamp Caldin
Doutorado em Literatura pela
Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC).
[email protected]
Eliana Maria dos Santos Bahia Jacintho
Doutora em Ciência da Informação pela
Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC).
[email protected]
Palavras-chave: Leitura literária; bibliotecário;
responsabilidade social; competência profissional.
LITERARY READING FOR CHILDREN: REFLECTIONS ON THE SOCIAL
RESPONSIBILITY OF THE LIBRARY
Abstract: This study aims to reflect on the social responsibility of the librarian information
professional in promoting and disseminating literary reading for children in school libraries in Brazil.
Research problem: how literary reading for children linked to the social responsibility and professional
competence of librarians in Brazil? It addresses the role of literary reading for children in individual
and social human development. It reinforces literary reading for children as a field of action for the
contemporary librarian. It highlights the need to develop different competency profiles for the librarian
so that he can act in the multiple contexts of Brazilian school libraries. It is characterized as a
qualitative, exploratory and bibliographic research that places literary reading for children within the
competence of the librarian who works in school libraries, under the aegis of social responsibility as a
demand of the labor market in contemporary society. It concludes that the librarian has the social
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responsibility to commit to the dissemination of literary reading to children, whether working in
school libraries, or contributing to the Brazilian scientific production in Information Science.
Keywords: Literary reading; Librarian. Social responsibility; Professional competence.
1 INTRODUÇÃO
Presente em variados espaços da atuação humana, como aduzem Barreto e
Cavalcanti (2018), a leitura se estabeleceu ao longo da história como relevante instrumento de
desenvolvimento social da humanidade.
No âmago da sociedade democrática contemporânea, definida por Castells (2016)
como capitalista e informacional, a leitura se configura na atualidade como um componente
indispensável do fluxo informacional, possibilita o acesso a textos técnicos, científicos,
informativos e literários, promove a cultura, ciência, educação e cidadania.
A leitura possui o potencial de desenvolver habilidades e comportamentos que
estimulam o pensamento crítico e a autonomia na utilização da informação e contribuem para
um melhor desempenho social (LUCCA; CALDIN; RIGHI, 2015).
Em um mundo em que o ser humano passou a ser bombardeado diariamente por um
considerável contingente de informação textual, a habilidade de leitura se tornou
indispensável para a eficaz interação social dos indivíduos. Pereira, Frazão e Santos (2013)
afirmam que a leitura se tornou um meio de interagir com o mundo e uma forma de fazer
parte dele.
Este potencial social da leitura se vê reforçado quando inserido no contexto da leitura
literária e, de uma forma muito particular, na leitura literária para crianças, uma vez que o ato
de ler é estabelecido na infância (CALDIN, 2003). Mas para que a criança desenvolva o gosto
pela leitura é fundamental que a mesma seja apresentada como algo prazeroso e não uma
obrigação (PEREIRA; FRAZÃO; SANTOS, 2013).
Primordialmente atrelado à arte e ao objetivo da experiência estética, o texto literário
permite divertir e ensinar (PINHEIRO; JACINTO, 2018) ao tempo em que se abre para o
imaginário da criança e suas incontáveis possibilidades de assimilação e interpretação. Tal
qualidade o credencia a ser um instrumento potencial na formação do gosto pela leitura nas
crianças, ação crucial na formação de adultos leitores.
No Brasil o índice de não leitores ainda é expressivo. Pesquisa divulgada pelo
Instituto Pró-livro em 2016 indica que 43% (quarenta e três por cento) dos brasileiros se
consideram não leitores. O País tem adotado políticas públicas para superar a condição
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desfavorável em relação ao comportamento leitor de sua população, porém a mudança do
cenário atual carece de ações por parte das instituições (públicas e civis), da família e dos
profissionais (LAJOLO, 2016).
No terreno das profissões, o bibliotecário que atua em bibliotecas escolares, públicas
e privadas, situa-se no centro de uma iniciativa fundamental para a formação de uma
população leitora no Brasil: o fomento à leitura literária para crianças. Ocorre que, para atuar
neste contexto o bibliotecário, que no Brasil tem sido responsável por parcela relevante da
produção científica no campo da Ciência da Informação (CI), necessita refletir continuamente
sobre o seu papel social e as demandas do mercado de trabalho para que possa atingir os
parâmetros de qualidade esperados para a sua profissão. Neste seguimento, surge a pergunta:
como a leitura literária para crianças se vincula à responsabilidade social e competência
profissional do bibliotecário no Brasil?
Cogita-se que debater o papel do profissional da informação bibliotecário no
estímulo e socialização da leitura literária entre as crianças no Brasil implica refletir sobre: a)
o reconhecimento do exercício de ler livros de literatura para e pela criança como atitude
desejável na sociedade atual; b) a realidade das crianças brasileiras no tocante à leitura; c) a
postura que a sociedade espera dos profissionais da informação a esse respeito; d)
competência (conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes) que esses profissionais
necessitam desenvolver para atender a esta demanda contemporânea.
Assim, tendo como foco o ato da leitura para crianças em bibliotecas escolares, este
estudo se caracteriza como uma pesquisa qualitativa, exploratória e bibliográfica que tem
como objetivo refletir sobre a responsabilidade social do profissional da informação
bibliotecário no fomento e disseminação da leitura literária para crianças em bibliotecas
escolares no Brasil, enquanto demanda social e do mercado de trabalho.
Esta abordagem é fruto de debates promovidos no âmbito de formação em
andamento em nível de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
da Universidade Federal de Santa Catarina.
2 METODOLOGIA
O presente estudo se configura como de natureza qualitativa pois se estabelece como
um meio para explorar ou entender o significado que indivíduos ou grupos atribuem a um
problema social ou humano (CRESWELL, 2010). Em relação ao tipo, trata-se de uma
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pesquisa exploratória que pretende aumentar a experiência dos pesquisadores sobre o
problema (TRIVIÑOS, 1987). Adota como estratégia a pesquisa bibliográfica, a qual se presta
à investigação de relações entre conceitos, características e ideias (ALMEIDA, 2011). A fonte
de referência dos dados é a Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência
da Informação (BRAPCI). Pesquisa realizada em 26 de novembro de 2019, utilizando a
palavra-chave „leitura infantil”, recuperou 10 resultados para o período de 2000 a 2018. Os
artigos recuperados foram lidos na íntegra. Reflexões resultantes do diálogo teórico são
apresentadas a seguir.
3 LEITURA LITERÁRIA PARA CRIANÇAS
A infância se estabeleceu ao longo do tempo como um terreno propício ao
desenvolvimento das práticas de leitura. Concebida socialmente como um estado que pode ser
manipulado, um estado puro ou cadeia de estados de desenvolvimento (HUNT, 2010), a
infância foi e é alvo de escritos que, em maior ou menor grau, utilizam a linguagem literária
(metafórica) como instrumento de transmissão de valores, padrões de pensamento e de
conduta considerados socialmente aceitáveis, além de recrear.
Tudo aquilo que não pode ou é difícil de ser dito para uma criança em virtude de sua
mente imatura é passível de ser abordado pela literatura.
Enquanto linguagem da
representação, imagística, a literatura tem como nenhuma outra a capacidade de concretizar o
abstrato, constituindo-se mediadora eficaz entre mentes que ainda não chegaram ao estado de
pleno desenvolvimento e a inteligência reflexiva das mentes mais experientes (COELHO,
2000).
Tal condição leva a leitura literária a assumir relevância no âmbito do
desenvolvimento da criança (LUNA; SANTOS; ROSA, 2019). Caldin (2010) proclama que a
leitura literária favorece a saúde, é um exercício de liberdade, um entrelaçamento entre a
visão e a percepção, uma interação dinâmica entre o texto e o leitor e uma maneira prazerosa
de entender o mundo – de fato, é um processo dinâmico que exige conhecimento linguístico e
conhecimento textual.
Na mesma linha Knoche (2013, p. 576) anuncia que a leitura literária “[...] liberta,
estimula o imaginário, auxilia em novas descobertas, agrega conhecimentos, amplia
horizontes, desenvolve o raciocínio lógico, amplia o vocabulário e a capacidade de
comunicação, entre tantos outros fatores benéficos” e Silva, Rocha e Caregnato (2000, p. 330)
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complementam que “Na medida em que o aluno é estimulado para leitura, está
automaticamente, aprendendo ortografia, sintaxe, cultura, etc. e se divertindo”.
Todas estas qualidades são amplamente desejadas na sociedade contemporânea que
almeja o desenvolvimento de cidadãos críticos e participativos, capacitados ao pleno exercício
da cidadania.
Ao explicar que o livro infantil se destina a recrear a criança e a contribuir para o seu
desenvolvimento intelectual, Coutinho (2004) não deixa de enfatizar o caráter educacional da
literatura infantil que, segundo ele, é salutar que seja explorado sempre que possível.
Cabe ressaltar que o fator educacional que a literatura exerce sobre as crianças não
invalida sua constituição enquanto expressão artística. Caldin (2004) explica que o texto
escrito direcionado para criança possui funções simultâneas de prazer e utilidade que se
fundem em uma coexistência pacífica.
Ainda que as atitudes que serão desenvolvidas pela criança a partir do contato com
os textos literários sejam imprevisíveis e permeadas pela própria variabilidade do conceito
“criança” decretada por Hunt (2010), Coelho (2000) advoga ser ponto pacífico que a leitura
literária para crianças auxilia no desenvolvimento de potencialidades naturais e no
amadurecimento que marca a passagem da infância para o período adulto.
Ressalta-se que essa passagem na sociedade contemporânea necessita ocorrer que
maneira cada vez mais rápida e eficaz. Gestantes são orientadas a estimular seus filhos ainda
em seu ventre para que possam se tornar bebês mais “espertos”, bebês são estimulados de
variadas maneiras para se tornarem crianças mais desenvolvidas e posteriormente crianças são
estimuladas para se tornarem adultos mais críticos. Nesta conjuntura em que não há tempo a
perder, Luna, Santos e Rosa (2019) lembram que o contato em tenra idade com a literatura
infantil contribui para o desenvolvimento da personalidade da criança e crescimento
intelectual.
Destarte, para que se desenvolvam leitores competentes na fase adulta é necessário
estimular a leitura na infância, uma fase do desenvolvimento humano crucial em que a
iniciação com o mundo da literatura é amplamente recomendada (PEREIRA, FRAZÃO;
SANTOS, 2013).
Ocorre, porém, que o fomento à leitura literária para crianças desenvolve-se atrelado
à realidade dos sistemas educacionais de cada nação, o que requer que a realidade de cada
país seja considerada. No Brasil, o fomento à leitura literária para crianças esbarra em uma
realidade desafiadora, abordada a seguir.
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4 FRAGMENTOS DA REALIDADE BRASILEIRA
Na perspectiva de estado democrático no qual o Brasil se coloca, a habilidade de
leitura adquire relevância social ao contribuir para a capacitação do indivíduo para exercer sua
cidadania.
Todavia, não é possível discorrer sobre leitura no Brasil sem considerar as políticas
públicas e as características do sistema educacional brasileiro. Ao problematizar o povo
brasileiro como não leitor é necessário considerar como se deu o processo educacional
brasileiro desde o início e as carências que decorrem de muito tempo (SILVA;
BERNARDINO; NOGUEIRA, 2012). A leitura literária era restrita a uma minoria que tinha
acesso aos livros e a alfabetização, situação que persistiu por muito tempo no Brasil e ainda
hoje não se encontra resolvida.
O Brasil tem como marca políticas públicas voltadas à leitura e ao livro
caracterizadas pela descontinuidade das trocas de poder. Pereira, Frazão e Santos (2013)
afirmam que se trata de um país onde a leitura não é levada a sério e alertam para a situação
desfavorável apontada pelos estudos voltados a diagnosticar a condição da leitura no país: um
relevante índice de adultos não leitores e um sistema educacional deficitário em muitos
aspectos.
Com vistas a mudar esta realidade, o governo brasileiro tem desenvolvido ao longo
dos anos algumas abordagens em nível nacional. Atualmente, o Programa Nacional do Livro e
do Material Didático (PNLD) e o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) se
configuram como as principais iniciativas do governo federal voltadas à distribuição de obras
didáticas, pedagógicas e literárias em escolas públicas de educação básica no país.
Sem apegar-se a uma análise dos méritos e deficiências do PNLD e do PNBE, que
certamente são muitos em ambos os casos, cabe neste artigo pensar quais outros elementos
(além da distribuição) são decisivos para a efetivação deste tipo de iniciativa em nível
nacional. Um destes elementos pode ser exemplificado pelos achados de Grazioli e Debus
(2017) que, ao discorrerem em seu estudo sobre o PNBE, desenvolvido desde 1997 no Brasil,
constataram que tanto o guia “PNBE na escola: literatura fora da caixa” quanto os livros
distribuídos em 2014 permaneciam dentro das caixas em muitas instituições devido a falhas
de estrutura e de pessoal.
Em relação às dificuldades enfrentadas pelas escolas, Pinheiro e Jacinto (2018)
lembram que possibilitar o acesso à leitura de crianças e jovens no Brasil é um desafio para
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pais, professores e bibliotecários, posto às condições precárias que se estabelecem em muitas
instituições brasileiras. Em que pese que a Lei nº 12.244 de 24 de maio de 2010 preconize que
todas as instituições de ensino públicas e privadas de todos os sistemas de ensino do Brasil
necessitam possuir biblioteca escolar, não são todas as escolas que possuem bibliotecas e,
mesmo as que possuem, muitas vezes não contam com uma equipe comprometida com o
fomento ao exercício da leitura.
Assim, a realidade brasileira que se vê ilustrada no encontro dicotômico entre o
discurso oficial relatado por Silva, Bernardino e Nogueira (2012) e a realidade das bibliotecas
denunciada por Pinheiro e Jacinto (2018). De um lado o discurso oficial brasileiro reconhece a
relação socialmente construída entre educação, escrita e leitura e o poder do livro na discussão
da identidade nacional, de outro as pesquisas indicam a falta de bibliotecas e bibliotecários em
muitas instituições.
Nesta perspectiva é salutar refletir sobre o potencial que a biblioteca escolar possui
no fomento a leitura, temática abordada a seguir.
5 BIBLIOTECA ESCOLAR E LEITURA
Na busca por espaços que possam contribuir nas reflexões acerca da inter-relação
aprendizado escolar e leitura, a biblioteca escolar, pública e/ou privada, se vislumbra como
um campo bastante profícuo para debates que conduzam à democratização da leitura
(SOUZA, 2014).
Tal vislumbre decorre do fato que a biblioteca escolar se estabelece como um espaço
que, além de reunir fontes informacionais relevantes para os processos de ensino e
aprendizagem, possui um potencial natural para servir de ambiente motivador para a leitura e
formação de leitores (PINHEIRO; JACINTO, 2018).
Este potencial, quando explorado na leitura literária, amplifica as perspectivas da
biblioteca escolar porquanto vincula a leitura ao lúdico, ao prazeroso, ao fantasioso e ao
criativo descolando-se da obrigação dos trabalhos escolares (SOUZA, 2014). Neste contexto,
a biblioteca escolar deixa de ser um destino imposto por conta das demandas acadêmicas e
passa a ser o destino espontâneo do encontro com o entretenimento e prazer que a leitura
literária proporciona.
Em um país com dimensões continentais e diferentes realidades sociais como o
Brasil, abordar a biblioteca escolar em todo seu potencial como instrumento para
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democratizar a leitura é um caminho promissor. Para Caldin (2003), a biblioteca escolar é o
local mais indicado para se inserir a leitura como atividade prazerosa e natural, pois para um
bom contingente de crianças este é o único lugar no qual elas têm acesso a livros não
didáticos. Moraes (2011) defende que o contato com a leitura no ambiente da biblioteca
escolar possibilita que a criança se aproprie do livro de maneira sustentável, entendendo-o
como um bem de uso coletivo e não como um objeto de consumo individual como ocorre no
ambiente mercadológico das livrarias.
Em que pese essas potencialidades, a realidade adversa da escola brasileira,
particularmente a pública mas não restrita a ela, na qual ainda existem escolas que não
possuem bibliotecas ou que as mantêm de forma precária, implica na necessidade de envidar
esforços para que a biblioteca seja inserida cada vez mais no contexto escolar como um
espaço de aprendizagem integrado às práticas escolares, dinâmico e motivador, de mediação e
fomento à leitura (SOUZA, 2014).
Nessa linha, Varela, Barbosa e Farias (2014) advogam que a biblioteca detém função
mediadora em sua natureza intrínseca e necessita exercê-la, uma vez que se constitui
naturalmente como um canal de transmissão de conhecimento por meio de seu aparato
educativo-cultural, seus processos e organização.
Para Almeida Junior (2009) a mediação se constitui no conjunto de interferências
realizadas pelos profissionais da informação que possibilitam ao usuário a apropriação de
informação que atenda, plena ou parcialmente, uma necessidade informacional.
A mediação, por conseguinte, resulta da interação entre o profissional da informação
e o usuário e demanda recursos interdisciplinares de áreas como: informação, comunicação e
educação, bem como a produção de saberes acerca dos ambientes, instrumentos, suportes,
recursos, processos e agentes que passam a se configurar como dispositivos produtores de
sentidos que conduzem ao atendimento eficaz das necessidades informacionais (GOMES,
2010; SACERDOTE; FERNANDES, 2016).
No que tange aos agentes, o bibliotecário mediador surge como destaque na
mediação entre livros e usuários no âmbito da biblioteca, mas necessita reconhecer a
importância e responsabilidade do seu trabalho. Nogueira e Bernardino (2018) enfatizam que
o bibliotecário mediador necessita saber que sua atividade é transformadora no processo
pedagógico e informacional, pois ao fomentar o conhecimento, estimula a produção de novas
inquietudes e novos conhecimentos.
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Ao considerar que o estabelecimento de uma biblioteca que possibilite desenvolver a
leitura decorre da conjunção de livros, usuários e bibliotecários (PINHEIRO; JACINTO,
2018), é relevante refletir sobre a responsabilidade social do bibliotecário, tema abordado a
seguir.
6 RESPONSABILIDADE SOCIAL DO BIBLIOTECÁRIO
A informação é um insumo basilar para o desenvolvimento social e pleno exercício
da cidadania na sociedade contemporânea. Uma vez que parte relevante do conteúdo
informacional humano se encontra registrada na forma escrita, a habilidade de leitura surge
como chave para o acesso ao conhecimento, cultura e valores de uma nação.
Considerar o potencial que a leitura literária para crianças possui para formação de
leitores e todos os benefícios que o ato de ler literatura pode produzir nas crianças e admitir
que a adoção de iniciativas que fomentem a leitura literária junto às crianças é o caminho para
a formação de um Brasil mais leitor, mais crítico e mais participativo. Cabe pensar sobre o
desafio que têm pela frente instituições (públicas e civis), famílias e profissionais e sua
responsabilidade social no fomento e disseminação da leitura literária para crianças.
A inserção da temática responsabilidade social em estudos na CI acompanha
tendências contemporâneas e se volta com frequência à promoção da cultura e função social
das bibliotecas e ao papel transformador da informação. Sinteticamente os estudos relativos à
responsabilidade social na CI enfatizam: a biblioteca como integrante da sociedade e sua
capacidade de contribuir com os cidadãos; o bibliotecário como agente social por excelência;
a CI como campo inerentemente social (GARCIA; TARGINO; DANTAS, 2012).
Veloso (2005) define responsabilidade social no campo profissional como conjunto
de responsabilidades éticas relacionadas a atividades, práticas, políticas e comportamentos
socialmente esperados, que contribuem de maneira perene para melhoria da qualidade de vida
da sociedade, independentemente da existência de leis, regulamentos ou códigos de ética
profissional.
No campo específico na Biblioteconomia, Moraes (2011) esclarece que a
responsabilidade social consiste em um complexo de conhecimentos e ações pautadas no
ensino e prática bibliotecária voltadas a constituir a biblioteca como ambiente dinâmico, por
meio da aplicação de princípios como educação universal e liberdade de pensamento, com
vistas a adaptar as bibliotecas às demandas da sociedade democrática.
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Neste seguimento, Ferreira e Garcia (2018) evidenciam o bibliotecário como
profissional de prestação de serviços à sociedade que, ao se posicionar em permanente contato
com produtores e consumidores de informação, assume posição central na produção,
tratamento, disseminação, transferência e uso de informações em seus ambientes de atuação.
Neste contexto da responsabilidade social da profissão, o bibliotecário que atua em
bibliotecas escolares se encontra em posição de destaque em relação à leitura literária para
crianças e essa temática tem sido refletida em estudos na CI. No campo das pesquisas
brasileiras, a CI tem produzido pesquisas relacionadas à leitura literária para crianças.
Pesquisa realizada pelos autores na BRAPCI em 26 de novembro de 2019, utilizando a
palavra-chave „leitura infantil”, recuperou 10 resultados para o período de 2000 a 2018. O
quadro 1 a seguir apresenta os estudos recuperados.
Quadro 1: Estudos recuperados, BRAPCI 2000 – 2018
Ano
Autor
Título
2018
PINHEIRO, M. I. S.;
JACINTO, V. L. G.
Leitura literária infantil e o papel do bibliotecário mediador.
2017
STOCKER, C. T.
Biblioteca pública infantil de Sergipe: uma experiência com projetos
de incentivo à leitura a partir da primeira infância.
2013
PEREIRA, E. J.;
FRAZÃO, G. C.;
SANTOS, L. C.
Leitura infantil: o valor da leitura para a formação de futuros leitores.
2013
KNOCHE, L. M. M.
Contar, ler e brincar: a importância da contação e da leitura de
histórias aliadas ao lúdico como agentes transformadores da rotina
hospitalar.
2012
SILVA, M. B.;
BERNARDINO, M. C.
R.; NOGUEIRA, C. R.
Políticas públicas para a leitura no Brasil: implicações sobre a leitura
infantil.
2011
MORAES, L.
A criança, o livro e a biblioteca: o estudo de usuário na educação
infantil.
2005
CALDIN, C. F.
A leitura como função pedagógica: o literário na escola
2004
CALDIN, C. F.
A aplicabilidade terapêutica de textos literários para crianças
2003
CALDIN, C. F.
A função social da leitura da literatura infantil
2000
SILVA, C. E. C.;
ROCHA, M. L.;
CAREGNATO, S. E.
Projetos de leitura vão às escolas.
Fonte: elaborado pelos autores, 2020.
Os estudos recuperados evidenciam a importância individual e social da leitura
literária para as crianças e a apresentam como nicho e demanda profissional, mas sobretudo
como responsabilidade social na sociedade contemporânea. Assim, impelida pelo alto nível de
exigência social atribuído aos profissionais da informação, a CI tem acolhido a leitura literária
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para crianças em seu escopo de estudo e vislumbrado o papel de protagonista do bibliotecário
na mudança da realidade brasileira.
Cabe salientar que ao iniciar o seu percurso escolar a criança tem o direito de ter
acesso à literatura, a instituição tem a obrigação de dispor de uma biblioteca, de um acervo e
de uma equipe e o bibliotecário tem a responsabilidade de fomentar na criança o prazer em
frequentar a biblioteca e o gosto pela leitura literária (PINHEIRO; JACINTO, 2018).
É necessário, contudo, que o profissional bibliotecário desenvolva competência
(conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes) que possibilite responder de forma eficaz
a mais esta demanda profissional. Para isso é imprescindível que se estabeleçam perfis de
competência que sirvam de balizadores na formação e capacitação destes profissionais. Na
seção a seguir reflete-se sobre a elaboração destes perfis de competência profissional.
7 EM BUSCA DE UM PERFIL DE COMPETÊNCIA
Para pensar um perfil de competência que possibilite ao bibliotecário atuar no
fomento da leitura literária para crianças se faz necessário refletir sobre como a temática da
competência se inseriu nos variados campos de estudo e como vem sendo tratada na CI.
Os estudos relacionados à competência profissional ganharam destaque a partir da
década de 1970. Em um contexto social de desemprego e excesso de mão de obra o mercado
de trabalho passou a requerer dos profissionais, além da qualificação, competências diversas
voltadas a obter altos padrões de eficácia (STÊNICO; ADAM, 2016).
Atualmente a constante reconfiguração das práticas profissionais na sociedade
contemporânea demanda permanente atualização frente à consolidação de novos paradigmas.
Temática relevante e atual, como asseguram Fleury e Fleury (2001), a competência
profissional é objeto de estudo de variados campos do conhecimento na atualidade. Para
Bomfim (2012) os perfis de competência profissional são uma construção cultural e histórica
em constante desenvolvimento.
Na sociedade contemporânea a transferência, disseminação e uso da informação vêm
se adequando a novas dinâmicas sociais impulsionadas pela explosão da produção
bibliográfica e o avanço e disseminação das tecnologias de informação e comunicação
(SANTA ANNA, 2017). Neste cenário, novas demandas e expectativas do mercado de
trabalho induzem a necessidade de monitoramento constante e adequação das competências
dos profissionais da informação.
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A competência profissional tem sido tema presente nas pesquisas divulgadas
anualmente no Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (ENANCIB). Ao
analisar a utilização do termo competência nas pesquisas publicadas nos anais do ENANCIB
no período de 2005 a 2014, Farias e Farias (2016) identificaram um total de 94 trabalhos
abordando as seguintes temáticas: competência, competência em informação, educação
continuada, formação e perfil profissional. Estudos que abordam a formação e perfil
profissional destacam a necessidade do desenvolvimento de competências voltadas para a
gestão de unidades de informação e domínio de recursos tecnológicos dentro de uma
perspectiva crítica e de responsabilidade social.
Após identificar as origens dos estudos sobre competência e situar-se sobre suas
abordagens no campo de estudo da CI, cabe pensar competência e a definição de perfis de
competência que possibilitem ao bibliotecário atuar no fomento à leitura literária para
crianças no Brasil.
Durand (2000) define competência como um conjunto de conhecimentos, habilidades
e atitudes que, ao se relacionarem de maneira interdependente, possibilitam atingir
determinados resultados em contextos específicos. Ao considerar o conceito do autor francês,
o perfil de competência de um profissional se caracteriza pelo dinamismo e flexibilidade, o
que impossibilita estabelecer um rol único de conhecimentos, habilidades e atitudes para
todos profissionais brasileiros.
Tal constatação corrobora Belluzzo (2011) que relata não existir argumento
consensual sobre as competências que necessitam ser desenvolvidas pelos profissionais da
informação e reafirma o modelo de definição de perfis de competência difundido pelo
International Council on Archives (2010). Neste modelo de perfil de competência o conjunto
de conhecimentos, habilidades e atitudes (competência) é definido a partir da atividade e
responsabilidade estabelecida e do desempenho esperado (perfil profissional) em cada
contexto social; assim, diferentes contextos sociais e profissionais produzem diferentes perfis
de competência profissional.
Na linha do modelo preconizado pelo International Council on Archives (2010), a
busca utópica por um perfil único de competência para o profissional bibliotecário que atue
em bibliotecas escolares no Brasil se esvai frente à amplitude de contextos e cenários
presentes na realidade brasileira.
Um bibliotecário que atue no fomento à leitura literária para crianças em uma
biblioteca escolar no interior do Amazonas necessita desenvolver um conjunto de
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conhecimentos, habilidades e atitudes diferente de um bibliotecário que atue em uma
biblioteca de uma escola na capital do Paraná na mesma atividade, assim sendo, produzem
perfis profissionais e de competência diversos.
Longe de se constituírem como um resultado final, os perfis assim delineados se
estabelecem como ponto de partida para estudos e iniciativas relacionadas ao
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes em diferentes perspectivas:
educação, formação e treinamento, desenvolvimento profissional continuado e aprendizagem
no trabalho.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A sociedade contemporânea demanda um elevado compromisso social dos
profissionais da informação em suas mais variadas interfaces de atuação profissional. Se a
sociedade brasileira almeja uma mudança no cenário atual da leitura no país e uma das chaves
para esta mudança reside no fomento e disseminação da leitura literária para as crianças, ao
profissional bibliotecário que atua em bibliotecas escolares não cabe abster-se de contribuir a
esse mister.
Não obstante, diante das dificuldades interpostas no campo da educação brasileira
cabem algumas perguntas: os bibliotecários estão preparados para responder a mais essa
demanda social? Quais são os perfis de competência (conhecimentos, habilidades e atitudes)
que possibilitam ao bibliotecário atuar no fomento e na disseminação da leitura literária para
as crianças nos diversos contextos brasileiros? Como a produção cientifica brasileira em CI
pode interferir na realidade nacional da leitura literária para as crianças?
A busca de respostas a estas e outras perguntas suscitadas ao longo deste estudo
sinaliza para um amplo rol de possibilidades de pesquisa no campo da CI, sendo que a
reversão do quadro atual da leitura literária no Brasil demanda ações integradas por parte das
instituições, da família e dos profissionais envolvidos.
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