Adriana Afonso Sandre
Paulo Renato
Mesquita Pellegrino
m
odelagem da informação
da paisagem – landscape
information modeling (lim)
Re sumo
Este artigo discute a ideia de uma plataforma digital, denominada
Mariposa, que se estrutura como uma ferramenta para integrar e
operacionalizar os projetos complementares de paisagem. Para tanto,
propõe, a partir do conceitual de Landscape Information Modeling
(LIM), uma plataforma integrada de projeto capaz de simular
aspectos dos espaços projetados, compatibilizando elementos
construídos e processos naturais. Acredita-se que o projeto da
paisagem, por ser uma dimensão integradora das camadas de
intervenção no espaço, permite maior transparência e
democratização do processo de decisão e execução, podendo ser
orientado para o atendimento das demandas sociais, ecológicas,
econômicas e do respeito as suas particularidades históricas. Para
estruturar a Mariposa serão definidos um conjunto de parâmetros de
projeto caracterizados por sua diversidade, adaptação e
responsividade. Ao incluir diferentes parâmetros, pode-se propor
inúmeras variações para o modelo, de forma a objetivar diferentes
soluções e avaliar seu grau de resposta e adaptação e, portanto, da
sua inteligência, aqui entendida como a capacidade de adaptação
do sistema às novas condições oferecidas pelo projeto. No final, este
texto expõe a importância da aplicação do processo LIM nos projetos
de paisagem, em especial via plataformas digitais.
Palavras-chave
Projeto da Paisagem. Landscape Information Modeling . Modelagem
algorítmica
HTTP://DX.DOI.ORG/10.11606/ISSN.2317-2762.POSFAU.2020.168291
Pós, Rev. Programa Pós-Grad. Arquit. Urban. FAUUSP. São Paulo, v. 27, n. 51, e168291, 2020.
1
pós-
LANDSCAPE INFORMATION
MODELING (LIM)
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2
Abstract
This paper discuss the idea of a digital platform, named Mariposa,
which is structured as tool to integrate and operationalize
complementary landscape projects. Therefore, it proposes, based
on the Landscape Information Modeling (LIM), an integrated
design platform that simulates aspects of built environments,
integrating natural elements and processes. The landscape design,
being an integrating dimension of the layers of intervention in the
space, allows greater transparency and democratization of the
decision and execution process, being able to be oriented towards
meeting social, ecological, economic demands and respecting its
historical particularities. A highlighted point refers to the
structuring of the Mariposa, which requires the definition of a set
of project parameters characterized by its diversity, adaptation and
responsiveness. Hence, we argue that including parameters, it is
possible to propose numerous variations for the model that allow to
assess the degree of response and adaptation and, therefore, its
intelligence, here understood as the system’s ability to adapt to the
new conditions offered by the project. Finally, this paper exposes
the importance of applying the LIM process in landscape design,
mainly via digital platforms.
Keywords
Landscape Project. Landscape Information Modeling. Algorithmic
modeling
Pós, Rev. Programa Pós-Grad. Arquit. Urban. FAUUSP. São Paulo, v. 27, n. 51, e168291, 2020.
Introdução
Este artigo propõe o desenvolvimento de uma plataforma digital, denominada
Mariposa, baseada nos conceitos de modelagem da informação da paisagem
(LIM, do inglês Landscape Information Modelling), projetos generativos e
algoritmos genéticos de suporte a decisão, com o objetivo de integrar e
operacionalizar as diversas etapas de um projeto urbano de paisagem.1
1
O desenvolvimento da Mariposa
é realizado pela Equipe do
LABVERDE – Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da USP,
Adriana Sandre, Juliana Alencar,
Riciane Pombo, Silvio Motta e
Prof. Dr. Paulo Pellegrino, com
apoio da CAPES.
Com o uso da plataforma, o arquiteto, urbanista e paisagista tem um amplo
leque de possibilidades abertas pelos algoritmos, que o auxiliam em sua
atividade projetual podendo expressá-la de forma mais consequente e menos
arbitrária. Podendo pinçar aquela alternativa que melhor lhe atenda e aos
demais participantes do processo decisório do projeto, evitando que cada
decisão seja vista como personalista e pessoal, mas como parte de uma
cocriação que atende ao que todas as dimensões e agentes interessados
procuram.
O desenvolvimento do conceito LIM e da plataforma digital tem embasamento
em um amplo quadro de referências de serviços ecossistêmicos urbanos (SEs) e
conceitos ecológicos aplicados ao planejamento e ao projeto urbano e da
paisagem. Traz como diferencial a possibilidade de incorporar conceitos e
enfoques como das soluções baseadas na natureza (NBS) e de Infraestrutura
verde. A possibilidade de utilização dessas tecnologias naturais é um campo
promissor de aplicação dessa plataforma, já que implica necessariamente o
emprego de uma ampla gama de conhecimentos e técnicas presentes nas áreas
das ciências biológicas, geográficas e naturais, além das engenharias.
Como apresentado neste artigo, trata-se de uma dimensão em que a Mariposa
apresenta um grande potencial de aplicação ao gerar diferentes alternativas de
projetos generativos de manejo das águas urbanas a partir de dados de
desempenho quanto aos aspectos funcionais das infraestruturas verdes, tais
como eficiência, operacionalização e manutenção.
Este artigo discute como a Plataforma Mariposa é uma tecnologia de
interessante alcance para a atividade projetual, fornecendo respostas às
diversas questões técnicas ao ponderar, por exemplo, os ganhos, em termos de
serviços ecossistêmicos (SEs) de diferentes soluções projetuais. Na sequência,
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Argumenta-se que essa plataforma auxilia o processo de projeto da paisagem ao
fornecer suporte à criação de alternativas, manipulando a complexidade das
diversas áreas de conhecimento técnico-científicas e atendendo suas variáveis
de desempenho. Desse modo, a Mariposa atua como um meio para simulação
de aspectos dos ambientes construídos e naturais dos projetos, com a
finalidade de fornecer mecanismos para que suas múltiplas funções sejam
verificadas em suas variáveis e avaliadas para o atendimento das necessidades
ambientais, sociais, culturais e econômicas.
são apresentados (i) o embasamento conceitual da plataforma digital, (ii) o
debate sobre a associação da forma ao desempenho, para na etapa seguinte
discutir de forma exploratória (iii) uma aplicação prática da plataforma. No
final, este texto conclui sobre a importância da aplicação do processo LIM nos
projetos de paisagem, em especial via plataformas digitais.
Embasamento conceitual da plataforma
digital mariposa
2
O termo “Modelagem” implica
em um processo de
representação que fornece a
base para a simulação de
desempenho da construção
(modelando o comportamento
futuro) e para o gerenciamento
de informações de construção
(Laiserin, 2016).
3
O uso de linguagens de
programação, tanto textuais
(Python, C++, Rhinoscript) como
visuais (Grasshopper para o
software Rhinoceros)
possibilitam a criação de
plugins e ferramentas com
funcionalidades extras para
esses softwares .
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O desenvolvimento da Plataforma Mariposa se dará baseado na integração da
modelagem da informação da paisagem (LIM, Landscape Information
Modeling), modelagem algorítmica computacional e projeto generativo. Nas
duas últimas décadas, novos processos computacionais, como a modelagem
paramétrica, algorítmica e generativa têm viabilizado maior amplitude de
possibilidades projetuais, auxiliando no reconhecimento e resolução de
problemas. O projeto generativo usa variações paramétricas e regras de
transformação previamente estabelecidas por meio de um processo iterativo
como principal estratégia para gerar alternativas de projetos (Celani, Vaz,
2012). Isso se dá pelo uso de linguagens de programação (tanto visual como
textuais) disponíveis nos softwares de modelagem (pautados em CAD e BIM)
disponíveis para projetos dos mercados de arquitetura, engenharia e construção
(AEC).
Sustenta-se que os termos “Modelagem algorítmica computacional” referem-se
à elaboração, auxiliada por computador (computer aided), de modelos
matemáticos para análise de problemas complexos em diversas áreas do
conhecimento – no caso do LIM, ao projeto generativo em arquitetura da
paisagem.2 Para tratar de problemas complexos associados a esse quadro, é
necessário usar um meio computacional e uma plataforma de modo a adquirir
velocidade e precisão no processo de projeto.
Dessa forma, o conceito do LIM, enquanto processo iterativo, enquadra-se no
campo do design computacional ao ser auxiliado por uma plataforma digital
vinculada a um software de modelagem que associa-se a um sistema
algorítmico de geração de alternativas projetuais. Trata-se de modelar,
computacionalmente, a complexidade da informação da paisagem e diferentes
alternativas projetuais.3
Para tanto, propõe-se a criação da Plataforma digital Mariposa com objetivo de
viabilizar a geração de diferentes alternativas de projeto generativo para
provisão de serviços ecossistêmicos a partir da integração de diversas variáveis,
a exemplo das hidrológicas, ecológicas e de conforto ambiental, prevendo
tendências e avaliando tencialidades, restrições e conflitos de interesse (Figura
1). Trata-se um avanço em relação ao processo de projeto, ao incluir a
concepção baseada em parâmetros e performance para a modelagem precisa
da informação. Tal integração possibilitará que as diferentes fases do processo
de projeto da paisagem, como concepção, análises de viabilidade e execução
aconteçam de maneira muito mais integrada, pois estarão baseadas em
parâmetros, metadados, e regras generativas, o que possibilita menos
retrabalho em todo o processo de projeto.
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O conceitual do LIM se dá por uma derivação evolutiva da prerrogativa do BIM
(Building Information Modeling ou Modelagem de Informação da Construção),
o qual, segundo Landim (2019), permite gerenciar e compartilhar informações
entre múltiplos agentes em todos os ciclos e fases de projeto, da concepção à
pós-ocupação. Tanto o LIM quanto o BIM trabalham com reprodução gráfica
da geometria da construção (modelo tridimensional) e com o conceito de
metadados – aos objetos são associados uma série de atributos, por exemplo, a
um traço na tela vincula-se dimensões de uma escada e suas propriedades
materiais e custos. Trata-se um banco de dados integrado, no qual todas as
informações, propriedades, relações e apresentações são armazenadas
(Eastman, et. al, 2008). Por exemplo, o Revit® é associado ao BIM, assim
como a Mariposa é ao LIM.
Nesse sentido, o processo do LIM insere-se no nível de utilização
computacional algorítmico, segundo a categorização adotada de Kotnik (2010).
Nesse nível, além da manipulação de entrada e saída de dados, do nível
paramétrico, codifica-se a função que executa os comandos, permitindo uma
maior liberdade de concepção. Na arquitetura, essa tarefa é a capacidade do
algoritmo em auxiliar na resolução de problemas projetuais, permitindo
ultrapassar as limitações da interface do usuário e projetar, por meio da
manipulação direta, não da forma, mas do código (Celani, 2017).
A segunda frente de defesa refere-se à majoritária aplicação e desenvolvimento
de tecnologias para os processos e modelos BIM restritas ao edifício, com
iniciativas incipientes para a escala urbana e ainda menos contundentes para a
paisagem. Reforçando a constatação de que os softwares BIM apresentam um
formato operacional mais amigável ao projeto executivo da edificação e dos
seus componentes (lajes, vigas, alvenarias, esquadrias, pisos, instalações, entre
outros) (Moura et al., 2018). Enquanto no BIM, os objetos têm como
metadados não geométricos atributos vinculados à edificação, como dimensões
de um batente e suas propriedade materiais e custos, no LIM, os objetos são
vinculados a elementos da paisagem, possibilitando a extração de dados do
modelo tridimensional e das alternativas de projeto.
Embora as contribuições exponenciais tanto do BIM – no gerenciamento de
edificações durante as etapas de construção e sua integração com outras
ciências – quanto do projeto generativo – na geração de alternativas – as
ramificações desses sistemas de design computacional para o paisagismo
permanecem não teorizadas e tampouco implantadas. Essa constatação,
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A diferenciação da nomenclatura entre LIM e BIM se dá por duas frentes de
defesa associadas ao processo de projeto, em seus momentos criativo e de
execução. A primeira concerne ao processo de projeto no momento de criação.
Embora as fases projetuais não sejam (devam ser) estanques, considerando que
repensar o projeto é um ato contínuo desse processo, em um momento em que
é necessário materializar o objeto do desenho, os sistemas BIM atuam com
primazia. Embora as vantagens gerenciais do BIM, no aumento de eficiência e
precisão projetual, sejam expressivas, elas não pressupõem (e não objetivam) o
estímulo à criação de alternativas e análise de cenários de projeto da paisagem
a partir do desempenho e da capacidade, por exemplo, de provisão de serviços
ecossistêmicos, avaliando potencialidades, restrições e conflitos, cerne da
plataforma Mariposa.
Figura 1. A Mariposa foi escolhida como nome para a plataforma digital. Em 25 de janeiro de
1862, Charles Darwin (1809-1882) recebeu uma caixa de orquídeas de James Bateman (18111897), dentre elas estava a Angraecum sesquipedale , nativa de Madagascar. A fascinação dele
foi tamanha que escreveu cartas a James, se perguntando: “do you know its marvelous nectary
11½ inches (29.2 cm) long, with nectar only at the extremity. What a proboscis the moth that
sucks it, must have! It is a very pretty case”. Ele também diz, “Good Heavens what insect can
suck it”, já prevendo qual animal poderia ser responsável pela polinização (Ardetti et al., 2012).
Décadas mais tarde, foi descoberta a mariposa Xanthopan morganii praedicta com sua
probóscide gigantesca: só a mais longa e especializada das línguas pode alcançar o néctar e,
por consequência, polinizar a orquídea! É o que Darwin prediz, uma flor com estilete tão longo
geraria probóscides cada vez mais longas, uma das principais contribuições para a biologia
evolucionária: a coevolução! Essa relação complexa ilustra nosso trabalho generativo, de
especialistas extremos – como a mariposa – a generalistas todos temos lugar na paisagem,
espaço e função (Fonte: Adriana Sandre e arte da marca Julio Okabayashi).
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4
ENGELBART, Douglas C.
Augmenting human intellect: A
conceptual framework. Menlo
Park, CA, 1962.
entretanto, não justifica a inércia em manter o modus operandi em CAD para o
desenho urbano e paisagístico (Moura et al., 2018). As infraestruturas e os
espaços livres urbanos demandam diferentes elementos de projeto,
implantação e monitoramento. É o que o LIM se propõe: modelar a informação
na paisagem, atuando tanto em um aumento escalar quanto de enfoque do
Building para o Landscape – do construído para o livre.
Por que materializar o desempenho
associado à forma?
Embora a prática recorrente do uso dos sistemas computacionais seja para
geração de formas e variações do projeto, a Mariposa foca-se em desempenho e
performance. Nesse sentido, enquadra-se sob o Paradigma de Projetos
orientados ao desempenho em modelos dinâmicos e interativos materializados
por ferramentas computacionais e algoritmos genéticos em uma plataforma que
oferece nível de controle.
No trabalho seminal Augmenting human intellect: a conceptual framework,
Douglas C. Engelbart4 apresenta a ideia de um arquiteto projetando uma
residência em que não é só capaz de conceber o objeto arquitetônico, mas
fazer análises antes inviáveis, tais como: o ofuscamento de carros na rodovia
causados pelo reflexo do sol nascente nas janelas da casa recém-projetada.
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Percebe-se, assim, como novos elementos passam a ser considerados e
integrados na forma de projetar.
As preocupações performativas (como as ambientais) implicam em uma
mudança em relação às questões puramente estéticas e, como tal, abre
importantes questões de otimização e eficiência da ‘forma’. É aqui que
possamos, talvez, começar a vislumbrar o mais provável fator de mudança para
nossas futuras cidades.
A crítica aqui não reside nas criativas morfologias arquitetônicas focadas nas
qualidades emergentes e adaptáveis da forma, não mais criadas somente por
um ato criativo, mas encontradas com base em um conjunto de regras e
algoritmos (Agkathidis, 2015). Edifícios com estruturas complexas e curvilíneas
são intrigantes e a técnica que hoje nos permite vivenciá-los é um ato
igualmente encantador, há porque estimular novas e criativas soluções
projetuais.
5
Leach (2014) traz o argumento
de Fredric Jameson, o desejo de
combater a homogeneização do
capitalismo tardio celebrando a
“diferença” é cúmplice da sua
própria lógica ao tornar-se
outra mercadoria no mercado,
em vez de superar as
tendências homogeneizadoras
pode-se ver que as alimenta.
Contra a primazia da forma material, podemos postular uma lógica alternativa e
fazer uma distinção entre a forma – como em “forma por causa da forma” – e
informação (Leach, 2014). Enquanto ‘forma’ implica uma preocupação por
uma condição estática governada, em grande parte, por questões estéticas,
‘informação’ implica uma condição dinâmica que é informada por uma série de
fatores, muitos deles também incluindo a palavra ‘forma’, assim como
‘desempenho’.
O processo conceitual do LIM incorpora o design computacional, não para o
desenvolvimento de formas atípicas reféns de um capitalismo tardio,5 mas para
sistemas evolutivos que podem ser modificados em tempo real. O design
paramétrico e algorítmico não deve depender exclusivamente de uma
manipulação de forma complexa e visualmente interessante. O futuro não se
baseia apenas em novas formas, mas em novos sistemas informacionais,
fundamento do LIM, em um paradigma no qual o desempenho é aos
elementos dos projetos e às questões sociais e ambientais.
Materialização do desempenho e
possibilidades de aplicação da mariposa
São inúmeras as vertentes que influenciam na qualidade de um projeto de
arquitetura da paisagem, desde as relacionadas às estéticas até aos serviços
ecossistêmicos. O que a plataforma procura responder é qual a influência para
a provisão de serviços ecossistêmicos de regulação (SEs) da modificação dos
elementos de projetos e variáveis atribuídas ao algoritmo e quais dos pontos de
decisão levam a diferentes percursos. Ao estimar o efeito positivo no projeto,
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Entretanto, produzir formas geométricas complexas, não associadas a demais
fatores de desempenho, não representa uma quebra de paradigma, pois
mantém a lógica projetual vigente. Assim, a quebra de paradigma para a
paisagem pode se dar associada à concepção da variedade processual técnica e
socialmente funcional associada a variações formais explícitas do objeto. O foco
não é somente a busca pelo dinamismo da forma, mas sim, pela ressignificação
do processo que gera uma multiplicidade de resultados possíveis para a
paisagem a partir do seu desempenho.
tanto em termos de sequestro de carbono, conforto ambiental e drenagem
urbana, a depender de quais espécies arbóreas e arbustivas e elementos da
Mariposa forem utilizados. No design computacional, para responder a essas
demandas seriam necessários pelo menos uns três softwares e plugins que
articulassem todo esse conhecimento especializado.6 Um grande desafio que
as ferramentas atuais de projeto não estão conseguindo atender.
Em vista desse cenário, para superar o paradigma vigente e ter acesso a um
processo orientado ao desempenho que otimiza dados quantificáveis, será que
é necessário “simplificar” o acesso dessa linguagem para os projetos, mesmo
sabendo que vivemos em um universo de conhecimento cada vez mais
especializado. Como articular todo esse conhecimento, sem incorrer no risco de
perder as especificidades de cada disciplina e abdicar do rigor científico?
6
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7
São exemplos alguns dos
plugins – LandsDesign®,
Bison®, RoadCreator® e Nero®
– que se debruçam sobre
projeto e planejamento da
paisagem. O LandsDesign,
embora seja focado em
especificação de projeto de
plantio, não possui em sua
biblioteca NBS. Em drenagem
urbana, destaca-se o Storm
Water Management
Model (SWMM,), um modelo
dinâmico utilizado para a gestão
de drenagem urbana, que
simula a quantidade e a
qualidade do escoamento
superficial, mas não tem como
foco a realização de projetos
generativos pautados em
desempenho. Tal software pode
contribuir para alimentar o
Mariposa, com o cálculo dos
dados de entrada, bem como
em análises complexas de
drenagem do projeto generativo
gerado.
As plataformas SaaS possuem
maturidade tecnológica em
diversos setores, especialmente
relacionados à produtividade,
documentação e gestão. O
surgimento de iniciativas de
ferramentas online de Suporte à
Decisão Espacial (SDSS), aliado
às pesquisas e práticas da
aplicação de modelagem
paramétrica para a concepção
da Arquitetura da Paisagem
trouxe novas possibilidades de
plataformas para o
desenvolvimento do processo.
Exemplo de ferramentas SaaS
para o processo de projeto, são
empresas como Ladybug Tools
LCC e a Procedural Aps.
Isso torna o momento propício para o desenvolvimento de uma plataforma
digital que, por meio da utilização de um ambiente virtual, utilizando os meios
já existentes, viabilize o gerenciamento contínuo e sob demanda das diversas
entradas e contribuições específicas de cada uma das disciplinas afins, com
seus diversos atores, necessidades e tempos. Ainda que o modelo seja uma
representação simplificada de uma entidade que se deseja estudar, ele pode
responder a algumas perguntas. Dessa forma, permitindo confluir os insights
das ciências parcelares usando modelagem digital, com informações e
preferências dos usuários, como em dados quantitativos de qualidade e volume
de água, seleção e distribuição de vegetação, entre outros que permitam
entender e descrever as condições existentes e permitir o projeto de
desempenhos futuros, conformando paisagens responsivas às diversas escalas,
situações e funções.
Para tanto, a estrutura da Mariposa é baseada em uma plataforma SaaS
(Software as a Service)7 e computação em borda, que internamente utiliza
ferramentas colaborativas, softwares e plugins acoplados, para permitir a
visualização tridimensional online das alternativas projetuais e a geração de
diferentes dados de desempenho para cada uma delas. Em outras palavras,
trata-se de um processo generativo com algoritmos genéticos para achar uma
solução otimizada por meio do uso de várias tecnologias, como da Inteligência
Artificial, pautada em Machine Learning, a partir do reconhecimento das
variáveis mensuradas para retroalimentar o funcionamento da plataforma.
Um dos maiores ganhos aqui propostos é a ampliação do acesso da modelagem
algorítmica em projetos da paisagem a uma diversidade imensa de usuários do
poder público e privado, independentemente do seu conhecimento em
linguagem de programação e da capacidade de resposta de seu
computador. Assim, na plataforma, ao invés de especificar formas fixas em
linhas e formas, os usuários definirão o processo, as variáveis e os parâmetros
pelo qual os objetos geneticamente serão criados. É uma base comum, intuitiva
e dinâmica para que os diversos agentes envolvidos dialoguem e possam
interagir. Para estruturar a geração de projetos generativos na plataforma digital
será idealizado um plugin para a Mariposa, já para mensurar os dados será
realizada uma orquestração de diversos plugins, abaixo descritos, por meio de
uma API (interface de programação entre softwares).
Cabe destacar que existem pesquisas recentes do design computacional que
investigam métodos de como desenvolver plataformas de domínio específico,
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como a Mariposa, que se conectem a diversos back-ends (softwares de saída e
visualização final). Landim (2019), ao analisar algumas das interfaces de
programação textual disponíveis para arquitetura, observou que a ferramenta
Rosetta (Lopes, Leitão, 2011) possui um dos modelos mais interessantes para
conexão de uma plataforma a diferentes softwares.8 Segundo a autora, o
estudo desse tipo de conectividade pode proporcionar um modelo real para
que a Mariposa seja uma plataforma robusta, que centraliza diversas
ferramentas da área de modelagem da informação da paisagem sem se
preocupar com o acoplamento de softwares de saída específicos. Assim,
viabiliza-se acoplar à plataforma plugins relevantes de análise de dados para o
projeto de paisagem.
8
Utilizar os construtores sólidos
de um software de modelagem
já existente permitirá que o
plugin se concentre em
desenvolver e reunir estratégias
de projeto e novas
funcionalidades de integração
dos seus elementos a partir de
diferentes parâmetros.
Um ponto de inovação dessa integração entre Mariposa e Rhinoceros é a
possibilidade de testar o vínculo entre geometria e metadados do domínio
específicos da área da paisagem por meio das potencialidades de extração de
dados dos métodos de modelagem paramétrica disponíveis no programa.
Atualmente, os softwares BIM possuem metadados de objetos construtivos
referentes apenas à AEC. A Mariposa, de forma inovadora, permitirá que
metadados atrelados a objetos da arquitetura e construção já existentes no
BIM possam ser expandidos para metadados utilizados em paisagem,
infraestrutura verde e drenagem urbana. Áreas até então raramente
exploradas pela modelagem paramétrica e generativa da informação.
No desenvolvimento do algoritmo do plugin, é necessário realizar uma
extração sistemática de princípios lógicos, com padrões repetitivos, princípios
universais e módulos intercambiáveis. Claro que, se tomarmos todos os
projetos de paisagem, não haverá uma linearidade modular para a provisão de
SEs, em vista da não similaridade entre seus elementos tanto em função das
suas especificidades quanto da sua quantidade. Para idealizar uma
plataforma passível a generalizações e não excessivamente simplista ou
específica a uma só condição é necessário pensar em graus de similaridade
entre problemas e elementos distintos e critérios reprodutíveis.
Nesse sentido, foram pensados módulos com elementos de projeto da
Mariposa (canteiros com combinação de árvores, arbustos e forrações e NBS
em diversas escalas: bacias de retenção e detenção, jardins de chuva,
canteiros pluviais) associados a atributos – como entidades programáveis –
caracterizados por sua diversidade, adaptação e responsividade em relação à
capacidade de provisão de SEs (Figura 2).9 Com a alteração dos elementos e
suas variáveis, pode-se propor inúmeras simulações gráficas para cada projeto,
de forma a objetivar a solução mais eficiente para cada contexto. Assim, ao
escolher uma alternativa, será possível acessar uma série de informações,
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O Rosetta é um ambiente de
programação que permite que
os usuários escolham diferentes
linguagens de programação
(front-ends) e diferentes
softwares CAD e BIM para a
saída da modelagem
tridimensional (back-ends),
oferecendo certo grau de
liberdade para que o projetista
combine as melhores
possibilidades de saída do
modelo geométrico sem perder
a portabilidade do código. Isso
significa que o mesmo programa
(código) possa criar modelos em
softwares diferentes, sem ser
necessário que a plataforma
seja versionada em linguagens
de programação diferentes para
cada software que for acoplada
(Landim, 2019).
Atualmente, o projeto está em fase de idealização dos componentes base para
o funcionamento do plugin da Mariposa composto pelos elementos do projeto,
visualização e feedback de alternativas projetuais. Nessa etapa, escolheu-se o
Rhinoceros® 6 enquanto o primeiro software para seu desenvolvimento e
personalização, pois trata-se de um programa que permite o livre
desenvolvimento de plugins, além de estar integrado à linguagem de
programação visual Grasshopper®, responsável por popularizar o uso da
programação para arquitetos e projetistas.
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Figura 2. Processo de projeto generativo de um dos elementos da Plataforma Mariposa: a partir
da inserção de dados de entrada gera se a forma das diferentes NBS. Cada elemento possui
um identificador exclusivo e um conjunto de atributos e metadado a ele associado. As suas
informações, propriedades, relações e apresentações serão armazenadas para gerar diferentes
projetos a partir do algoritmo genético do plugin .
propriedades e relações que permaneceriam ocultas ou se perderiam em
processos tradicionais de projeto, reunidas em um banco de dados integrado
de projeto da paisagem. Inicialmente, a geração de alternativas será restrita às
NBS da Mariposa, futuramente, pretende-se estudar como o usuário poderá
inserir seus próprios elementos.
Dado o caráter exploratório e inovador de que esse projeto se reveste, serão
aqui contemplados os seguintes subsistemas, tomados inicialmente em
separado: conforto ambiental, drenagem urbana e sequestro de carbono. Para
iniciar o uso da plataforma digital online, o usuário deverá inserir a área de
projeto em arquivo georreferenciado (até a escala de uma sub-bacia urbana) e
os dados de entrada descritos na Tabela 1.
Com relação ao subsistema de drenagem urbana, o plugin da Mariposa
permitirá gerar a forma dos seus diferentes elementos (NBS e reservatórios de
retenção e detenção), a partir de dados de desempenho em um banco de
dados previamente definido na plataforma pelo usuário (Tabela 1).
Por exemplo, ao invés da solução convencional de reservatórios de detenção em
volumes geométricos conformados por superfícies planas – os conhecidos
piscinões – pode-se propor um partido de projeto que aproveita as formas que
são naturalmente dadas. As diferentes formas de canais anastomosados que
esses trechos do reservatório podem assumir, com as sucessivas ramificações ou
múltiplos canais que se separam e se reencontram se dará a partir da restrição
de vazão a jusante. Futuramente, pretende-se complexificar o subsistema e
inserir diferentes regimes de fluxo e inserir outros elementos como vertedores,
ou ainda quantificar a intercepção de água da chuva a depender das espécies
arbóreas plantadas. Outro exemplo, é a modelagem do formato e tamanho dos
jardins de chuva e biovaletas em calçadas de acordo com dados de
desempenho quanto à captação e retenção das águas pluviais e sua velocidade
de escoamento.
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Quanto ao subsistema de sequestro de carbono, os elementos arbóreos da
Mariposa serão alimentados com os metadados correlatos (Tabela 1), variando
conforme a espécie de árvore, idade, e faseamento no projeto de paisagem.
Admitindo uma função linear, o algoritmo irá mensurar qual a maior biomassa,
teor de carbono e sequestro a partir da variação quantitativa do número de
árvores do projeto, condição fitossanitária e solo.
Trata-se de uma primeira aproximação quantitativa, a partir de dados de
árvores levantados em pesquisas cientificas prévias. Um exemplo do desafio
posto qualitativamente é a provisão de SEs relacionados à fixação de carbono,
em que o aumento do número de árvores é diretamente correlacionado ao
aumento da fixação, dependente do arranjo do plantio arbóreo. Assim,
futuramente, pode-se pensar em um algoritmo genético que encontre o melhor
desempenho frente à variação de configuração e arranjo de diferentes
elementos arbóreos da Mariposa. Esse parâmetro será contemplado a longo
prazo na plataforma, pois são necessários estudos empíricos de configuração de
plantio urbano e biomassa para poder alimentar o script do algoritmo.
Nesse subsistema, como o arranjo e configuração entre os elementos é
relevante, procura-se entender no que difere o retorno de um conjunto
exclusivo de um elemento arbóreo a um conjunto com uma riqueza deles e,
ainda, qual os melhores arranjos espaciais para cada um dos elementos da
Mariposa (por exemplo, jardins de chuva) para o conforto térmico.
Inicialmente, será realizada uma simplificação com uma função linear no script
do algoritmo genético, assim, uma árvore (n) contribui na diminuição em n.x°C
da temperatura de superfície e 10n árvores juntas 10n.x°C. Sabe-se que a
modularidade dos elementos deve variar se considerarmos a escala da paisagem
ou do habitat – regulação da temperatura e umidade do ar, fluxo de ar, etc. – e
a aceleração devido a diferenças de temperatura entre a massa arbórea e
edifícios. Tais variáveis serão alimentadas no plugin do ENVI-met de maneira
exploratória, em vista da recente inserção nesse modelo de elementos com
fluxo de água corrente – como os da Mariposa (ex. jardins de chuva).
Por fim, os questionamentos atuais a serem resolvidos é como (e se) a variação
da configuração espacial e da composição dos elementos influencia na provisão
dos SEs de drenagem, sequestro de carbono e conforto térmico? Os serviços
ecossistêmicos não seguem a mesma função em relação ao aumento escalar
dos elementos inseridos isoladamente ou em conjunto. Tampouco dentro do
mesmo SE pode-se inferir uma função linear entre aumento de sua provisão
pelo aumento do número dos elementos da Mariposa. Jardins de chuva variam
na provisão de SEs tanto internamente – quantidade, tamanho, espécies
vegetais, condições edáficas, microclima e poluentes locais – quanto se
comparados a outros elementos – biovaleta, lagoa pluvial, etc.
Pós, Rev. Programa Pós-Grad. Arquit. Urban. FAUUSP. São Paulo, v. 27, n. 51, e168291, 2020.
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Quanto ao subsistema de conforto ambiental, o recente acoplamento do plugin
ENVI-met para o Rhino poderá auxiliar na resposta de quanto o plantio de
determinada espécie arbórea (elemento da Mariposa) influencia nos efeitos
microclimáticos da área de estudo. Esse subsistema prescinde que o usuário
realize medições de campo das variáveis ambientais, configuração dos dados
microclimáticos e edáficos, bem como a inserção de dados georreferenciados
com as edificações do entorno do projeto para a realização das simulações de
forma dos elementos associada ao desempenho.
Não podemos simplificar excessivamente a realidade para dimensionar os
projetos na Plataforma Mariposa. Na combinação entre os diversos elementos,
deve-se estabelecer seu grau de importância para escolher uma opção em
detrimento de outra (do inglês: trade-offs entre os SEs), pois, aumentar
determinado benefício pode levar tanto ao aumento quanto a reduções ou
perdas em outros. Muitas vezes o mesmo elemento pode ser importante para
mais de uma função ecossistêmica.
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Os autores desenvolveram um
script por algoritmo genético do
Grasshopper® que combina as
variáveis automaticamente até
atingir o melhor resultado
possível.
Para tanto, o usuário poderá estruturar um modelo de análise multicritério,
atribuindo diferentes pesos para cada SE, analisando-os separadamente e em
níveis agregados de acordo com a particularidade e objetivo de cada projeto.
A Análise Multicritério trabalha com a composição de variáveis principais que,
integradas, indicam áreas aptas para alguma atividade ou evento, ou áreas
que carecem de alguma intervenção ou transformação (Motta et al., 2019). A
simulação usa o algoritmo genético do Grasshopper desenvolvido por Motta et
al. (2019)10 para obter a distribuição dos elementos da Mariposa, em termos
de localização, área e quantidade, gerando diferentes níveis de adequação a
partir de um conjunto de valores normalizados e pesos definido pelos
usuários.
Tabela 1. Elementos de projeto da Plataforma Mariposa e dos subsistemas associados, relacionados à provisão de SEs de
regulação. Os dados de saída serão mostrados em tabelas de atributos georreferenciadas (Baseado nos estudos de Shinzato et al.,
2019; Duarte et al., 2015; Zanini, 2018; Rasera, 2019; Nowak et al., 2013).
Pós, Rev. Programa Pós-Grad. Arquit. Urban. FAUUSP. São Paulo, v. 27, n. 51, e168291, 2020.
Em suma, enquanto tecnologia de inteligência artificial, as ferramentas da
Mariposa terão uma dinamicidade intrínseca, são os dados de desempenho
que orientam a geração de formas geométricas para os elementos (por
exemplo, reservatório de retenção, canteiros pluviais) permitindo visualizações
gráficas que podem ser facilmente alteradas e gerando dados de
comportamento hídrico, sequestro de carbono e conforto ambiental para
auxiliar nos processos criativos de projeto.
Considerações finais
Este artigo discutiu a idealização da plataforma digital Mariposa, que se
estrutura como uma ferramenta para integrar e operacionalizar os projetos
complementares de paisagem a partir do conceitual de Landscape
Information Modeling (LIM).
Atualmente, os principais desafios atuais da Plataforma Mariposa são aqueles
envolvidos na concepção e montagem de uma plataforma digital online e da
orquestração dos plugin associados, bem como a escolha dos parâmetros que
melhor equalizem as necessidades de um projeto de paisagem.
Finalmente, não se trata de defender a instrumentalização do projeto de
paisagem pelo computador, mas sim propor um modelo que auxilie os
usuários na intervenção projetual a partir da integração de parâmetros
desejados, gerando maior eficiência em todo o processo envolvido, desde sua
concepção até sua manutenção. Não se pode esquecer também que o
computador é uma criação humana, que parte de princípios históricos, éticos
e que não deve ser o protagonista exclusivo na tomada de decisão. Ao
contrário, é o caso de defender a abertura de seus códigos, o controle social
sobre a programação, inclusive vinculada à formação do arquiteto, urbanista e
paisagista. Trata-se de compreender a construção de uma agenda em
andamento sobre a operação das plataformas digitais, como é o caso da
aplicação exploratória do processo LIM nos projetos de paisagem.
Pós, Rev. Programa Pós-Grad. Arquit. Urban. FAUUSP. São Paulo, v. 27, n. 51, e168291, 2020.
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A plataforma apresenta um importante potencial de replicabilidade,
considerando a abrangência das atividades realizadas para a caracterização e
diagnóstico das bacias hidrográficas, com a formulação de cenários e a
proposição de medidas para a sua revitalização. Argumentou-se no texto que,
a partir de modelagem, pode-se realizar simulações que permitem avaliar o
grau de resposta e adaptação aos diversos cenários das tecnologias envolvidas
e, portanto, da sua inteligência.
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Pós, Rev. Programa Pós-Grad. Arquit. Urban. FAUUSP. São Paulo, v. 27, n. 51, e168291, 2020.
Nota do Editor
Data de submissão: 30/03/2020
Aprovação: 30/10/2020
Revisão: RMO
Adriana Afonso Sandre
Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
Rua do Lago, 876, Butantã SP, 05508-080
Orcid: https://orcid.org/0000-0003-2169-3152
[email protected]
Paulo Renato Mesquita Pellegrino
Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
Rua do Lago, 876, Butantã SP, 05508-080
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7682-5701
[email protected]
Pós, Rev. Programa Pós-Grad. Arquit. Urban. FAUUSP. São Paulo, v. 27, n. 51, e168291, 2020.
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