UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO TECNOLÓGICO
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
TECNOLOGIA DA EDIFICAÇÃO
PROFESSOR ANDERSON CLARO
PATOLOGIAS DAS EDIFICAÇÕES
ACADÊMICAS: BRUNA MAIDEL
FRANCIELLE ALMEIDA
JULIA LIDANI
SANDRA REGINA FLACH
Florianópolis, junho de 2009.
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Introdução
Definindo Patologia: É todas as manifestações cuja ocorrência no ciclo de vida da edificação, venha prejudicar o desempenho esperado do edifício e suas partes (subsistemas, elementos e componentes). Assim a patologia pode ocorrer na estrutura, na vedação, nos componentes de abastecimento (dutos elétricos, hidráulicos).
Então a patologia estuda: Manifestação, mecanismo de ocorrência, causa, natureza, origens e conseqüências.
Assim se busca peças que tenha durabilidade (aumentando o custo-benefício do produto usado): produto com vida útil a cima do esperado, mas com a manutenção recomendada pelo fabricante. Assim para se ter durabilidade alguns fatores são relevantes:
à durabilidade dos materiais e componentes utilizados;
às condições de exposição a que está submetido (ao entorno);
às condições de uso;
às ações de manutenção realizadas.
A utilização da estrutura estará naturalmente sujeita ao “desgaste”, devido à ação de cargas e sobrecargas, estáticas, dinâmicas, vibrações, impactos, assim como a recalques diferenciados em pontos da fundação com o decorrer dos anos e erosão e cavitação por ação de agentes sólidos e líquidos em reservatórios, canais, tanques.
A utilização da estrutura estará naturalmente sujeita ao “desgaste”, devido à ação de cargas e sobrecargas, estáticas, dinâmicas, vibrações, impactos, assim como a recalques diferenciados em pontos da fundação com o decorrer dos anos e erosão e cavitação por ação de agentes sólidos e líquidos em reservatórios, canais, tanques.
Causas de Patologia
Mau projeto;
Erro de execução;
Uso inadequado (usado para fins diferentes dos calculados em projeto);
Falta de manutenção.
Agentes causadores
Mecânicos: Abalos sísmicos, alterações no terreno, sobrecarga na estrutura.
Químicos: Ação do sal do mar, poluição do ar, água na estrutura, variação de temperatura, umidade relativa do ar,radiação solar incidente, chuva.
Biológicos:Fungos, bactérias, fungos.
Físicos (do material): escolha errada, incorreto dimensionamento.
Como detectar problemas patológicos
Etapa de levantamento de subsídios
Vistoria do local;
Determinação da existência e da gravidade do problema patológico;
Caracterização do “objeto” sujeito à manifestação patológica;
Definição e comparação com o desempenho esperado;
Definição de medidas de segurança;
Investigação com pessoas envolvidas (processo produção, vizinhos, usuários);
Exames complementares;
Ensaios laboratoriais;
Ensaios no local (destrutivos ou não).
Pesquisa
Bibliográfica, tecnológica ou científica.
Geração de hipóteses efetivas que visam esclarecer as origens, causas e mecanismos de ocorrência que estejam promovendo uma queda, de desempenho de um dado elemento, componente ou subsistema;
Necessidade ou não de intervir no problema patológico;
Alternativas de intervenção e definição da terapia a ser indicada. Através do prognóstico levantam-se as alternativas de intervenção, que são escolhidas;
Grau de incerteza sobre os efeitos.
*As patologias geralmente apresentam manifestações externas características.*
PATOLOGIAS NO CONCRETO
Mau projeto
Os causadores de patologia em um mau projeto são normalmente o uso inadequado
Dos materiais para o lugar ou para a função, como por exemplo a utilização de madeira em um terreno de grande umidade, causando o apodrecimento do material.
Existe ainda o uso do material em lugar inadequado, ou seja sem o raciocínio correto das possíveis intempéries que podem levar o material a se deteriorar antes de seu prazo natural, exemplo: uma parede de tijolos diretamente exposta ao sol durante um grande período do ano sem tecnologia para suportar essa característica.
Não se deve esquecer ainda dos erros de desenho, que acabam por confundir os executores, muitas vezes pela falta de informações, ou ate mesmo por especificações erradas em plantas, como exemplo disso esta a impermeabilização incorreta de lajes de cobertura que resultam em absorção de água pela estrutura.
Execução
Má impermeabilização: ocorre mais tarde a infiltração de água da chuva ou outros elementos que acabam por reduzir a resistência do concreto. Se forem tomadas algumas providencias no inicio do processo de degradação ainda é possível inverter a situação, o que se deve fazer é secar o concreto afetado e passar mais uma camada de impermeabilizante.
Concreto permeável (muita areia)- Pouca pega (liga): Se o concreto não estiver em sua composição correta, o concreto pode, por exemplo, esfarelar no uso de muita areia. Nestes casos a medida a se tomar é trocar todo o concreto já que não existe medida de inversão na composição do concreto, essa medida de segurança é de extrema importância já que o concreto de baixa pega se esfarela e em pouco tempo não tem mais resistência e rompe. Podendo causar risco a vida dos usuários.
Pouco cobrimento de armaduras: essa patologia pode acontecer devido a vários problemas do concreto, porem se ocorrer descascamento ate a armadura a possibilidade do ferro enferrujar ou receber alguma outra patologia é muito grande. Alem disso a redução da área de atuação do concreto pode prejudicar a resistência dos sistemas sustentados. A ação correta a ser adotada é repor com alguma argamassa a parte corroída do concreto, porem sabe-se que dificilmente esta reposição atendera ao requisito de sustentação da parte retira.
Recalque das fundações: em alguns casos a fundação pode ter sido feita em um terreno de pouca resistência, de areia ou argila por exemplo, causando danos em toda a estrutura do prédio, já que um rebaixamento na sustentação do prédio causa uma serie de danos, como rachaduras nas juntas de vigas e pilares e também trincas de vedações. Existem alguns possíveis métodos de solucionar esse problema inferior mas eles demandam uma grande quantidade de trabalho em manutenção e também custo, como é o caso da injeção de água congelada para fixar os pilares, contudo a inversão nas estruturas já prejudicadas é inviável, o que se pode nesse caso fazer é tentar esconder as rachaduras superficiais com revestimentos em argamassa ou outros materiais.
Flechas excessivas das peças estruturais: quando existem fissuras visíveis em pecas estruturais, como vigas e pilares, causados por vibrações no terreno, na estrutura ou ainda outros fatores de excussão ou dimensionamento de estruturas, nesse caso dependendo das causas e da dimensão da fissura (flecha), o edifício não corre riscos, contudo ainda assim merecem atenção e controle permanente por parte da manutenção.
Rigidez Inadequada: Ocorre em situações onde o material utilizado não consegue chegar a parâmetros mínimos de desempenho a rigidez das estruturas, como é o caso do edifício Palace 2 que utilizou Areia salinificada, ocorrendo uma expansão da mesma na presença de água, com isso deixando o concreto com pouca resistência a compressão e suscetível a rompimentos. Aqui, a inversão do processo também é dificultosa, visto que não se pode modificar a composição química dos agentes estruturais do edifício, a não ser pela sua completa substituição.
Edifício Palace 2, construído pela empresa do deputado Sérgio Naya, que desabou em 1998 por ter sido construído com areia de praia.
Uso de material inadequado
Esse erro pode acontecer tanto na fase de projetação ou ainda de execução, como o material adequado a função não foi utilizado a estrutura não consegue ser eficaz, sendo necessário a sua substituição para a correção da patologia.
Manutenção
O que se pode colocar aqui é que todos os materiais tem um período de utilidade, assim, se deixar-se de fazer a correta manutenção e utilização dos mesmos, e ainda não se utilizar as corretas cargas dimensionadas na estrutura os erros de utilização e manutenção, podem sobrecarregar as estruturas, diminuir a sua resistência, e certamente deixarão o edifício com um aspecto de velho e mal cuidado, visto que as patologias normalmente são visíveis ou deixam alguns sinais de seu aparecimento. Porem, o descaso com a manutenção do ambiente construído é um fator constante em nossas cidades, assim deixando-as com uma aparência indesejada aos olhos humanos.
Infiltração: o edifício tem material de baixa resistência e então que o revestimento (inadequação da argamassa de revestimento) com a presença de água aumente o volume e provoque tensões inadequadas que fazem-na cair.(ARGAMASSA)
Corrosão de armadura: Fenômeno de natureza eletroquímica, que acelera na presença de agentes internos ou externos do concreto. (ex: Íons de Cloreto- do mar, afetam a película protetora da armadura-- diminui a alcalinidade do concreto, afetam na carbonatação do concreto, esse que depende de como o concreto foi lançado, adensado e curado, bem como a condição do ambiente e sua umidade), se o grau de corrosão das armaduras e superior a 13% existe perda da ductibilidade do material
FAU- USP, imagens internas do Edifício e da imensa cobertura onde as infiltrações pingam, formando estalactites no teto, e manchas horrorosas no piso. Essas infiltrações são causadas pela má conservação do prédio, assim os materiais tiveram seu desempenho durante seu período de uso, e após, necessitavam de uma manutenção que possivelmente impedisse a infiltração de água na estrutura. Contudo, com a sua não execução o problema se agravou e agora possivelmente a ação mais adequada seja substituir os materiais afetados, já que reverter tal situação torna-se impossível.
Principais elementos da construção onde cada patologia ocorre:
Infiltração: Impermeabilização de lajes teto de garagem e de reservatório de água;
Paredes que não conseguem resistir a deformação das estruturas;
Fissuras longitudinais em pilares( pela corrosão da armadura);
Maneiras de determinar quando o concreto não esta adequado na sua fase de preparação(Mole):
Agregados separados dos segregados, e da massa do concreto;
Em uma linha horizontal o concreto na fica parelho naturalmente;
Borbulhamento de água e acumulo de água próximo a superfície das estacas (exsudação).
Fase de Endurecimento:
No topo se tem agregado de baixa resistência, com pouco agregado grosso (segregação);
Na superfície do corpo de teste se observa grande numero de poros;
Caminhos laterais (provavelmente p a subida de água no concreto mole)(efeito parede- o agregado grosso não fica nas superfícies- formando nas laterais que cobrem a ferragem uma argamassa de baixa resistência e porosa).
Excesso de fator agregante:
A causa vital do problema é o excesso de água no traço do concreto, sendo viável apenas p fins de manuseio, mas não para a curva granulométrica, agregação e densidade do concreto.
Má qualidade do concreto:
Por que os fabricantes deixam? Pois a norma tolera o concreto de baixa qualidade então a tecnologia colocada sobre o concreto não tem tão grande valor de melhoramento. Com isso o Brasil tem uma grande defasagem na tecnologia do concreto em relação à Europa.
Fase de uso:
A baixa aderência do concreto (descasque) se da principalmente em áreas de grande abrasão, causadas pelo trafico intenso de veículos, Como garagens, em se nota a consumição do concreto, isso se da devido ao uso de proporções incorretas dos elementos no traço do concreto,
As principais causas são exsudação no concreto, onde parte da água utilizada na mistura migra para a superfície- implicando nesta região elevado fator água/cimento e, conseqüentemente, menor resistência à abrasão, baixo teor de cimento, areia contaminada com matéria orgânica que inibe a hidratação do cimento, excesso de água de amassamento, falta de cura, aplicação do concreto vencido, excesso de desempeno (falta de prumagem), aplicação do concreto sobre base absorvente ou ressecada, água de amassamento contaminada inibindo as reações do cimento e excesso de vibração.
E para se evitar que o problema continue a causar transtornos basta que se sigam as instruções de correto uso, como preparação da superfície, que deve estar limpa e regularizada, não pode estar muito quente, de preferência levemente umedecida e deve ser uma base sólida e firme; correta preparação do concreto, sem uso de cimento de baixa aderência ou agregados com alto teor de dejetos orgânicos (hidratam o concreto em excesso).
Foram colhidas uma serie de pesquisas que demonstram quais são as principais causas de Patologias na Construção Civil, contudo, elas variam significativamente de acordo com o local em analise. Desta maneira a pesquisa feita na França detecta como principal causador de Patologias o mau Projeto, que resulta em malefícios ao edifício quando ele já tem algum tempo de uso( a partir de quatro anos), já em João Pessoa- PA, a principal causa acontece na fase de execução do projeto, que muitas vezes não recebe o tratamento adequado a cada situação ou que ainda não se respeita o tempo necessário para a secagem, ou cura, dos materiais. Ainda se encontra uma pesquisa de caráter mais genérico que faz uma media de todas as ocorrências mais freqüentes no Brasil, chegando a resultados próximos dos encontrados nos edifícios de João Pessoa. Contudo, esses dados são apenas estatísticos, assim não podendo ser levados com certezas absolutas, já que os edifícios analisados podem ser apenas de uma determinada classe social, ou ainda levar em consideração padrões diferentes entre si.
Manifestações patológicas
(empreendimentos acima US$200.000,00)
França (1992-1995)
1) Principais responsáveis
Construtoras: 50% direta e 35% indiretamente (as construtoras fazem projeto)
Projetistas: 46%
Empreendedor: 18%
Fabricantes de materiais: 13%
2) Época em que ocorrem
5% durante a obra
22% no primeiro ano
59% até o quarto ano
3) Principais manifestações
22% no revestimento exterior
(46% na cerâmica)
18% na estrutura (43% em lajes sobre aterro)
15% nas fachadas (dos quais 22% em isolantes e outros 22% em fachadas cortinas)
4) Origem da disfunção que levou ao aparecimento da patologia
Projeto: 55%
Execução: 31%
Materiais: 11%
Análise feita em edifícios com patologias aparentes em edifícios de João Pessoa- PA.
Principais Patologias do Concreto
Corrosão do concreto
Pode-se definir corrosão como a interação destrutiva de um material com o ambiente, seja por reação química, ou eletroquímica. Basicamente, são dois os processos principais de corrosão que podem sofrer as armaduras de aço para concreto armado: a oxidação e a corrosão propriamente dita.
Por oxidação entende-se o ataque provocado por uma reação gás-metal, com formação de uma película de óxido. Este tipo de corrosão é extremamente lento à temperatura ambiente e não provoca deterioração substancial das superfícies metálicas, salvo se existirem gases extremamente agressivos na atmosfera.
Por corrosão entende-se o ataque eletroquímico que ocorre em meio aquoso. A corrosão acontece quando é formada uma película de eletrólito sobre a superfície dos fios ou barras de aço. Esta película é causada pela presença de umidade no concreto, salvo situações especiais e muito raras, tais como dentro de estufas ou sob ação de elevadas temperaturas (> 80°C) e em ambientes de baixa umidade relativa (U.R.< 50%). Este tipo de corrosão é também responsável pelo ataque que sofrem as armaduras quando ainda armazenadas no canteiro. É melhor e mais simples preveni-la do que tentar saná-la depois de iniciado o processo.
Uma das grandes vantagens do concreto armado é que ele pode, por natureza e desde que bem executado, proteger a armadura da corrosão. Essa proteção baseia-se no impedimento da formação de células eletroquímicas, através de proteção física e proteção química.
Assim, apenas se o concreto for de má qualidade e ma impermeabilização é que o processo de corrosão cria condições de aumento da taxa de ataque. O fenômeno é relacionado ao fato dos produtos da corrosão do ferro e do aço terem um volume específico maior do que o próprio aço. O aumento do volume dos produtos da corrosão causa tensões que podem resultar na fissura do concreto.
As fissuras do concreto facilitam o acesso do meio corrosivo a aceleram o processo.
Quando as fissuras atingem a superfície externa do concreto, os produtos da corrosão podem ser removidos. Mais graves são os ataques em concreto protendido. Neste caso o processo de corrosão pode levar a perda da resistência e eventualmente colapso.
Causas: A presença de íons de cloro é uma das principais causas da corrosão do aço no concreto.
Os íons são provenientes de contaminantes externos ou dissolução de sais, bem como a maresia pode provocar o excesso de sal no ar e conseqüentemente a sua penetração no concreto.
Outra causa pouco conhecida de íons que levam o concreto a se romper é a poluição do ar por meio da contaminação de CO2 de grandes cidades, assim se acumulado em locais fechados por um determinado período de tempo, o gás presente no escapamento dos carros pode prejudica a vida útil do concreto.
Medidas Preventivas
As tentativas de proteção são em geral dirigidas para os revestimentos do aço (galvanização, pintura, etc...). Outras medidas preventivas como a redução da permeabilidade do concreto, o aumento da profundidade de cobertura de concreto ou a eliminação dos íons de cloro pelo uso de seladores são aplicáveis. As medidas preventivas tem algum grau de sucesso, mas não comparável à proteção catódica. A proteção catódica é um método de combate a corrosão que consiste na transformação da estrutura para proteger o catodo de uma célula eletroquímica ou eletrolítica, que é de dificil execussão.
Corrosão de armaduras – É o fenômeno mais típico de estruturas de concreto expostas à maresia. Trata-se de um processo eletroquímico no qual há um ânodo e um cátodo. A água presente no concreto serve de eletrólito. Assim, qualquer diferença de potencial entre pontos pode gerar uma corrente, iniciando a corrosão. Geralmente o problema manifesta-se pela diminuição da seção de armadura e fissuração do concreto, mas, eventualmente, podem surgir manchas avermelhadas produzidas pelos óxidos de ferro. As causas são variadas, entre as quais destacam-se insuficiência do cobrimento da armadura ou má qualidade do concreto e presença de cloretos. A partir das tensões provocadas pelo aumento da corrosão, outros problemas podem surgir. Primeiramente fissuras, que ocorrem porque os produtos da corrosão ocupam espaço maior que o aço original. Depois, outras patologias também podem afetar a estrutura, como as desagregações.
Flecha no concreto
Existem dois tipos principais de flecha em vigas de concreto, são elas: a causada por oscilações na estrutura do edifício, na sua fundação; e a causada pelo excesso de peso na estrutura ou a má qualidade do material utilizado. Assim, a visibilidade de cada uma dessas fissuras é diferente, porem a medida de recuperação para isso é o reforço de tal peça estrutural, o que em alguns casos não é possível, bem refazer o revestimento sobre a rachadura muitas vezes não esconde a marca de rachadura.
No primeiro caso, o de vibrações, como as de tremores de terra, devem ser especificadas soluções já no período de projeto das estruturas, já que é possível prever alguns movimentos de terra em determinadas regiões, porem se acontecer rebaixamento de parte do terreno por sua baixa resistência, a dificuldade de prever é maior, porem as normas técnicas determinam que se calcule fundações com um coeficiente de menor capacidade a compressão do que o encontrado para o terreno. Com isso se previne grande parte das possíveis flechas e fissuras em vigas. Contudo, vale lembrar que as estruturas e também vedações devem, em parte, trabalhar, assim gerando pequenas fissuras em suas peças. O que determina o grau de risco causado por essa fissura é o seu tamanho e o seu posicionamento na estrutura. As ocasionadas na vedação são meras decorrências do movimento das estruturas.
No segundo caso, o de grandes flechas das vigas, devidas à deformação lenta (fluência) do concreto na zona comprimida pela flexão. No início da obra, essa deformação exagerada ainda não aconteceu.
Com o passar do tempo, a flecha da viga do piso vai aumentando até que as portas sobre as vigas soltem do trilho superior e caiam. Para evitar a “flecha lenta”, usar armadura de compressão (armadura dupla Sugestão):
• Se for usada uma armadura de compressão igual à armadura de tração, fica eliminada a deformação lenta. Essa deformação lenta ocorreria no concreto da zona comprimida pela flexão.
• Limitar a tensão no aço, em serviço, para as cargas permanentes.
Fissuras e desagregações – A NBR 6118 determina valores máximos para fissuração. Em ambientes onde se enquadram os expostos à maresia, a abertura das fissuras na superfície de estruturas de concreto armado não deve passar de 0,3 mm. Já em locais com respingos de maré (CAA IV) a abertura máxima aceitável é de 0,2 mm. Associada à fissuração está a desagregação, que é a própria separação física de placas de concreto armado não deve passar de 0,3 mm.
Já em locais com respingos de maré (CAA IV) a abertura máxima aceitável é de 0,2 mm. Associada à fissuração está a desagregação, que é a própria separação física de placas de concreto. A conseqüência principal é a perda da capacidade de resistência aos esforços solicitados.
Fungos e excesso de água
Esses problemas acontecem devido à má impermeabilização da estrutura, rompimentos de tubulações hidráulicas, ou uso de materiais inadequados em áreas de grande umidade, pouca ventilação ou falta de sol. Dessa maneira a umidificação do concreto e mais tarde o aparecimento de fungos pode vir a ocasionar o rompimento do material, com sua perda de capacidade resistiva. Se a infiltração for descoberta em sua fase inicial é possível reverter a situação, por meio da secagem do material e refazendo sua impermeabilização. Como essa patologia causa incômodos e desconforto aos usuários, podendo ate chegar a causar doenças ao homem. Assim, ela normalmente é combatida e solucionada assim que visível.
As características dessa doença tem semelhança com as ocasionadas pelo mesmo motivo em outros materiais, como madeira e tijolo.
Carbonatação – Com o tempo, a alta alcalinidade nas superfícies expostas das estruturas de concreto pode ser reduzida, o que ocorre principalmente pela ação de gases ácidos, como CO2, o SO2 e o H2S, encontrados na atmosfera. O processo ocorre lentamente, segundo a reação principal Ca(OH)2 + C02 →CaCO3 + H20. O pH de precipitação do CaCO3 é cerca de 9,4 (em temperatura ambiente), o que altera as condições de estabilidade química da película passivadora do aço. É, portanto, um fenômeno ligado à permeabilidade aos gases e, por isso, demanda cuidado quanto à composição do concreto.
Expansão – Na fabricação do cimento, o gesso utilizado reage com parte do aluminato tricálcico formando etringita. Outra parte do aluminato fica livre para reagir caso, posteriormente, encontre sulfatos, presentes em agregados e na água do mar, com as quais o concreto vai entrar em contato, produzindo mais etringita. Como isso ocorre em uma fase em que o concreto já está endurecido, efeitos patológicos aparecerão na forma de rachaduras, fissuras e, posterior desintegração do concreto. Observa-se a formação e cristalização em um poro do concreto de trissulfoaluminato de cálcio (etringita expansiva).
Anexos
Vale lembrar que todos os materiais usados na construção civil são possíveis receptores para problemas patológicos, assim vários materiais aqui não citados podem causar sérios danos a construção se não mantidos com uma manutenção periódica, dentre eles estão os materiais elétricos, hidráulicos, dentre outros.
Classes de agressividade na estrutura de concreto
Em vigor desde março deste ano, a última revisão da NBR 6118:2003, que determina requisitos de projeto de estruturas de concreto, traz como principal inovação a introdução de classes de agressividade ambiental (CAA). Ao todo são quatro níveis, que vão de ambientes menos agressivos para locais com agressividade muito alta, em uma escala de I a IV. São esses graus de agressividade que irão determinar, por exemplo, qual a classe de concreto a ser utilizada, a relação água–cimento adotada, o cobrimento nominal, além de exigências relativas à fissuração. As estruturas expostas à maresia enquadram-se nas classes III, de forma indireta, ou IV, quando chegam a receber respingos de maré.
1. Pode-se admitir um microclima com classe de agressividade um nível mais brando para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas ou áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).
2. Pode-se admitir um nível de agressividade mais branda em: obras em regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de chuvas em ambientes predominantemente secos ou em regiões onde chove raramente.
3. Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.
PATOLOGIAS DAS CONSTRUÇÕES METÁLICAS
Projetar uma estrutura significa resolver integralmente os seguintes aspectos: segurança, funcionalidade e durabilidade, todos eles igualmente prioritários. As falhas ou acidentes estruturais podem ter suas origens em qualquer uma das atividades inerentes ao processo de construção.
Na construção metálica podem se definir as seguintes etapas: concepção estrutural (projeto, detalhamento e dimensionamento), fabricação, montagem, utilização e manutenção.
Pode-se visualizar as falhas como uma conseqüência de ações humanas, como: a falta de capacitação técnica do pessoal envolvido no processo de construção, em todas suas etapas, utilização de materiais de baixa qualidade, de causas naturais ligadas ao envelhecimento dos materiais componentes das estruturas (por exemplo, corrosão) e de ações externas ambientais.
Nas estruturas metálicas pode-se citar como causas e conseqüências principais as seguintes:
• Falhas de projeto e de detalhamento, que podem causar danos e deterioração da estrutura até o comprometimento precoce e alto risco de colapso da estrutura em serviço.
• Falhas nos processos e detalhes construtivos, podendo originar desde redução da durabilidade da obra até risco de colapso durante a construção.
• Qualidade ou utilização inadequada dos materiais, originando desde deterioração precoce até redução na vida útil da estrutura.
• Falhas de manutenção ou ausência de manutenção preventiva, derivando numa possível degradação acelerada da estrutura, podendo comprometer a sua segurança.
• Utilização indevida da estrutura, originado danos e redução da vida útil, com comprometimento da segurança estrutural.
Em cada etapa de uma obra, pode-se verificar a existência de ocorrências de falhas, porém a etapa de projeto ainda é a maior fonte delas. Em geral, as falhas no projeto (considerando dentro do projeto: o cálculo, detalhamento, as plantas executivas e construtivas, e as plantas de montagem) são as principais responsáveis pelos danos localizados e pela degradação precoce de uma estrutura.
A falta de um bom detalhamento impede e dificulta a manutenção. Segundo MESEGUER (1991), a origem das falhas em edificações é distribuída conforme:
Os dados são valores médios de vários países europeus, e demonstram que é na etapa de desenvolvimento do projeto onde se geram a maior quantidade de fontes das falhas em estruturas metálicas.
A estrutura metálica possui uma metodologia construtiva própria e não ter conhecimento dessa tecnologia implica adotar-se uma solução que pode ser incompatível com o sistema estrutural. Esse tipo de construção requer conhecimento das potencialidades e das limitações de todos os sistemas complementares interligados na obra e, além disso, exige uma grande atenção no planejamento e na interação de cada uma de suas etapas, desde a concepção de projeto até a montagem e finalização da obra (Sales, 2001). A interação do projeto estrutural metálico com os demais projetos é um ponto extremamente importante, pois a estrutura metálica não se adapta a improvisos de última hora, o que pode causar uma série de transtornos durante a construção (Castro, 1999). Nesse sistema construtivo, a compatibilização dos vários projetos que constituem uma obra civil e a coordenação e o planejamento interativos das etapas de projeto e execução são fundamentais para o sucesso final do empreendimento.
A viabilidade das estruturas metálicas no mercado está diretamente ligada ao sucesso de sua associação com os sistemas de fechamento e à filosofia adotada nos processos de projeto e de execução dos edifícios. É a partir do bom casamento dos dois sistemas, fechamentos e estrutura, que pode se chegar a uma concepção realmente industrializada e eficiente da obra, já que todas as outras etapas complementares de uma construção devem se basear e se adaptar a essas etapas.
Os projetos, sua compatibilização, assim como o planejamento dos processos de concepção e de execução da obra, ganharam importância vital na nova filosofia construtiva que se delineia no cenário nacional. A visão sistêmica da construção exige uma abordagem multidisciplinar e integrada de todos os projetos e etapas constituintes.
Dessa forma, a construção metálica e industrializada pode ser vista como uma promessa de solução racional e viável para as necessidades da construção no país, desde que profissionais e mercado se habilitem para a modernização necessária.
A estrutura metálica, embora seja mais antiga que o concreto, voltou a ser empregada em maior escala, pela construção civil brasileira, apenas em meados dos anos 80. Destarte, os investimentos em estruturas metálicas nos últimos anos revelam um crescimento de mais de 50% na participação do aço na construção civil entre 1999 e 2004, conforme dados do Centro Brasileiro de Construção em Aço.
Entretanto, sua utilização continua a ser problemática por vários fatores, dentre eles destacam-se a produção nacional em escala insuficiente e custos não competitivos para panos, lajes, paredes internas, vedações e juntas.
Patologias em estruturas de aço
Dentre as diversas patologias que podem afetar uma estrutura de aço, a mais comum é a corrosão, que se manifesta nos detalhes construtivos e, principalmente, nas ligações de solda. A corrosão pode ser evitada com um esquema de pintura adequada, executada para evitar que as demais fases da obra possam danificá-la.
Nestas estruturas, os detalhes devem ser minuciosamente estudados para evitar problemas de acesso, acúmulo de sujeira e umidade. Esquemas de pintura englobam o preparo da superfície, a aplicação de uma tinta de fundo para aderência das demais camadas, uma camada intermediária responsável pelo desempenho do sistema e, se for o caso, uma tinta de acabamento utilizada para proteção e/ou identificação dos esquemas de pintura. A maioria das patologias em pinturas pode ser relacionada a deficiências no preparo de superfície. O estado da superfície determina o método de preparo, que pode ser manual, mecânico ou por jateamento.
Escovamento e lixamento podem ser executados manualmente, com escovas rotativas ou agulhadeiras. O processo remove o produto de corrosão e é muito empregado em áreas menores e de difícil acesso, sendo contra-indicado para preparo de peças novas, por não formar a rugosidade necessária para adesão da tinta de fundo.
Tal rugosidade é obtida com jateamento abrasivo. O uso de areia nesse procedimento foi proibido pelo potencial de provocar silicose, doença bonso-respiratória. Outros abrasivos, como a granalha de aço, esferas de vidro e hidróxido de alumínio são muito caros para aplicação em campo, onde se perde material. A alternativa mais viável para o jateamento parece ser a chamada escória de cobre, rejeito do processo de fundição do cobre.
As patologias mais comuns em estruturas de aço
• Corrosão localizada: causada por deficiência de drenagem das águas pluviais e deficiências de detalhes construtivos, permitindo o acúmulo de umidade e de agentes agressivos.
• Corrosão generalizada: causada pela ausência de proteção contra o processo de corrosão.
• Deformações excessivas: causadas por sobrecargas ou efeitos térmicos não previstos no projeto original, ou ainda, deficiências na disposição de travejamentos.
• Flambagem local ou global: causadas pelo uso de modelos estruturais incorretos para verificação da estabilidade, ou deficiências no enrijecimento local de chapas, ou efeitos de imperfeições geométricas não consideradas no projeto e cálculo.
• Fratura e propagação de fraturas: Falhas estas iniciadas por concentração de tensões, devido a detalhes de projeto inadequados, defeitos de solda, ou variações de tensão não previstas no projeto.
Definição de possíveis causas
O sistema de manutenção preventiva, atualmente utilizado, corresponde basicamente em limpeza por lixamento e escovação manual com posterior aplicação de tinta alquídica de acabamento na estrutura, na cor definida no caderno de especificações da empresa.
Outro agravante diz respeito as falhas de projeto e/ou de execução com pintura sobre capa de laminação, áreas de solda não preparadas devidamente, ou áreas de difícil acesso, para manutenção preventiva.
Apenas o lixamento e aplicação de material não solucionam as manifestações patológicas existentes, promovendo, assim, o agravando do problema e gerando custos que num curto espaço de tempo se tornam maiores, quando comparado com o custo único de uma intervenção correta.
Os produtos químicos, que vem sendo utilizados no sistema de tratamento das indústrias, se tornam bastantes nocivos às estruturas metálicas, necessitando da aplicação de um acabamento de proteção que resista por maior tempo a esse ambiente agressivo, permitindo, futuramente, apenas manutenções preventivas em tempos mais longos dos que os executados atualmente.
A manutenção preventiva em estruturas galvanizadas geralmente não se executa, a não ser que ocorra a oxidação do aço carbono (oxidação vermelha). Normalmente, o que se verifica, com grande freqüência, é o surgimento de oxidação branca, proveniente da corrosão natural dos materiais.
Segundo as normas, esse tipo de corrosão não é critério de reprovação, pois se a peça possuir camada de zinco, não haverá problemas. No processo de galvanização existe um processo de passivação, que tem a função de evitar a corrosão branca por um determinado período de tempo. A deterioração da galvanização, seja por retrabalhos na peça, soldas e remoção da camada de zinco e outros, causam a corrosão no aço carbono.
A galvanização em áreas de ambiente agressivo somente é plena com a aplicação de um acabamento sobre a peça ou na utilização de aço resistente a corrosão, que garantirá a proteção da galvanização ou, na falta desta, terá maior vida útil. O acompanhamento da estrutura no aparecimento de patologias, a correta especificação de preparo de superfície e recuperação contribuirá para a garantia da qualidade da galvanização da peça ao longo do tempo.
As falhas de projeto, execução ou de fabricação (como manchas e escamação nas peças) relacionadas com o processo de zincagem, devido ao pré-tratamento ineficiente, ou limpeza da peça no processo de decapagem ou na fluxagem (Cloreto Duplo), poderá influir na vida útil da peça se a camada de zinco não atingir a espessura correta, conforme especificação da NBR 6323.
Análise das patologias
De forma geral, as patologias das estruturas podem ser divididas em três categorias, conforme destacado abaixo:
Adquiridas: São patologias estruturais provenientes da ação de elementos externos, como a poluição atmosférica, umidade, gases ou líquidos corrosivos e vibrações excessivas provocadas pelo uso indevido da estrutura. Resultam, em geral, de problemas relacionados com a falta de preparo inicial da estrutura ou com a falta de manutenção. A corrosão é a mais visível.
Transmitidas: Originárias de vícios ou desconhecimento técnico do pessoal de fabricação ou montagem da estrutura. São, por esse motivo, transmitidas de obra para obra. É o caso, por exemplo, de soldadores que não se preocupam em retirar a pintura dos pontos de solda, ignorando que a carbonização da tinta prejudica a qualidade do serviço. Estão inclusos, também, os casos de falta de prumo.
Atávicas: São patologias resultantes de má concepção de projeto, erros de cálculo, escolhas de perfilados ou chapas de espessuras inadequadas ou, ainda, do uso de tipos de aço com resistência diferente das consideradas no projeto. Não são fáceis de reparar, costumam exigir reforços, adições, escoramentos etc.
Patologias provenientes de sais solúveis
Para limpeza de estruturas contaminadas com sais solúveis torna-se necessário:
Reduzir o pH da superfície metálica para valores inferiores a 7, de modo a facilitar a quebra das ligações químicas;
A limpeza química deve ser feita com produtos passíveis de serem diluídos em água que, por si só, contém cerca de 600 ppm de cloretos, neutralizando-os de imediato;
Impedir a presença de qualquer tipo resíduo na superfície, que interfira com a adesão das tintas/revestimentos;
É desejável que, após o hidrojateamento com areia, se faça outro hidrojateamento, com produto químico removedor de sais específico, utilizando energia mecânica superior a 20 MPa de modo a penetrar profundamente nos vales e cumes (visão ao microscópio) existentes na superfície do aço. A água e a areia utilizados na primeira limpeza deverão ser checadas contra presença de cloretos.
Patologias em aço carbono e aços galvanizados
Neste caso, tanto para uma nova aplicação, como para recuperação de estruturas corroídas, a inspeção deve analisar:
O estado da estrutura em relação à intensidade da corrosão e a aparência da pintura aplicada;
A análise da agressividade do meio de exposição vai fornecer diretrizes necessárias para escolha do sistema de recuperação/proteção;
A eficiência da pintura depende de três fatores importantes:
Qualidade da tinta;
Preparo adequado da superfície;
Aplicação dos produtos.
Tão logo a superfície esteja limpa e o perfil de rugosidade concluído, deve ser feita a aplicação da tinta de fundo. O primer tem de ser adequado ao substrato e ao método de preparo da superfície. O acabamento será realizado quando a peça for instalada no local definitivo de uso. É importante observar que os lados dos perfis podem ficar expostos, encobertos ou protegidos pela alvenaria e voltados para o lado interno da construção.
A exposição às variações climáticas dá guarida para a cobertura com tinta de poliuretano, resistente aos raios ultravioletas. As peças localizadas no interior da construção, desde que livres de agressividades significativas, podem ser protegidas apenas com esmalte sintético (tintas alquídicas).
Em qualquer caso, é recomendável atentar para infiltração de água e vazamentos de tubulações. Ao recuperar uma estrutura é interessante checar vedações das junções de alvenaria com as peças metálicas. Nenhum componente está livre de sofrer cortes, pancadas, riscos ou soldagens, nesses casos, e para constatar falhas de execução, as manutenções periódicas facilitam e tornam menos onerosas as correções, que devem, sempre que possível, repetir o sistema de pintura.
A má execução dessas etapas acarreta patologias, toda tinta, em maior ou menor intensidade, absorve água. Então, se a limpeza não for bem-feita, a absorção de água resultará em inchamento da sujeira aderida e ocorrerá empolamento – formação de bolhas na pintura.
Outros tipos de sujeira, como óleos, impedem a aderência completa e, assim, ocorre em certos trechos o destacamento da tinta. Em ambos os casos são necessários repetir o trabalho. Ensaios de aderência e medições da espessura das camadas são procedimentos que permitem o acompanhamento da execução, é recomendável que as camadas tenham cores diferentes para facilitar a identificação das tintas aplicadas.
Nas estruturas com manifestações patológicas, a recuperação deve ser feita consoante procedimentos listados abaixo:
Lavar com água e tensoativo (detergente biodegradáveis) usando escova de náilon ou manta não tecida;
Enxaguar com água limpa;
Deixar secar naturalmente ou usar ar comprimido;
Limpar com escova de arame de aço ou com lixadeira (disco de escova);
Remover a poeira, utilizando-se escovas de pêlo ou ar comprimido;
Aplicar a tinta de fundo;
Aplicar a tinta de acabamento (poliuretânica ou epóxi).
Pintura sobre aço galvanizado
Por serem fáceis de achar, as tintas alquídicas ou primers sintéticos são muito freqüentemente especificados para aplicação em estruturas de aço galvanizado. É comum que, meses após a aplicação, comecem a apresentar destacamento.
Os óleos vegetais que compõem as resinas contêm ácidos graxos. Os ácidos reagem em contato com os produtos de corrosão do zinco, que tem caráter alcalino. Assim, é formado sabão de zinco (reação de saponificação). Com alta permeabilidade, após algum tempo, a tinta está aderida não ao substrato, mas sobre os produtos de corrosão – óxidos, hidróxidos e sabões de zinco. Como são solúveis, esses produtos ocasionam o surgimento de bolhas, agravando ainda mais o destacamento.
O envelhecimento precoce da camada alquídica é outro efeito negativo da má utilização dessas tintas sobre o zinco. Ao perder aderência e flexibilidade, ocorre o fissuramento, aumentando ainda mais a penetração de água na interface metal-tinta.
O uso de tinta epóxi-isocianato, epóxi amina evita tais patologias. Além de se ligar quimicamente ao metal, é insaponificável e oferece base de aderência para sistemas de pintura alquídicos, acrílicos, a linha do epóxi e poliuretanos, dentre outros.
Há obras (nesse sistema) com mais de 20 anos sem destacamento de pintura. A manutenção do aço zincado depende do estado evolutivo da corrosão. Aquele que apresenta apenas corrosão leve pode ser recuperado com lavagem com água e tensoativo, escovação e aplicação de tinta epóxi-isocianato.
Casos de Estudo
Falha no gabarito de Furação
Apresenta-se problemas de ajuste nos parafusos, a furação da viga principal foi feita conforme plantas executivas, enquanto na viga secundária um dos furos foi deslocado para cima 12 mm.
Foi constatado, neste caso, que o erro foi de fabricação, já que nas dimensões e detalhes de projeto, o gabarito de furação das vigas era coincidente.
Este tipo de falha poderia ser evitada com um maior controle dimensional de produção na fábrica.
Furos não previstos nos projetos
Tais aberturas foram executadas para permitir a passagem de tubulações elétricas, não previstas no projeto original.
Neste caso deveria ser avaliada a influência dessas aberturas na resistência do perfil da coluna, principalmente, sendo que tais aberturas reduzem as abas das mesas do perfil.
Falta de Parafusos nas conexões
Neste caso, as furações foram conferidas conforme plantas, e constatou-se um erro de projeto, pois os gabaritos de furação da viga e da coluna não coincidiam.
Uma revisão das plantas na fábrica poderia ter evitado a falha.
Porém a falha foi produzida no detalhamento do projeto.
Sub-dimensionamento de Elementos
Pode-se afirmar que no dimensionamento desse elemento não foram consideradas todas as possibilidades de carregamento, e não foi realizada uma revisão de flambagem no elemento global e seus componentes. O uso correto de normas ou especificações reconhecidas, além da consideração de todos os estados limites possíveis, teria permitido na etapa de projeto evitar este tipo de falha.
Incompatibilidade de projetos estruturais de concreto e metal
Este é um dos problemas mais comuns na execução de projetos de estrutura metálica: a incompatibilidade dos projetos de estrutura metálica com os de concreto (em galpões, esta falha acontece nas bases de colunas). A solução dada foi complementar o apoio de concreto.
É evidente que deve existir uma interação entre os projetistas de obras metálicas e de obras de concreto, ou ao menos quem projeta as bases de acordo com os dados do projeto metálico deveria se ajustar às dimensões fornecidas no projeto da estrutura metálica.
Falta de Concordância em emendas
Este tipo de falha gera excentricidades na transmissão de esforços, no caso de tais esforços serem de compressão a redução na capacidade resistente do banzo é evidente, já que aparecem esforços adicionais de flexão.
Esta falha ocorreu durante a produção das peças componentes da treliça. Uma operação de pré-montagem, poderia ter evitado a falha, assim como, um controle dimensional.
Em alguns casos, faz-se necessária uma verificação de concordância entre as peças a serem montadas no canteiro de obra.
Detalhamentos Incompatíveis
É bom lembrar que as conexões são pontos críticos no desempenho de um sistema estrutural, e as modificações realizadas no canteiro para ajustar as coincidências entre elementos e ligações podem gerar pontos indesejáveis de fontes de falhas súbitas.
Manchas de ferrugem na fachada
Imagens de patologias na ponte Hercílio Luz
Ferrugem no olhal dos cabos tensores
Corrosão no tabuleiro da ponte
Alguns cuidados que visam evitar ou minimizar a ocorrência das anomalias constatadas:
Avaliar se a proposta do projeto contempla as normas vigentes, se o escritório tem conhecimento técnico no porte da obra e se já executou projetos anteriores, se cumpre prazos e se pode arcar com falhas e atrasos possíveis na entrega do projeto, e não se fixar somente no preço.
Analisar previamente a habilidade tecnológica do fornecedor, capacidade de equipamentos, organização e adequação pessoal.
Para escolha do fornecedor, não se fixar apenas no preço e sim na qualidade e importância das obras anteriores realizadas. Também é prudente inspecionar suas instalações industriais.
Cuidar da orientação e eficiência da manutenção, verificando se contemplam garantias pós-entrega dos serviços.
Observar os testes de proteção superficial e das soldas.
Certificar-se da existência e presença do engenheiro e acompanhamento da produção e montagem.
Os casos de falhas localizadas ou globais em estruturas metálicas podem levar estas ao colapso ao atingir algum dos estados limites de resistência, ou ainda, estado limite de utilização, provocando perdas humanas ou perdas econômicas importantes.
O sucesso de uma obra em estrutura metálica inicia-se na sua concepção e no desenvolver de seu projeto detalhado para fabricação e montagem. As empresas que trabalham em estruturas metálicas sejam estas de projeto, fabricação ou montagem, devem prever revisões de projetos conscientes e minuciosas no que diz respeito aos detalhes e conjuntos, em geral.
Já, especificamente nas fábricas, devem existir controles rigorosos das plantas executivas, assim como, controle dimensional, sendo recomendável efetuar pré-montagens para assegurar o mínimo de falhas possíveis na montagem definitiva.
PATOLOGIA DA MADEIRA
O uso da madeira pelo homem como sistema construtor remete às origens da edificação, tanto como elemento estrutural e como acabamento. A madeira é constituída por uma estrutura tubular de condutas paralelas formadas com base na lenhina e celulosa, o que lhe confere uma reação mecânica ótima no sentido das fibras.
Oferece ainda boa resistência à compressão e excelente resistência à tração, é um material flexível, pode ser cortado e moldada de varias formas, com fácil união por colagem ou embutido. Porém possui algumas desvantagens já que é uma material anisotrópico,ou seja suas propriedades mecânicas dependem da disposição de suas fibras, tem composição irregular, e é vulnerável a agentes bióticos e abióticos causadores das principais patologias.
Após a Segunda Guerra Mundial começaram a desenvolver-se as técnicas mais exatas de avaliação das patologias estruturais, através de um trabalho de investigação nos fenômenos que induzem à degradação da madeira, condicionam a sua reação perante o fogo e perante determinados esforços mecânicos.No período compreendido entre 1930-1950, com o desenvolvimento das resinas sintéticas, inicia-se o uso da madeira laminada prensada que hoje é já uma das variantes construções mais comuns.
O tempo por si só , não produz depreciação das características da madeira. Embora seja comum encontrar peças de madeira em serviço com maior ou menor grau de deterioração, são igualmente conhecidos numerosos exemplos de estruturas ou artefatos de madeira em bom estado, apesar de contarem várias centenas ou mesmo milhares de anos, em consequência de uma exposição a condições ambientais particulares que não favoreceram a sua deterioração.
Portanto , a degradação de elementos de madeira resulta da ação de agentes físicos, químicos, mecânicos ou biológicos aos quais este material é sujeito ao longo da sua vida.
Importa, no entanto, salientar que são os agentes biológicos a causa mais freqüente de deterioração das estruturas de madeira, sendo mesmo os responsáveis pela maioria das situações de rotura parcial ou total das estruturas. Destacam-se, pela sua importância (em meio terrestre), os seguintes: fungos de podridão, térmitas e carunchos – sobretudo o caruncho grande.
Patologias geradas por agentes abióticos
Danos causados pela água
A água, em contacto com a madeira penetra através das fibras, saturando os poros tubulares e quando alcança graus de umidade entre 25-35% produz o empolamento da mesma. Afeta o cerne e só em algumas ocasiões o borne, criando as condições propícias para o aparecimento de fungos de apodrecimento e para manter as condições de habitat de insetos xilófagos, fundamentalmente térmitas e carcoma. A perda por secagem desta umidade produz quebras na madeira com o conseqüente aparecimento de brechas, fendilhamento e fissuras.
Danos causados pela umidade
Uma habitual fonte de problemas para a madeira reside no contato com a água ou umidade ambiente elevada. No entanto somente a retenção da umidade, não degrada a madeira mas potencializa o risco de degradação deste material por determinados agentes biológicos, já que estes só atacam a madeira quando o seu teor em água atinge determinados valores. Especificamente, quando a madeira permanece em condições de umidade elevada por períodos longos, pode ser atacada por fungos ou por térmitas subterrâneas que dela se alimentam.
Apesar das variações de umidade ambiente, e a conseqüente alteração do teor em água da madeira, provocarem variações dimensionais e de resistência mecânica das peças (as dimensões aumentam e a resistência diminui para um acréscimo de teor em água), trata-se de um efeito reversível. Ou seja, embora os ciclos de secagem e umedecimento poderem conduzir ao desenvolvimento de fendas e empenos, geralmente sem implicações para a resistência mecânica, a madeira recupera as dimensões e a resistência inicial quando o seu teor em água volta ao valor inicial. Porém a umidade elevada também amplia os fenômenos de fluência da madeira, provocando grandes e graves deformações sob a ação de cargas.
Danos causados pelo carregamento
Também as condições de carga afetam a estrutura. Pois elementos estruturais que tenham estado sujeitos a esforços muito elevados (próximos da respectiva tensão de ruptura), poderão sofrer danos internos capazes de reduzir a sua capacidade de carga. A introdução de esforços inadequados devidos a modificações intencionais (adaptações, alteração de áreas) ou acidentais (cedência de apoios, etc) do funcionamento estrutural tem sido uma freqüente causa de danos.
Danos produzidos pelo sol
Este tipo de ataque é causado pela ação dos raios ultravioletas sobre a lignina, atacando a madeira mais branda do borne e produzindo o desfibramento superficial com o conseqüente aparecimento de crista (período de Outono/Inverno), vales (Primavera) e manchas de tons cinzentos causadas pela foto/degradação. Estes danos afetam elementos vistos e só têm transcendência estética.
Danos produzidos por variações de temperatura.
A madeira suporta bem as mudanças de temperatura sempre e quando sejam lentas e progressivas, já que se assim não for poderiam causar fendas ou fissuras, dando origem a vias de entrada de umidade favorecendo o aparecimento de fungos e insetos xilófagos.
Patologias geradas por agentes Bióticos
Danos causados por fungos.
Os fungos, só por si mesmo não atacam diretamente a madeira, mas geram umas substâncias fibrosas “hifas”, que se introduzem pelas fissuras da madeira degradando-a. Dentro da classe dos fungos distinguimos os cromógenos, que embora possam afetam ligeiramente a capacidade resistente da madeira, mas o principal efeito é o aparecimento de manchas azuladas que atuam nas madeiras submetidas a temperaturas baixas. Outros tipos de fungos mais perigosos são os do apodrecimento/putrefação, que afetam as capacidades mecânicas da madeira, destruindo a estrutura das fibras. O seu excelente desenvolvimento dá-se com graus de umidade entre 35 e 60% e ambiente ácido.A ainda putrefação branca (frondosas) ou castanha (coníferas) dependendo da lesão causada, distinguiremos entre fibrosas, corrosivas e cúbicas, sendo estas últimas as mais danosas.
Danos produzidos por insetos xilófagos.
Os insetos xilófagos constituem os agentes bióticos mais freqüentes nas madeiras de edificação afetadas pela degradação. Estes atacam a madeira na sua fase de larva, enquanto decorre o seu desenvolvimento e crescimento, habitualmente quando chegam à idade adulta perfuram a madeira e saem para o exterior, não voltando à madeira até porem ovos que iniciam um novo ciclo vital.
Os isópteros (térmitas, conhecidas como cupim) constituem um caso excepcional, já que não têm fase larva ao chegar a adultos não abandonam a madeira, tornando-se mais difícil a sua detecção.
De seguida, destacamos as principais espécies de xilófagos:
Térmitas (Cupim)
O cupim nas construções é motivo de grande preocupação e de prejuízos importantes. Madeira preservada é uma solução inteligente para evitá-lo – e a outros organismos xilófagos – com a melhor relação custo/benefício do mercado.
Em outros países, são chamados de térmita, espécime dos isópteros. Quer dizer, inseto de quatro asas membranosas iguais e um poderoso aparelho bucal para mastigar, do tipo social, organizado.Existem cerca de duas mil espécies de cupins , que são insetos biodegradores,
Dessa variedade enorme de espécies, poucas causam prejuízos ao homem infestando suas casas, devorando móveis e livros.Destacam-se os cupins de madeira seca e os cupins subterrâneos os mais terríveis. Sua crescente proliferação nas cidade são conseqüência dos desequilíbrios ecológicos causados pelo homem, o qual elimina os predadores naturais desse insento, e o oferecem alimento abundante com técnicas de construção que não prevêem tratamento de madeiras.
Os cupins de madeira seca formam seus ninhos dentro de uma única peça de madeira. Um móvel, por exemplo. Ali o casal real e os outros cupins e permanecem até acabar o alimento. Dentre as peças mais comumente atacadas pelo cupim de madeira seca, destacamos o batente de portas e janelas (que ficam fixo, sem movimento, em contato com a parede), móveis e armários embutidos, rodapés e forros de madeira.
Já o cupim subterrâneo esconde seu ninho debaixo da terra,criando túneis enormes por onde se deslocam os operários que vão buscar comida longe, às vezes até mais de cem metros de distância do ninho. Atacam sempre no sentido das fibras, mediante galerias de secção constante, deixando finas lâminas entre elas. Atacam todo o tipo de madeiras, exceto o teixo.
O pó granulado, geralmente encontrado próximo as peças atingidas é o excremento do cupim, e sinal da infestação. Atraves dele pode-se diferenciá- lo da broca, um outro inseto que também degrada madeira. O pó bem fino, como talco, geralmente é de broca. Aquele mais granulado é, geralmente, do cupim de madeira seca. Já o pó do cupim subterrâneo mal aparece. Cupim subterrâneo recicla as próprias fezes, fazendo as paredes dos túneis por onde se deslocam sendo difícil de notar sua proliferação.
Os cupins são insetos sociais utilizam um sistema hormonal – os chamados feromônios – para dizer se há muito ou pouco alimento, ataques sofridos, etc. Logo para elimina-los é preciso atingir o casal real,ou ocorrerá uma nova infestação virá com toda a força. A melhor resposta é informação, madeira preservada e tratada.
Relógio a morte (Xestobium rufovillosum):
O seu âmbito geográfico localiza-se nas regiões nórdicas. O seu ataque está associado à existência de fungos xilófagos. Necessita de bastante umidade e temperaturas baixas e só ataca madeiras mediante o tracejado de galerias irregulares de secção circular.
Ergates faber L:
Cerambicido de tamanho grande que necessita de umidade em altas temperaturas (50 a 75%) e a temperatura (25%) para proliferar. Ataca as coníferas especialmente situadas no exterior (postes e vigas isentas), sendo resistente aos tratamentos com que se impregnam habitualmente estes compartimentos.
Técnicas de proteção, intervenção e reparação
Os tratamentos preventivos e curativos utilizados mais freqüentemente para prevenir ou evitar os ataques dos agentes destruidores da madeira.Estes produtos são denominados de forma comum velaturas cuja característica principal é a de proteger a madeira contra diversos tipos de ataques que possam sofrer sem formar película sobre a superfície tratada.Entre os produtos mais utilizados são:
Protetores naturais: São substâncias que provêm da dilatação da hulha. Entre as vantagens mais importantes destacamos a sua grande capacidade de fixação e proteção perante agentes xilófagos. O seu maior inconveniente é o mau cheiro destas substâncias e a dificuldade na sua aplicação, sendo recomendável o uso de autoclave.
Protetores hidrossolúveis: Substâncias a partir de sais de diferentes metais (zinco, cobre, cromo, etc.) com funções fungicidas e fixadoras na madeira. São a melhor solução protetora perante elementos de madeira em contacto com os solos ou elementos temporariamente úmidos. A sua principal vantagem está no fato permitir a posterior pintura da madeira ainda que provoquem empolamentos e retrações no momento da aplicação, e posteriormente na secagem devido ao uso de água enquanto dissolvente.
Protetores orgânicos ou oleosos: São formulações complexas nas que se dão matérias ativa sintéticas e dissolventes orgânicos. Dependendo do uso que lhe for dado, podem-se classificar-se em:
Preventivos curativos: Também conhecidos como fundos protetores. Aplicam-se em madeiras novas e têm uma função principalmente fungicida e um pouco menos inseticida. A sua aplicação pode ser mediante pincelado ou imersão.
Preventivos decorativos: São produtos oleosos para acabamento de madeiras a poro aberto. A sua ação fungicida e inseticida é menor que a dos fundos protetores, mas incorpora pigmentos minerais resistentes à foto degradação.
Protetores curativos: Usa-se para combater os ataques de organismos xilófagos. Estes são de fácil aplicação e grande capacidade de penetração, mas um pouco mais caros que os anteriores dependendo do tipo de tratamento.
Tratamentos específicos perante diferentes agentes
Tratamento perante a umidade: Em janelas, portas exteriores maciças, marcos, cortinas:Impregnação por imersão, pintada com soluções oleosas repelentes à umidade, antes de proceder à aplicação de pinturas e vernizes.
Em soalhos e revestimentos, aplica-se uma película de parafinas, ceras ou produtos impermeabilizantes, antes de proceder ao lustre das superfícies. Em caso de soalhos de madeira colocados sobre argamassa é fundamental esperar que a mistura esteja adequadamente seca, para evitar o re-umedecimento da madeira.
Em estruturas de coberturas, tabiques e teto, bem como a madeira serrada (dentada) com superfícies transversais expostas ao meio: Impregnação similar das janelas e portas exteriores, com aplicação de produtos selantes nos extremos (cabeçais), devido a que a perda e absorção da umidade é máxima no sentido das fibras.
Tratamento perante a ação do fogo: Para poder conseguir uma proteção eficaz e intrínseca contra o fogo na madeira, a solução mais utilizada é a aplicação de vernizes à base de resinas especiais e borracha c/ cloro, bem como pinturas com agentes ativo que na presença da chama empolam/ incham, formando uma espuma carbonizada que isola a superfície coberta.
Tratamento perante a ação do sol: Os mais eficazes são os que incorporam óxidos metálicos que refletem a radiação ultravioleta do sol, responsável pelo aparecimento de fissuras na madeira
Tratamento perante o ataque de xilófagos: No caso de térmitas e carcomas freqüentemente utilizam-se produtos a base de aldrín, heptacloro, ou compostos de sais de pentaclorofenol, com inseticida de contacto (DDT, dieldrin.) que se aplicam, mediante impregnação e injeção entre o elemento de madeira e a parede, bem como nas cabeças das vigas e perímetro de pavimento.
PATOLOGIAS EM CERÂMICA
O uso de revestimentos cerâmicos no Brasil passa por uma fase de rápido crescimento. De acordo com os dados da Associação Nacional de Fabricantes de Cerâmica (2004), o Brasil é segundo colocado em consumo mundial, perdendo apenas para China. Consumiu aproximadamente 1,6 bilhões de metros quadrados de placas cerâmicas, assim superando países economicamente fortes, como os EUA, e países tradicionais no uso destes revestimentos, como Espanha e Itália. Já como produtor, o Brasil também ocupa papel de destaque mundial, é o quarto colocado em volume produzido.
A qualidade das placas cerâmicas produzidas no Brasil está associada à normalização brasileira em exercício desde 1997, ao custo relativamente acessível, aos avanços tecnológicos nos estudos dos materiais e técnicas construtivas e pelo interesse dos fabricantes em colocar no mercado uma maior variedade de possibilidades no uso dos revestimentos cerâmicos.
Esses componentes possuem cada vez mais variedade de formatos, cores e texturas que possibilitam uma gama de composições estéticas, dessa forma elevando a qualidade dos edifícios.
Segundo PEIXOTO(1992), não existe outro material que seja usado em fachada que possa apresentar a riqueza de composições e durabilidade do revestimento cerâmico, com um custo tão acessível.
Contudo, observa-se que mesmo com os avanços tecnológicos na fabricação e as inúmeras vantagens no uso de placas cerâmicas, e incidência de patologias em sistemas de revestimentos cerâmicos não são raras.
Dentre as patologias mais encontradas estão os destacamentos de placas cerâmicas, que geram alto custo na recuperação, degradação do imóvel e riscos de acidentes; Eflorescência que é caracterizada pelo feito de lixiviação, que transporta os sais solúveis até a superfície, provocando deteriorização do sistema; Trincas e Fissuras, de acordo com SABBATINI, BARROS(1990) trinca é a ruptura total do corpo cerâmicos em duas ou mais partes após a sua fixação, cuja abertura possui dimensões superiores a 0,05mm. O gretamento por sua vez, é definido como sendo a fissuração (abertura de 0,05 a 0,1mm da camada de esmalte superficial da placa cerâmica, entretanto o gretamento pode ocorrer no momento da fabricação da placa cerâmica e neste caso é considerado um defeito de fabricação e não uma patologia.
Cerâmica na atualidade
A cerâmica, que é praticamente tão antiga quanto a descoberta do fogo, mesmo utilizando os antigos métodos artesanais, pode produzir artigos de excelente qualidade. Nos últimos anos, acompanhando a evolução industrial, a indústria cerâmica adotou a produção em massa, garantida pela indústria de equipamentos, e a introdução de técnicas de gestão, incluindo o controle de matérias-primas, dos processos e dos produtos fabricados.
A Indústria Cerâmica na atualidade pode ser subdivida em setores que possuem características bastante individualizadas e com níveis de avanço tecnológico distintos.
Cerâmica Vermelha
Compreende aqueles materiais com coloração avermelhada empregados na construção civil (tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, lajes, tubos cerâmicos e argilas expandidas) e também utensílios de uso doméstico e de adorno. As lajotas muitas vezes são enquadradas neste grupo, porém o mais correto é em Materiais de Revestimento.
Cerâmica Branca
Este grupo é bastante diversificado, compreendendo materiais constituídos por um corpo branco e em geral recobertos por uma camada vítrea transparente e incolor e que eram assim agrupados pela cor branca da massa, necessária por razões estéticas e/ou técnicas. Com o advento dos vidrados opacificados, muitos dos produtos enquadrados neste grupo passaram a ser fabricados, sem prejuízo das características para uma dada aplicação, com matérias-primas com certo grau de impurezas, responsáveis pela coloração.
Dessa forma é mais adequado subdividir este grupo em:
• louça sanitária
• louça de mesa
• isoladores elétricos para alta e baixa tensão
• cerâmica artística (decorativa e utilitária).
• cerâmica técnica para fins diversos, tais como: químico, elétrico, térmico e mecânico.
Materiais Refratários
Este grupo compreende uma diversidade de produtos, que têm como finalidade suportar temperaturas elevadas nas condições específicas de processo e de operação dos equipamentos industriais, que em geral envolvem esforços mecânicos, ataques químicos, variações bruscas de temperatura e outras solicitações. Para suportar estas solicitações e em função da natureza das mesmas, foram desenvolvidos inúmeros tipos de produtos, a partir de diferentes matérias-primas ou mistura destas. Dessa forma, podemos classificar os produtos refratários quanto à matéria-prima ou componente químico principal em: sílica, sílico-aluminoso, aluminoso, mulita, magnesianocromítico, cromítico-magnesiano, carbeto de silício, grafita, carbono, zircônia, zirconita, espinélio e outros.
Isolantes Térmicos
Os produtos deste segmento podem ser classificados em:
refratários isolantes que se enquadram no segmento de refratários,
isolantes térmicos não refratários, compreendendo produtos como vermiculita
expandida, sílica diatomácea, diatomito, silicato de cálcio, lã de vidro e lã de rocha, que são obtidos por processos distintos ao do item a) e que podem ser utilizados, dependendo do tipo de produto até 1100ºC.
fibras ou lãs cerâmicas que apresentam características físicas semelhantes às citadas no item b), porém apresentam composições tais como sílica, sílica-alumina, alumina e zircônia, que dependendo do tipo, podem chegar a temperaturas de utilização de 2000º C ou mais.
Fritas e Corantes
Estes dois produtos são importantes matérias-primas para diversos segmentos cerâmicos que requerem determinados acabamentos.
Frita (ou vidrado fritado) é um vidro moído, fabricado por indústrias especializadas a partir da fusão da mistura de diferentes matérias-primas. É aplicado na superfície do corpo cerâmico que, após a queima, adquire aspecto vítreo. Este acabamento tem por finalidade aprimorar a estética, tornar a peça impermeável, aumentar a resistência mecânica e melhorar ou proporcionar outras características.
Corantes constituem-se de óxidos puros ou pigmentos inorgânicos sintéticos obtidos a partir da mistura de óxidos ou de seus compostos. Os pigmentos são fabricados por empresas especializadas, inclusive por muitas das que produzem fritas, cuja obtenção envolve a mistura das matérias-primas, calcinação e moagem. Os corantes são adicionados aos esmaltes (vidrados) ou aos corpos cerâmicos para conferir-lhes colorações das mais diversas tonalidades e efeitos especiais.
Abrasivos
Parte da indústria de abrasivos, por utilizarem matérias-primas e processos semelhantes aos da cerâmica, constituem-se num segmento cerâmico. Entre os produtos mais conhecidos podemos citar o óxido de alumínio eletrofundido e o carbeto de silício.
Vidro, Cimento e Cal
São três importantes segmentos cerâmicos e que, por suas particularidades, são muitas vezes considerados à parte da cerâmica.
Cerâmica de Alta Tecnologia/Cerâmica Avançada
O aprofundamento dos conhecimentos da ciência dos materiais proporcionou ao homem o desenvolvimento de novas tecnologias e aprimoramento das existentes nas mais diferentes áreas, como aeroespacial, eletrônica, nuclear e muitas outras e que passaram a exigir materiais com qualidade excepcionalmente elevada. Tais materiais passaram a ser desenvolvidos a partir de matérias-primas sintéticas de altíssima pureza e por meio de processos rigorosamente controlados. Estes produtos, que podem apresentar os mais diferentes formatos, são fabricados pelo chamado segmento cerâmico de alta tecnologia ou cerâmica avançada. Eles são classificados, de acordo com suas funções, em: eletroeletrônicos, magnéticos, ópticos, químicos, térmicos, mecânicos, biológicos e nucleares. Os produtos deste segmento são de uso intenso e a cada dia tende a se ampliar. Como alguns exemplos, podemos citar: naves espaciais, satélites, usinas nucleares, materiais para implantes em seres humanos, aparelhos de som e de vídeo, suporte de catalisadores para automóveis, sensores (umidade, gases e outros), ferramentas de corte, brinquedos, acendedor de fogão, etc.
Conceitos básicos sobre patologias
O conhecimento sobre as patologias das edificações é indispensável em maior ou menor grau, para todos que trabalham na construção (VERÇOZA, 1991). Procura-se hoje construir cada vez mais com o máximo de economia, mas mantendo a qualidade do produto a ser usado, para realmente saber até onde um determinado material é confiável. De acordo com Edward Grunau, os problemas patológicos podem estar distribuídos em relação à origem do processo construtivo, de acordo com a tabela 7.
Principais causas de patologias (VERÇOZA, 1991)
Segundo os pesquisadores Antonio Carmona e Artur Marega as patologias em edifícios tem causas específicas e podem ser classificadas segundo a tabela:
Defeitos que causam patologias (VERÇOZA, 1991)
Os problemas patológicos ocasionados por manutenção inadequada, ou mesmo por ausência total de manutenção, têm sua origem no desconhecimento técnico, incompetência ou desleixos dos responsáveis (SOUZA; RIPPER,1998).
Existem problemas que ocorrem nas fachadas, dentre eles os que estão relacionados à patologia nos destacamentos de placas cerâmicas, onde é feito o seu assentamento para proteger o local de agentes que possam causar danos às fachadas, mas em alguns casos ocorrem deteriorações nas placas ou a sua vida útil já esgotou, necessitando de uma manutenção. Em alguns casos pode-se encontrar danos causados por problemas de umidade e infiltrações nas fachadas, ocorrendo o aparecimento de manchas e bolor entre outros problemas a serem citados no decorrer do trabalho. A causa mais freqüente para o aparecimento desta patologia é a capilaridade, onde a umidade sobe pelo solo, passa pelo interior da alvenaria e atinge a pintura da fachada (VERÇOZA, 1991).
Patologias freqüentes em cerâmica
Patologias quanto as eflorescências
Nota-se já a algum tempo que o quadro patológico da eflorescência tem como elemento determinante a presença e a ação da água. Não é exagero afirmar que sem água não haveria eflorescência (FIORITO, A.J.S.I 1984).
No caso de revestimentos cerâmicos assentados em situações onde não tomaram medidas preventivas quanto à impermeabilização pode ocorrer a passagem de água provocada pela absorção ou facilitada por uma maior permeabilidade, ou pela soma dos dois fatores, tal fluxo de água poderá introduzir substâncias agressivas do solo na rede capilar do concreto e argamassa, ou dissolver e tranportar certos sais solúveis que podem estar presentes no concreto, na argamassa ou no próprio material cerâmico, trazidos à superficie, tais sais podem se apresentar como depósitos esbranquiçados nos poros abertos mais superficiais do revestimento, caso as condições cerâmicas proporcionem excelente evaporação. Caso o fluxo tenha vazão superior à capacidade de evaporação , notar-se-ão bolsas de solução concentrada de sais que apresentarão alta viscosidade, este é o caso notado em revestimentos esmaltados.(FIORITO, A.J.S.I 1984).
Uemoto (1988) distingue três tipos de eflorescência, as de Tipo I, II e III. O Tipo I é o mais comum e caracteriza-se por um depósito de sal branco, pulverulento, muito solúvel em água. Pode ocorrer em superfícies de alvenaria aparente, revestimentos de argamassa, juntas de assentamentos, regiões próximas a esquadrias mal vedadas, ladrilhos cerâmicos, juntas de ladrilhos cerâmicos e azulejos. Tipo II caracteriza-se pela aparição de um depósito de cor branca com aspecto de escorrimento, muito aderente e pouco solúvel em água. Esse depósito, quando em contato com o ácido clorídrico, apresenta efervescência. Esses sais formam-se em regiões próximas a elementos de concreto ou sobre sua superfície e, às vezes, sobre superfícies de alvenaria. A eflorescência do Tipo III manifesta-se como um depósito de sal branco entre juntas de alvenaria aparente, que se apresentam fissuradas devido à expansão decorrente da hidratação do sulfato de cálcio existente no tijolo ou da reação tijolo-cimento.
Para tentar conter as eflorescências deve-se evitar principalmete vazamentos em paredes e utilizar rejuntes impermeáveis, estas são maneiras de evitar essa patologia, que pode ter origem em vazamentos de canos, umidade dos terrenos ou penetração inicial por meio de rejuntes mal executados.
Eflorescência
Patologias quanto as trincas, gretamento e fissuras
São fissuras na superfície esmaltada resultantes da diferença de dilatação entre o biscoito e o esmalte. Nesse caso, o ideal é que a massa dilate menos do que o esmalte (Cláudio Vicente Mitidieri Filho Cetac-IPT)
Estas patologias aparecem por causa da perda de integridade da superfície da placa cerâmica, que pode ficar limitada a um defeito estético (no caso de gretamento), ou pode evoluirpara um destacamento (no caso de trincas). As trincas são rupturas no corpo da placa cerâmica provocadas por esforços mecânicos, que causam a separação das placas em partes, com aberturas superiores a 1 mm. As fissuras são rompimentos nas placas cerâmicas, com aberturas inferiores a 1 mm e que não causam a ruptura total das placas.
O gretamento é uma série de aberturas inferiores a 1 mm e que ocorrem na superfície esmaltada das placas, dando a ela uma aparência de teia de aranha. Variações de temperatura também podem provocar o aparecimento de fissuras nos revestimentos, devidas às movimentações diferenciais que ocorrem entre esses e as bases (THOMAZ, 1989)
Ausência de detalhes construtivos (juntas de movimentação)
Estas patologias ocorrem normalmente nos primeiros e últimos andares do edifício, geralmente pela falta de especificação de juntas de movimentação e detalhes construtivos adequados. A inclusão destes elementos no projeto de revestimento e o uso da argamassas bem dosadas ou colantes podem evitar o aparecimento de fissuras.
Patologias quanto bolor
O termo bolor ou mofo é entendido como a colonização por diversas populações de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato, citando-se inclusive as argamassa inorgânicas (SHIRAKAWA, 1995). O termo emboloramento, de acordo com Allucci (1988) constitui-se numa “alteração observável macroscopicamente na superfície de diferentes materiais, sendo uma conseqüência do desenvolvimento de microorganismos pertencentes ao grupo dos fungos”. O desenvolvimento de fungos em revestimentos externos causa alteração estética formando manchas escuras indesejáveis em tonalidades preta, marrom e verde, ou ocasionalmente, manchas claras esbranquiçadas ou amareladas (SHIRAKAWA, 1995).
Ataque de bolor
Deterioração das juntas
Este problema, apesar de afetar diretamente as argamassas de preenchimento das juntas de assentamento (rejuntes) e de movimentação, compromete o desempenho dos revestimentos cerâmicos como um todo, já que estes componentes são responsáveis pela estanqueidade do revestimento cerâmico e pela capacidade de absorver deformações. Os sinais de que está ocorrendo uma deterioração das juntas são: perda de estanqueidade da junta e envelhecimento do material de preenchimento. A perda da estanqueidade pode iniciar-se logo após a sua execução, através de procedimentos de limpeza inadequados. Estes procedimentos de limpeza podem causar deterioração de parte do material aplicado (uso de ácidos e bases concentrados), que, somados ataques de agentes atmosféricos agressivos e/ou solicitações mecânicas por movimentações estruturais, podem causar fissuração (ou mesmo trincas) bem como infiltração de água.
Deterioração das juntas
Patologias quanto a expansão por umidade (EPU)
Trata-se de uma propriedade dos materiais cerâmicos que tendem a inchar-se, em maior ou menor grau com o decorrer do tempo, essa expansão associada à ausência de juntas adequadas resultará fatalmente no descolamento do revestimento por flambagem, ou greteamento e fissuras do esmalte.(FIORITO, A.J.S.I 1984).
Segundo o manual de revestimentos da PINI as indústrias cerâmicas, uma vez implantadas as novas especificações de revestimentos cerâmicos deverão informar aos consumidores o valor da “expansào por umidade” de seus produtos. Isto facilitará a tomada de decisões quanto a largura das juntas de assentamento por parte dos construtores.
A utilização de argamassas rígidas, para fixar revestimentos cerâmicos, por por um lado é adequada se levarmos em consideraçào que ela inibirá em parte a expansão das peças, diminuirá o risco de descolamento por flambagem, mas por outro lado, as peças impedidas de se expandir entram em compressão. Como essa compressão atinge valores elevados, poderá causar trincas no esmalte e consequante deterioração do revestimento. A utilização de argamassas elásticas não impedirá a expansão das peças, mas exigira que se usem juntas de assentamento mais largas adequadamente dimensionadas para absorver tal expansão, neste caso as juntas de movimentação serão absolutamente indispensáveis. (FIORITO, A.J.S.I 1984).
Dentro do sistema de revestimento, considerado como base (chapisco, emboço, argamassa adesiva e as placas), estas últimas representam a parte que efetivamente apresenta maiores problemas de deslocamentos e/ou quedas. Em relação ao conjunto, segundo o comitê, as placas são os componentes mais estáveis e com menor número de variáveis a serem controladas. Se a placa cerâmica sofrer uma expansão por umidade (EPU) de 0,6 mm/m (limite recomendado na NBR 13818/1997), normalmente 20 a 30% dessa expansão ocorrerá na primeira semana de saída do forno. O aumento restante, se existir, ocorrerá paulatinamente ao longo de 40 meses ou mais. Em contrapartida, choques térmicos na fachada possuem a mesma ordem de grandeza da EPU teórica e ocorrem, rapidamente, dezenas de vezes em apenas um mês, contribuindo sensivelmente para a fadiga do conjunto. Além disso, a umidade que teoricamente causa a EPU provoca também a dilatação higroscópica do emboço, só que este valor está próximo de 1 mm/m e pode ser cíclico e rápido em casos de secagem/umedecimento. Inúmeros trabalhos internacionais a respeito de EPU, inclusive do CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation), um dos mais respeitados Institutos de Pesquisa em Cerâmica no mundo, concluem claramente que a EPU é uma incógnita mundial e sua determinação é muito influenciada pela agressividade do próprio ensaio.
Conclusão
Existem vários riscos possíveis a se ocorrer em uma edificação, contudo a medida mais eficaz a se tomar para que estas não comprometam a vida útil do seu edifício é a prevenção, portanto cabe aos projetistas o bom senso de conhecer os possíveis fatores causadores de patologias em cada tipo de material e em cada local de analise.
Aos executores o bom senso de que o ambiente construído é feito para que o homem possa tirar o maximo de proveito dele e que portanto ele deve ser executado com o melhor potencial de trabalho e conhecimento técnico possível e de material também, assim valendo a pena dedicar-se na construção de uma obra com a pega certa do concreto ou ainda a impermeabilização das lajes.
Aos usuários cabe a consciência de que patologias não deixam de ser fatores causados pela natureza, intempéries, clima, sistemas vivos ou outros e que portanto interferir no ambiente natural com o seu “espaço habitável” é necessário a sobrevivência humana, mas que esse pode ser feito de maneira adequada, aproveitando-os para as tarefas nele planejadas, conhecendo suas capacidades, sabendo como cuidar desses ambientes e os manter com o Maximo de durabilidade possível.
Tecnologia e técnica para fazer isso existe, o que na maior parte das vezes causa danos ao ambiente construído é o desconhecimento ou a hipocrisia do homem em relação a sua interferência no mundo.
Portanto a tarefa de reduzir danos aos nossos edifícios, muitas vezes irreconciliáveis ou ainda de custo muito alto, cabe a todos, sejam projetistas, construtores ou usuários do espaço.
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