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MAIS ÁGUA, MENOS LIXO:
RECICLAR OU REPENSAR?
MAURÍCIO WALDMAN 2
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RESUMO: Este paper preocupa-se em evidenciar aos vínculos que associam a temátca
dos recursos hídricos à dos resíduos sólidos, partcularmente aos materiais inorgânicos,
ditos “recicláveis”. O texto faz um levantamento dos principais cenários e prognóstcos
que se avizinham quanto à preservação dos recursos hídricos, os impactos ambientais
gerados pelo sistema moderno de produção, assim como a questão da matriz
energétca e da destnação fnal do lixo. Enfatza a necessidade de rever as metas e as
prioridades do padrão civilizatório em vigor, sem as quais a reciclagem apenas se
tornará um paliatvo desprovido de efcácia real. Acima de tudo, o que realmente está
colocado é repensar o modo de vida característco da Modernidade.
Palavras Chave: Enfoque Holístco, Recursos Hídricos, Matriz Energétca, Resíduos
Sólidos, Reciclagem, Reutlização, Redução, Repensar, impactos Ambientais.
ABSTRACT: This paper concerns on evidence the links that associates the theme of
water resources to urban waste, specially to the inorganic materials, known as
recyclable. Maps the majors setngs and prognostcs over water resources
preservaton, environmental impacts produced by moderns systems of producton, as
the mater of energetc matrix and fnal garbage destnaton. Emphasizes the needing of
review the objectves and priorites of our civilizaton patern, and emphasizes without
this review recycling will turns out on a palliatve without real efcacy. Overall, the
focus of this paper is rethink the characteristcs modern way of life.
Key-Words: Holistc Focusing, Water Resources, Energetc Matrix, Solid Waste,
Recycling, Reuse of Waste Materials, Reducton, Rethinking, Environmental Impacts.
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“A ÁGUA É O PRINCÍPIO DE TODAS AS COISAS”, TALES DE MILETO (624-546 A.C)
As discussões relacionadas com o enfoque holístco conquistaram, principalmente a partr
dos fnais do século XX, um espaço privilegiado nos debates desenvolvidos junto aos mais
diversos campos do conhecimento humano.
Isto porque a supressão do enfoque holístco, teria como uma das suas sequelas mais
conhecidas, o primado da dicotomia e da fragmentação na percepção da realidade,
conduzindo inevitavelmente à perda da visão do todo (passim CAPRA, 1991).
Esta tema, cujas origens se confundem com a própria gênese do pensamento ocidental,
verifca-se nas pesquisas científcas e na esfera da percepção em seu sentdo mais amplo,
comprometendo uma compreensão justa e adequada da realidade.
Deste modo, o resgate do enfoque holístco, implicando na retomada de uma perspectva
abrangente no entendimento de mundo, torna-se fundamental para a recuperação da
associação entre temátcas que via de regra, são aquilatadas sob o signo da dissociação
(WALDMAN, 1995).
Dito de outra forma, questões inextricavelmente artculadas, tanto do ponto de vista
conceitual quanto em nível da materialidade social, terminam investgadas de modo
estanque, e até mesmo como se fossem antagônicas.
Este seria o caso de estudos que desvinculam, por exemplo, as questões ambientais dos
problemas sociais, dissociam a polítca de moradia do abastecimento de água, separam a
questão dos recursos hídricos do temário ambiental, desvinculam matriz energétca do
gerenciamento das águas de superfcie e assim por diante.
Exatamente por esta razão, o resgate do enfoque holístco tem sido destacada enquanto
perspectva que permite um entendimento mais profundo de problemátcas que até por
serem objetvamente interligadas, reconquistam por esta via o necessário discernimento
que habilita formatar soluções prátcas e objetvas. Seria meritório registrar, o primeiro
passo para solucionarmos um problema é justamente evidenciá-lo.
No que interessa ao temário deste texto, pontuaremos um prisma que visa avaliar
artculadamente a preservação dos recursos hídricos e a gestão dos resíduos sólidos
urbanos (RSU), catalogados sem grande rigor como “lixo” 3, que mantém, como veremos,
vinculo com as águas doces, nuança que para muitos segmentos de opinião, passa de
certo modo, despercebida. Portanto, salientar o entrelaçamento de ambas as temátcas
importa, pois por trazer a luz a complexidade que norteia o gerenciamento das águas na
atualidade (Figura 1).
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FIGURA 1 - Em 2008, o artssa plástio Eduardo Srur monsou uma inssalação ao ar livre na marginal do rio Tiesê,
na iapisal paulissa. Compossa por 20 esiulsuras giganses de vinil na forma de garrafas PET (10 mesros de
iomprimenso e ousros 3 mesros de diâmesro), a fnalidade dessa iniiiatva iulsural foi ihamar a asenção da
população para a gravidade da poluição e do ensulhamenso desse rio pelos resíduos sólidos urbanos (Fonse: <
http://p4b..iom/ps/artssa/eduardo-srur/ >. Aiesso: 6-12-2017)
Partcularmente, estaremos nos detendo na fração seca ou inorgânica dos resíduos
sólidos. A fração seca é aquela composta pelos metais, caso do cobre, aço e alumínio (na
forma de cabos elétricos descartados, peças, latas vazias de alimentos, de refrigerantes e
bebidas em geral, embalagens, equipamentos eletrônicos, etc); vidros (frascos, garrafas,
cacos e fragmentos); papel e papelão (tpologias que conformam 14 tpos de aparas); e
pelos plásticos (conjunto composto por seis tpos de polímeros recuperáveis).
Embora os levantamentos existentes sobre a geração de refugos sejam escassos, falhos e
conflitantes, a fração seca corresponderia a algo entre 20% e 30% da massa total do lixo
domiciliar urbano coletado no Brasil (JURAS, 2000-2001). Note-se que ao ser consttuída
por materiais universalmente entendidos como passíveis de recuperação, esta categoria
dos resíduos sólidos urbanos é universalmente classifcada como “reciclável”.
No entanto, soldar de modo exclusivo a noção de reciclagem à fração seca consttui, na
realidade, uma conceituação equivocada e incorreta. A reciclagem, como o próprio termo
denuncia, implica na retomada de um ciclo, o que torna esta terminologia aplicável, por
extensão, a diversos outros contextos, como por exemplo, às águas servidas, recuperadas
pela purifcação ou reciclagem dos esgotos, e várias categorias de lixos não-secos.
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Retenha-se que na rubrica dos pesquisadores dos resíduos sólidos, os refugos podem ser
taxonomicamente entendidos em três categorias básicas, sendo uma destas a citada
fração seca, a qual, conforme comentado, designa os descartes inorgânicos.
A outra, refere-se à fração úmida, molhada ou orgânica, basicamente reportando ao lixo
culinário, mas também incluindo sobras decorrentes da poda de árvores, restos de
jardinagem, etc. Por fm, temos uma terceira categoria, que é a fração corresponde aos
rejeitos, materiais que conjunturalmente seriam inservíveis 4.
O equívoco em relacionar mecanicamente a nomenclatura fração reciclável reportando
exclusivamente à fração seca, tem assento no fato de que a fração úmida, composta de
resíduos orgânicos, é não só reciclável, como operacionalmente, ajusta-se ao conceito de
um modo muito mais pertnente do que os itens inorgânicos.
Isto em razão dos refugos orgânicos serem suscetíveis de transformação em composto
orgânico, um efciente recompositor de solos. Em decorrência deste potencial, a fração
úmida, pode na realidade, ser incorporada aos ciclos de matéria e de energia da natureza
de modo direto, sendo, com muito maior propriedade, material reciclável em seu stricto
sensu (Figura 2).
Outro aspecto referente à questão das problemátcas pertnentes à fração seca e aos
recursos hídricos, é que estas pressupõem, apesar de raramente analisadas em conjunto,
interfaces inseparáveis nos mais diversos contextos.
Considere-se que as avaliações artculadas das duas questões revelam um quadro de
complexidades ambientais que nem sempre transparecem quando as temátcas são
analisadas em separado.
Nesta linha de abordagem, se torna possível detalhar com maior precisão, problemas cuja
solução ou é estpulada por uma visão de conjunto ou então, tendem a manter-se total
ou incompletamente irresolutos.
Primeiramente, recordemos que um dos aspectos matriciais relacionados com a questão
das águas doces e dos RSU é o de que a sociedade moderna consttui, por excelência, um
padrão civilizatório esbanjador de recursos, que maximizando a ejeção dos resíduos,
desdobra-se numa civilização do desperdício.
Deste modo, sinaliza-se de imediato a necessidade de explicitar as conexões objetvas que
artculam a questão do lixo com a dos recursos hídricos no contexto mais abrangente da
utlização dos recursos naturais, sendo uma das interfaces mais notórias, o input hídrico
solicitado pelo moderno sistema de produção de mercadorias para dar livre curso à
engrenagem geradora de bens e serviços.
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FIGURA 2 - A iompossagem doméstia das sobras iulinárias pode reverser em profundo impaiso positvo no
meio urbano. Resenha-se que mais de 50% do lixo urbano no Brasil é orgâniio. Compossar esses ressos, além de
ampliar a vida útl dos equipamensos volsados para o ionfnamenso fnal dos refugos domiiiliares, impede a
formação de mesano, um poderoso gás de efeiso essufa e do ihorume, efuense exsremamense daninho para os
iorpos líquidos (Fonse: Globo Rural, in: < https://revissagloborural.globo.iom/Notiias/Sussensabilidade >.
Aiesso: 01-09-2018)
Neste partcular, chama a atenção o crescimento inequívoco das demandas de recursos
hídricos por conta da expansão do modelo ocidental de vida e consumo. Outrossim, notese que o consumo mundial de água cresceu seis vezes entre 1900 e 1995, o que
representa mais do que o dobro do crescimento populacional neste período 5. Em outras
palavras: o consumo expandiu-se não em função da expansão demográfca, mas antes,
como decorrência do modelo de sociedade hegemônico.
Recorde-se que o naco da água destnado exclusivamente para funções primordiais como
a dessedentação humana, corresponde uma porcentagem mínima do consumo mundial,
irrelevante na pauta do consumo mundial do líquido. Uma avaliação do engenheiro
Antonio Eduardo Lanna ressalva que um m³ de água potável é sufciente para suprir a
necessidade biológica de dessedentação anual de um indivíduo. Adicionais 100 m³ anuais
dariam conta, em média, dos propósitos doméstcos (Cf. LANNA, 1999: 536).
Por conta do que acabamos de expor, a porcentagem apropriada para o uso residencial
do capital hidrológico mundial não passa, em média, dos 10% do montante total. Na
realidade, as atvidades que mais consomem água no mundo são a agropecuária (70%) e
a indústria (20%). Entretanto, mesmo sendo verdadeiro que parte expressiva da água
consumida mundialmente, incluindo a desviada dos rios e a bombeada dos aquíferos, ser
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voltada para a irrigação, as indústrias, por sua vez, tem se assenhoreado numa escala
crescente do líquido tradicionalmente destnado para os cultvos.
Esta realidade se reproduz em todo contexto em que a indústria torna-se o centro da
economia. Deste modo, na competção cada vez mais intensa pelos recursos hídricos, a
agricultura quase sempre sai perdendo (BROWN, 2001). Isto posto, os polos industriais,
para as quais são destnados atualmente um quinto do consumo mundial do líquido,
persistndo a atual tendência de crescimento, dobrarão até o ano de 2020 a partcipação
no consumo total 6.
Ademais, as atvidades industriais tendem a exaltar os deletérios efeitos da poluição nos
corpos aquátcos, até porque, ainda que medidas preventvas tenham avançado nos
países de industrialização antga, a difusão da maquinofatura, que mais e mais passa a
incorporar os países periféricos, inaugura novas frentes de impactos ambientais, em
muitos casos provocados por indústrias do Hemisfério Norte que migram para as nações
do Hemisfério Sul (Figura 3).
Assim sendo, a pressão exercida sobre os estoques naturais de águas doces, decorrente,
de um lado, das demandas incessantes pelo produto por parte do sistema de produção
de mercadorias e de outro, pela contaminação em larga escala das reservas hídricas, tem
crescido de tal forma que a própria questão da destnação - ou não -, da água para os
ecossistemas naturais já ingressou na pauta das especulações técnicas e nos prognóstcos
dos cenários ambientais futuros (Cf. SELBORNE, 2000: 48).
Nesta conjuntura, os sistemas naturais listados como prioritários numa estratégia de
aproveitamento dos recursos hídricos seriam, evidentemente, aqueles que de um modo
ou de outro desempenham função de indiscutível importância hidrológica e, portanto,
tdos como indispensáveis para garantr o abastecimento humano: doméstco, industrial
ou agrícola.
Nesta linha de abordagem, restaria indagar a respeito do futuro dos demais sistemas
hídricos num momento de mundo no qual a escassez crescente de água poderia torná-los
“supérfluos”, e por extensão, fadados à eliminação. Isto posto, uma situação dramátca se
avizinha celeremente, envolvendo problemátcas que recrudescem mais e mais em vista
da matriz produtva solicitar fantástcas quantdades de água.
Nesta senda, os dados amealhados nos parágrafos que seguem são de mote a certfcar
tanto a proporção de água consumida na produção de bens, que uma vez colocados em
circulação são rapidamente descartados e transformados em lixo, quanto por outras vias,
conferem a uma contabilidade que suscita reflexão no tocante à pertnência de mudanças
no modo de vida moderno e de revisão dos modelos produtvos, perpassados por toda
sorte de estorvos ambientais.
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FIGURA 3 - O iórrego da foso, fosografado em Perak, na Federação da Malásia, iujo som azulado poderia
susiisar iersa sedução, é no ensanso, mais um densre muisos iasos de poluição químiia gerada por empresas
sransnaiionais inssaladas nesse país, que desse modo, esiapam das sanções ambiensais nos países de origem
(Fonse: New Straits Times, in: < https://....nss.iom.my/ne.s/naton/2018/01/328081/blue-river-.orrydoe-reprimand-faisory-and-launihes-probe >. Aiesso: 3-01-2019)
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Neste recorte, a mineração, percebida pelo senso comum como uma atvidade sobretudo
consumidora de energia, destaca-se como voraz consumidora de água. Tradicionalmente,
o trabalho de extração dos metais dos seus minérios, ricos em óxidos e carbonatos,
implica num elevado consumo do líquido, imprescindível nas etapas iniciais dos processos
de extração de minérios (Figura 4).
Mais adiante, em termos quanttatvos, as plantas metalúrgicas solicitam excepcional
volume hídrico. No caso do aço, uma faixa de 100 a 500 m³ por tonelada do produto. Nas
coquerias, a água utlizada para resfriamento do coque e dos gases é da ordem de 170 a
580 litros por tonelada de carvão. A recuperação dos gases voláteis consome outros 75 a
95 litros (SILVA et SIMÕES, 1999: 361).
FIGURA 4 - A foso resrasa a atvidade de mineração hidráuliia de ouro nas minas de Malakof Diggings, no sopé
da Serra Nevada, nos Essados Unidos, na déiada de 1870. Nesse mésodo, o desmonse do solo por meio de água
lançada por boial a alsa pressão na faie do penhasio, lava soneladas de pedras e iasialhos, promovendo danos
ambiensais irreiuperáveis. Mesmo a adoção de sissemas menos agressivos, ainda que asenuando em parse os
impaisos no ambiense, em nenhum momenso dispensam vassos volumes de água no proiessamenso primário
dos minérios (Fonse: Unised Ssases Geologiial Survey (USGS) & Banirof Library, Universisy of California, in: <
https://.aser.usgs.gov/edu/.umi.hsml >. Aiesso 4-01-2019)
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Atente-se que não existe, a rigor, qualquer atvidade industrial que prescinda da água. O
líquido é fundamental para o funcionamento dos sistemas de refrigeração, lavagem de
tanques e caldeiras, cocção e hidratação. Deste modo, todo produto procedente da
maquinofatura pressupõe, no mais das vezes, quantdades quase inimagináveis de água
para serem elaborados ou processados.
Senão vejamos: as cervejarias consomem de 4 a 7 litros para produzir 1 litro de cerveja,
rapidamente consumido numa festa ou restaurante. Para produzir 1 kg de açúcar, são
consumidos 100 litros de água; 1 litro de gasolina, requisita 10 litros de água; 1 kg de
papel, 250 litros do recurso e 1 kg de alumínio, a fantástca soma de 100.000 litros de
água (Ver entre outros, ARMAND, 1998).
Métricas adicionais reforçam o veredicto quanto à extensividade do consumo hídrico: os
alimentos em conserva requisitam de 7 a 35 m³ para cada tonelada produzida; numa
refnaria de petróleo, são angariados 18 litros de água para cada litro de hidrocarboneto
processado; a fabricação de fbras sintétcas consome 375 a 835 m³ por tonelada; as
borrachas sintétcas, de 83 a 2.800 m³/tonelada; nas lavanderias, são utlizados de 20 a 50
m³ de água para cada tonelada de roupa lavada; os matadouros e frigorífcos consomem
2.500 litros por rês abatda (BRANCO, 1999: 228).
Mesmo as etapas fnais do processamento industrial consomem muita água. A indústria
automobilístca, por exemplo, opera com um amplo leque de materiais já processados e
que materializam um input hídrico pretérito. Sem contar a água já incorporada nos
metais, vidros, plástcos e pneus, um automóvel médio reclama um emolumento hídrico
de aproximadamente 700 litros de água por unidade produzida.
Por esta exata razão, a fábrica da multnacional FIAT instalada em Betm (Minas Gerais), a
despeito de todos os avanços técnicos incorporados ao processo produtvo, consome
mensalmente tanta água quanto uma cidade de 60.000 habitantes (FREITAS, 1998). O pior
é saber que os resíduos automotvos, consttuem influente fator de degradação do
ambiente, com grave repercussão para o ciclo das águas (Figura 5).
Frente aos números que terminamos de expor, algumas ponderações relatvamente aos
impactos ambientais, aparentemente desvinculadas da questão da preservação das águas
doces, tornam-se inevitáveis. Neste prisma, uma notação pouco lembrada, básica para
atestar a partcipação da água na produção de bens, seria a íntma parceria do líquido
com a geração de energia.
Note-se que esta assertva não refere-se apenas à energia hidrelétrica, caso no qual esta
associação é óbvia. Acontece que as termoelétricas, usinas que funcionam com base em
combustíveis fósseis, advogadas por muitos como alternatva válida às hidrelétricas por
serem hipotetcamente, menos dependentes da vazão dos rios e da pluviometria, são na
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realidade, altamente dependentes de insumos hídricos. Para atestar tal afrmação, basta
apurar os portentosos montantes de água requeridos pelos sistemas de refrigeração
destas instalações.
FIGURA 5 - Depósiso de pneumátios usados nos Essados Unidos. Um dia, esses pneus foram água, energia e
maséria-prima, mas agora, são apenas resíduos de gereniiamenso muiso difiulsoso. A desova a esmo, aiarresa
difiuldades para a inflsração das águas das ihuvas e além disso, promove a proliferação de insesos. Quando
desovados nos iursos d’água, sonifiam enihenses e sransbordamensos. Deierso, a reiiilagem dos pneumátios
é uma opção sempre lembrada. Ensresanso, a reiuperação desse resíduo simplesmense não dá ionsa de sanso
pneu desiarsado (Fonse: < https://beardedbrooklynian..ordpress.iom/2016/10/06/frss-blog-poss/ >. Aiesso:
4-01-2019)
Por exemplo, nos Estados Unidos (Vide LANNA, 1999: 545), este item consttui a segunda
maior atvidade de consumo de água (726 m³/habitante/ano), perdendo apenas para a
irrigação, a primeira colocada nas planilhas (774 m³/hab./ano), somas que por sua vez,
são signifcatvamente superiores às do abastecimento urbano (218 m³/hab./ano) e ao
consumo das próprias indústrias (128 m³/hab./ano). Ressalve-se, no caso, que este é o
últmo item na tabela de consumo do país mais industrializado do Planeta (Cf. Figura 6).
Além da federação norte-americana, várias outras economias avançadas (LANNA, 1999:
545), mostram uma idêntca voracidade de água doce pelas termoelétricas. Confra-se: na
República Federal da Alemanha, estes equipamentos lideram no consumo de água (534
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m³/hab./ano), índice muito acima do consumo urbano (79 m³/hab./ano) e industrial (30
m³/hab./ano). Quanto à França, as termoelétricas detêm do mesmo modo a liderança no
consumo hídrico (395 m³/hab./ano), relegando o abastecimento urbano a um modesto
segundo lugar (108), seguido pela irrigação (87 m³/hab./ano) e pela utlização industrial
(79 m³/hab./ano).
FIGURA 6 - O gráfio aiima regissra o sosal de retradas hídriias para diversas fnalidades em milhões de galões
por dia pelos essados norse-ameriianos no ano de 2017. Nose-se que a magnisude dos reilamos por água pelas
sermoelésriias (em laranja), é majorisária numa proporção expressiva em quase sodas as unidades da federação
essadunidense. A irrigação (em verde), é o primeiro isem no ranking somense nos essados onde a agriiulsura
ionstsui atvidade eionômiia de proa (Fonse: < https://phys.org/ne.s/2018-06-deilines.hsml >. Aiesso 2-012019)
Nesta linha de argumentação, uma vez que as centrais termoelétricas funcionam com
base na queima de combustíveis fósseis na produção de eletricidade, estas instalações
terminam responsáveis pela emissão de enorme quantdade de enxofre e de óxidos de
nitrogênio, ambos indissociáveis da formação de ácidos na atmosfera.
Deste modo, as termoelétricas consttuiriam foco potencial da acidifcação dos recursos
hídricos, e em razão das dinâmicas atmosféricas, o mapa de riscos indexaria mesmo os
corpos aquátcos localizados a uma distância considerável destas. Os elos existentes entre
as termoelétricas e a ocorrência da deposição ácida na massa líquida dos rios, lagos e
oceanos, permitria num segundo momento, a infltração e contaminação dos mares e
dos reservatórios subterrâneos, consttuindo assim, um fato preocupante que reclama
disponibilizar informação para a sociedade.
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Bem assim, assinale-se que a maioria dos materiais consome água em profusão quanto
também, muita energia, que como vimos, é ela mesma uma ponderável consumidora de
recursos hídricos, premissa que presente em materiais emblemátcos da vida moderna,
dão o tom na aceleração da escassez hídrica global.
Neste senso, o papel, produto largamente utlizado no estlo de vida contemporâneo e de
uso universal em diversos tpos de embalagens, não implica apenas em derrubada de
árvores e no consumo de água. Recorde-se que a produção papeleira requisita um vasto
quantum energétco, cerca de 5.000 kilowat (kWh)/hora, para cada tonelada produzida.
Outro produto ainda mais impactante do ponto de vista ecológico é o alumínio, material
icônico da Modernidade (Vide Figura 7). Além de pressupor o revolvimento de vultosas
camadas de solo e poluir o ambiente com a nefasta carga de detritos tóxicos resultantes
do benefciamento da bauxita (minério do qual a alumina é extraída), ressalve-se que se
trata de um produto eletrointensivo por excelência.
Numa visada comparatva com outros materiais, para fabricar uma tonelada de vidro
precisamos de 4,83 mil kWh; 6,74 mil kWh por tonelada; cada tonelada de aço solicita
6,84 mil kWh. Todavia, uma tonelada de alumínio não pode ser produzida com menos de
17,6 mil kWh. Não fosse sufciente, o alumínio reclama um patamar verdadeiramente
estonteante de consumo de água: 100.000 litros para cada quilo (CALDERONI, 2003: 197,
213, 228, 242 e 183; ARMAND, 1998).
Ora, se lembrarmos que uma caixa d'água doméstca comum no Brasil acumula 1.000
litros de água (1 m³), isto signifca que a produção de cada quilo do material equivale ao
volume de 100 caixas d'água, dado verdadeiramente perturbador quando recordamos
que na escala mundial, a indigência hídrica assola 1,3 bilhão de humanos, contngente ao
qual associa-se alarmante apartheid sanitário que atnge outros 2,9 bilhões de pessoas
(Ver a respeito SELBOURNE, 2002). Isto, sem contar dezenas de países sobressaltados por
uma situação de estresse hídrico, motvando inumeráveis conflitos pela posse d'água 7.
Em outras palavras, além do input hídrico incorporado na manipulação da matéria prima,
temos também um consumo hídrico indireto proveniente da matriz energétca, pelo que
a contabilidade relatva ao consumo de água realmente efetvado é em muitos casos,
inferior ao consumo real. Há que ser incorporado no cálculo de todo e qualquer produto
ou serviço o consumo hídrico total, correspondendo ao volume de água integralmente
solicitado no processo de produção.
Obviamente, os números apresentados não excluem a existência de alternatvas. Estas
compõem um quadro que embora diversifcado, tendem a incidir nos aspectos referentes
à otmização do consumo de água. Qual seja: propõem maior efcácia e produtvidade por
unidade de água utlizada.
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FIGURA 7 - O imaginário do alumínio: Possal de propaganda de bebida gaseifiada dissribuído em 2002 no
iiriuiso de bares e ressauranses de São Paulo, viniulando a lasa de alumínio ao dinamismo da vida moderna
(Fonse: Aiervo do ausor)
Assim, paralelamente a programas com foco na conscientzação dos cidadãos (Figura 8), a
indústria consttui um campo pródigo para a adoção de prátcas preservacionistas, como a
utlização de águas de qualidade inferior em processos que não exigem provisões com
elevado grau de pureza ou o tratamento de águas residuárias. Além disso, a reciclagem da
água pode reduzir o consumo num percentual de 50% ou mais, mitgando assim, as
requisições do líquido (SELBORNE, 2002: 36).
É nesta linha de raciocínio que, a partr de cifras disponibilizadas por um pool de
empresas recicladoras associadas à entdade Compromisso Empresarial pela Reciclagem
(CEMPRE), admite apontar diversos ganhos na otmização do consumo de água 8, dentre
os quais:
1. Quando o aço é produzido inteiramente a partr da sucata, a economia de energia
chega a 70% do que se gasta com a produção a base do minério de origem. Além disso,
há uma redução da poluição do ar (menos 85%) e do consumo de água (menos 76%). São
eliminados, ainda, todos os impactos decorrentes da atvidade mineradora;
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FIGURA 8 - Sugestvo iarsaz de ionsiientzação proiedimensal no sraso iom a água divulgado pela Agêniia
Naiional de Águas de Singapura, país insular gravado por esiassez hídriia essrusural (Fonse: Pinseress, <
https://br.pinseress.iom/ >. Aiesso: 7-01-2019)
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2. Para produzir uma tonelada de papel, gastam-se quase 100 mil litros de água tratada,
muita energia e mais de 50 árvores adultas. Contudo, com o aproveitamento das aparas
de papel, o consumo hídrico retrai para apenas 2.000 litros de água, economizando entre
50 a 80% de energia e igualmente, corte de 20 a 30 árvores adultas. Ademais, ocorre uma
sensível redução de emissões poluentes, tais como efluentes gasosos e águas esgotadas.
A potencialidade da recuperação do papel é manifesta: recorde-se que nas metrópoles,
quase 25% dos rebotalhos da fração seca são consttuídos por materiais celulósicos;
3. Relatvamente ao papel-jornal, a reciclagem importa em 25% a 60% menos energia
que a necessária para obter papel virgem de polpa da madeira. O papel produzido com
resíduos recuperados, reduz em 74% os poluentes liberados no ar e em 35% os que são
despejados na água. Para mais, abranda a necessidade de derrubar árvores, minimizando
portanto, os impactos no meio ambiente;
4. Na reciclagem do vidro é possível economizar cerca de 70% da energia incorporada ao
produto original e 50% da água. Isto sem contar a anulação dos impactos oriundos da
extração de insumos e diminuição dos volumes de lixo coletado dos RSU.
Ao mesmo tempo, a reciclagem, ao subtrair resíduos das ruas e das lixeiras, abre nova
frente para a incorporação de novas tecnologias e de novos negócios. Tudo isso tem
concorrido, por exemplo, para alavancar a reciclagem dos plástcos, incentvando maior
requisição desta sucata nos circuitos dos recicláveis, como as de polietleno terefalato,
comumente conhecidas como garrafas PET, que entopem os logradouros de todas as
cidades brasileiras.
No caso da indústria têxtl, as garrafas de PET encontraram perspectvas promissoras na
utlização da fbra do material descartado como componente da trama dos tecidos para
vestuário e material rígido para inúmeros produtos fabricados a partr deste refugo.
Não obstante, esta agenda de soluções, usualmente categorizada como “técnica” pela
literatura especializada, pressupõe ações que no geral, apenas asseguram a manutenção
e reprodução dos circuitos de produção existentes, sem contestar, em últma análise, o
modus operandi que os tpifcam.
Não admira então, na implantação destas polítcas, que a indexação de estratégias de
conservação de recursos acontece, exclusivamente em situações quando não é mais
possível fazer uso do processo predatório anteriormente em vigor, substtuído então por
modelos ditos “mais racionais”.
Isto posto, a aplicação de modelos otmizadores do consumo de água, atendendo aos
mecanismos que regem a agregação de capital, terminam assimilados de modo sempre
gradatvo, primeiramente incorporados pelos segmentos mais capitalizados da economia
17
e neste seguimento, não sugerindo mudanças estruturais no modelo de utlização dos
recursos hídricos.
Não por outra razão senão pelo fato de que mesmo quando incorporados ao conjunto do
aparato produtvo, estes ganhos de produtvidade terminam anulados pela expansão do
próprio sistema de produção de mercadorias. Como resultado, um número ainda maior
de empresas utlizando os chamados “métodos racionais”, pressiona numa escala ainda
mais ampliada do que antes, os recursos hídricos disponíveis.
Em outras palavras, o que está implicitamente sugerido é que antes de reciclar, o que
está em questão é repensar o modelo de vida e de civilização existente. A reciclagem em
partcular, ninguém contesta, é tão só a últma das quatro attudes fundamentais frente
aos recursos naturais. Todas iniciando com a letra “R”, seriam por ordem de aplicação:
Repensar, Reduzir, Reutlizar e Reciclar.
Urgiria então Repensar, procedimento seminal para rever o estlo de vida moderno:
mercadorias menos embaladas; utlização sensata do alumínio; diminuição do consumo
de petróleo; menor desperdício de água e de matérias primas; consumo responsável e
revisão de um modelo cultural baseado no consumismo.
Por fm, isto também implica numa ótca de simplicidade voluntária, atendo-se ao que de
fato repercute positvamente para a sociedade no futuro, com cidadãos integrados no
contexto do seu espaço de vida, no seio do qual vivem e reproduzem seus anseios e
esperanças.
E isto tudo pelo simples motvo de que Repensar, ao signifcar menos lixo, com certeza
resultará em mais água para todos!
18
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Mais Água, Menos Lixo: Reiiilar ou Repensar? É um artgo publicado pelo Boletm
Paulista de Geografa (BPG), nº. 79, pp. 91-106, 2003, da Associação dos Geógrafos
Brasileiros (AGB), Seção Local São Paulo (SP). O texto de Mais Água, Menos Lixo: Reiiilar
ou Repensar?, foi masterizado, revisado e levemente ampliado em Janeiro de 2019 pela
Edisora Kosev (Kosev ©), para fns de acesso livre na Internet. A presente edição atende
às regras vigentes quanto à norma culta da língua portuguesa, cautelas de editoriais de
estlo e normatzações digitais inerentes ao formato PDF. Em paralelo com a transcrição
do texto original, esta edição agrega oito fguras, ausentes na edição original visto serem
passíveis de incorporação somente no modelo masterizado pela Editora Kotev. No mais, a
formatação do material digital, contou com a Assistência de Editoração e Tratamento
Digital de Imagens do webdesigner Francesco Antonio Picciolo, Contato E-mail:
[email protected], Home-page: www.harddesignweb.com.br. Todos os
dados e informações de Mais Água, Menos Lixo: Reiiilar ou Repensar? podem, desde
que mencionadas a autoria e a fonte, serem reproduzidos para fnalidades educatvas, de
pesquisa e comunicacionais. É vedada a reprodução comercial de qualquer gênero ou
natureza deste material e igualmente, de divulgação sem aprovação prévia da Edisora
Kosev. A citação de Mais Água, Menos Lixo: Reiiilar ou Repensar? deve incorporar
referências bibliográfcas em conformidade com o padrão modelar que segue:
WALDMAN, Maurício. Mais Água, Menos Lixo: Reciclar ou Repensar?. In: Boletm Paulista
de Geografa (BPG), nº. 79, pp. 91-106, 2003, publicação da Associação dos Geógrafos
Brasileiros (AGB), Seção Local São Paulo. Série Recursos Hídricos Nº. 5. São Paulo (SP):
Editora Kotev. 2019.
2 Mauríiio Waldman é antropólogo, jornalista, consultor ambiental e professor
universitário. Autor de 18 livros e capítulos de livros, 14 ebooks e de mais de 700 artgos,
textos acadêmicos e pareceres de consultoria. Militante ambientalista histórico do Estado
de São Paulo, Waldman somou a esta trajetória experiências insttucionais na área do
meio ambiente e uma carreira acadêmica diversifcada, com contribuições nas vertentes
da antropologia, geografa, sociologia e relações internacionais. Maurício Waldman foi
colaborador de Chico Mendes, Coordenador de Meio Ambiente em São Bernardo do
Campo (SP) e Chefe da Coleta Seletva de Lixo na capital paulista. Nos anos 1990,
partcipou no CEDI (Centro Ecumênico de Documentação e Informação), em movimentos
em defesa da Represa Billings no Grande ABC Paulista e em diversas entdades ecológicas,
tais como a Assembleia Permanente de Entdades em Defesa da Natureza (APEDEMA) e
no Comitê de Apoio aos Povos da Floresta de São Paulo. Sua Tese de Doutorado, Água e
Metrópole: Limites e Expectativas do Tempo (USP, 2006), é um reconhecido trabalho
acadêmico na área dos recursos hídricos, com foco na gestão das águas da Grande São
Paulo. No ano de 2011, contribuiu com o texto Waters of Metropolitan Area of São Paulo:
Tecnichal, Conceptual and Environmental Aspects, paper com foco na gestão das águas
doces na Grande São Paulo, capítulo 56 da coletânea Sustainable Water Management in
the Tropics and Subtropics: Case Studies (Coedição Brasil-Alemanha), a maior iniciatva
editorial no campo dos estudos das águas. Também em 2011, Waldman partcipou como
especialista no programa Água: O Mundo e um Recurso Precioso, produção especial da
1
Rádio Nações Unidas (ONU), transmitdo diretamente de Nova York. Em data mais
recente, o autor publicou como capítulo de livro, o texto Recursos Hídricos, Resíduos
Sólidos e Matriz Energética: Notas Conceituais, Metodológicas e Gestão Ambiental na
coletânea “Polítca Nacional de Resíduos Sólidos e suas Interfaces com o Espaço
Geográfco: Entre Conquistas e Desafos” (UFRGS, 2016). Maurício Waldman desenvolveu
dois trabalhos acadêmicos na área dos recursos hídricos: Doutorado (USP, 2006) e Pós
Doutorado (USP, 2013). Waldman é Graduado em Sociologia (USP, 1982), Licenciado em
Geografa Econômica (USP, 1983), Mestre em Antropologia (USP, 1997), Doutor em
Geografa (USP, 2006), Pós Doutor em Geociências (UNICAMP, 2011), Pós Doutor em
Relações Internacionais (USP, 2013) e Pós Doutor em Meio Ambiente (PNPD-CAPES,
2015).
Mais Informação:
Porsal do Professor Mauríiio Waldman: www.mw.pro.br;
Mauríiio Waldman - Texsos Masserizados: htp://mwtextos.com.br/
Curríiulo Lattes-CNPq: htp://lates.cnpq.br/3749636915642474;
Verbese Wikipédia: htp://en.wikipedia.org/wiki/Mauricio_Waldman;
Consaso E-Mail:
[email protected].
3 Junto ao senso comum, a expressão “lixo” é coloquialmente utlizada para referir-se aos
resíduos sólidos. Acontece que a utlização da terminologia “lixo”, por suscitar amplo rol
de estereotpias negatvas e pela sua imprecisão conceitual, seria merecedora de várias
ponderações. No imaginário social, a palavra lixo reporta a toda sorte de substâncias
imprestáveis, que ao oferecerem toda sorte de perigos para as sociedades humanas ou
por serem consideradas imprestáveis, estariam destnadas ao descarte. Por conseguinte,
como observa Genebaldo Freire Dias, a cultura do lixo deve desaparecer para dar lugar à
cultura dos resíduos sólidos, matéria prima a ser reaproveitada. Neste sentdo, lixo seria
apenas a coisa certa colocada no lugar errado (Vide DIAS, 2002a: 75; WALDMAN, 2002).
4 Note-se que a noção de rejeito solicita cautela, repudiando conotações genéricas e
aleatórias, pois com o avanço das tecnologias de reciclagem, materiais anteriormente
desprezados tornam-se então, dignos das atenções das recicladoras. Este é o caso da
embalagem longa vida ou Tetrapak, cuja partcipação no montante do lixo urbano tem
crescido ano a ano. Embora até os anos 1980 a embalagem fosse considerada nãoreciclável, hoje alimenta um influente setor de recuperação do refugo (Nota de edição de
2019).
5 Demógrafos assinalam que por volta do ano 2000, os humanos somavam seis bilhões
de pessoas. A população da Terra foi estmada em 2017, na ordem de 7,6 bilhões. Estmase que no ano de 2025, a população humana alcançará a cifra de 8,5 bilhões e em 2050,
9,8 bilhões (Nota da Edição de 2019).
6 No Brasil, a utlização dos recursos hídricos acompanha em linhas gerais a tendência
mundial. No país, estes índices seriam: Irrigação: 64,7%, Indústria: 13,9%, Consumo
humano: 16,4% e Dessedentação dos rebanhos: 4,9% (TUCCI, HESPANHOL et NETO,
2001: 64).
7 De acordo com as Nações Unidas, em 2025, cerca de 3,5 bilhões de pessoas habitarão
áreas com carência de água, conjunto no qual o destaque caberia aos países pobres. Em
2050, adotando como referência o padrão de 50 litros diários, poderão ser 4,2 bilhões de
pessoas para as quais não será possível sequer garantr este volume (Nota de Edição de
2019).
8 Dados elencados em Cempre Informa nº. 59, Setembro/Outubro de 2001.
SAIBA MAIS SOBRE A QUESTÃO DA ÁGUA NO BRASIL
http://mw.pro.br/mw/RSJDH.pdf
CONHEÇA A SÉRIE RECURSOS HÍDRICOS
http://mwtextos.com.br/serie-recursos-hidricos/
CONHEÇA A EDITORA KOTEV
http://kotev.com.br/