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³/DLQWHUSUHWDFLyQHVODPHWD\Oa culminación de todo
HOWUDEDMRYRFDO´± MANSION, M. 1977.
1
A Honorina Barra, inspiradora deste humilde trabalho,
querida mestra e grande exemplo de arte, talento e
interpretação inigualáveis.
2
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
5
CAPÍTULO 1 ± REVISÃO DA LITERATURA
9
CAPÍTULO 2 ± METODOLOGIA
15
CAPÍTULO 3 ± O ENSINO DA PERFORMANCE DE PALCO NO
CURSO DE CANTO LÍRICO
21
3.1 ASPECTOS GERAIS DO ENSINO DA PERFORMANCE DE
PALCO NOS CURSOS TÉCNICO E DE BACHARELADO EM CANTO
LÍRICO NO PARÁ
21
3.1.1 O ensino da performance no Curso Técnico da Escola de
Música da Universidade Federal do Pará
21
3.1.2 O ensino da performance no Curso de Bacharelado em Canto
Lírico da Universidade Estadual do Pará
22
3.2 A IMPORTÂNCIA DA PERFORMANCE DE PALCO
23
3.3 A COMUNICAÇÃO DA MENSAGEM E A IMPORTÂNCIA DO
ESTUDO DO TEXTO
24
CAPÍTULO 4 ± O ESTUDO DO TEXTO POÉTICO VOLTADO PARA A
PERFORMANCE DE PALCO
26
4.1 COMO REALIZAR O ESTUDO DO TEXTO DE UMA CANÇÃO
VOLTADO PARA A PERFORMANCE
26
4.2 EXEMPLOS DE ESTUDO DE TEXTO
28
4.2.1 Estudos preliminares
28
4.2.2.1 Estudo do compositor: Waldemar Henrique
28
a) Biografia
28
b) Características composicionais de Waldemar Henrique na escrita
das Canções Amazônicas
32
4.2.1.2 Estudo do contexto das obras
34
a) Contexto geográfico e sócio-econômico
34
b) A importância do Universo Imaginário na sociedade ribeirinha
35
3
4.2.2 Estudos dos textos
36
CAPÍTULO 5 ± O ESTUDO CÊNICO
43
5.1 COMO REALIZAR O ESTUDO CÊNICO BASEADO NO ESTUDO
DO TEXTO POÉTICO
43
5.2 CRIANDO UM INSTRUMENTO PARA AUXILIAR A CONCEPÇÃO
DA PERFORMANCE
44
5.2.1 A Ficha de Montagem Interpretativa
45
5.2.2
Respondendo
as
perguntas
da
Ficha
de Montagem
Interpretativa
46
5.3 DIRECIONANDO O PENSAMENTO PARA A PERFORMANCE
50
5.4 EXEMPLIFICANDO A UTILIZAÇÃO DA FICHA DE MONTAGEM
INTERPRETATIVA
CAPÍTULO
6
±
51
RESULTADOS:
TESTANDO
A
FICHA
DE
MONTAGEM INTERPRETATIVA
53
6.1 DESCRIÇÃO DA PLANILHA DE AVALIAÇÃO
53
6.1.1 Tipo de Avaliação
54
6.2 PLANILHA DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS DA 1ª INSTITUIÇÃO:
ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS DA UFGO
54
6.2.1 Resumo dos resultados das avaliações da 1ª instituição
55
6.3 PLANILHA DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS DA 2ª INSTITUIÇÃO:
ESCOLA DE MÚSICA UFBA
55
6.3.1 Resumo dos resultados das avaliações da 2ª instituição
58
6.4 PLANILHA DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS SOBRE A FICHA DE
MONTAGEM INTERPRETATIVA
59
6.5 RESULTADO GERAL
59
CONCLUSÃO
60
BIBLIOGRAFIA
62
4
INTRODUÇÃO
A interpretação na música vocal apresenta diferenciais em comparação
com a interpretação na música instrumental. Um desses diferenciais é a
presença do texto poético, um elemento a mais de referência para a
interpretação. O foco desta pesquisa é a concepção da interpretação e
performance de palco do cantor lírico baseada no texto poético.
A presença das palavras, com seus significantes e significados
interfere diretamente no sentido musical, na linha melódica, nas acentuações
da pulsação, nos andamentos e no caráter de uma peça musical, alterando e
muitas
vezes
diferenciando
completamente
o
sentido
melódico
da
mensagem do texto.
Além do texto poético, outro diferencial na interpretação do canto em
relação à performance instrumental é a atuação do cantor no palco, que
envolve expressão facial, postura e gestualidade que devem estar
conectadas com o conteúdo poético e melódico. É claro que, no caso ímpar
dos vocalizes artísticos, o cantor se transforma em instrumentista e nesse
caso a performance da música vocal e instrumental se assemelham.
Contudo, nesse trabalho limitaremos nosso estudo à interpretação do canto
lírico com texto.
O cantor lírico deve transmitir a essência dos textos musical e poético
com emoção e expressão adequadas, tanto em nível de profundidade,
quanto em nível de qualidade. Enquanto aluno, no seu estudo performático,
o cantor deverá identificar as diferentes graduações emocionais que cada
peça traz e evidenciá-las em sua performance. Para isso, o cantor extrairá as
informações sobre as emoções, suas graduações e manifestação do texto
poético.
5
1. Problema
A extração de informações do texto poético com a finalidade de
fundamentar uma performance de palco, poderia parecer fácil em princípio,
pois a palavra é um código dominado pelo aluno. Entretanto, as primeiras
dificuldades podem surgir logo nesse momento pois, além da deficiência que
muitos alunos possuem no tocante à compreensão do texto, essa
compreensão muitas vezes não é direcionada para a performance de palco.
Sendo assim, eis a pergunta de pesquisa que alavancou este trabalho:
- É possível criar um sistema para a extração de informações do texto
poético com a finalidade de fundamentar uma performance de palco?
2. Justificativa
Após 25 anos de prática docente no canto lírico, observamos que
muitos estudantes e alguns cantores profissionais se apresentam cantando
tecnicamente com propriedade e boa voz, mas sem uma performance de
palco expressiva, ou ainda: apresentando uma interpretação equivocada
sobre alguma peça. A origem desta deficiência interpretativa parece começar
com uma deficiência no estudo da compreensão do texto das peças
executadas, que não é feito tendo a performance de palco como alvo.
Ao conhecer a melodia de uma peça se concebe a música de uma
determinada forma, e ao conhecer o texto poético e seu teor, o cantor pode
mudar completamente sua concepção performática inicial, e esta poderá
chegar a ser diametralmente oposta ao que a melodia o levava a pensar
inicialmente. Para exemplificar esse fato, será narrada a seguir uma
experiência pessoal ocorrida em 1990 com a autora desta pesquisa que na
época era aluna de canto, mas já era violinista formada e docente deste
instrumento.
6
Escolhendo repertório para um recital, a professora sugeriu à aluna o
estudo de uma canção de Hugo Wolf e a preveniu de que a canção tinha
dificuldades técnicas. A leitura da peça foi iniciada sem que a aluna
soubesse qual a tradução do texto nem qual era o andamento, pois ambos
estavam em alemão, que era um idioma não dominado pela estudante.
Inspirada pela beleza da linha melódica a aluna executou melodia e
acompanhamento juntos com um caráter grandioso e emocionalmente
tocante. Mas tudo mudou quando a professora revelou a tradução do texto: a
poesia era cômica por excelência e falava das inúmeras amantes de um
Casanova italiano. O andamento da canção era muito rápido e a dificuldade
técnica da peça era justamente a dicção do alemão em velocidade tão
acelerada.
Tendo participado do processo descrito acima, concordamos com
Appelman (1987) que defende que o aluno de canto e o professor
necessitam de ferramentas pedagógicas para vincular o conhecimento
científico com a arte de cantar e que a palavra pode ser esta ferramenta
principal.
Dispusemos-nos
a
pesquisar
meios
para
auxiliar
o
desenvolvimento da interpretação desde o início do curso técnico,
propiciando o amadurecimento artístico desde o começo do curso e
acelerando o desenvolvimento da interpretação, para que o envolvimento do
público com a obra de arte cantada seja satisfatório.
3. Objetivos
Objetivo principal:
- Criar um guia de construção de interpretação voltado especificamente
para o canto lírico, oferecendo um instrumento didático que auxiliará os
professores
de
canto
na
condução
dos
desenvolvimento da compreensão interpretativa.
7
alunos
durante
o
Objetivos secundários:
- Contribuir com o aprimoramento da performance de palco dos alunos
de canto lírico.
- Abordar a Interpretação do canto lírico de forma didática;
- Levar os alunos de canto a alcançar um melhor desempenho artístico;
- Auxiliar e acelerar o desenvolvimento do pensamento interpretativo
dos cantores;
- Contribuir para a bibliografia sobre interpretação vocal;
- Contribuir para a formação de artistas que sensibilizem o público e
permitam que as múltiplas funções da arte se manifestem de maneira
mais completa.
4. Estrutura do Trabalho
Foi realizada uma revisão da literatura sobre interpretação no canto
lírico de câmera apresentada no Capítulo 1. Identificamos os autores que
poderiam contribuir para os objetivos do trabalho ei traçamos a metodologia
de pesquisa proposta no Capítulo 2.
No Capítulo 3, apresenta-se uma resumida exposição sobre o ensino
da performance nos cursos técnico e de graduação no Pará.
O Capítulo 4 trata de como realizar um estudo de texto voltado para a
performance, onde são oferecidos 2 exemplos de estudo de texto de
canções do compositor Waldemar Henrique.
No Capítulo 5 é mostrada a realização do estudo cênico a partir do
texto e sua compreensão, onde apresentamos o instrumento criado para
auxiliar o ensino e desenvolvimento da performance de palco. Este
LQVWUXPHQWRGLGiWLFRVHFKDPD³)LFKDGH0RQWDJHP,QWHUSUHWDWLYD´
No Capítulo 6 são demonstrados os resultados dos testes feitos com a
utilização GD³)LFKDGH0RQWDJHP,QWHUSUHWDWLYD´HPDYDOLDomRTXDQWLWDWLYD
8
CAPÍTULO 1 ± REVISÃO DA LITERATURA
Na busca de material bibliográfico sobre o assunto Interpretação do
Canto Lírico, observamos um cenário bem interessante, onde a interpretação
do canto de câmera música de câmera fica em segundo plano em relação à
prática operística. Encontram-se facilmente livros que tratam da interpretação
teatral do cantor lírico, ou seja: a movimentação cênica durante a ópera, que
é uma etapa bem avançada da execução lírica, mas sobre as bases da
interpretação para a música de câmera o quadro é diferente: alem de poucos
autores, a maioria dos livros tem uma abordagem específica para
determinadas canções consagradas no repertório internacional. Estes livros
abordam mais aspectos técnicos (dificuldade das notas agudas, respiração,
etc) que interpretativos.
Ao consultar os autores mais antigos de livros de técnica vocal como
Vaccaj (1990 - 1ª edição em 1883) e Marchesi, S. (1970 ± 1ª edição em
1899) era esperado que a interpretação também estivesse incluída
minimamente na técnica vocal, mas os autores se apresentam apenas os
estudos e vocalizes escritos com quase nenhuma indicação de execução
técnica e nenhuma de interpretação. O também antigo e renomado Garcia
(1994 ± 1ª HGLomRHP TXHHVFUHYHXR³7UDWDGR&RPSOHWRGD$UWHGR
&DQWR´ HPERUD GLVFRUUHQGR PXLWR EHP VREUH D H[HFXomR WpFQLFD QmR
dedicou à interpretação um capítulo sequer.
Coffin, Singer e Delattre (1972) oferecem as célebres traduções ipsis
litteris dos textos de algumas canções célebres e que, obrigatoriamente,
devem fazer parte do repertório dos cantores líricos de carreira internacional.
Essa prática de oferecer traduções literais para o idioma inglês é muito
comum e largamente editada nos Estados Unidos, mas serve apenas como
matéria prima para um estudo de texto que pode ou não ser direcionado para
a interpretação. O mesmo faz Grubb (1979), só que voltado para
compositores específicos como Schubert, Schuman e outros.
9
Campanha e Torchia (1978) não dão ao canto lírico nenhum enfoque
especial, bem como Gatti, que fala da música de câmera como se o canto de
câmera dela não fizesse parte. Já Ferreira (1988) se atém mais à técnica
vocal e muito à voz falada.
As renomadas sopranos Lilli Lehmann, (1984 - 1ª edição em 1902) e
Liebling (1956) se mostram bem mais direcionadas para a técnica e as
dificuldades com igualdade de timbre, alcance de notas super agudas e com
a descrição do processo do canto em si, com pouca fisiologia e muitos
resultados empíricos, fruto das performances excepcionais que lhes
renderam muito sucesso durante a carreira musical. Sobre interpretação,
temos em Lilli Lehmann um capítulo dedicado ao tema, mas de maneira
muito superficial. A autora fala de como é importante interpretar, dá exemplo
de grandes intérpretes, mas não desenvolve o assunto didaticamente. Em
Liebling, não existem capítulos ou partes dos livros dedicados ao assunto.
Sloan (1999), Villela (1986), Mansion (1977), Juvarra (1987) e Lawson
(1980) falam de técnica vocal, noções de fisiologia, e apresentam alguns
exercícios e explicações técnicas. A interpretação não faz parte da
abordagem desses autores.
Appelman (1987) fala sobre pedagogia vocal especificamente,
abordando o passo a passo das aulas de técnica vocal, com os pontos mais
evidentes como: respiração, apoio diafragmático, impostação e emissão.
Recorrendo às ciências da acústica, lingüística e fisiologia, Appelman
desenvolve um sistema de ensino de canto baseado no alfabeto fonético
internacional. Defende que a pedagogia vocal requer uma compreensão dos
processos fisiológicos e físicos; prevê (como já mencionamos anteriormente)
a necessidade de ferramentas pedagógicas para o ensino do canto e vê a
palavra como ferramenta principal do cantor. O livro é largamente ilustrado
com fotografias, radiografias, espectrogramas, palatogramas, gráficos e
desenhos, apresentando todo o processo da emissão vocal segundo os
aspectos fisiológicos da fonação. Apesar de todo seu arcabouço científico, o
10
Dr. Appelman não entende a interpretação como parte da pedagogia vocal e
não dedica nenhuma parte do seu livro a este ponto.
Mackinney (1987) fala da técnica vocal como um todo, da postura de
palco do cantor lírico durante um recital e eis aí tudo o que fala sobre
movimentação cênica e atuação na música de câmera.
$OOHQ¶V VH SURS}H D IDODU VREUH RV VHJUHGRV GD DUWH GH FDQWDU
mas segundo o autor, tais segredos estão voltados para a preservação da
saúde do cantor e para a manutenção da técnica em constante atualização.
Hong Young (1995), em seu livro sobre canto profissional, ao falar
sobre pontos da interpretação, rapidamente conduz o aluno para o aspecto
técnico do alcance das notas mais difíceis ou para a solução de problemas
respiratórios e de manutenção da resistência vocal ou outros pontos da
técnica vocal. Observa-se o mesmo desvio do foco interpretação para
técnica vocal em Hines (1982).
Miller (1991-2000) fala do treinamento técnico das vozes em cada
timbre específico, abordando as várias dificuldades de execução dos trechos
das árias mais famosas de cada faixa vocal. Muito interessante e útil para a
prática vocal profissional e mesmo para o alunado de canto mais adiantado,
mas não aborda a interpretação da música de câmera vocal.
Bernac (1976), Kinball (2006), Johnson, Stokes (2000), Fisher-Dieskau
(1998), Reed (1997) e Sams (2000, 2009) são todos autores que falam da
performance vocal em determinadas peças do repertório internacional. Este
tipo de publicação também é fácil de ser encontrada, mas não se destina ao
ensino da interpretação.
Para a interpretação da música de câmera como foco principal, temos
Lotte Lehmann (1945), cujo foco é a interpretação cênica e técnica de cada
verso de algumas canções. A autora fala com muita propriedade sobre as
referidas obras, fazendo a análise dos estilos e exemplificando tecnicamente
como executá-los, mas muito do que diz exige uma experiência cênica
11
anterior para ser compreendido e não é absolutamente direcionado para o
alunado iniciante.
Como a abordagem deste trabalho é voltada para a didática da
performance de palco no canto lírico na música de câmera, alguns autores
de teatro foram pesquisados por oferecerem subsídios para a didática da
interpretação no canto lírico de câmera.
Adler (1992) trata da performance cênica para o teatro. Bueno (1940)
QmRHVFUHYHXSDUDRWHDWURHVLPSDUDD³OHLWXUDGUDPiWLFD´DUWHDWXDOPHQWH
em desuso que se atém à leitura de poesias e textos literários para o
entretenimento do público. O autor dedica um belo capítulo à gestualidade do
leitor intérprete que pode auxiliar muito o aluno de canto que souber
transportar para a cena lírica o conhecimento disponibilizado na obra.
Entretanto, nada no texto se relaciona com o canto lírico diretamente.
Acreditamos que dificilmente um professor de canto o elegeria como base de
conhecimento específico, mesmo porque a leitura dramática não é exercitada
pelos alunos de canto, nem mesmo é exigida como componente curricular.
Falam com propriedade sobre a movimentação cênica: Lord (2000) e
Ionazzi (1992), que oferecem aos leitores um guia muito profundo sobre
movimentação cênica voltada para o teatro, o musical e para o showbiz em
geral. Dedicam capítulos inteiros ao uso do microfone, dos mais diferentes
tipos: de cabeça, com fio, sem fio, etc.
Gelb (1981) trabalha somente com a Técnica de Alexander1 para
relaxamento durante a execução musical. Não aborda a performance cênica
nem da música de câmera, embora seus conhecimentos sejam muito úteis
para os profissionais da voz.
Gayotto (1997) traz uma abordagem sobre a gestualidade e
interpretação mais profunda que a de Bueno (1940), mas totalmente
1
Criada por Frederick Matthias Alexander (1869/1955). Método simples que propõe a reeducação
do sistema psicofísico do ser humano. Nas aulas, aprende-se a praticar com mais eficiência,
atividades do dia a dia como sentar, levantar, caminhar, falar, etc., reconhecendo os padrões
de tensão e esforço desnecessários e aprendendo-se a evitá-los.
12
direcionada para o teatro. Muito se pode aprender com os dois autores, mas
já avançam desde as primeiras páginas para a atuação teatral que é muito
diferente da atuação cênica do cantor lírico na prática da música de câmera,
onde o cantor não tem cenário, nem figurino, nem iluminação ou outros
aparatos cênicos.
Stanislavski (2004 e 2006), autor voltado para o teatro, tem livros muito
interessantes e instigantes, que exigem leitura completa, muita reflexão e
longo prazo de assimilação, mas que são de pouco proveito para o canto de
câmera.
Outros autores de teatro como Cohen (2040), Roubine (2002) e
Bonfitto (2007) abordam a teorização e a filosofia que envolve o trabalho e a
concepção do ator e sua práxis, mas não apresentam uma abordagem
didática que nos servisse para este trabalho.
Nandi (2004) aborda vários conceitos da dramaturgia e fala um pouco
sobre a história da Educação do Teatro na região sudeste do Brasil. Pela
especificidade do conteúdo, não nos ofereceu suporte para essa pesquisa.
Japiassú (2001) fala sobre metodologia do ensino do teatro e se fixa
em apresentar uma série vasta e diversificada de jogos dramáticos e
atividades práticas a serem realizadas em sala de aula. O conteúdo do livro é
inteiramente voltado para o trabalho com o teatro nas escolas de Ensino
Fundamental, não objetivando a formação de atores de teatro e sim, a
socialização das crianças, a releitura da sociedade e de seus problemas
sociais e o reequilíbrio dos alunos dentro dessa sociedade.
Os autores: Abdo (2000), Baê (2003), Deutsh (2009), Krausz (1993),
Lamperti (1989), Marsola (2001)Ristad (1982), Rushmore (1971), Sarmiento
(2006), Thomson (1989), Werbeck-Svärdström (2004), tratam sobre a
filosofia da arte de cantar e da necessidade do ser humano de se expressar
através do canto. Devido à especificidade desta pesquisa estes autores não
puderam ser aproveitados, apesar de trazerem conhecimento vasto e
profundo sobre filosofia do canto.
13
Silveira (1976) forneceu a base do questionário montado neste trabalho
HP IRUPD GH ³)LFKD GH 0RQWDJHP ,QWHUSUHWDWLYD´ $V SHUJXQWDV IHLWDV SRU
Silveira a um grupo de teatro que pretendia criar uma peça em conjunto,
foram reformuladas e direcionadas para o texto poético das peças
estudadas. Esse questionário, aliado a um estudo de texto voltado para a
performance do cantor lírico presente em Aliverti (2003), ofereceu o suporte
para a criação da Ficha de Montagem Interpretativa, que pretende ser um
instrumento didático de estudo de interpretação voltado para os alunos de
canto lírico.
14
CAPÍTULO 2 ± METODOLOGIA
Após a revisão da bibliografia, concluímos que este trabalho poderia
oferecer algo de novo dentro da didática do canto lírico e iniciamos a
pesquisa estudando os planos de curso do Curso Técnico de Canto da
Universidade Federal do Pará e do Bacharelado de Canto da Universidade
Estadual do Pará, para observar o ensino da performance durante o estudo
formal de canto e verificamos a grande exigência técnica em prejuízo do
desenvolvimento da performance.
A preocupação com a deficiência do ensino da performance e nossa
convicção de que o estudo do texto poético pode conduzir o aluno de canto
no seu desenvolvimento interpretativo, nos levou a descrever como realizar o
estudo de compreensão de texto que sirva de base para a interpretação.
Apresentamos dois exemplos de estudo de texto sobre a poesia das canções
³)RL%{WR6LQKi´H³&REUD-*UDQGH´GH:DOGHPDU+HQULTXH
Decidimos trabalhar com as canções amazônicas do compositor
paraense Waldemar Henrique pois ele é o compositor paraense de maior
projeção nacional, segundo Claver Filho (1978), e as canções escolhidas
trazem em suas letras um conteúdo regional interessante, marcante,
descritivo e culturalmente diferente, o que forçará o aluno a buscar novos
conhecimentos.
Os estudos de texto basearam-se no levantamento de informações
sobre semântica das palavras regionais, sobre o folclore, a região geográfica
e aspectos sociais e culturais que fazem parte da contextualização das obras
para oferecer informações necessárias para a compreensão dos textos. Os
exemplos apresentam:
1.
Estudo
do
compositor
com
biografia
e
características
composicionais;
2.
Estudo do contexto regional, cultural e geográfico das obras com
enfoque na importância do elemento imaginário no folclore paraense;
15
3.
Pesquisa das lendas temas das canções;
4.
A contextualização das lendas na sociedade da qual fazem parte;
5.
Pesquisa sobre os textos poéticos com suas implicações
semânticas, ortográficas e de pronúncia regional, com destaque para as
características do falar da região amazônica que devem ser observados
SHORLQWpUSUHWHFRPDLGHQWLILFDomRGDVYDULDo}HVGHIRFRQDUUDWLYR ³HXOtULFR´ GRWH[WR
Após a descrição do estudo de compreensão dos textos, seguiu-se a
elaboração de um instrumento de estudo de texto voltado para a
LQWHUSUHWDomR FrQLFD GDV REUDV (VWH LQVWUXPHQWR FKDPDGR GH ³)LFKD GH
0RQWDJHP ,QWHUSUHWDWLYD´ IRL FULDGR FRP EDVH HP SHUJXQWDV H UHVSRVWDV
feitas para o texto poético visando à extração de informações para a
concepção interpretativa do cantor.
Para testar a eficiência da Ficha de Montagem Interpretativa, foi
traçada uma linha de aplicação de teste e avaliação de resultados com base
em Arredondo e Diago (2009), que seguiu a metodologia descrita a seguir.
A Ficha de Montagem Interpretativa foi testada em alunos regulares de
cursos de canto em 02 Universidades Federais:
a)
Universidade Federal da Bahia (Escola de Música da UFBA), com os
seguintes professores como avaliadores:
- Profª. Especialista Verônica Bispo dos Santos.
- Profª. Emilia Yasuko Suto.
- Profª. Sara Jane da Silva.
b)
Universidade Federal de Goiânia (Escola de Música e Artes Cênicas)
com os seguintes professores avaliadores:
- Profª. Drª Ângela Jardim.
- Profª. Drª. Marília Álvares.
- Profª. Heloísa Jardim.
16
Para a aplicação dos testes foi solicitado a cada uma das instituições:
- Um local de apresentação e reunião;
- Um pianista acompanhador (alertado de que não podia ajudar os
alunos na interpretação);
- Uma sala para reunião e aplicação do questionário;
O material utilizado na avaliação foi:
- Fichas de Montagem Interpretativa;
- Fichas de Avaliação de Execução dos Alunos de Canto;
- Fichas de Avaliação dos Alunos sobre a Ficha de Montagem
Interpretativa;
Os passos da aplicação do teste foram:
I.
Contato com as instituições participantes para obtenção de permissão;
II.
Contato
com
os
professores
participantes
para
verificação
de
disponibilidade de tempo e alunado para a participação dos testes;
III. Marcação das datas de realização dos testes, que ficaram assim
estabelecidas: UFGO ± 08 a 12/08/2011 e UFBA ± 03 a 07/10/2011;
IV. Envio com antecedência das partituras de 05 Canções amazônicas de
:DOGHPDU +HQULTXH ³)RL %{WR 6LQKi´ &REUD-*UDQGH ³7DPED-7DMi´
MatintaSHUrUD´ H ³8LUDSXU~´ SDUD RV SURIHVVRUHV GH FDQWR ID]HUHP D
distribuição entre os alunos;
V.
Distribuição das partituras para os alunos que se comprometeram a
participar da avaliação;
VI. Preparação pelos alunos de uma das 05 canções oferecidas. Este
estudo e preparação foram feitos sem o auxílio dos professores;
VII. Apresentação dos alunos para a banca composta de 03 professores e
coordenada pela pesquisadora;
VIII. Reunião com todos os participantes, quando foi feita uma pequena
palestra sobre a região Norte, sua cultura, seu folclore e alguns pontos
17
sobre seu contexto geográfico, político e social. Foi mostrada a Ficha de
Montagem Interpretativa e descrito o passo a passo para se trabalhar
com ela;
IX. Avaliação dos alunos pela banca. A avaliação foi feita durante a
apresentação e apenas do ponto de vista da interpretação.
Os alunos foram escolhidos aleatoriamente e, de preferência, foram
utilizados alunos sem muita prática de palco, pois assim se poderia observar
melhor a eficácia do questionário e a pertinência da pesquisa. As avaliações
da banca foram feitas através do preenchimento de uma Ficha de Avaliação
de Execução Musical para Alunos de Canto Lírico, baseada em De Freitas
(2005) apresentada na página a seguir:
18
Ficha de Avaliação de Execução Musical para Alunos de Canto Lírico
Avaliador:
Instituição de atuação docente:
Titulação:
Aluno:
Professor:
Tempo de estudo:
Primeira Execução ± aluno de canto antes do trabalho com a FMI
Ítem avaliado:
Totalmente
Qualidade
Totalmente
Inadequado
Adequado
inadequado
oscilante
adequado
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1
2
3
4
5
6
Pontos
Dicção e pronúncia
Dinâmica
Expressão facial
Gestuadidade:
movimentação
cênica
Postura de palco:
domínio situacional
Comunicação
da
emoção:
envolvimento com o
público
Total
Segunda Execução ± aluno de canto após o trabalho com a FMI
Ítem avaliado:
Totalmente
Qualidade
Totalmente
Inadequado
Adequado
inadequado
oscilante
adequado
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1
2
3
4
5
6
Dicção e pronúncia
Dinâmica
Expressão facial
Gestuadidade:
movimentação
cênica
Postura de palco:
domínio situacional
Comunicação
da
emoção:
envolvimento com o
público
Total
Descrição das alterações observadas:
Local e data:
Avaliador:
Assinatura:
Pesquisadora: Profª Mestre Márcia Aliverti
19
Pontos
$ ³)LFKD GH 0RQWDJHP ,QWHUSUHWDWLYD´ WDPEpP IRL DYDOLDGD SHORV DOXQRV
através do questionário Avaliação do Aluno sobre a Ficha de Montagem
Interpretativa:
Avaliação do Aluno sobre a Ficha de Montagem Interpretativa
Aluno (sem obrigatoriedade de identificação):
1.
Você achou que a Ficha de Montagem Interpretativa ajudou você a pensar
melhor sobre sua interpretação?
Sim (
2.
Não(
)
O quanto você acha que ela ajudou?
Muito (
3.
)
)
Pouco (
)
Nada (
)
Você pretende utilizá-la novamente para o estudo da interpretação de outras
peças musicais?
Sim (
4.
)
Não (
)
Caso sua experiência com a utilização da Ficha de Montagem Interpretativa
tenha sido positiva, você poderia descrever como ela lhe ajudou?
Muito Obrigada!
No questionário acima, foram inseridas perguntas que permitem
avaliações pessoais. Isto foi feito com o intuito de tornar o teste mais
interessante para os alunos, que gostam sempre de se manifestar com maior
liberdade quando são questionados. Para a pesquisa, deveriam ser
contabilizadas apenas as respostas positivas e negativas da 1ª e 3ª questão
para a avaliação quantitativa dos dados. Infelizmente, como o número de
avaliações feitas espontaneamente foi muito pequeno não foi possível
contabilizar os dados para a avaliação final.
Após a aplicação dos testes, foram conferidos os resultados apresentados no
Capítulo 6 deste trabalho.
20
CAPÍTULO 3 ± O ENSINO DA PERFORMANCE DE PALCO NOS
CURSOS FORMAIS DE CANTO LÍRICO
(Baseado no estudo formal de canto lírico do estado do Pará)
3.1. ASPECTOS GERAIS DO ENSINO DA PERFORMANCE DE PALCO
NOS CURSOS TÉCNICO E DE BACHARELADO EM CANTO LÍRICO
DO PARÁ
3.1.1. O ensino da performance no Curso Técnico da Escola de Música
da Universidade Federal do Pará
A duração do curso técnico de canto lírico na Escola de Música da
UFPA é de 3 anos. Antes do técnico a escola oferece 2 anos de Curso
Básico, onde o aluno deve aprender a notação musical e os pressupostos
básicos da música em mais duas disciplinas: Percepção e Solfejo, para estar
preparados para absorver o conteúdo do nível técnico.
Observando o plano de curso percebe-se que nas aulas práticas de
Canto Lírico, o pensamento técnico é o mais cobrado desde o início, pois o
aluno precisa do domínio corporal para a emissão e vocal e execução correta
do seu instrumento: a voz. O aluno é assomado por uma longa série de
exercícios de condicionamento e controle respiratório e diafragmático,
postura, dicção e impostação vocal. A impostação é o ponto mais difícil para
a maioria dos alunos, pois é o aproveitamento máximo dos aparelhos vocal e
respiratório para a emissão de qualidade, saudável, com amplitude e
TXDOLGDGH VRQRUD 'H DFRUGR FRP *DUFLD SJ ³R HOHPHQWR PDLV
precioso do canto é a qualidade da voz, mas essa verdade nunca é repetida
REDVWDQWH´2.
2
³,OSLSUH]LRVRHOHPHQWRGHOFDQWRqODTXDOLWjGHOODYRFrQqWDOYHULWjqPDLULSHWXWDDEEDVWDQ]D´
21
A exigência técnica intensiva é necessária para o desenvolvimento e
controle dos aparelhos fonador e respiratório. Sendo assim, o aluno do 1º
ano Básico, envolvido com os exercícios diários para vencer as dificuldades
técnicas, já terá que apresentar uma peça cantada em prova no final do 2º
bimestre de aulas e já será cobrado no quesito interpretação, como podemos
observar no anexo 2 (Ficha de Avaliação do Aluno), mesmo ainda tendo
dificuldades para decifrar o código musical e ler uma partitura simples.
No curso técnico o aluno tem as disciplinas que acompanham a prática
e são: Teoria musical, Percepção, História da música, Música Popular e
Folclore, Estruturação, Prática de Conjunto e Música. Mas, a exigência
técnica continua e o programa aumenta.
A técnica do canto lírico exige realmente muito do físico do cantor, daí
a preocupação dos professores.
Ainda voltado para as dificuldades técnicas, o curso técnico deixa a
performance em segundo plano desde o início, o que faz com que muitos
alunos que se formam nesse curso não se sintam seguros para se afastar da
estante nem mesmo no recital de formatura. A comunicação com o público
fica muito prejudicada e o público dos recitais de formatura se restringe cada
vez mais aos parentes e amigos que marcam presença mais pelos laços
afetivos com o cantor do que pela música que esperam ouvir.
3.1.2. O ensino da performance no Curso de Bacharelado em Canto
Lírico da Universidade Estadual do Pará
O curso de Bacharelado em Canto Lírico é oferecido no Pará apenas
pela Universidade Estadual do Pará (UEPA). De acordo com Plano de Curso
de Canto Lírico, aluno que terminou o curso técnico ingressará na graduação
de música e se deparará com um programa que exigirá na primeira prova
seis peças além dos dois estudos. Isso significa que já é esperado que o
22
trabalho técnico de interpretação e performance de palco já tenha sido feito
caso contrário, o aluno poderá se sentir frustrado por não estar a altura das
exigências do nível superior.
Além dos alunos de vida escolar regular, que passam pelo Ensino
Básico e Técnico de Música, ainda existe o alunado que consegue passar no
vestibular sem ter concluído ou cursado o técnico em canto, que no estado
do Pará não é pré-requisito para o ingresso na graduação. Com essa
clientela é ainda maior a necessidade de acelerar o aprendizado da
performance.
3.2. A IMPORTÂNCIA DA PERFORMANCE DE PALCO
³2 S~EOLFR QmR SRGH VDLU LPSDVVtYHO GH XPD
apresentação artística, qualquer que sejD HOD´
Stanislavsky (2004, p. 120)
Não é de hoje que até as estratégias de marketing falam sobre a
QHFHVVLGDGH GH ³HQFDQWDU R FOLHQWH´3 , não é admissível que o artista não
encante seu público. O cantor deve estudar sua performance com carinho
para atingir esse objetivo.
Interpretar não é apenas reproduzir uma peça musical corretamente
em todos os seus aspectos técnicos. Os computadores podem fazer isso
muito bem e até melhor que os seres humanos. Segundo Lehmann (1985 ±
SDJ ³LQWHUSUHWDomR VLJQLILFD FRPSUHHQVmR LQGLYLGXDO H UHSURGXomR´4. É
necessário levar ao público toda a emoção que um trecho musical encerra,
comunicando a mensagem ali contida de maneira envolvente, atuante,
vibrante.
Cada
apresentação
deve
ter
sempre
como
objetivo
ser
transformadora, instigante, vivificadora e reflexora das emoções do ouvinte.
3
Prazeres, 1997
4
Interpretation means: individual understanding and reproduction ± LEHMANN, 1985, p. 10.
23
3.3. A COMUNICAÇÃO DA MENSAGEM E A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
DO TEXTO
O cantor, assim como o ator, tem um texto poético para interpretar. A
letra de cada peça, cada canção, traz consigo um universo de informações
que deverá ser estudado profundamente pelo cantor, para que este alcance
resultados positivos em sua performance.
Gostaria de exemplificar um equívoco de interpretação cometido por
um cantor profissional em um recital de canto e piano ocorrido no Teatro
Margarida Schiwazzappa (Belém-PA) nos anos 90. Foi uma experiência
negativa para nós enquanto público mas benéfica enquanto estímulo para
trabalhar com pesquisa em interpretação.
O recital em questão foi dado por um cantor profissional paulistano cujo
nome será omitido por razões éticas, que fez um recital que teve grande
divulgação na mídia. Incluiu em seu repertório canções do compositor
SDUDHQVH :DOGHPDU +HQULTXH GHQWUH DV TXDLV ³0DWLQWDSHUrUD´ TXH YHP D
ser uma das peças regionais mais dramáticas do compositor. O texto da
peça fala da terrível bruxa da Amazônia, Matintaperêra, que faz desaparecer
crianças, amaldiçoa jovens, e assombra os que encontra pelo caminho.
Narra o encontro assustador de um caboclo5 com a bruxa Matintaperêra à
noite, no meio da mata, e tem um final trágico, onde o homem padece sobre
o feitiço da bruxa.
O cantor em questão deu um grande exemplo de falta de estudo e
compreensão de texto, pois ao invés de drama e medo, fez o público rir com
seu ar de troça e uma dança cômica que fez, rodopiando pelo palco com
alegria durante a execução da peça. Só este excesso de movimentação
cênica em um recital de canto de câmera, já foi uma demonstração de má
5
Caboclo ou cabôco ± como são chamados regionalmente os moradores das áreas ribeirinhas da
Amazônia.
24
concepção interpretativa, mas o que importa para este trabalho é o
questionamento: o que teria embasado tal equívoco?
O texto da canção traz um verso onde o caboclo, habitante de
paragens remotas e tão privo de cabedal intelectual, pragueja contra a bruxa
chamando-DGH³SUHWDYHOKD´³PmHPDOXFD´H³SpGHSDWR´$LPSUHVVmRGD
performance do cantor transparecia que, ao ler esse verso, ele devia ter
achado que tudo era folguedo ridículo, já que os impropérios eram tão
simplórios. O profissional em questão não pareceu ter estudado, nem sequer
superficialmente o texto, ou pesquisado sobre o folclore da região para se
inteirar sobre o tema da peça para saber quem RX ³R TXr´ HUD D
matintaperera.
25
CAPÍTULO 4 ± O ESTUDO DO TEXTO POÉTICO VOLTADO
PARA A PERFORMANCE DE PALCO
³0DV VREUHWXGR QmR FRPSUHHQGHU R TXH VH FDQWD
não em sua globalidade, que é mais ou menos fácil,
mas no sentido de cada palavra uma a uma, afeta
PXLWtVVLPRRUHVXOWDGR´6 ± SARMIENTO (2006, p. 37)
A maneira de estudar o texto apresentada neste trabalho é uma
adaptação do estudo de texto para a movimentação cênica teatral como
vemos em Lorde (2000), Ionazzi (1992) e Gayotto (1997) e os que
escreveram para a música de câmera como Bernac (1976), Kinball (2006),
Fisher-dieskau (1998) e Sams (2009).
Como as bases da performance de palco do canto lírico são dadas
dentro da Música de Câmera, desde o contato com as primeiras canções,
este estudo estará voltado para a canção, embora possa ser igualmente
utilizado em qualquer peça.
4.1. COMO REALIZAR O ESTUDO DO TEXTO DE UMA CANÇÃO7
VOLTADO PARA A PERFORMANCE
O primeiro passo para o estudo do texto de uma peça é o estudo do
compositor. Estudando o compositor o aluno entenderá um pouco mais sobre
a maneira de pensar, formação, características composicionais, estilo e os
fatores externos que influenciaram a concepção da sua obra.
Segundo Coffin, Singer e Delattre (1972), que escreveram várias
traduções literais de canções do repertório internacional é fundamental
conhecer cada palavra do texto. Esse também é dos primeiros passos a
serem seguidos.
³3HURVREUHWRGRQRFRPSUHHQGHUORTXHVHFDQWDQRHQVXJOREDOLGDGTXHHVPiVRPHQRV
IiFLOVLQRHOVHQWLGRGHFDGDSDODEUDXQDDXQDDIHFWDPXFKtVVLPRDOUHVXOWDGR´WUDGXomR SARMIENTO, pag. 37.
7
Tomando por base a canção brasileira.
26
6
Também é muito importante a identificação do tema do texto e a
contextualização da obra: observar o contexto histórico, social e geográfico
do qual o texto fala ou no qual o mesmo está inserido estabelecendo uma
relação texto versus contexto. Em se tratando de temas que fujam da sua
realidade social, o aluno deverá se preocupar em estudar com mais
profundidade o assunto. A contextualização é fundamental para a
compreensão da força dramática de um texto, pois o mesmo assunto é
abordado de maneiras muito diferentes nas diversas culturas existentes e
nas diversas épocas.
Stanislavsky (2004) fala com propriedade sobre a importância da
contextualização do texto para a criação performática dos atores. Isso
também é válido para o estudo da performance do cantor lírico na música de
câmera. Após isso o aluno deverá estudar o texto em si.
Eis o passo a passo do estudo de texto:
1º. Estudo do compositor (biografia, características, etc);
2º. Contextualização, que envolve pesquisa e leitura;
3º. Retirada do texto poético para estudo em separado, transportandoo da partitura para uma folha de papel;
4º. Tradução (no caso de obras internacionais) e compreensão do
significado de cada palavra do texto;
5º. Identificação do tema principal do texto;
6º. Contextualização da obra;
7º. Organização do texto verso a verso;
8º. Numeração dos versos;
9º. Identificação das palavras e expressões desconhecidas ou que
pareçam ter significado diferente do habitual;
10º. Estudo da métrica: divisão dos versos, acentuação;
11º. Resolução de possíveis problemas de prosódia;
12º. Familiarização
com
possíveis
pronúncia;
27
características
diferentes
de
13º. Identificação das alterações de foco narrativo;
14º. IGHQWLILFDomRGR³HX-OtULFR´GDPensagem em cada foco narrativo.
4.2. EXEMPLOS DE ESTUDOS DE TEXTO8
Serão apresentados dois estudos de texto de canções de Waldemar
+HQULTXH2HVWXGRVHUiVREUHDFDQomR³)RL%{WR6LQKi´FXMDSDUWLWXUD
foi retirada GR iOEXP ³&DQo}HV´ ~OWLPD HGLomR GD REUD GH :DOGHPDU
Henrique feita em Belém, em 1995, pela Fundação Carlos Gomes e
Imprensa Oficial do Estado do Pará e nessa edição foi a ortografia original. O
HVWXGRVHUiVREUHDFDQomR³0DWLQWDSHUrUD´HGLWDGDSRU( S. Mangione9.
As canções têm letras de Antônio Tavernard, poeta paraense de grande
expressão, e do próprio Waldemar Henrique, que escreveu muitas letras
para suas canções e foi membro da Academia Paraense de Letras.
4.2.1. Estudos preliminares
4.2.1.1. Estudo do compositor: Waldemar Henrique
a) Biografia
Waldemar Henrique da Costa Pereira nasceu em Belém do Pará em
15/02/1905 e faleceu em Belém, no dia 27/03/1994. Passou metade da
infância em Portugal, onde cursou o primeiro grau e aos 12 anos, de retorno
a Belém fez muitas viagens com a família pelo interior do Pará, onde teve
contato direto com as narrativas de lendas e com o folclore regional (Aliverti,
2003).
Começou a estudar música 1918 e em 1923 apresentou ao público
paraense suas primeiras canções com muito sucesso e em 1930 suas
canções foram aplaudidas pela primeira vez fora do Pará (Rio de Janeiro).
Tendo por base a Dissertação de Mestrado de Aliverti (2003)
(GLomR³$0HORGLD´6mR3DXORH5LRGH-DQHLURQ~PHURGHVpULH(60± 1933
28
8
9
Em Belém, dirigiu a Rádio Clube do Pará (PRC ± 5) e em 1933 transferiu-se
para o Rio de Janeiro com sua irmã e intérprete Mara.
Desde que chegou ao Rio se apresentou com frequência ao lado de
sua irmã, divulgando suas composições. Suas canções amazônicas foram
gravadas pelas gravadoras RCA Victor e Odeon (Brasil), Decca e Chants du
Monde (França), BBC de Londres (Inglaterra) e nos países: Estados Unidos,
União Soviética e Argentina. Suas canções sobre temas em geral também
ID]LDP PXLWR VXFHVVR 2 ³3UrPLR GR 'LVFR 9LFWRU´ GH IRL GDGR D XPD
FDQWRUDTXHFDQWDYDVXDFDQomR³([DOWDomR´2EWHYHUHFRUGHGHYHQGDVHP
GLVFR FRP DV FDQo}HV ³0LQKD 7HUUD´ H ³0HX ÒOWLPR /XDU´ H DV HGLWRUDV
³,UPmRV9LWDOH´H³9LFHQWH0DQJLRQH´SXEOLFDUDPVXDVREUDV $OLYHUWL
A partir de então a carreira de Waldemar Henrique não parou mais. Foi
diretor de rádio no Rio de Janeiro, tendo dirigido a Rádio Roquette Pinto por
muitos anos. Em seus programas incentivou: Dorival Caymmi, João Gilberto,
Johnny Alf, Sérgio Ricardo, Geraldo Vandré, Luizinho Eça, Ed Lincoln entre
RXWURV6XDFDQomR³0LQKD7HUUD´IRLFKDPDGDSRU/Xt]*RQ]DJDGH³RKLQR
que todos os calouros queriam FDQWDU´ &/È9(5),/+2
Foi amigo de Mário de Andrade, que o orientou na harmonização dos
temas folclóricos, mas também estudou com Newton Pádua, Oscar Lorenzo
Fernandez e Barroso Neto. Foi o último aluno de piano de Barroso Neto
(CLÁVER FILHO, 1978).
As apresentações do duo Mara e Waldemar Copacabana Palace
(1936) tinham sucesso equiparado ao de Carmem Miranda, Maurice
Chevalier e Charles Trenet. Participou da comemoração do 1º ano da Rádio
Tupi, apresentando sua suíte folclóriFD³&HQD'UDPiWLFDGRV&RQJRV´
Fez várias excursões pelo Brasil e exterior (Argentina, Uruguai,
Portugal, Espanha, França) sempre divulgando sua obra. Em suas
apresentações sempre foi igualmente aclamado pelo público e pela crítica.
Morou em São Paulo, onde estudou artes plásticas e conheceu grandes
nomes da música e da arte brasileira. Foi um dos fundadores da Sociedade
29
Brasileira de Autores, Compositores e Editores de Música (SBACEM) e
membro da Ordem dos Músicos do Brasil, que chegou a presidir e ser
tesoureiro em Belém.
Em 1948, a imprensa do Rio elegeu os três maiores acontecimentos
artísticos do ano: a estreLDGDSHoD³0DGDOHQD´GH9LOOD-Lobos na Brodway; a
H[SRVLomR GD DUWLVWD SOiVWLFD )DLJD 2VWURZHU H D ³YROWD WULXQIDO´ GR GXR
Waldemar Henrique e Mara (CLÁVER FILHO, 1978).
Em 1949, em uma das excursões do duo Waldemar e Mara pela
(XURSD IRUDP FRQVLGHUDGRV ³YHUGDGHLURV HPEDL[DGRUHV GD FDQomR
EUDVLOHLUD´10, foram homenageados em Madri pela Princesa da Baviera e os
Infantes de Espanha prestigiados em Paris, com a presença do diretor do
MRUQDO³/H)LJDUR´GRFRPSRVLWRU'DULXV0LOKDXGGDFDQWRUD0DGDOHQD*UD\
e dos críticos Raymond Charpentier e Wladimir Janklewitch (CLÁVER
FILHO, 1978).
Sempre envolvido com os temas folclóricos, foi um dos palestrantes do
Curso de Folclore do Departamento de Turismo em Brasília representante do
Estado do Pará na reunião do Ministério de Educação e Cultura que tratou
do VII Congresso Brasileiro de Folclore e do 1o Festival Nacional de Folclore.
Em 1965, voltou para Belém e assumiu a coordenação do Serviço de
Teatro da Universidade Federal do Pará e a direção do Teatro da Paz, que
só deixou em 1975, quando começou a lecionar na UFPA.
Participou
em
1977
do
I
Simpósio
Internacional
de
Música
Contemporânea (S. Bernardo do Campo) e do III Encontro Nacional de
Compositores da Fundação Cultural do Distrito Federal e em 1978, a
EMBRAFILME lançou um documentário sobre sua vida que ganhou troféu
³&RUXMDGH2XUR´GR,QVWLWXWR1DFLRnal de Cinema (Aliverti, 2003).
10
6HJXQGR DUWLJR GR 'LiULR 3RSXODU GH /LVERD FLWDGR QR OLYUR ³:DOGemar Henrique: o Canto da
$PD]{QLD´ &OiYHU)LOKR
30
Waldemar Henrique nasceu com uma miopia severa e morreu quase
cego. Durante a vida, foi agraciado com muitos prêmios e foi alvo de muitas
homenagens, dentre as quais:
- 0HGDOKDGH%URQ]H³-RUQDOGR&RPpUFLR´5LRGH-DQHLUR
- Indicação para Academia de Música Popular do Rio de Janeiro (1958);
- 0HGDOKD³5RTXHWWH3LQWR´5iGLR5RTXHWWH3LQWR
- 0HGDOKD³&DUORV*RPHV´FRQIHULGDSHOR7HDWUR0XQLFLSDOGo Rio (1965);
- ³0HGDOKD$QRVGH%HOpP´3UHIHLWXUDGH%HOpP
- 0HGDOKD³2ODYR%LODF´6HFUHWDULDGH&XOWXUDGR3DUi ;
- ³3DOPD8QLYHUVLWiULD´GD8QLYersidade Federal do Pará (1969);
- 0HGDOKD ³ $QLYHUViULR )DFXOGDGH GH &LrQFLDV (FRQ{PLFDV´ %HOpP
(1969);
- ³0HGDOKDGR&LQTHQWHQiULR´)DFXOGDGHGH0HGLFLQD3DUi´
- 0HGDOKD³3DXOLQRGH%ULWR´ &RQVelho de Cultura do Pará) (1970);
- 0HGDOKD³6LOYLR5RPHUR´ *Rverno do Rio de Janeiro) (1970);
- ³&DUWmRGH3UDWD´&RQVHUYDWyULR&DUORV*Rmes (1970);
- ³0HOKRU0~VLFD´)HVWLYDOGH7HDWURGHArcozelo, Rio de Janeiro (1971);
- ³'LSORPDGH+RQUDDR0pULWR´&âmara Municipal de Belém (1973);
- 3UrPLRGH³0HOKRU0~VLFD´*RLkQLD± 1º Festival de teatro Amador (1973);
- ³0HOKRU0~VLFD´)HVWLYDO1DFLRQDOGHTeatro de Campina Grande (1973);
- 0HGDOKD³3URIHVVRU$XJXVWR0HLUD´&RQVelho de Cultura do Pará (1974);
- 0HGDOKD ³6HVTXicentenário da Adesão do PDUi´ &RQVHOKR GH &XOWXUD
(1974);
- &RPHQGDH7URIpX³3HUVRQDOLGDGHV´-RUQDO³2/LEHUDO´± Belém (1974);
- Nomeação para o Conselho Estadual de Cultura do Pará (1976);
- Posse na Academia Paraense de Letras do Pará (1976);
- DeVWDTXHGD(VFRODGH6DPED³4XHPVmR (OHV´&DUQDYDOGH%HOpP
31
b) Características composicionais de Waldemar Henrique na escrita das
canções amazônicas11
A música regional de Waldemar Henrique tem uma concepção que
foge do estereótipo de grandiosidade. Retrata sua terra de maneira simples e
direta, embora sempre com muita poesia, por isso é considerado tão fiel no
seu registro regional. Em suas lendas amazônicas Waldemar usou sempre
temas próprios com ritmos regionais, mas sem exageros.
Sua escrita musical economiza elementos. A linha melódica tem
poucos saltos e quase nenhuma vocalização. Optou por uma extensão
confortável e central, de maneira que a melodia não interfira no entendimento
do texto e sua escrita não apresenta dificuldades técnicas de execução.
A escrita harmônica tem intencionalmente pouca variação de acordes,
sempre usados com mestria e escreve dessa maneira as canções
amazônicas para manter o padrão de simplicidade escolhido para sua
música regional. Ainda dentro desse padrão de simplicidade, consegue
efeitos exóticos e atraentes aos ouvidos.
Algumas vezes sua música apresenta padrões repetidos de células
rítmicas por longos períodos, mas isso foi feito com o intuito de manter por
mais tempo uma mesma atmosfera descritiva. Não existem figurações
complexas ou de difícil execução.
Waldemar Henrique é exemplar quanto à prosódia. O texto é o
soberano e determinante da sua criação musical. Todos os elementos da
música estão a serviço dele, da sua métrica, da compreensão da mensagem
e de seu contexto. A partitura é feita para auxiliar o ouvinte a compreender
cada palavra da mensagem. Os vocalizes que aparecem são muito curtos e
raros, apenas extensões de sílaba, pois prefere utilizar os textos de maneira
silábica. É baseado no texto poético que o executante deverá incrementar a
11
Em virtude da falta de estudos anteriores sobre o compositor, nessa linha, as características
composicionais aqui mencionadas são baseadas na Dissertação de Mestrado de ALIVERTI
(2003).
32
sua performance, com boa dicção e emissão sem artificialismos operísticos
que prejudiquem a compreensão das palavras.
Waldemar sempre preparar a entrada do cantor com uma introdução,
mas elas são sempre curtas. Nas lendas amazônicas as introduções
preparam rapidamente o público para a recepção da mensagem criando uma
atmosfera especial sem roubar as atenções devidas ao narrador das
histórias, o cantor. O acompanhamento nunca está em primeiro plano.
Waldemar ajusta a carga dramática exigida pelo conteúdo poético e aumenta
ou diminui a quantidade de notas dos acordes com coerência. Quanto maior
for a carga dramática, mais notas aparecerão na partitura, pois o cantor
estará dando maior volume sonoro e precisará de mais apoio sonoro. O
contrário também acontece: mais suavidade poética, menor quantidade de
notas. É assim que ele auxilia o solista a não ser suplantado pelo
acompanhamento.
Waldemar Henrique tem uma visão teatral sobre a performance do
cantor. Sua música reforça e auxilia constantemente essa performance,
contribuindo para sua veracidade. Seus acompanhamentos são gestuais e
ele usa com frequência os silêncios construtivos12 (RAMOS, 1988) que
acrescentam significado à música. O todo musical tem as funções de dar
inflexão, pontuação, entonação e mais expressividade ao texto que está
VHQGR WmR ³QDUUDGR´ TXDQWR FDQWDGR 7DQWR p DVVLP TXH SRU YH]HV
Waldemar colocar na partitura do piano os efeitos que seriam feitos pelo
sonoplasta do teatro. Também evidencia cada novo foco narrativo com novos
elementos, criando texturas, ambientação e paisagens a cada intervenção do
acompanhamento.
Waldemar tentou registrar musicalmente a maneira de contar histórias
dos caboclos do Norte. Na Amazônia o contador de histórias é como um
artista de teatro que usa olhares, gestos largos, exageros e alterações de
timbre de voz para impressionar seus ouvintes. Em sua juventude Waldemar
Pausas que fazem parte ativa do discurso musical, acrescentando-lhe significações.
33
12
viajou muito ao interior e ouviu muitas estórias, muitas lendas, contadas
pelos caboclos da região, passatempo muito comum no interior até hoje.
(VVD ³QDUUDWLYD WHDWUDOL]DGD´ H[LJH TXH R LQWpUSUHWH VH HQYROYD DR Pi[LPR
com o texto poético, e permite uma boa movimentação cênica, facilitando o
envolvimento do público com a música.
4.2.1.2. Estudo do contexto das obras
a) Contexto geográfico e sócio-econômico
Os rios têm uma presença marcante na região Norte, pois nela existem
DSUR[LPDGDPHQWH PLO FXUVRV G¶iJXD 75,6&,8==, 1(72 &RP D
criação da rodovia BR-31613 e o desenvolvimento dos meios de comunicação
terminou o isolamento das grandes cidades da região amazônica, mas ainda
existem muitos agrupamentos humanos (vilas, arraiais, etc) que sofrem com
o distanciamento gerado pelas condições geográficas. Esses agrupamentos
estão localizados nas margens dos rios, igarapés e nos ramais14 da floresta.
Neles vivem os caboclos ribeirinhos, os homens do campo da Amazônia
(ALIVERTI, 2003).
Os caboclos amazônicos, conhecidos regionalmente como cabôcos15,
são resultantes da miscigenação do índio com o branco, com forte presença
do elemento nordestino e em menor grau o elemento africano, pois os
escravos também participaram da ocupação do território. Os caboclos vivem
em condições simples, em casas de madeira e palafitas. Escola, assistência
médica, transportes e a comunicação ainda são insuficientes e de difícil
controle administrativo, pois a via de transporte básico é a fluvial e o caboclo
precisa dela até para falar com seus vizinhos. Por isso é muito comum se ver
nos rios crianças pequenas, menores de cinco anos, remando às vezes
13
Rodovia federal concluída em 1970 ligando Belém à capital do Brasil, Brasília.
14
Ramais ± HVWUDGDVUXGLPHQWDUHVHPOHLWRQDWXUDOWDPEpPFRQKHFLGDVFRPR³YLFLQDLV´DEHUWDVD
partir de rodovias de maior porte.
15
CabôcoFRUUXSWHODGDSDODYUD³caboclo´TXHVLJQLILFD³YLQGRGRPDWR´
34
sozinhas nas pequenas embarcações que são tão comuns na região
(XIMENES, 1992).
Os caboclos são o elo entre o homem branco e o índio e detêm grande
conhecimento sobre a fauna e a flora regional. Eles extraem da natureza
farta seus alimentos e seus remédios e baseado na natureza é o universo
imaginário, os mitos e lendas que são fonte de sabedoria para eles,
UHSDVVDGD SDUD DV QRYDV JHUDo}HV DWUDYpV GDV QDUUDWLYDV RUDLV RX ³FRQWRV
GH FDE{FR´ 6,0®(6 %DVHDGRV QHVVH XQLYHUVR LPDJLQiULR p que
muitas vezes eles justificam os fatos da vida (ALIVERTI, 2003).
Convivendo diariamente com a mata, com a fartura dos rios e o clima
constantemente quente e úmido, os caboclos às vezes são morosos e
parecem não ter ambição. Sentam na porta de casa para pescar e muitas
vezes não constroem todas as paredes da casa porque em um dos lados a
chuva não bate, mas segundo Ximenes (1992), o homem rural da Amazônia
é fruto das benesses do seu habitat.
b) A importância do universo imaginário na sociedade ribeirinha
Quando se entra na mata tem-se a estranha sensação de estar sendo
observado por algo ou alguém indefinido (SIMÕES, 1995). O próprio Mário
de Andrade fala dessa sensação (ANDRADE, 1938 - pg. 76). É de se pensar
que isso seja provocado pelo excesso de imaginação, mas os imigrantes que
vieram do sul do Brasil para o sul do Pará, não suportam esse olhar
constante e para afastar o que temem, mas não veem, desmatam
completamente muitos metros de floresta em volta de sua nova morada,
mantendo o solo varrido e a descoberto, para dificultar o nascimento de
qualquer vegetação (E-HUSNY, 1999). Essa presença estranha de seres
que não são vistos é considerada realidade na Amazônia (ALIVERTI, 2003).
Para o ribeirinho tudo a sua volta está cheio de magia e entidades
LPDJLQiULDV ³2 FDE{FR Yr PDUDYLOKD QDV FRLVDV´ /285(,52 SJ ±
1995). Assim sendo, ele mistura um pouco da realidade com o universo
35
imaginário para justificar, explicar e resolver seus problemas. Assim, ainda
hoje as lendas desempenham função social relevante em algumas
sociedades da Amazônia, apresentando as soluções sociais para os
problemas do dia-a-dia para os que vivem longe da autoridade e da lei.
Desse modo, a mãe que não possui filhos pede para criar o filho de uma
parenta ou uma amiga que tenha muitos e se torna manha-nungára; aquele
que não tem pai pode ser encantado, pois é filho do boto (OLIVEIRA, 2007) e
assim por diante. Os caboclos estabelecem uma ordem social para a
adoção, as relações extraconjugais, seus frutos, e outros problemas
(ALIVERTI, 2003).
4.2.2. Estudos dos textos16
1º. Estudo: sobre o texWRGDFDQomR³)RL%{WR6LQKi´
a) A lenda
Em noite de festa à beira do rio, o boto17 se transforma em um belo
rapaz, que se veste todo de branco e usa um chapéu, também branco. Esse
chapéu, que nunca é retirado, serve para esconder o orifício que o boto,
enquanto peixe tem na testa e usa para respirar. Bonito, elegante e bem
vestido, segundo as narrativas caboclas de Simões (1995), é ³ERPGDQoDGRU
HERPEHEHGRU´
Conquista as mulheres jovens, solteiras ou não. Nas festas dança,
conversa e namora. Depois, convida a moça para passear e a seduz. Seu
poder de sedução é incrível, hipnótico. Após o envolvimento sensual, o boto
se atira no rio e volta à sua forma animal. A namorada, encantada, fica triste.
Muitas vezes adoece e finda por se atirar no rio à procura do seu amado. As
que resistem ao suicídio acabam por parir uma criança que pode ser boto, já
nascer na forma de peixe ou ser normal.
Tendo por base a Dissertação de Mestrado de Aliverti (2003).
Mamífero aquático da família dos delfinídeos (golfinho).
36
16
17
O boto também é atraído pelo odor da menstruação feminina, que ele
SHUFHEHGHQWUR G¶iJXD PHVPR HVWDQGR ORQJH R TXH SRGH OHYi-lo a possuir
PXOKHUHVGHQWURG¶iJXD
O boto também tem sua versão feminina, mas essa não se humaniza.
$VHGXomRVHGiGHQWURG¶iJXDTXDQGRRVKRPHQVYmRVHEDQKDU$³ERWD´18
os seduz até ser possuída, levando-os para o fundo do rio. Dizem que o
órgão sexual da bota proporciona tal prazer, que quando um homem é
HQFRQWUDGR GXUDQWH R DWR VH[XDO FRP R DQLPDO Vy VDL GH Oi ³D SHVR GH
FKLFRWH´ $/,9(57,
b) O boto na sociedade amazônica.
O boto é um animal amigo do homem. Ajuda o náufrago a salvar-se,
ampara as canoas em banzeiros19 e temporais; enxota cardumes para as
margens, para os pescadores e acompanha as embarcações em que viajem
mulheres grávidas.
É um tipo de golfinho da Amazônia encontrado nas cores branca, preta
e cor-de-rosa. O mais comum é o boto tucuxi, o golfinho preto. Não é morto
para servir de alimento e sua pesca só se dá para fins de magia. Dele são
extraídos os olhos e os órgãos sexuais, que se assemelham aos órgãos
humanos e servem como amuleto ou atrativo para as questões amorosas se
preparados de acordo com os processos da pajelança amazônica. Tanto os
olhos quanto os órgãos sexuais são de um poder atrativo fantástico, dizem
os vendedores do mercado do Ver-o-Peso em Belém (OLIVEIRA, 2007). Os
olhos são vendidos secos e devem ser usados dentro de um recipiente que
permita que se enxergue através dele e assim, olhar para a pessoa que se
quer seduzir. Aquele que for visto através do recipiente onde o olho esteja
será magicamente atraído. Já o órgão sexual tem que ter um pedaço retirado
Bôta ± termo usado pelos cabôcos para o bôto fêmea.
Banzeiros ± movimento das águas, que provoca ondulações, ondas no rio.
37
18
19
e colocado dentro do vidro de perfume20 usado diariamente: para os homens
é usado o sexo do boto macho e para as mulheres, o do boto fêmea.
6RFLDOPHQWH SHUIHLWR R PLWR GR ³ERWR´ DLQda se mantém vivo até hoje
por resolver inúmeros problemas da sociedade ribeirinha. Não existem
relatos que falem de violência sexual. O envolvimento sexual com o boto é
irresistível e mágico, nunca agressivo. A relação com o boto não é crime
social, não gera sentimento de culpa, não pode ser considerada traição nem
vergonha. Todos os envolvidos foram vítimas das forças da natureza
(ALIVERTI, 2003).
c) Poema³)RL%{WR6LQKi´GH$QW{QLR7DYHUQDUG
1º. Tajá-Panema chorou no terreiro,
2º. E a virgem morena fugiu no costeiro.
3º. Foi Bôto, Sinhá...
4º. Foi Bôto, Sinhô!
5º. Que veio tentá
6º. E a moça levou
7º. No tar dansará,
8º. Aquele doutô,
9º. Foi Bôto, Sinhá...
10º. Foi Bôto, Sinhô!
11º. Tajá-Panema se poz a chorá.
12º. Quem tem filha moça é bom vigiá!
13º. O Bôto não dorme
14º. No fundo do rio
15º. Seu dom é enorme
16º. Quem quer que o viu
17º. Que diga, que informe
O Perfume do Boto já é vendido pela internet em vários sites como os do Mercado Livre e OLX.
38
20
18º. Se lhe resistiu
19º. Bôto não dorme no fundo do rio...
d) Sobre o poema
Palavras de uso regional:
- 1º verso: tajá-panema ± tajá. Planta de folhas grandes e sem flor, muito
comum e variada na Amazônia; panema: palavra indígena para tristeza.
O tajá-panema é uma variedade de tajá que expele gotas de líquido de
suas folhas. Essas gotas são vistas como o choro da planta. É dito pelo
povo da região que esse fenômeno se dá como prenúncio de uma
desgraça ou acontecimento triste (CASCUDO, 1972).
- 2º verso: costeiro ± orla do rio.
- 7º verso: tar ± tal. Escrito com r no final para imitar a maneira cabocla
de falar. Na região Norte é comum a troca do l pelo r no final de
palavras.
- 7º verso: dansará ± dançaral, local descampado de chão batido,onde
se realizam as festas ribeirinhas onde o boto costuma aparecer.
- 15º verso: dom ± referente ao poder de encantamento do boto e/ou ao
órgão sexual.
Características do falar da região amazônica presentes na grafia:
- Corte do ³r´ final das palavras: doutô e Sinhô;
- A troca do ³s´ pelo ³r´ na palavra: tar.
- Corte do ³r´ final dos verbos no infinitivo: tentá (tentar), chorá (chorar) e
vigiá (vigiar).
- Colocação do ³u´ no lugar do ³o´ em final de palavras: rio = riu, que
rima com resistiu.
- O uso do pronome pessoal reto ³tu´.
39
É VHPSUHRPHVPR³HX-OtULFR´TXHm narra a estória, mas o narrador se
dirige a duas pessoas diferentes: Sinhá e Sinhô, o que pode alterar o
direcionamento cênico-gestual do intérprete (ALIVERTI, 2003).
(VWXGRVREUHRWH[WRGDFDQomR³&REUD-*UDQGH´
a) A lenda
³4XHP D Yr ILFD FHJR TXHP D RXYH ILFD VXUGR H TXHP D VHJXH ILFD
ORXFR´ 0217(,52 $FREUD-grande, boiúna ou boiaçú21 é uma cobra
de proporções gigantescas. Pode ser escura, ou ter as cores: vermelha,
preta e amarela. Seus olhos, fora da água, têm uma luz própria, forte e
brilhante, que hipnotiza e paralisa suas vítimas e desnorteia os navegantes.
Do seu rastro fundo no chão surgem os rios e igarapés.
De apetite voraz, além de atacar em terra, faz virar canoas e até barcos
grandes, a fim de devorar seus passageiros e tripulantes. Matá-la atrai
desgraça e ruína. Muitos que a viram voltaram mudos, com febre e
assombrados. Ataca sempre para matar.
A Cobra-Grande também é mágica. Transforma-se em navio, vapor ou
canoa, e quando sente a aproximação de outra embarcação, voa e
desaparece. Pode imitar o barulho de um motor de barco ou ser silenciosa
como todo réptil. Parece um imenso tronco de árvore boiando na superfície
das águas (ALIVERTI, 2003).
b) A cobra-grande (boiúna) no contexto real
A boiúna é uma lenda baseada em fatos reais. A fauna amazônica é
rica em espécies de ofídios e muitos deles alcançam grandes proporções
quando adultos. Dessa maneira, é comum ainda hoje se ouvir relatos reais
sobre pessoas e animais devorados inteiros por cobras imensas.
21
Do Tupi: Mboi-cobra + una - preta, ou Mboi ± cobra + açu - grande. Também escrita como está
no verso da canção: Boi-Úna, palavra composta.
40
Muitos povoados ribeirinhos ainda não têm energia elétrica, as pessoas
não dispõem de armas possantes, o meio de transporte é uma canoa e as
construções são frágeis tramas de palha e madeira, na maioria palafitas. A
população se sente à mercê do animal (ALIVERTI, 2003).
c) Poema³&REUD-*UDQGH´GH:DOGHPDU+HQULTXH
1º. Crédo! Cruz!
2º. Lá vem a Cobra-Grande,
3º. Lá vem a Boi-Una de prata!
4º. A danada vem rente à beira do rio...
5º. E o vento grita alto no meio da mata!
6º. Crédo! Cruz!
7º. Cunhantã te esconde
8º. Lá vem a Cobra-Grande
9º. Á-á...
10º. Faz depressa uma oração
11º. 3¶UDHODQmRWHSHJDU
12º. Á-á...
13º. A floresta tremeu quando ela saiu...
14º. Quem estava lá perto de medo fugiu
15º. E a Boi-Úna passou logo tão depressa,
16º. Que somente o clarão foi que se viu...
17º. Cunhantã te esconde, etc...
18º. A noiva Cunhantã está dormindo medrosa,
19º. Agarrada com força no punho da rêde,
20º. E o luar faz mortalha em cima dela,
21º. Pela fresta quebrada da janela...
22º. Êh Cobra-grande
23º. Lá vai ela...
41
d) Sobre o poema
Observa-se marcante presença de medo real no texto:
- 1º e 6º versos, quando o narrador esconjura a cobra;
- 7º verso, quando exorta a moça a fugir;
- 9º e 12º versos com o vocalize ³á-á´, que é usado como expressão de
temor;
- 10º e 11º versos quando o narrador aconselha à moça que peça a
proteção divina;
- 14º verso, que diz que todos fugiram de medo;
- 17º verso, quando o narrador aconselha a cunhantã a se esconder.
$ VHQVDomR GH LPSRWrQFLD FRQWUD D IHUD p FODUD SRLV DWp D ³IORUHVWD
WUHPHXTXDQGRHODVDLX´ YHUVR HROXDUTXHFODUHDQGRDILJXUDGD
jovem, revela à cobra onde está a presa, é considerado como uma
mortalha (20º e 21º versos). Não há como escapar da fatalidade
(ALIVERTI, 2003).
A boiuna tem muitas armas. É rápida (15º verso) e silenciosa (16º
verso). O clarão mencionado nesse verso é a luz hipnótica que sai dos
olhos da cobra e paralisa suas vítimas.
Apesar de ser muito regional como tema, há nos versos apenas duas
palavras regionais:
- 7º e 17º versos: cunhantã ± moça.
- 3º e 15º versos: boiúna ± cobra-grande.
Há só uma variação de foco narrativo no texto, quando o narrador se dirige à
cunhantã (ALIVERTI, 2003).
42
CAPÍTULO 5 ± O ESTUDO CÊNICO
³$ FDUDFWHUL]DomR p D PiVFDUD TXH HVFRQGH R
indivíduo-ator. Protegido por ela pode despir a alma
DWpR~OWLPRRPDLVtQWLPRGHWDOKH´(STANISLAVSKI,
2006, p. 79)
A importância da performance de palco para o cantor lírico já foi
abordada nos capítulos anteriores deste trabalho. Como estudá-la será o
foco deste capítulo. Alguns termos técnicos usados são provenientes da área
das artes cênicas, mais especificamente do teatro, por acharmos que eles
expressam melhor algumas ideias sobre a performance.
O aluno de canto lírico deverá habituar-se a tratar cada peça musical
RX FDQomR FRPR XPD SHTXHQD SHoD WHDWUDO H FDGD ³HX-OtULFR´22 como uma
individualidade, uma personagem.
5.1. COMO REALIZAR O ESTUDO CÊNICO BASEADO NO ESTUDO DO
TEXTO POÉTICO
Após o estudo do texto, o aluno delimitará as características
SDUWLFXODUHVGHFDGD³HX-OtULFR´SDUDWUDoDUXPSHUILOSVLFROyJLFRDGHTXDGRD
cada um, criando a performance de cada personagem. Essa etapa deve
seguir os passos:
- 'HOLPLWDomRGR³HX-OtULFR´
- Aprofundamento psicológico: conhecimento da personagem, sua
maneira de ser, de pensar e de ver o mundo.
- Criação cênica: de posse de todo o conhecimento anterior, o cantor
desenvolverá o conjunto de gestos, expressões faciais e alterações
timbrísticas que irão compor a personagem de cada peça musical.
22
³HX-OtULFR´quando o poeta expressa sentimentos que realmente não sentiu, tratando-se então
não de seu eu real, mas de um eu poético, ou lírico. É o sujeito da ação do texto poético.
43
É nessa etapa do estudo que há necessidade de uma sistematização
que permita ao cantor organizar suas ideias sobre a performance e as
personagens.
5.2. CRIANDO UM INSTRUMENTO PARA AUXILIAR A CONCEPÇÃO DA
PERFORMANCE
Para que o alunado de canto possa desenvolver um sistema de
pensamento para a criação da personagem de cada peça, será apresentado
nesse capítulo um instrumento que visa facilitar a criação perfomática e é
inteiramente direcionado ao alunado de canto lírico.
Realizamos no capítulo anterior o estudo dos textos das canções com
suas palavras, sentido, e contexto. Agora, esse estudo será aprofundado
para se chegar ao estágio cênico, uma fase de desenvolvimento e
DSURIXQGDPHQWRSVLFROyJLFRGDSHUVRQDJHPTXHHVWiQR³HX-OtULFR´GRWH[WR
3DUD TXH LVVR DFRQWHoD RV DOXQRV WrP TXH FULDU LQWLPLGDGH FRP HVVH ³HXOtULFR´ GR WH[WR H SDUD LVVR GHYHUmR GLDORJDU com ele para conhecê-lo
melhor.
$VVLPR³HX-OtULFR´GRWH[WRRXDSHUVRQDJHPTXHRGL]VHUiDERUGDGR
através de questionamentos feitos pelo aluno. Cada resposta deverá ser o
mais complexa possível, pois quanto mais precisas forem as informações
obtidas, mais elementos o aluno terá para embasar sua interpretação. As
respostas deverão ser extraídas do próprio texto e poderão estar nele de
forma clara ou subentendida, mas também podem ser necessárias outras
fontes de pesquisa.
Precisa-se de muita informação sobre uma personagem para
interpretá-la de forma adequada: quem ela é? Como é física e
psicologicamente? O que está dizendo ou fazendo? Para quem diz ou faz
aquilo? Por quê? Onde vive? Como lhe afetam os acontecimentos da vida?
Onde está no momento da ação do texto?
44
Para extrair essas informações do texto poético, foram usados como
base os questionamentos de Silveira23 em suas técnicas para o teatro
aplicado à educação. Foi elaborado um pequeno questionário a ser aplicado
a cada canção ou peça musical. O questionário consta de poucas perguntas
para ser objetivo e não cansar o aluno, mas levá-lo a obter respostas diretas
para ter eficácia como instrumento de auxílio em sala de aula. A este
questionário chamaremos de: Ficha de Montagem Interpretativa.
5.2.1. A Ficha de Montagem Interpretativa
Ficha de Montagem Interpretativa
Aluno:
Obra musical:
Compositor:
Informações do texto
1.
Qual o tema principal do texto?
2.
Quem está narrando ou dizendo o texto?
3.
Porque essa pessoa diz o texto?
4.
$TXHPDSHVVRD R³HX-OtULFR´ ou o narrador), se dirige?
5.
Onde está a pessoa que diz o texto?
Através das respostas dadas na Ficha de Montagem Interpretativa o
cantor se conscientizará de quem é a personagem, como é, o que está
dizendo ou fazendo, por que e onde está. Arredondo e Diago (2009)
apresentam vários instrumentos de avaliação dos quais foram extraídas
In Leite (1976)
23
45
idéias, modelos de formulários e as fichas elaboradas para este trabalho. A
complexidade da informação ficará por conta das respostas.
5.2.2. Respondendo as perguntas da Ficha de Montagem Interpretativa
Serão apresentadas, a seguir, as explicações pertinentes a cada
pergunta. Caberá ao professor explicar aos alunos o porquê de cada
pergunta e como respondê-la de maneira a extrair o máximo de informações
do texto.
1)
Qual o tema principal do texto?
O tema do texto sugere a inflexão emocional da interpretação. Ao
responder sobre o assunto tratado pelo texto, sobre o que ele versa, qual o
VHX WHPD SULQFLSDO R DOXQR FRPHoDUi D WUDoDU XP SHUILO HPRFLRQDO GR ³HXOtULFR´ O texto pode falar sobre: amor, tristeza, felicidade, poderá ser uma
homenagem24, louvor a uma entidade, narração de um fato, um desabafo,
narração de uma história ou nenhum assunto específico e apenas efeitos
onomatopaicos25. Se assim é, com que fim isso é feito?
O aluno deve precisar o tema do texto e o seu grau de profundidade.
Às vezes o texto é despretensioso26. Outras vezes fala de sentimentos muito
profundos27, de uma grande dor ou uma confusão de sentimentos. Do tema
principal surgirá também a postura inicial para cantar uma peça, que envolve
posicionamento do corpo, direcionamento do olhar, etc.
2)
Quem está narrando ou dizendo o texto?
Com essa resposta o aluno saberá quem é o protagonista ou os
³SDUWLFLSDQWHVDWLYRVGDDomRGRWH[WR´ 1DQGL, 2004). 4XHPpR³HX-OtULFR´GR
24
/LHG³=XHLJQXQJ´RS1± Richard Strauss
25
([FDQomR³'HQ-EiX´GH&DPDUJR*XDUQLHUL
26
([FDQomR³0DQGDRWLUR WLUROi´GH9LOOD/RERV
27
([FDQomR³3RXUTXRL"´GH7FKDLNRYVN\
46
texto? O aluno terá que dizer se quem diz o texto ou quem fala através dele
é um homem, uma mulher, uma criança, um velho, ou um narrador
impessoal. Deverá saber se é rico, pobre, mendigo, índio, estrangeiro. Qual
sua nacionalidade? Qual seu nível intelectual? Como essa pessoa vive, onde
ela mora, o que faz para se divertir, como se veste, como anda, gesticula,
como olha? Em que época ela nasceu e como se vivia nessa época?28 Do
que ela gosta, como ela é interiormente e exteriormente? Como é sua
postura, qual sua idade. Existe mais de uma pessoa se manifestando nele?
Existe um narrador impessoal? Em que parte ou partes isso acontece? Quais
são as mudanças de foco narrativo?
Ao responder as perguntas, o aluno deve se esforçar ao máximo para
VHU PLQXFLRVR DILQDO GH FRQWDV GHYHUi DVVXPLU HVVH ³HX-OtULFR´ HVVD
personagem no palco. Dessa minúcia nascerá a precisão dos detalhes que
evidenciará o cantor que domina sua performance. Deverá procurar as pistas
no próprio texto e seu conteúdo explícito e implícito, por que, às vezes o
texto não diz claramente o que se quer saber, mas dá pistas pelo vocabulário
usado, pelo estilo, pela mensagem, pela maneira de se expressar coma as
palavras, pelos erros de grafia propositais do texto (KINBALL, 2006). Cada
SRHVLD FDGD WH[WR WHP VHX ³HX-OtULFR´ GLVWLQWR TXH TXDQWR PDLV EHP
construído na mente do executante, mais elementos oferecerá para um boa
performance de palco. O cantor tem que saber o que pensam, como são,
como agem, como se movem esses personagens e assim saberá com se
conduzir durante a performance.
3)
Porque essa pessoa diz o texto?
O intérprete tem que saber qual sentimento ou razão move a pessoa
TXH GL] R WH[WR R ³HX-OtULFR´ 4XDO R PRWLYR D HPRomR TXH D OHYD D GL]HU
aquelas palavras. É arrependimento29, é a vontade de falar consigo mesmo,
28
Contextualização.
29
&DQomR³$EDOXDLr´GH:+HQULTXH
47
de tecer reflexões, é o gosto por lembrar alguma coisa boa, é saudade, é
desespero, é desdém30, é uma prece? Se for um conselho, por que a pessoa
o quer dar? O aluno deve precisar o porquê de o texto estar sendo dito.
Quem tem medo, por exemplo, pode fazer a mesma pergunta de quem
HVWiDQVLRVR³TXHPp"´HFRPRLVVRSRGHVRDUGLIHUHQWHHPFDGDFDVRRV
gestos e o olhar poderão diferenciar cada situação (STANISLAVSKI, 2004).
Também pode haver vários sentimentos conflitantes em uma mesma
31
peça . Cada uma das ideias ou sentimentos manifestados durante a poesia
deverá promover diferenciações de ação cênica. Durante o estudo, essas
alterações emocionais deverão ser descritas e anotadas nas passagens
musicais onde se manifestaram, para que o aluno possa trabalhar
posteriormente na criação de sua gestualidade.
$TXHPHVVDSHVVRD R³HX-OtULFR´RXRQDUUDGRU VHGLULJH"
2DOXQRSUHFLVDVDEHUDTXHPRXDTXHR³HX-OtULFR´DSHVVRDTXHGL]R
texto, se dirige. Ela fala consigo mesma, com Deus32, com um amigo, com
seu amado ou amada, com o público diretamente, com um objeto?33 A
personagem pode falar com tudo e todos a sua volta, com o espelho34, com
as flores do jardim ou com uma entidade imaginária. Identificando o alvo do
texto, a direção olhar, a maior parte dos gestos e da postura de palco
durante a performance dependerá disso.
5)
Onde está a pessoa que diz o texto?
4XDO R FHQiULR D YROWD GR ³HX-OtULFR´" &KHJRX D KRUD HP TXH R DOXQR
constrói seu cenário mental. Onde está a pessoa que diz o texto? Numa
casa, num palácio, num jardim, olhando por uma janela? O que ela vê diante
de si? Uma paisagem, o mar, o horizonte? Ela está na janela conversando
30
&DQomR³6HJXLGLOOD0XUFLDQD´GH'H)DOOD
31
ÈULD³ÊVWUDQRqVWUDQR6HPSUH/uEHUD´GDySHUD/D7UDYLDWDGH9HUGL
32
&DQomR³(QSULqUH´GH)DXUp
33
ÈULD³$GLHXQRWUHSHWLWHWDEOH´GDySHUD0DQRQGH0DVVHQHW
34
ÈULD³9HVWLODJLXED´ySHUD,3DJOLDFFLGH/HRQFDYDOOR
48
com os lírios do jardim35 ou falando com uma criança que está no berço?36
Assim, o lugar onde a personagem está, a posição em que está o alvo do
seu discurso e todos os elementos que compõe a cena descrita no texto,
deverão estar presentes neste cenário. É assim que se cria a imagem base
que constituirá o cenário mental de cada peça na música de câmera. O
cantor deverá se voltar para a direção na qual for colocado o alvo do
discurso.
Este cenário mental ajudará o cantor em dois aspectos muito
importantes: na sua concentração durante a execução, pois sua mente
deverá estar voltada para essa construção imaginária ao invés de se dedicar
à observação do mundo real à sua volta; e para auxiliar na memorização,
pois mais um fator de associação à lembrança do texto, a imagem mental, é
introduzido na memória.
Esse cenário não pode mudar a cada execução. Ele é fixo em nossa
mente e diferente para e cada canção. Cada peça ou ária tem um cenário
mental próprio que nós montaremos em nossa mente para toda a vida, de
maneira que, se nós voltarmos a cantar uma canção anos depois da última
apresentação, o cenário continuará o mesmo, nos ajudando a lembrar da
cena, dos gestos e até da letra da música. O cenário mental ajuda o cantor a
se concentrar na mensagem do texto e ignorar a presença do público
durante a sua atuação. Isso ajuda no controle dos nervos no palco. Assim,
quando entramos em cena para cantar, ao invés de pensarmos em uma
pessoa que nos assiste, ou na banca julgadora que nos analisa, devemos
estar concentrados na montagem e manutenção do cenário e na história de
vida da nossa personagem e procurar nos relacionar no plano mental e físico
com esse cenário e com essa personagem. Como se faz isso? Como nos
relacionamos com um cenário que só existe em nossa mente? Direcionando
nossos gestos para aquilo que está no cenário como se de fato ali estivesse.
35
&DQomR³0HXÒOWLPR/XDU´GH:DOGHPDU+HQULTXH
36
ÈULD³6XPPHUWLPH´GDySHUD3RUJ\DQG%HVVGH*HUVKZLQ
49
Se cantarmos para o mar, por exemplo, podemos posicioná-lo mentalmente
no horizonte a nossa frente, em um determinado ponto e ele não se moverá
dali, pois é o mar e ele só se transformará em outra coisa, como uma
floresta, por exePSORVHRWH[WRDVVLPRGLVVHU1DFDQomR³0LQKD7HUUD´GH
Waldemar Henrique, um cenário louco com sol, lua, palmeiras, mar,
cachoeiras e namorados convivem harmonicamente na poesia. Assim
também deverá ser no cenário mental do cantor. Já a maneira de fazermos
cada gesto, cada olhar dependerá de nossa concepção sobre a personagem
e seu todo psicológico, histórico e cultural.
5.3. DIRECIONANDO O PENSAMENTO PARA A PERFORMANCE
É necessário que o professor de canto participe ativamente da fase
inicial do processo de concepção interpretativa do aluno. O aluno deverá ser
instruído para utilizar todo o conhecimento adquirido com os estudos
anteriores para dominar o palco e de suas ações durante a performance.
Assim sendo, ao subir no palco, ao invés de pensar no público sentado na
plateia olhando para ele e em sua responsabilidade de bem executar um
trecho musical, o cantor deverá estar concentrado em duas coisas:
1ª. Montar mentalmente o cenário com o qual se relacionará durante a
execução da peça. Se o cantor vai falar da beleza do sol que lhe
doura, este sol tem que estar em algum ponto do cenário, um lugar
fixo, e para este lugar ele voltará o olhar, ou o gesto quando da
menção do astro. Assim será durante toda a execução.
4XHPpVXDSHUVRQDJHPR³HX-ltULFR´RXHPRXWUDVSDODYUDVTXHP
é ele, o cantor, naquela peça musical. O pensamento na maneira de
VHUGHVHQWLUGHSHQVDUGHDJLUHUHDJLUGR³HX±OtULFR´HHPFRPRHOH
se sente no momento em que está dizendo o texto.
50
5.4. EXEMPLIFICANDO A UTILIZAÇÃO DA FICHA DE MONTAGEM
INTERPRETATIVA
Será apresentada a seguir, como um exemplo, uma ficha preenchida
FRPEDVHQRHVWXGRGRFDStWXORDQWHULRUVREUHDFDQomR³7DPED-WDMi´(VVD
canção foi escolhida por ser a de texto mais curto.
Tendo em mente que o aluno já teve acesso às informações e estudos
anteriores a essa etapa, ou seja, o aluno já tem noção de contexto e não tem
mais problemas com as palavras e sentido do texto, as informações que
foram colocadas no questionário são simples e passíveis de serem
observadas por um aluno.
O aluno que houvesse estudado o texto poderia dar algumas das
informações acima. Só que, com o questionário, as ideias se organizam
mentalmente e fica bem mais fácil saber como um cantor deverá se
posicionar para cantar essa canção. Fazendo algumas breves considerações
sobre as informações contidas na ficha, pode-se concluir:
- Nessa canção, embora haja um crescendo significativo, não cabem
arroubos demasiados, como o ímpeto italiano, pois contrastaria com a
atmosfera da peça e se chocaria culturalmente com o eu ± lírico do
texto;
- 1mR Ki PXGDQoD GH IRFR QDUUDWLYR ³D PRoD´ FDQWD VHPSUH SDUD D
planta;
- Quem canta, o faz para uma planta, logo não pode estar olhando
constantemente para o céu, por exemplo;
- O gestual deverá ser delicado, pois é feminino;
- O andamento não deve ser rápido, pois destoaria do cenário de calma
e tranqüilidade.
Para verificar se a Ficha de Montagem Interpretativa realmente pode
auxiliar o aluno de canto, iremos testá-la em alguns alunos de canto lírico em
instituições gabaritadas para o ensino da música. Esse teste será mostrado
no capítulo seguinte desta pesquisa.
51
Ficha de Montagem Interpretativa
Aluno: XXXXXXXXXXXX
Obra musical: FDQomR³7DPED-WDMi´
Compositor: Waldemar Henrique
Informações do texto para o estudo interpretativo
1.
Qual o tema principal do texto?
É um pedido de proteção ao amor e de exclusividade também, feito por
alguém para a planta tamba-tajá. O texto também pode ser visto como uma
prece mística.
2.
Quem está narrando ou dizendo o texto?
É uma mulher. O jeito de falar, a suavidade do discurso é de mulher. Ela é
jovem, pois ainda pensa no amor com aquela premência da juventude.
Acredita no poder místico da planta, logo é ingênua e deve morar na beira
do rio, logo deve ser uma cabôcla típica da Amazônia. Também conhece a
lenda da planta. Tudo aponta para uma personagem bem regional.
3.
Porque essa pessoa diz o texto?
Porque está apaixonada e teme perder seu amor. Quer proteção, se sentir
segura. Está se prevenindo de uma possível perda e fazendo o que pode
para mantê-lo a salvo. Isso é muito importante para ela, pois ela repete
muitas vezes a palavra tamba-tajá. Isso denota confiança na força da planta.
4.
$TXHPDSHVVRD R³HX-OtULFR´RXRQDUUDGRU VHGLULJH"
Para a planta tamba-tajá que tem o poder de proteger os que se amam.
5.
Onde está a pessoa que diz o texto?
Cercada pela natureza e pelo verde da Amazônia. Eu a vejo na parte de trás
de uma casinha de madeira, bem típica da região, com uma rede no quarto
e sem pintura. Em um canto escondido do quintal tem um pé de tamba-tajá
e é lá que a moça está. É final de tarde e ela está só e pode dar livre vazão
às suas emoções. O rio fica ali perto e tudo está cercado por uma atmosfera
de calma e quietude e pelo acompanhamento dolente, parece que alguém
se embala na rede lá dentro.
52
CAPÍTULO 6 ± RESULTADOS:
7(67$1'2$³),&+$'(0217$*(0,17(535(7$7,9$´
Após a realização das avaliações dos alunos nas apresentações antes
e depois da utilização da Ficha de Montagem Interpretativa, foram reunidos
os resultados que serão apresentados neste capítulo. A apresentação será
feita através de planilhas chamadas de Planilhas das Avaliações de
Desempenho dos Alunos. Nessas planilhas será mostrado o desempenho de
performance dos alunos de canto das duas instituições participantes (UFGO
e UFBA) antes e depois da utilização da Ficha de Montagem Interpretativa.
6.1. DESCRIÇÃO DA PLANILHA DE AVALIAÇÃO
A planilha apresenta:
- 1° campo: o número de alunos avaliados;
- 2º campo: nome abreviado dos alunos participantes (a abreviação foi feita
para resguardar a identidade dos alunos);
- 3° campo: média da 1ª avaliação das apresentações dos alunos (antes da
XWLOL]DomRGD³)LFKDGH0RQWDJHP,QWHUSUHWDWLYD´
- 4º campo: média da segunda avaliação dos das apresentações dos alunos
GHSRLVGDXWLOL]DomRGD³)LFKDGH0RQWDJHP,QWHUSUHWDWLYD´
- 5° campo: diferença de pontos entre a primeira e segunda avaliação;
- 6º campo: qualificação da diferenciação de pontuação das avaliações em:
a) Crescente: houve diferença para melhor na interpretação do aluno
DSyVDXWLOL]DomRGD³)LFKDGH0RQWDJHP,QWHUSUHWDWLYD´
b) Decrescente: houve diferença para pior na interpretação do aluno
DSyVDXWLOL]DomRGD³)LFKDGH0RQWDJHP,QWHUSUHWDWLYD´
c) Nula: não houve diferença alguma na interpretação do aluno após a
XWLOL]DomRGD³)LFKDGH0RQWDJHP,QWHUSUHWDWLYD´
d) Não contabilizada: em caso de falta a uma das avaliações, a
participação do aluno não será contabilizada.
53
6.1.1. Tipo de avaliação
Para a obtenção de resultados mais rápidos e eficientes foram feitas
avaliações quantitativas, tanto do desempenho dos alunos, quanto da
eficácia da Ficha de Montagem Interpretativa.
6.2. PLANILHA DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS DA 1ª INSTITUIÇÃO:
ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS DA UFGO
Universidade Federal de Goiânia ± Escola de Música e Artes Cênicas
Alunos
1ª
2ª
Diferença
Diferença: crescente,
Avaliados
Avaliação
Avaliação
de pontos
decrescente, nula ou
não contabilizada
Avaliador: Profª Dra Ângela Jardim
01 A.A.S.V.
15
37
22
crescente
02 A.S.P.B.
25
44
19
crescente
03 G.A.M.
59
42
-17
decrescente
04 G.W.F.
15
31
16
crescente
05 H.L.C.A.F.
36
54
18
crescente
06 J.G.P.
60
60
---
nula
07 K.M.S.A.
54
56
02
crescente
08 K.C.T.S.
39
53
14
crescente
54
Universidade Federal de Goiânia ± Escola de Música e Artes Cênicas
Alunos
1ª
2ª
Diferença
Diferença: crescente,
Avaliados
Avaliação
Avaliação
de pontos
decrescente, nula ou
não contabilizada
Avaliador: Profª Heloísa Jardim
01 A.A.S.V.
31
35
04
crescente
02 A.S.P.B.
27
37
10
crescente
03 G.A.M.
42
42
--
nula
04 G.W.F.
25
39
14
crescente
05 H.L.C.A.F.
48
52
04
crescente
06 J.G.P.
55
60
05
crescente
07 K.M.S.A.
35
41
06
crescente
08 K.C.T.S.
35
36
01
crescente
Universidade Federal de Goiânia ± Escola de Música e Artes Cênicas
Alunos
1ª
2ª
Diferença
Diferença: crescente,
Avaliados
Avaliação
Avaliação
de pontos
decrescente, nula ou
não contabilizada
Avaliador: Profª Dra Marília Álvares
01 A.A.S.V.
34
45
09
crescente
02 A.S.P.B.
39
53
14
crescente
03 G.A.M.
42
50
08
crescente
04 G.W.F.
33
42
09
crescente
05 H.L.C.A.F.
42
52
10
crescente
06 J.G.P.
50
56
06
crescente
07 K.M.S.A.
45
58
13
crescente
08 K.C.T.S.
43
52
09
crescente
55
6.2.1. Resumo dos resultados das avaliações da 1ª instituição
Avaliações
Contabilizadas
24
Diferenças de
Resultado
Crescentes
21
Diferenças de
Resultado
Decrescentes
01
Diferenças de
Resultado Nulas
02
6.3. PLANILHA DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS DA 2ª INSTITUIÇÃO:
ESCOLA DE MÚSICA DA UFBA
Universidade Federal da Bahia ± Escola de Música
Alunos
1ª
2ª
Diferença
Diferença: crescente,
Avaliados
Avaliação
Avaliação
de pontos
decrescente, nula ou
não contabilizada
Avaliador: Profª Emilia Yasuko Suto
01 A. R.
29
36
07
crescente
02 A.P.A.
40
46
06
crescente
03 A.S.C.
29
46
17
crescente
04 C.E.S.S.
29
37
08
crescente
05 C.H.S.
35
35
--
nula
06 I.J.A.G.
32
36
04
crescente
07 I.F.S.
13
37
34
crescente
08 J.S.S.
17
36
19
crescente
09 K.C.M.
47
48
01
crescente
10 L.L.
34
40
06
crescente
11 M.C R.J.M.
30
faltou
--
não contabilizada
12 M.O.B.
13
23
10
crescente
13 R.S.A.C.
36
38
02
crescente
56
Universidade Federal da Bahia ± Escola de Música
Alunos
1ª
2ª
Diferença
Diferença: crescente,
Avaliados
Avaliação
Avaliação
de pontos
decrescente, nula ou
não contabilizada
Avaliador: Profª Sara Jane da Silva
01 A. R.
32
32
--
nula
02 A.P.A.
37
41
04
crescente
03 A.S.C.
32
53
21
crescente
04 C.E.S.S.
28
31
03
crescente
05 C.H.S.
32
42
10
crescente
06 I.J.A.G.
23
31
08
crescente
07 I.F.S.
12
30
18
crescente
08 J.S.S.
29
29
--
nula
09 K.C.M.
37
41
04
crescente
10 L.L.
34
36
02
crescente
11 M.C R.J.M.
25
faltou
--
não contabilizada
12 M.O.B.
22
30
08
crescente
13 R.S.A.C.
24
35
11
crescente
57
Universidade Federal da Bahia ± Escola de Música
Alunos
1ª
2ª
Diferença
Diferença: crescente,
Avaliados
Avaliação
Avaliação
de pontos
decrescente, nula ou
não contabilizada
Avaliador: Profª Verônica Bispo dos Santos
01 A. R.
40
37
-03
decrescente
02 A.P.A.
37
46
08
crescente
03 A.S.C.
37
52
15
crescente
04 C.E.S.S.
43
46
03
crescente
05 C.H.S.
39
41
02
crescente
06 I.J.A.G.
32
38
06
crescente
07 I.F.S.
25
41
16
08 J.S.S.
36
49
13
crescente
09 K.C.M.
48
49
01
crescente
10 L.L.
39
44
05
crescente
11 M.C R.J.M.
37
faltou
--
não contabilizada
12 M.O.B.
30
29
-01
crescente
13 R.S.A.C.
33
41
08
crescente
6.3.1. Resumo dos resultados das avaliações da 2ª instituição
Avaliações
Contabilizadas
36
Diferenças de
Resultado
Decrescentes
02
Diferenças de
Resultado
Crescentes
31
58
Diferenças de
Resultado Nulas
03
6.4. Planilha de Avaliação dos Alunos sobre a Ficha de Montagem
Interpretativa*
Questões objetivas pelos alunos participantes
Sim
Não
A FMI ajudou a pensar sobre a interpretação?
08
--
Pretende usar novamente?
08
--
* Apenas as respostas objetivas foram consideradas.
Os dados dessas avaliações não puderam ser utilizados, pois a maioria
dos alunos não preencheu a Ficha de Avaliação do Aluno sobre a FMI, que
foi apresentada como opcional. Sendo assim, não foram contabilizadas aqui.
6.5. Resultado geral
No quadro abaixo, pode-se ver os resultados somados das avaliações
dos alunos das duas instituições:
Número de
Diferenças
Diferenças
Diferenças
Índice de
Avaliações
de
de Resultado
de
resultados
Contabilizadas
Resultado
Decrescentes
Resultado
positivos
Crescentes
63
52
Nulas
03
05
82,5%
Como se pode observar pelos resultados mostrados, 82,5% dos alunos
obtiveram resultados positivos quanto à interpretação utilizando a Ficha de
Montagem Interpretativa. Esse índice atesta o sucesso do emprego dessa
ficha como recurso didático para os alunos de canto lírico.
59
CONCLUSÃO
6HJXQGR9HQGUHOO LQ3HUHOOy&DEDOOp*XLWDUW ³FDQWDUHVLOXPLQDU
OD SDODEUD´ (VVD IRL XPD GDV ideias que contribuiu para o pensamento de
que o texto poético é, para os cantores, tão importante quanto o texto
musical na performance. Quando existem ideias que se chocam entre os
dois textos - a música não combina com o texto ou vice-versa- o que
resolverá essa contenda será o texto poético. É por isso que sua
compreensão é tão importante para o cantor e é por isso que este trabalho
foi escrito tendo essa premissa como base.
Após conferir os resultados dos testes com a Ficha de Montagem
Interpretiva, pode-se dizer que esta pesquisa teve saldo positivo. Muitos
professores de canto estimulam os alunos a fazerem pesquisa sobre os
temas das peças que eles deverão estudar, os compositores e o estilo das
obras e consideramos essa pesquisa como fundamental para embasar uma
compreensão de texto. Unida a Ficha de Montagem Interpretativa, o aluno
terá
os
elementos
de
conhecimento
cultural,
estilístico,
dados
composicionais, etc.
Acreditamos que a Ficha de Montagem Interpretativa é um elemento
novo que ajudará o aluno a organizar seu pensamento sobre a performance,
com método e objetividade e isso acelerará o processo de compreensão e
amadurecimento interpretativo. Essa objetividade e aceleração do processo
do pensar performático é muito importante para quem pretende, no futuro, ter
uma carreira musical. O profissional tem que aprender a amadurecer
rapidamente uma peça tecnicamente e cenicamente também. Muitas vezes o
cantor terá que preparar peças para apresentação em pouco tempo,
substituir outro cantor em cima da hora, aproveitar uma oportunidade
profissional que implica em algum repertório novo, etc. e deverá estar pronto
para fazer isso.
Revendo a pergunta de pesquisa abaixo, que alavancou todo este
trabalho:
60
- Já que a interpretação do cantor lírico começa com a compreensão do texto
poético-literário, como conduzir os alunos na compreensão do texto e do
contexto musical de uma peça desde o início do estudo de canto? É possível
criar um sistema para esse processo?
Pode-se observar, pelos resultados mostrados nas avaliações, que é
possível conduzir o aluno no seu modo de realizar sua pesquisa de
interpretação baseado no texto com certo método. Esse estudo de
performance pode ter finalmente um esquema, uma forma simples, mas
eficaz de organizar os pensamentos sobre a performance de uma obra.
O estudo dos textos que mostramos neste trabalho pode servir de
modelo para o estudo de texto dos alunos tanto quanto a Ficha de Montagem
Interpretativa, instrumento didático que poderá ser adotado oficialmente
pelas escolas de música para auxiliar os professores de canto na condução
dos alunos durante o desenvolvimento da compreensão interpretativa.
Este trabalho não pretendeu oferecer grandes novidades sobre a
criação de uma interpretação do ponto de vista da técnica musical. Mas sim,
organizar, potencializar e acelerar o processo de criação performática, o que,
a julgar pelos resultados, foi conseguido. É um passo inicial que pode facilitar
a didática da performance de palco desde as primeiras apresentações dos
alunos, sejam eles do Curso Técnico, quando primeira etapa de estudos ou
do Bacharelado quando se encontre como primeira etapa37.
Toda a preocupação com a performance de palco é válida. O artista
não existe sem o público. Se hoje em dia até no árido mundo do marketing
se fala em encantamento, pois toda a estratégia de vendas se baseia na
SUHPLVVD ³HQFDQWDU R FOLHQWH´38, o músico erudito não pode querer seduzir
pelo cérebro. É preciso voltar a encantar o público, seduzi-lo, envolvê-lo,
arrebatá-lo. A performance tem que ser emocionante para fazer isso. É para
contribuir com isso que este trabalho foi escrito.
Como no caso do Curso de Bacharelado do Pará, que não exige Curso Técnico como prérequisito.
38
Miglani, 2009.
61
37
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