TEORIA 20
Servo Acionamentos
Introdução:
O desenvolvimento desta tecnologia ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial. O
pós-guerra trouxe aumento da qualidade e maior expectativa de vida, uma crescente
preocupação com a saúde e a ecologia, uma maior competição entre as empresas, novos
produtos e serviços. É evidente que todos estes fatores, que no momento mencionado ainda em
evolução, trouxeram uma demanda cada vez maior de produtos e serviços que no passado não
eram oferecidos ou até não eram realizados. Esta demanda cada vez maior de produtos e
serviços, criou uma crescente necessidade de aumento da produção industrial, mantendo-se e,
se possível, aumentando-se os níveis de qualidade, cada vez maiores, nos produtos. Estas
solicitações de incremento de produção em todos os segmentos do mercado exigiram o
desenvolvimento de um novo produto, mais dinâmico, robusto e preciso. Vamos imaginar a
seguinte situação: você, profissional responsável pela produção de uma determinada empresa,
por motivos de concorrência, demanda ou por redução de custos apenas, deseja incrementar
sua capacidade produtiva, basicamente agilizando seus processos produtivos. Como proceder?
Uma das possibilidades seria renovar seu maquinário substituindo as máquinas antigas por
outras mais novas e mais rápidas, mas, com custo altíssimo este procedimento pode ser
facilmente descartado. Uma alternativa seria utilizar algumas técnicas de Retrofitting nas
máquinas atuais, o que, além de mais barato, permite a utilização das mais modernas
tecnologias em acionamentos para a solução de incremento de produção com qualidade.
Figura 1 - Servomotor síncrono SEW-EURODRIVE e servoconversores SEW-EURODRIVE.
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Nestes Retrofittings, umas das tecnologias mais utilizadas é o servo acionamento,
composto por servomotor mais servoconversor.
O QUE E É UM SERVOMOTOR?
O Servomotor é uma máquina síncrona composta por uma parte fixa (o estator) e outra
móvel (o rotor), até aqui nenhuma novidade.
O estator é bobinado como no motor elétrico convencional, porém, apesar de utilizar
alimentação trifásica, não pode ser ligado diretamente à rede, pois utiliza uma bobinagem
especialmente confeccionada para proporcionar alta dinâmica ao sistema.
O rotor é composto por ímãs permanentes dispostos linearmente sobre o mesmo e com
um gerador de sinais chamado “RESOLVER” instalado para fornecer sinais de velocidade e
posição. Observe a figura 2.
Figura 2 - Servomotor.
Quais as características de um servomotor?
De um servomotor são exigidos, entre outros, dinâmica, controle de rotação, torque
constante e precisão de posicionamento.
As características mais desejadas nos servomotores são o torque constante em larga faixa de
rotação (até 4500 rpm), uma larga faixa de controle da rotação e variação (até 1:3000) e alta
capacidade de sobrecarga (3 x Mo). Estas características são facilmente obtidas através do
modo de controle CFC (Current Flux Control), especialmente desenvolvido para a otimização
de servomotores nos servoconversores da linha MOVIDRIVE®, MOVIDRIVE® Compact e
MOVIDYN®, da SEW-EURODRIVE. Atente para a figura 3.
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Figura 3 - Características requeridas do servomotor.
O Torque nominal (CMO) de um motor é determinado pelas
seguintes características construtivas do motor.
C MO =
P ⋅ 0,955
n
O Torque máximo (Mmáx) é 3 x Mo do motor. Em função da potência do
servoconversor utilizado, o Torque máximo que se pode alcançar também poderá ser menor.
Os servomotores devem possuir momento de inércia da massa do rotor, menor do que
em relação aos motores assíncronos trifásicos, devido às grandes solicitações de dinâmica.
Um
dos
artifícios
mais
utilizados são os
cortes transversais
no rotor, através
destes cortes reduzse a massa de
inércia do rotor.
Na tabela 1 é
dado um quadro
comparativo para
um servomotor.
Tabela 1 - Comparação
entre motores para
servomotor.
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Um fator essencial para o uso dos servomotores nas aplicações em sejam necessárias
velocidade e sincronismo dos eixos é a elevada qualidade e a energia dos ímãs permanentes de
Terras-Raras (Neodímio-Ferro-Boro) utilizados, que permitem suportar altas sobrecargas sem
o risco de desmagnetização, graças também à tecnologia de encapsulamento utilizada para
fixá-los ao eixo do motor.
Como funciona um servomotor?
Os servomotores são máquinas síncronas, compostas de seis pólos no estator, de
alimentação trifásica, ímãs permanentes Terras-Raras, dispostos linearmente sobre a face do
rotor e um sensor analógico chamado resolver para realimentação de posicionamento e
velocidade.
Figura 4 - Cortes transversais no rotor
Sua alimentação, apesar de trifásica, não pode ser efetuada através da rede
convencional, pois possui um bobinamento totalmente especial, confeccionado para
proporcionar uma alta dinâmica ao motor através de um fluxo eletro-magnético totalmente
diferente do proporcionado pela rede. Este fluxo eletromagnético só pode ser fornecido pelo
servoconversor através de um modelamento matemático que leva em consideração todas as
características do servomotor, esta é a razão de apenas ser possível a utilização de
servomotores e servoconversores de mesma marca. Só assim é possível fornecer o fluxo mais
apropriado para o servomotor ter a melhor dinâmica.
Φ REDE =
V 380
=
= 6,33
f
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Outro importante ponto é a seqüência de fase adotada: em alguns servomotores, a
seqüência SERVOMOTOR - SERVOCONVERSOR deve ser observada com atenção, pois a
sua inversão causa falha no servoconversor de Monitoração de rotação. Veja a figura 5.
Devido a estarmos trabalhando em malha fechada, quando da inversão o
servoconversor
detecta
a
incompatibilidade
entre os sinais do
campo girante do
servomotor com
os sinais gerados
pelo resolver.
Desta
forma,
o
servoconversor
entende que o
campo girante do
servomotor está
em um sentido e o
resolver
no
sentido
oposto,
portanto,
a
seqüência U/V/W
do
servomotor
deve ser a mesma
seqüência U/V/W
do
servoconversor.
Figura 5 - Sequência
de fase.
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Atente-se também para a utilização de servomotores e servoconversores de mesmo
fabricante, pois no modo operacional SERVO, específico para servomotores síncronos, os
dados dos servomotores necessários para este modo operacional (SERVO) estão memorizados
nos servoconversores, e só assim é possível obter a melhor performance através do
modelamento matemático do servomotor.
O que é o Resolver?
O resolver é um sistema de realimentação analógico composto por um estator e um
rotor, mas seu funcionamento é oposto ao do motor, ou seja, funciona como um gerador. Seu
rotor gira através da ação do eixo do rotor do servomotor e faz com que a ação do campo
eletromagnético do rotor exerça influência direta sobre o bobinamento do estator do resolver,
o qual se encontra subdividido em dois estatores, defasados 90° graus entre si, gerando sinais
senoidais que funcionam como realimentação de posição e velocidade para o servoconversor.
Observe as figuras 6 e 7.
Figura 6 - "Resolver"
Figura 7 - Ação do campo eletromagnético de "resolver".
Outro ponto a se
ressaltar é o fato do
alinhamento do resolver. Por
se tratar de um sensor de alta
resolução e precisão, o seu
alinhamento
é
algo
fundamental para seu perfeito
funcionamento, portanto, é
aconselhável não mexer em
seu sistema de fixação devido
à sua complexidade de
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montagem. Na figura 8, o alinhamento.
Quando comparado a outros sistemas de realimentação disponíveis no mercado
(encoder incremental e encoder absoluto), o resolver tem suas características ressaltadas,
principalmente quanto à sua robustez e insensibilidade às vibrações e altas temperaturas.
Observe a tabela 2. Na figura 9, o encoder incremental.
Figura 8 - Manutenção
do alinhamento.
O resolver
é um gerador de
sinais dos mais resistentes,
tanto em sua mecânica, quanto
em sua estrutura elétrica.
Normalmente os defeitos mais
comuns são na parte de ligação:
1. Inversão dos canais de sinal;
2. Cabo de sinal inadequado
(impedância muito alta);
3. Deslocamento do ponto zero
do resolver, este acontece
quando pessoal não habilitado
retira
o
resolver
na
desmontagem do servomotor.
Tabela 2 - Quadro comparativo "resolver" x "encoder".
Figura 9 - Encoder incremental
O SERVOCONVERSOR:
Usamos o termo “Conversor Estático” para designar genericamente circuitos de
eletrônica de potência que operam na mudança da tensão e da forma de onda de uma fonte de
energia elétrica por meio de uma seqüência de comutações de interruptores estáticos (chaves
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semicondutoras como tiristores, transistores bipolares, MOSFETs, IGBTs, GTOs, etc). Os
circuitos retificadores controlados, circuitos choppers, circuitos inversores e os circuitos
conversores de fase (que permitem o acionamento de um motor trifásico a partir de um
sistema de alimentação monofásico) são alguns exemplos de conversores estáticos.
Usa-se também o termo
“Drive”,
mas
para
designar
genericamente o equipamento que
realiza o acionamento elétrico de
motores. Drive é um equipamento
para utilização em aplicações
industriais nos mais variados
segmentos. Os drives são divididos
em diversas famílias, por exemplo,
conversores
de
freqüência
(inversores),
soft-starters
e
servoconversores.
Os
soft-starters
são
equipamentos de eletrônica de
potência que atuam como chaves de
partida estática, projetadas para acelerar e desacelerar e proteger motores elétricos de indução
trifásicos. Os inversores de freqüência são equipamentos destinados a controlar e variar a
velocidade de motores elétricos de indução trifásicos.
Já os servoconversores são equipamentos para
utilização em aplicações industriais onde se necessita
elevada dinâmica, controle de torque, robustez,
precisão de velocidade e posicionamento, contribuindo
para o aumento da qualidade e produtividade.
A mais recente tecnologia embarcada faz dos
servoconversores os equipamentos mais versáteis
disponíveis no mercado. Possibilidade de comunicação
direta com controladores externos, comunicação nos
mais variados meios Fieldbus e possibilidade de
associação de múltiplos eixos numa mesma fonte de
alimentação, entre outras características, fazem dos
servoconversores uma excelente opção no Upgrade de
máquinas e equipamentos em geral. Na figura 10, exemplar de servoconversor.
Figura 10 - Servoconversores.
Assim como nos conversores de freqüência, o diagrama de blocos do servoconversor
figura 11 possui as mesmas características construtivas. Diferenciado apenas em seu modo
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operacional SERVO específico para servomotores síncronos SEW-EURODRIVE. Os dados
dos servomotores SEW necessários para o modo operacional SERVO, estão memorizados nos
ser voconversores MOVIDRIVE®, MOVIDRIVE® Compact e MOVIDYN®.
Figura 11 - Diagramação de blocos do servoconversor.
Este modo operacional permite o controle direto do torque do servomotor em toda a
extensão de rotação.
O torque Mo é determinado pelo servomotor.
O torque máximo MMÁX é 3 x Mo do servomotor. Em função do servoconversor
(MOVIDRIVE®, MOVIDRIVE® Compact e MOVIDYN®) utilizado, o MMÁX que se pode
alcançar também poderá ser menor, devido à exigência de corrente solicitada pelo servomotor
e a corrente fornecida pelo servoconversor. Veja a figura 12.
Figura 12 - Curvas torque x
Rotação do servomotor.
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A seleção da melhor relação (servomotor x servoconversor), pode ser selecionada
conforme o torque e rotação do servomotor, pela corrente nominal do servoconversor. Veja a
tabela 3.
Tabela 3 - Características (torque x rotação do servomotor x Corrente nominal do servoconversor).
A melhor combinação entre servomotor e servoconversor é aquela que satisfaz a
condição de 3 x Mo.
Nas condições em que ocorrem a indicação de um * , a combinação é possível, porém
não com 3x Mo.
Nas situações em que há solicitação de torque muito elevado, existe ainda a
possibilidade da combinação dos servomotores somados aos redutores planetários de baixa
folga angular, especialmente projetados para atender às mais exigentes solicitações de carga.
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Estes redutores além de baixa folga angular (1 estágio: < 3’ ou < 6’e 2 estágios: < 5’ ou
< 10’), possuem reduções exatas que facilitam a precisão de posicionamento, além de
suportarem altos choques.
A composição
servomotor + redutor
planetário é utilizada
nas mais diversas
aplicações, devido à
sua
excelente
performance. Figura
13.
Figura 13 - Servoacionamento = servomotor
+ redutor planetário.
Transelevadores,
máquinas
operatrizes e máquinas em geral com
alta solicitação de dinâmica e precisão
de posicionamento são o principal
segmento
de
atuação
dos
servoacionamentos. Observe a figura 14.
Figura 14 - Transelevador
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servo
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PARAMETRIZAÇÃO E PROGRAMAÇÃO:
Um parâmetro em um driver é um valor atribuído a uma variável, valor Ester que o
usuário pode ler e em certos casos escrever, ou seja, programar valores que mostrem,
sintonizem ou tornem adequado o comportamento do sistema (do driver e do motor) em uma
determinada aplicação.
A principal vantagem dos servoconversores é a sua rápida e simples parametrização,
possibilitada através de seu controle manual ou através dos programas MX_SHELL® ou
MOVITOOLS® .
Tanto os programas quanto o controle manual, permitem selecionar o modelo
específico do servomotor utilizado, sua tensão de alimentação, sua rotação nominal e
rapidamente fornecem ao usuário
uma otimização das melhores
características
do
servomotor
utilizado.
O
programa
de
posicionamento e seqüenciamento
IPOS®,
já
está
disponível
internamente
nos
servo
acionamentos SEW-EURODRIVE.
Este
programa
tem
um
funcionamento muito similar a um
CLP, ou seja, comanda as funções
de seqüência e posição do servo
acionamento, e sua limitação é
deter-minada pelo número de
entradas e saídas disponíveis no
equipamento (figura 15).
Outro
programa
disponível
nos
servo
acionamentos SEW-EURODRIVE é o SCOPE® , um
programa de visualização gráfica, onde é possível apurar
as verdadeiras condições de trabalho dos servo
acionamentos em tempo real. O programa SCOPE é
mais uma opção existente e disponível nos programas
MX_SHELL®
e
MOVITOOLS®
da
SEWEURODRIVE.
CONCLUSÃO Máquinas e equipamentos em
geral com alta solicitação de dinâmica e precisão de
posicionamento são os ideais para a utilização dos servos
acionamentos. Veja a figura 16.
Figura 17 - Servo-acionamentos aplicados a desbobinadores e bobinadores através do programa IPOS® plus.
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